"Os Caminhos da Democracia – 1932 - 1977: a história do Movimento Estudantil no Brasil"

[Música] [Música] uma passeata de estudantes às vésperas de mais um aniversário do golpe de 1964 a primeira passeata em 9 anos no país em que tudo era proibido a marcha que saiu da USP chegou até aqui no largo de Pinheiros na zona oeste de São Paulo foi muito mais que uma ousadia foi uma afronta Um Desafio aberto à Ditadura Militar Aqui começou a agonia do regime que o Brasil não queria mais se realizou hoje o terceiro encontro Nacional de Estudantes é confirmado eu como repórter naturalmente tive oportunidade estava aqui cobr tudo isso a passeata de

Pinheiros foi o Estopim de um ano bomba 77 ano em que a paciência explodiu mais uma vez numa longa tradição de São Paulo Os estudantes tomaram conta da cidade para protestar desafiaram a ditadura aqui no viaduto do chá e por toda parte eles formaram a linha de frente da democracia na luta contra o autoritarismo todos nós jornalistas tíos medo da ditadura ó aqui for se meses de o conflito culminou no final de setembro no Campus da PUC em Perdizes a TV Cultura estava aqui naquele dia e em cada momento deste ano especial Esta é a

história de um ano que mudou o futuro do Brasil e do que levou até ele a ditadura não é feita para pegar comunista a ditadura é feita para acabar com a democracia Deão Deão repressão Russia São Paulo já foi uma cidade universitária repleta de repúblicas as pensões exclusivas para estudantes como hoje é Ouro Preto em 1827 a vida provinciana e pacata dos paulistanos mudou para sempre quando se instalou aqui no Largo de São Francisco uma das primeiras faculdades do Brasil estudo do direito atrai os jovens de todo o país a ditadura militar tem que acabar

onde tem Estudante tem estudant adas muitos Já disseram isso quer dizer que tem Boemia farra e algazarras mas também tem estudo e debates e muita agitação política porque essas coisas vivem ligadas os estudantes participaram de todos os movimentos políticos do país nesses quase 200 anos de Vida Universitária Olha nós tínhamos nessa época algumas correntes eh políticas né Elas se identificavam com linhas maoístas com linhas trotskistas eh enfim eram organizações de esquerda e eu nunca fui de esquerda então eu me identificava com eles até certo ponto era amigo apoiava dirigia as assembleias e tal mas eh

não era militante dessas correntes políticas eles combateram o autoritarismo do primeiro reinado depois Lutaram pelo fim da escravidão e da monarquia lutaram pela república e contra as muitas ameaças que a democracia enfrentou desde a proclamação numa dessas lutas Eles foram mais longe do que nunca eles iniciaram uma revolução em 23 de maio de 1932 a Praça da República estava tomada por Manifest eles protestavam contra Getúlio Vargas que há do anos governava o país como um ditador com o poder legislativo fechado e sem a constituinte que prometeu aquela noite acabou em sangue os partidários de Getúlio

se concentravam num prédio na Rua Barão de Itapetininga estavam fortemente armados porque esperavam a invasão quando a multidão forou a porta de entrada eles abriram fogo tiros e granadas derrubaram 11 manifestantes três morreram na praça e um quarto morreu cinco dias depois Martins Miragaia Dráusio e Camargo quatro jovens as iniciais do nome deles viraram sigla de uma organização clandestina criada logo em seguida para organizar um levante contra o governo federal o MMDC tinha sede na faculdade do Largo de São Francisco e muitos dos militantes eram estudantes de direito em poucas semanas eles estariam lutando na

Revolução Constitucionalista de 32 a juventude sempre teve uma ambição democrática sempre se aliou a causas progressistas cada uma no seu tempo cada uma na sua época ã agora há mais identidade sim eh em relação ao aoo que havia em 68 por exemplo e ao que havia na minha época que a partir dos anos 70 Os estudantes voltaram às ruas anos depois para exigir que o Brasil entrasse na Segunda Guerra Mundial contra o nazi-fascismo mais tarde Lutaram na campanha o petróleo é nosso a favor do monopólio do estado na exploração desse recurso desde 1937 eles estavam

organizados na União nacional dos Estudantes a uni que vem formando gerações de líderes políticos para o país no começo dos anos 1960 a apoiava as reformas de base que o governo de João Gular tentava implementar mudanças Profundas como a reforma agrária para dividir os latifundios improdutivos e a reforma fiscal que limitava a remessa de lucros das multinacionais à suas matrizes fora do Brasil trabalhadores do campo já poderão então ser concretizada embora em partes a sua mais sentida e justa reivindicação aquela que um pedaço de terra própria para ele trabalhar Os estudantes defendiam especialmente a reforma

Educacional que pretendia democratizar a universidade e erradicar o analfabetismo para isso havia um método revolucionário de um educador Pernambucano Paulo Freire o golpe militar de 1964 acabou com o governo de jango e com as reformas na madrugada do dia 31 tanques do exército rolavam sobre a cidade sem encontrar resistência a minha vida com a ditadura começou aos 11 anos de idade quando meu pai voltou para casa no meio do dia no dia 31 de Março uma coisa o que assustou a família inteira porque isso jamais acontecia ele voltou muito preocupado dizendo paraa minha mãe que

eles tinham que sair para estocar comida e se preparar para alguma coisa muito grave que tava acontecendo que tinha uma revolução uma coisa um movimento militar e não sei o quê e tava muito preocupado e e e os dois saíram para comprar comigo não deixaram a gente sair não eu acho difícil você dizer que eu ver que a ditadura tenha se estabelecido em 64 certo agora que foi um um golpe que rompe com a ordem constitucional eu não ten tenho dúvida nenhuma disso agora a ditadura começou a se configurar em 68 com ato institucional número

5 certo se você pegar o período de 64 e 65 Pô tinha Ampla liberdade de imprensa tinha Ampla participação dos partidos políticos o quantos deputados Depois vieram a ser cassados por exercerem eh precisamente opos atitude de oposição Você se lembra aquele célebre jornal O pasquin o pasquin não pode prosperar numa ditadura né vi você vai publicar um pasquin na na na Rússia do Putin Você vai publicar um pasquin na na cuba de Fidel Castro fora de cogitação né Nacional a sede da Uni no Rio de Janeiro foi incendiada pelos golpistas E logo depois a organização

foi proibida mas ela seguiu viva e ativa na clandestinidade Resistindo a ditadura que se instalou e lutando como podia pela volta da [Música] Democracia 4 anos depois em 1968 o confronto dos Estudantes com a ditadura militar atingiu o ápice foi um embate tenso e sangrento que durou todo aquele ano e teve São Paulo e Rio de Janeiro como principais Arenas e a Democracia saiu muito mais ferida do que entrou em março um ato de protesto contra o aumento das refeições no calabouço um restaurante universitário foi reprimido com violência pela polícia o secundarista Edson luí de

Lima solto morreu baleado daí em diante as passeatas estudantis foram constantes sempre reprimidas deixando um rastro de prisões e sangue [Música] derramado Mas elas foram crescendo tanto com apoio Popular que a ditadura não pôde impedir a maior de todas em junho ela reuniu também trabalhadores artistas intelectuais e políticos e ficou conhecida como a passeata do 100000 eu vou como mulher como atriz como mãe como cidadã eu vou porque eu quero que a opinião pública saiba que nós temos muita coragem para desmanchar o mito do que o estudante está querendo uma coisa errada e a desordem

eles são a nossa esperança e nós estamos de braços abertos para aceitar todas as suas [Aplausos] reica historicamente sempre os estudantes saíram na frente no enfrentamento aos regimes autoritários aos golpes militares no Brasil sempre sempre tiveram papel protagonista e relevante foram um sujeito histórico muito importante na luta pela democracia [Música] e não era só no Brasil que os estudantes se revoltavam a França um protesto contra as regras autoritárias na universidade de nanterre logo se transformou numa Insurreição Nacional você vê no caso da França em 68 eles conseguiram botar em cheque o regime do presidente deg

que vamos convir não era pequena coisa entende quer dizer que ele teve que viajar pra Alemanha para ter o apoio das unidades militares francesas para segurar o regime mostra precisamente a força que eles tiver agora eu te diria o seguinte eu acho fundamental a participação política dos hens e sobretudo Eu acho que o o saldo Mais Positivo é um saldo de liberalização dos costumes de de liberdade de escolha de e diria assim até de rompimento com a moralidade tradicional no México um ato contra a realização dos Jogos Olímpicos no país terminou com centenas de mortos

e feridos numa ação desastrosa do Exército na Checoslováquia Os estudantes apoiavam As Reformas democratizantes do governo socialista e estavam entre as primeiras vítimas quando tanques soviéticos esmagaram a Primavera de Praga os estudantes combatiam em todas as partes do Japão aos Estados Unidos por reformas na educação contra a Guerra do Vietnã e os governos opressores do mundo São Paulo teve passeatas durante todo aquele ano mas o momento mais dramático aconteceu no começo de outubro aqui na Rua Maria Antônia entrada do bairro de Góis aqui a coisa foi fogo fogo cruzado estudantes da Universidade McKenzie trocaram tiros

com os colegas de filosofia da USP de um lado apoiadores da ditadura de outro opositores tudo começou num pedágio que os da USP fizeram na rua para financiar o congresso da Uni próximo de acontecer foram 10 horas de tiroteio até a situação acalmar mais um secundarista morreu baleado e o prédio da USP foi incendiado o enfrentamento dos estudantes da da USP com os do maqu né estudant de esquerda estudant de direita o enfrentamento que eles tiveram na Rua Maria Antônia né a bala né E quando veio a notícia de que tava acontecendo isso em 2

minutos chegou na escola evidentemente a molecada eu era aí eu tinha 15 anos de idade a gente PR adolescente pulou fora T mandou para ver a confusão Lógico né e a gente se meteu lá para ver o negócio que era bala Comendo aquele bando de gente tanto aqui a polícia tentando controlar tirar a gente de lá e t a guerra do pedágio na Maria Antonia foi prenúncio de problemas para o congresso da Uni 10 dias depois ele esta proibido e os estudantes tentaram realizado clandestinamente no interior de São Paulo em Ibiúna mas a polícia descobriu

e impediu mais de 400 estudantes foram detidos quase toda a liderança do movimento estudantil brasileiro [Música] o mundo pegava fogo o Brasil pegava fogo e quem acendia As Chamas era rebeldia estudantil mas a insatisfação com autoritarismo era um sentimento geral a ditadura militar se viu acuada e decidiu reagir com ainda mais ditadura nos termos do artigo e seus parágrafos do nmero de 13 de dezembro de [Música] 1968 em dezembro o governo baixou o ato institucional número 5 um decreto que fechava o congresso e as assembleias legislativas e suspendia as liberdades democráticas no país o ato

impunha censura imprensa proibia reuniões políticas e tornava muito difícil a oposição ao regime no plano institucional esse ano 69 foi o chamado ano do pega para Capá muita gente morreu houve uma Perseguição Implacável foi exatamente o início da chamada linha dura né então esse período 70 71 72 73 até chegar a novembro de 74 quando há acontecem as eleições e o MDB movimento democrático brasileiro tem uma grande Vitória política eleitoral e que isso então começa a mudar o quadro político do país ainda vai se desenvolver por mais uma década né até 85 que é quando

formalmente a ditadura eh termina Eu acho que o o 64 foi um golpe de estado um golpe militar acho que não há não há meias palavras para se referir a isso né não valeu a pena embora a economia tenha sido eh um sucesso durante de muitos anos né Principalmente no início e no meio do período da ditadura mas as as questões paralelas que principalmente a falta de liberdade eh o assassinato de muita gente tortura eu acho que esse esse clima que nós vivemos eh no caso das pessoas da minha idade pegou um momento da Nossa

Juventude muito importante não valeu a pena uma parte da oposição foi para a luta armada e a ditadura começou uma intensa caçada a ela Os estudantes eram parte da caça [Aplausos] ol eu nunca participei da luta armada por quê Porque a gente ajudava todo mundo então eu achava que o caminho da da da derrubada da ditadura militar deveria ser com a popular e não com grupos de focos de guerrilha pequenos aquela coisa eu eu não critico nem condeno mas não era minha prática Lan Carlos Carlos Anos 70 Brasil é campeão do mundoe do futeb brasão

meso umaa olher presidente em que você não tem os jornais sob censura as pessoas sendo os os os inimigos do regime sendo censurados eu já era jornalista nessa época eu trabalhava no Jornal da Tarde a gente a gente as pessoas escreviam matérias Essas matérias ass censoria lá e tirava no dia seguinte as matérias Não publicadas elas ficavam expostas na redação ou seja era você sabe um ambiente que você hoje assim parece que você tá vendo um filme de um filme de ficção então um horror isso era no Jornal da Tarde que era o jornal assim

jovem do grupo estado que havia apoiado a ditadura Então veja a situação em que tinha chegado o país o jornal que tinha chamado a ditadura que apoiava os Generais estava so censura desses mesmos Generais era esse o país que a gente vivia então era uma situação vamos dizer assim uma situação inaceitável né [Música] o início do Fim da Ditadura é a morte do Vladimir a reação à morte do [Música] Vladimir ditadura AB ditadura a ditatura a ditatura palavra não foi feita para Dom palavra não foi feita para a Catedral da seia estava lotada mais de

3.000 pessoas vieram para a missa não cabia todo mundo quem estava dentro tinha medo quem ficou de fora mais ainda afinal não era missa comum era uma cerimônia fúnebre e um ato de repúdio à ditadura militar o morto era Alexandre van lem estudante de Geologia da USP ele tinha 22 anos e era também militante da aln a ação libertadora nacional um grupo de resistência armada ditadura Alexandre foi preso dias antes pelo dood sigla de um órgão do exército o destacamento de operações de informação do centro de operações de defesa interna tinha esse nome bonito mas

fazia o serviço sujo não prendia opositores do regime subversivos Como dizia para processar e julgar o dood sequestrava torturava e matava e depois mentia sobre as mortes foi o que fez com Alexandre inventou que ele morreu atropelado tentando fugir de um cerco quando morreu de apanharam ele era estudante da geologia uma pequena faculdade que tinha pouca influência no nível universitário em geral porque eram eram poucos alunos e ele era ligado a LN ação libertadora nacional ele é preso dia 17 de Março e a notícia de que ele foi morto atropelado por um caminhão no Braz

foi divulgado pelo segundo Exército no dia 23 de Março Cristo também para al ET Oremos a missa aconteceu na catedral dia 30 de março de 73 e de alguma maneira foi o primeiro preso político que foi assassinado em silêncio essa experiência da missa do sétimo dia do Alexandre vanuque vai se converter no noau do ato ecumênico 2 anos e meio depois pelo Vladimir Herzog então nós podemos dizer que ah o Alexandre vanu fica pra história do Brasil e tá cravado na história para sempre não necessariamente pelo que ele fez como militante político com estudantil Mas

pela repercussão que o seu assassinato teve eu me lembro chegou a notícia que era do lado da faculdade de Geologia que tinha a polícia tinha entrado levado e tinha assassinado aparecia como atropelamento na Lapa e tal e nós fizemos um luto eu entrei com tudo naquilo aquilo uma coisa que me deixava indignada como é que é a tortura como é que a prisão dentro da universidade e a repressão então nós pusemos um pano de um pano assim em frente à placa da faculdade de economia de luto suspendemos a chopado iniciamos me trote foi um um

ato de protesto contra a repressão Alexandre essa morte entornou o caldo que já fervia nos caldeirões das Universidades 4 anos haviam se passado desde o ai5 e o Novo Movimento estudantil se organizava por enquanto apenas no interior das escolas mas preparando-se para voltar às ruas a missa de Alexandre aconteceu em 30 de março de 1973 guarde essa data logo vamos voltar ao 30 de [Música] Março depois do à 5 quando tudo ficou proibido a luta estudantil mudou uma parte dos Estudantes aderiu à luta armada contra a ditadura quase todos que optaram pela Guerrilha foram presos

exilados ou mortos em pouco tempo como aconteceu com Alexandre van mas a maior parte dos estudantes se concentrou nas próprias universidades como aqui na USP para discutir os problemas educacionais e novas formas de ação política era a primeira metade dos anos 1970 e uma nova geração do movimento estudantil estava surgindo com novas lideranças aquilo que em 68 foi uma explosão eh revolucionária em nível Mundial puxado pelo movento estudantil francês mexicano alguns e o brasileiro também veio forte e depois foi reprimido pela ditadura em 69 70 e tal ressurgiu eh com força a partir dessa nossa

greve em 75 aqui porque ela tocou fogo no assunto não só em São Paulo ela tocou geral e aí começou Brasília Minas Gerais Rio Grande do Sul Rio de Janeiro toda estudantada começou aí a luta eram jovens da era do Roque e da Tropicália formados na cultura pop Mundial eram continuadores do movimento estudantil dos anos 60 e apoiavam as lutas de libertação em todo o mundo contra ditaduras e poderes coloniais eles também eram influenciados pela contracultura hip E as novas lutas a ambiental a antirracista a feminista e a gay agora o foco mais Imediato do

me era revogar o decreto lei 477 o A5 particular dos Estudantes ele proibia formalmente qualquer ação política nas escolas correntes estudantis se organizavam conectadas a algum partido ou grupo clandestino de oposição ao regime em São Paulo e logo em outros lugares as principais correntes Eram quatro unidade próxima ao partidão o Partido Comunista Brasileiro refazendo ligada à ação popular grupo da esquerda católica Liberdade luta ou libelu vinculada a um grupo trotskista e caminhando articulada com o Partido Comunista do Brasil que na época fazia a Guerrilha do Araguaia nós éramos eh uma força política muito presente na

sala de aula dentro das faculdades era uma força a maior força política da USP a refazenda e a gente disputava muitas assembleias com o pessoal da libilo da liberdade de luta Quando nós chegamos era quase uma terra arrasada não tinha DC DC tinha sido reprimido fechado as lideranças presas não tinha nenhuma entidade estudantil amplo não tinha uee un nenhuma entidade Nacional Então você começa com um trabalho de base na sala de aula e ali que você vai tomando contato a gente Lia muito discutia muito tinha grupos de leitura de estudo era uma geração muito que

exatamente porque tinha que construir seus próprios caminhos ela era obrigada a estudar e pensar e refletir com profundidade sobre o que aconteceu na história e o que acontecia naquele momento a esquerda liderava o movimento estudantil neste momento Os estudantes de direita não tinham correntes organizadas os conservadores apoiavam a ditadura e não queriam saber de política estudantil os liberais progressistas que repudiavam o regime militar faziam aliança com as correntes de esquerda o objetivo comum era restaurar a democracia no país Os estudantes na verdade testaram meteram o pé na porta para ver se ela resistia e ela

abriu ela abriu quando ela abriu passou o movimento de massas como todos os estudantes saíram da Linha de Frente passaram para trás junto com tavam em todas mas não eram mais os protagonistas a linha de frente aí era a sociedade que viil brasileir movimento contra caristia era um movimento de mulheres todos os movimentos no ano seguinte em 78 movimento negro Unificado se organizou movimento gay o diabo toda a sociedade civil veio dentro da ditadura e ela começou a recuar a nossa panela está vazia A nossa panela está vazia A nossa panela está vazia aa o

movimento estudantil vira notícia novamente em 1975 pelo que aconteceu em torno da Escola de Comunicações e artes da USP e também em torno da TV Cultura porque a trajetória das duas se entrelaçou aqui e daqui Fez história uma triste história em abril daquele ano os alunos da ECA entraram em greve contra o autoritarismo do diretor da Escola um defensor da ditadura ele demitia professores arbitrariamente censurava os murais rasgava cartazes contra o governo e proibiu uma feira de livros Os estudantes decidiram reagir mesmo com o medo do risco que corriam eu participei de de todos os

momentos políticos importantes nessa época e e depois dela também Participei de passeatas Participei de eh de de assembleias eh missas o que tinha para contestar a ditadura eu participei de todos os momentos e com muita eh com muita disposição era muito difícil porque a gente vivia em plena ditadura né então era as as organizações que existiam dos Estudantes elas eram clandestinas então no não tinha um ambiente de Liberdade como nós temos hoje a greve da ECA foi a primeira numa Universidade Brasileira desde o A5 e o decreto lei 477 ela incendiou os ânimos da USP

com os estudantes entrando em mobilização Permanente em Apoio aos colegas de comunicações como havia autonomia e a Cidade Universitária ficava longe a ditadura não reprimia deixava o fogo arder nesse clima Um Jornalista e cineasta conceituado tornou-se quase ao mesmo tempo no meio do ano professor da ECA e diretor de jornalismo da TV Cultura o nome dele era Vladimir Herzog algumas semanas depois ele não seria apenas o professor querido e o colega admirado seria mais uma vítima um mártir da luta contra a Ditadura Militar Brasileira por circunstância que eu não entendia bem até hoje tal o

vlado substituiu aqui porque mudou a direção mas substituiu o o o vol são Paio também na Escola de Comunicações então ele virou meu chefe e meu professor entendi de telejornalismo em junho então começamos um relacionamento aí nessa época eh que eh durou até o 25 de outubro de 1975 que foi o sábado em que ele foi morto no no no nocode aqui em São Paulo 31 de outubro de 1975 de novo a Catedral da Sé de novo uma cerimônia fúnebre que também é um ato de protesto mas agora já é uma multidão de 10.000 pessoas

que toma a igreja a praça e as ruas laterais lá dentro encomendam o corpo de vlado Herzog dentro e fora a massa indignada quer o sepultamento da ditadura [Música] militar eu me lembro claramente daquele daquele dentro da da da Catedral da Sé e do clima ao redor daquilo né que tinha como quase como se fosse um cerco ali na na na em torno da Praça da Sé mas ali quer dizer al ali eu já era um adolescente né e 17 anos por aí 17 para 18 anos e aí sim já tinha uma ideia Já pensava

em política já tinha um outro tipo sem nenhuma filiação a partir da morte do do assassinato do do Vladimir zog que foi em 75 eu tava me formando na época a gente fez uma mobilização enme decia e de mobilização inclusive aquela Miss que teve na cal da C nós estivemos lá convidamos muita gente atir hve um certoo no regime militar e houve uma certa abertura não foi uma abertura começou o regime começou a fraquejar 25 de outubro de 75 uma semana antes Herzog foi intimado a prestar depoimento no doic por ligação com o Partido Comunista

entrou na manhã de um sábado e no fim da tarde estava morto por torturas os Matadores simularam o suicídio dele sem a menor preocupação com a verosimilhança naoto distribu Brado nem cabe no cubículo onde ele teria se enforcado a mentira dos carrascos é visível estivemos juntos né na vespera da morte dele por no final da tarde eu tava no final início da noite eu tava me encerrando meu meu período aqui eu ia embora eu ia viajar passar um fim de semana em Ilha Bela fora aqui ele me chamou na sala dele falou ó ah a

barra tá pesada aqui eu vou amanhã eu eu não vou amanhã porque não sabia não havin combinado se apresentar falar eu Provavelmente você detido a qualquer momento eu tô aqui com o trabalho de os trabalhos da sua turma seu da sua turma eu não quero reter isso comigo você fica com você eh se não acontecer nada então se não for preso você me devolve se não você distribui para seus colegas e tal mas ele imaginava que podia ser preso por quê Porque vários outros colegas nossos já tinham sido presos a morte de Vladimir zog tem

repercussão mundial no Brasil a censura não consegue controlar a narrativa dos Fatos e ninguém engole a versão de suicídio a ditadura é fortemente pressionada a conter a violência nos seus porões Herzog era um professor que tinha uma presença na TV Cultura que era um Jornalista conhecido portanto não era alguém anônimo que foi atropelado na e desapareceu quer dizer era alguém que que a sociedade sabia a imprensa se indignou uma parte importante da Imprensa se sensibilizou porque ele era um Jornalista eh e e houve dentro da USPE uma mudança de atitude institucional Eu acho que o

corpo docente se solidarizou e e mudou de atitude aquela coisa de reprimir o aluno tentar impedir e utilizar instrumentos de coerção acadêmica e tal para dificultar a luta não eu acho que o corpo docente falou não isso aqui não não dá para aceitar um professor da universidade foi preso morto assassinado caso do Vladimir Herzog quer dizer embora jovem 38 anos que é quando ele morre 38 Tá certo era muito complicado O seje trombar de frente com o o o Vladimir enog porque ele era competente era um estudioso culto dedicado trabalhador tinha fazia parte vamos dizer

da do do Pelotão da frente do jornalismo brasileiro e exatamente quando ele é preso torturado e morto a reação à morte dele se deve Exatamente porque se abateu a pessoa publicamente reconhecida como competente honesta dedicada Tá certo ligada ao que havia de melhor na defesa do seu país quando disera pagar o vlado foi tô salvo porque ninguém vai matar o vlado sem ter um [ __ ] Rebu lá fora e foi o que aconteceu e também assumi um compromisso de que pelo vlado eu faço qualquer coisa o início do Fim da Ditadura é a morte

do Vladimir herz a reação à morte do Vladimir onde se juntou o mundo oposicionista Parlamento movimento estudantil a igreja os artistas qualquer um dos outros que estava preso lá na época se fosse morto não teria acontecido nada mas o o sujeito dirige o departamento de jornalismo da TV Cultura depois de ter tido passagem pela BBC de Londres de ser reconhecido como um dos melhores jornalistas jovens do Estadão como é que esse cara foi chamado pelo secretário da cultura o mindlin desenvolvendo desenvolver um trabalho jornalístico na na TV Cultura que não era fazer comício Bá nada

o que Ele propôs o que ele deixou como esboço do manual de jornalismo público da TV Cultura era fazer reportagem ouvir as pessoas sofrerá a consequência a resistência democrática redobra o ânimo de derrubar o regime nefasto na imprensa na sociedade no empresariado jens aumenta o repúdio e nas universidades estudantes se preparam para o próximo ato desse drama 77 foi o ano que eh enfrentou a ditadura e viu que ela não tinha Dent liberdade liberdade liberdade liberdade liberdade dittatura dittatura dittatura dittatura [Música] 30 de março de 1977 4 anos exatos da missa fúnebre de Alexandre vanu

Leme na Igreja da Sé mais uma vez na véspera do aniversário do golpe de 1964 um grande ato de oposição à ditadura agita São Paulo milhares de estudantes da USP de outras escolas chegam aqui no largo de Pinheiros vindos da Cidade Universitária é a primeira passeata estudantil no Brasil em quase uma década nenhum planejamento foi proposta de surpresa pela libelu numa Assembleia que discutia as condições do ensino superior e arriscada que fosse ela foi aprovada sem que as tendências mais reticentes pudessem impedir os estudantes queriam mais do que melhorar a educação queriam tomar de novo

as ruas para exigir a volta da Democracia nesse período até 76 recreação DCE e tudo mais a gente ainda tá falando em atividades que são se dão dentro dos Camp universitários que eram territórios livres e respeitados pela ditadura uma espécie de como que chama na visão deles um jardim de infância deixa as men cercadinho deixa as crianças brincarem lá lá eles podem fazer a revolução que eles quiserem desde que a Revolução deles não eh saia de lá em 77 saiu o governo Paulista é pego de surpresa querem impedir a passeata mas logo vê que não

é possível é gente demais para dispersar e qualquer ação da polícia Só vai aumentar a repercussão do protesto o rádio ATV já noticiam para todo o país censurar também é difícil a ordem é acompanhar de perto sem intervir quando o estudante cruzaram o portão e e puseram o pé fora da Universidade o primeiro prédio que tinha era o prédio da Academia Polícia Civil que em 5 segundos evidentemente notificou as demais unidades de polícia de que os estudantes tinham saído aí Pensa num um aparato policial mobilizado e eh de grandes proporções mobilizado em 15 minutos 250

alunos centenas de policiais com carros blindados helicópteros e viaturas monitoram todo o trajeto e não há nenhum confronto eles querem chegar ao centro da cidade mas acham melhor terminar a marcha no Largo de Pinheiros o desafio à ditadura já está feito São Paulo e o Brasil já sabem da sua ousadia a vitória é deles a passeata de março de 77 abre uma nova fase na luta estudantil mas é também um fecho de ouro para a grande mobilização do ano anterior muita coisa aconteceu em 1976 e a principal delas foi aqui neste prédio da Cidade Universitária

em maio numa Assembleia no instituto de Psicologia nasce o diretório Central dos estudantes para agregar os centros acadêmicos de todas as faculdades da USP nasce o DCE livre um órgão político em desafio aberto ao decreto lei 477 o primeiro dos muitos dcs que começaram a pipocar no interior de São Paulo e em todo o Brasil já tinha tido uma derrota da luta armada que foi derrotada Não há dúvida que foi derrotada agora uma coisa não tinha sido tentada não tinha sido assim feita que a luta de massas e foi isso que foi a a eu

acho que a contribuição que a a isso fo chamar minha geração deu que todos aqueles que a gente estão ouvindo aqui todas pessoas que foram fora dessa época a grande coisa foi o quê foi a luta de massas foi que de repente você tem a luta de massas como a prioridade da e da luta contra o regime foi isso que foi feito a primeira eleição de diretoria tem 9.000 votantes mas as urnas são roubadas Num Episódio nebuloso que fez suspeitar da ditadura se a ideia é intimidar e desanimar Os estudantes ela é péssima uma nova

eleição conta 14.000 votos e a chapa refazendo é Eleita para conduzir o DCE o eixo daquela retomada da luta da mobilização estudantil era refazendo às vezes em aliança com a caminhando e com outras forças tinha uma tensão nas assembleias mas nós tínhamos uma capacidade de mobilização muito forte e uma presença na sala de aula que era fundamental para ter essa essa leitura eu falava muito nas nossas reuniões o seguinte que liderança estudantil não é aquele que só vai ir na Assembleia ou que fala em toda a assembleia o líder estudantil tem que ser bom aluno

tem que ter legitimidade na sala de aula tem que ter relação com os demais estudantes que é isso que dá força ao movimento nãoé não é só passar e chamar pr pra assembleia três meses depois em agosto de 76 já há organização suficiente nas universidades brasileiras para acontecer o primeiro Encontro Nacional de Estudantes em São Carlos no interior paulista mal fazem esse Os estudantes já partem para o segundo encontro em outubro a meta é recriar o mais rápido possível a uni para fazer o que diz a sigla e a história da entidade unificar nacionalmente as

lutas dos Estudantes em defesa da educação e da Democracia os estudantes já estão de volta às ruas só falta voltar a uni para terem mais força e mais vz liberdade liberdade liberdade liberdade liade a passeata de março de 77 traz os estudantes até aqui o viaduto do chá que há 130 anos liga o centro histórico de São Paulo ao lado novo da cidade um Marco simbólico de transição para o futuro como movimento estudantil também vai ser 77 foi o ano que enfrentou a ditadura e viu que ela não tinha dentes não tinha tantos dentes quanto

ela tinha tinha perdido os dentes que ela tinha até então ela já não tava com essa bola e ela o ano que abriu a porta pra democracia passar no início de Maio o Brasil está em alta tensão o regime militar havia piorado do que já era ruim poucos dias antes O Ditador Ernesto Geisel promulgou um conjunto de leis autoritárias conhecido como pacote de abril o Congresso Nacional foi fechado mais uma vez temporariamente e as regras das eleições de 1978 foram mudadas para evitar uma nova vitória a c chapante da oposição como a de 1974 os

estudantes vão para a ofensiva uma assembleia com 5000 deles na PUC Marca um grande ato de protesto para 5 de Maio no Largo de São Francisco o dia chega e o quórum dobra agora são 10.000 reunidos no coração estudantil de São Paulo eles decidem sair em passeata até a Praça da República 1 km adiante mas encontram a polícia no meio do caminho [Risadas] no volta para casa que tá tudo em paz impasse no Viaduto do Chá Os estudantes não conseguem ultrapassar a barreira da tropa de choque mas novamente como aconteceu em março eles são muitos

gente demais para dispersar a cacetetes e jatos d'água diante de uma multidão de [Música] Testemunhas quando a polícia ameaça engrossar Eles sentam no chão não dá para bater neles assim pacíficos desarmados O Confronto termina em empate mas daqueles que T gosto de Vitória para um dos lados a ditadura impede a passeata de prosseguir e os estudantes voltam ao Largo de São Francisco para concluir o seu [Aplausos] protesto a torcida é toda deles é bom aproveitar o que aconteceu a partir da da do ano 77 Quando entrou em 78 que aí começou realmente o o grande

movimento de massa diversos setores fazendo grevas manifestações atos de todo tipo onde a coisa explodiu mesmo do ponto de vista de conquistar as ruas porque eh fazer atos de rua fazer greve então era muito arriscado até que os estudantes tivessem eh experimentado isso e rompido com isso as greves operárias começam em Maio de 78 depois vem a luta pela Anistia em 79 depois eu não sei o que que vem em 80 o fato é que uma coisa depois da outra e de alguma maneira foi a conjunção desses esforços todos que conseguiu produzir alguma coisa parecida

com que teria sido a derrota da [Aplausos] ditadura ato público tá proibido só isso nós não vamos desafiar a autoridade tem que ser respeitado ato público está proibido não admitimos paata nem comisso tá todo mundo preso a ditadura a ditadura AB a ditadura AB a ditadura grande proeza cobrado 11 de Agosto seri uma grande proeza cobrar do 11 de Agosto 11 de agosto dia dos cursos jurídicos no Brasil em geral os estudantes são notícia nesse dia pela pendura nos restaurantes aadi de com Eber sem pagar a conta para Celebrar o Dia do Advogado mas em

1977 a confusão não foi nos restaurantes foi no Largo de São Francisco naquela noite ninguém estava comemorando nada lá dentro no salão nobre da Faculdade de Direito juristas intelectuais e políticos fazem Umo de repú à ditadura um professor emérito Gofredo da Silva tes leu uma carta aos brasileiros pedindo estado de direito já somente é legítima a ordem que nasce que tem raízes que Brota da própria vida no seio do Povo ele fala por todos ali é uma manifestação forte contra o regime contestação aberta de gente importante influente aprendemos uma dura li aprendemos definitivamente de fora

do estado de direito a segurança com seus órgãos de terror é o caminho da tortura e do aviltamento Human lado de for oses [Aplausos] Mas eles estão mais inflamados que o pessoal do auditório eles querem mais e exigem o fim do regime militar diante deles a Tropa de Choque da Polícia Militar comandada por umpo e Durão segur não vai haver concentração Lago São Francisco à 5 horas só isso aqui fora não aqui não e daqui a pouco eu vou continuar isso aqui concentração [Música] hein eu fui cobrir esse negócio só que na hora nesse dia

diferente até porque eh O coronel eras forç de repressão a Ditador o governo ficou muito irritado pelo fato de daquela fronta de ol não ter [Música] F oibo os estudes disp CONSEG nada deles de voland Tropa suem Bras com um de sa os carros de assalto lançam jatos de ar V as granadas de gás lacrimogêneo e as bombas de efeito [Música] moral os policiais partem para cima dos Estudantes queo no momento oportuno em que eles ultrapassaram todos os limites do razoável e do admissível certo que intervir caos total no Largo de São Francisco estudantes correm

para as ruas laterais tentando escapar uma parte dele se refugia na faculdade lá dentro é um inferno de g e medo calma pesso andar de cima os professores negociam uma trégua com o Coronel pedem salvo conduto para os estudantes Eles saem da escola por um corredor polonês saem lesos até onde oos jornalistas e as câmeras podem testemunhar fora da vista deles estão entregues à própria sorte muitos fogem vários apanham e outros vão presos E aí saiu entrada toda um em um e nós junto um at na na fila junto com só nós estamos lá dentro

tinha uma entrado lá de doido e e os colega lá filmando fotografando enquanto tinha câmera aqui tudo lindo beleza e tal só só ternura quando a gente fez a curva P no corredor polonês saiu queimando E aí digamos nós experimentamos ali a ah Como é que chama a expressão física da ditadura brasileira triste agora será sempre assim a tolerância da ditadura acabou TRS meses separam a passeata pacífica do viaduto do chá da noite de guerra do Largo de São Francisco neste meio-tempo muita coisa acontece e a violência vai escalando a organização dos Estudantes avança em

São Paulo eles renovam a direção do DCE da USP e fazem a primeira Assembleia pela volta da uee a união Estadual dos Estudantes Eles saem de novo às ruas pela Anistia aos presos e exilados da ditadura passeatas e manifestações relâmpago são reprimidas pela polícia [Música] é uma geração que teve que reconstruir espaços políticos e isso começa onde no movimento estudantil foi ali que começou essa essa essa então é uma é uma geração de reconstrução é uma uma geração que tem um profundo compromisso com a democracia é uma geração que vem eh na luta pelo Estado

democrático de direito que acha que as liberdades democráticas liberdade de expressão manifestação São inegociáveis que que que é uma transformação num cenário de Ampla e geral e restrito à democracia então é uma geração que puxou a luta pela Anistia que puxou a constituinte Então ela ela tem um um significado diferente de um vanguardismo da geração anterior que que que que que foi num período muito difícil mas que foi pra luta armada eu acho que os erros a experiência anterior ajudou a nossa geração a dar um salto de qualidade em relação à luta social o movimento

se expande nacionalmente no rio estudantes são presos e manifestações em Belo Horizonte tentam realizar mais um encontro pela recreação da Uni e 400 São detidos na capital federal as tropas da PM invadem o campus da Universidade de Brasília para impedir atividades políticas em solidariedade aos colegas os estudantes de São Paulo não deixam as ruas fazem um Dia Nacional de luta no centro da cidade de novo com passeatas e manifestações com a polícia correndo atrás os estudantes fazem o grande ato de 11 de Agosto e dias depois recriam a união Estadual dos Estudantes em assembleia na

Escola Politécnica da USP eles persistem nos atos públicos reunindo-se agora na Faculdade de Medicina na Avenida Dr Arnaldo sempre com a polícia nos calcanhares o movimento é incontrolável agora só falta mesmo recriar a uni e Falta pouco para isso acontecer me deu uma memória que é o que tem até hoje que você sabe que luta que nós travamos você sabe do que do que que nós estamos falando quando a gente fala da luta contra a ditadura não foi uma conversa de gabinete claro que eu fui em gabinete claro que eu conversei com muito Deputado e

gostei Deputado que eu gostava outro eu não gostava não é nada disso mas assim foram essas pessoas sabe Tinha dia que tinha greve a gente ajudar a fazer o Piquete isso era uma loucura para mim isso era uma grande experiência era uma coisa assim puxa a vida sabe eu não tô lendo romances da do do anarquismo italiano eu tô vendo em São Paulo isso acontecendo o dia 22 de setembro e os fatos mais dramáticos vão acontecer aqui na PUC de São Paulo quando este dia terminar haverá uma universidade destruída feridos no centenas de jovens detidos

e uma ditadura ainda mais desmoralizada está marcado para a noite aqui no teatro Tuca o encontro que finalmente Vai anunciar a retomada da União nacional dos Estudantes os organizadores sabem que a polícia estará lá para impedir ela não perderia a chance de prender todos os dirigentes estudantis juntos como fez em biun em 1968 então eles Enganam os seus caçadores reúnem-se secretamente na USP pela manhã para escolher a primeira Diretoria da nova uni a importância da realização do ter eles evitam mostrar o rosto à câmera da TV Cultura para não serem identificados pela polícia mas estão

tranquilos e confiantes a luta dos Estudantes a insere-se na luta mais Ampla mais realizada hoje no Brasil realizada hoje no Bras todos os setores oprimidos da sociedade por todos os setores oprimidos da sociedade por um estado democrático por um estado democrático eraa o movimento estudantil né E esse movimento estudantil ele tinha vamos dizer assim uma palavra de ordem a palavra de ordem era participação As pessoas queriam participar o leque era um leque muito grande que abarcava não apenas questões propriamente políticas abarcava questões também de comportamentais questões Morais e tu entrava todo num contexto de liberalização

dos costumes na Assembleia Os estudantes ficam sabendo que a comissão PR Uni foi formada uma informação aqui na reunião da faculdade de medicina que se realizou hoje o terceiro encontro Nacional de Estudantes é confirmado é confirmado a gente acaba de receber a informação de que realmente foi realizado o terceiro encontro Nacional de Estudantes durante todo essee Período os estudantes primeiro Eles não queriam falar pr pra televisão ou rádio por razões de segurança porque de identificação era muito perigoso e quando foi começaram a a falar quer dizer acharam importante falar porque o movimento foi crescendo era

importante isso não revelava fácil então todo mundo ficava de ca era uma coisa que era natural né quando a noite nenhum membro dela estará mais em São Paulo para ser preso o Coronel Erasmo dias só fica sabendo disso à tarde e pela imprensa porque a sua rede de espiões na USP não funcionou ele fica furioso e garante que o Ato da PUC não será permitido aí a gente gozou eles né jornalista novo também moleque ousado abusado o senhor cheio de espião tudo lugar aí olheira tudo cant só não contaram pro senhor ol já tá cado

desde de manhã Senor a da noite é só festa Ah rapaz para quê é ele homem ficou Furo da vida né ele e aí ele pegou terminou a conversa com passou da ordem pelo telefone e não sei o qu e nós eu todos dos colegas que estavam lá a gente senti o bicho vai pegar acho engraçado n da Os estudantes desafiam a proibição mais uma vez milhares se reúnem na PUC e nas suas vizinhas os policiais invadem a universidade com truculência máxima quer aqui [Aplausos] [Música] a su raiv im in eleso quea móis equipamentos e

os próprios alunos público ISO vamos desfi autorid respeito públic proibido adem com todo mundo preso vç naal quantas pessoas quantas esver aqui 16 Estudantes São feridos na explosão de bombas de e feito moral quatro moças T queimaduras graves e vão para o hospital centenas de manifestantes são detidos num estacionamento em frente a PUC e depois levados para o Quartel da Rota onde passam a noite detidos todos são fichados sete serão enquadrados na lei de segurança nacional estão fazendo prova de Processo Penal eles Bat todo mundo falar quem fala aqui sou eu Ah vem a lembrança

daquela noite né o pessoal que tava organizando o o encontro ali falou não nós vamos resistir vamos e calma calma pro pessoal a gente foi ficando mas só que chegou no momento que eh os policiais invadiram né invadiram a o campus da PUC ali bem a entrada ali em frente ao ao Tuca né era bem em frente ao ao teatro as mulheres foram quer dizer mais inteligentes como sempre né Elas correram para fora da PUC e nós corremos para dentro a gente tinha corrido já lá pro fundo da PUC tinha um entramos numa sala de

aula bem lá no fundo mesmo Fomos nos afundando para dentro do campus lá Subimos umas escadarias tava lá acho no segundo andar sei lá e aí de repente o pessoal veio batendo na porta e vamos lá vamos lá aí saímos todos de mão dadas as cenas aparece bem essa cen tem essa cena filmada e todo mundo de mão dada em fila assim e e fomos dirigidos para fora para fora da do campus né passavam alguns eles davam às vezes uma uma borrachadetalhes [Música] agressão à Universidade Católica o sofrimento das Jovens queimadas tudo isso vai cobrar

um preço alto da ditadura e vai ser PR já a greve dos Metalúrgicos continua a decisão foi tirada numa Assembleia com a participação de mais de 5 Metalúrgicos que comearam a chegar aoo Municipal do Pacaembu no início da tarde a ditadura AB a ditadura [Música] ditadura a invasão da PUC repercute fortemente no país e inflama os debates nesta casa a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo poucos dias depois da ofensiva policial da ditadura vem a resposta política Inesperada os deputados instalam uma comissão especial de inquérito para apurar os acontecimentos comunista é o símbolo do

partido toista estudantes e professores são ouvidos na sindicância a reitora Nadir F critica duramente a ação da polícia a universidade foi ultrajada nossos alunos nossos professores nossos funcionários indignamente tratados o Coronel Erasmo dias se defende exibindo a imprensa panfletos cartazes e livros material considera subversivo encontrado na PUC realmente existe um plano montado maquiavelo por minorias de extremistas marxistas inclusive com tendências essencialmente violentas que explorando o dinamismo a pujança o vigor da massa estudantil a usa como manovra agora os papéis se invertem é a democracia que impressiona a repressão está acada enquanto o assunto ferve O

Ditador Ernesto aproveita para se livrar de um rival perigoso ele demite o general Silvio Frota Ministro do exército um expoente da linh dura militar um defensor dos métodos do icod de massacrar opositores é um revés para o discípulo Erasmo dias no final de Outubro a comissão de inquérito conclui que o coronel abusou da autoridade cometeu crimes de responsabilidade e também crimes comuns os deputados recomendam que o governador Paulo Egídio Martins leve seu se o secretário de segurança a justiça não vai dar em nada para o Coronel punição a ele naquele momento Seria pedir demais mas

o que o episódio podia dar ao país já estava dado a repressão policial machucava os estudantes mas o seu movimento fazia abertura política avançar a ditadura foi incapaz foi incompetente para reprimir ela não conseguiu reprimir ela primeiro tentou ISO ali não conseguiu depois quando ela foi reprimir ela fez de uma forma atabalhoada e quando chegou no episódio da P ela foi desastrosa Ela cruzou uma linha que não poderia ter cruzado porque ela feriu estudantes de uma universidade católica pessoas da classe média alta né E isso sabe como é que é isso teve um impacto muito

negativo tanto que logo depois começou uma CPI na Assembleia Legislativa que desgastou terrivelmente colonel elaz dias e e o Parato repressivo todo porque tentaram E aí forjar um como que aquilo como se fosse um grande aparelho comunista perigosíssimo que tinha n p e tal mas enfim eles Entraram na defensiva se meses depois do último ato estudantil de 1977 outros personagens tomam a cena política nacional todos os olhos se voltam para São Bernardo do Campo no ABC Paulista na manhã de 12 de maio de 1978 nesta fábrica de caminhões os trabalhadores batem o cartão de ponto

e cruzam os braços começa a primeira greve Operária no Brasil desde o ai5 a primeira de muitas vão acontec em todo o país a greve dos Metalúrgicos continua a decisão foi tirada numa Assembleia com a participação de mais de 5000 Metalúrgicos que começaram a chegar ao Estádio Municipal do Pacaembu no início da tarde ao longo deste ano e dos próximos as greves se alastram Trabalhadores de todos os setores da economia fazem paralizações em busca de melhores salários e condições de trabalho nem de sábado nem de domingo se der almoço Vocês comem o almoço toma o

guaraná mas não faa hora extra não não V fazer hora extra não em busca do próprio direito de greve algumas delas enchem estádios e entram para a história do Brasil pronto entre policiais e Metalúrgicos provocou hoje a primeira morte nessa greve de dos metalúrgicos de São Paulo Osasco e Guarulhos por volta das 4 horas da tarde deu a entrada aqui no pronto socorro municipal de Santo Amaro O Operário Santo Alves da Silva com ferimento perfurante na base do pulmão ele morreu 3 minutos depois de ser atendido pelos médicos do plantão aqui mais de 5000 Metalúrgicos

reuniram-se aqui no Estádio Municipal de Pacaembu no final da tarde para decidir os rumos do movimento grevista iniciado H alguns dias o movimento começou por volta das 2:30 3 horas da tarde quando chegaram os primeiros Metalúrgicos mas o grosso dos Metalúrgicos começou a chegar em torno de 4 horas o horário marcado inicialmente para o início da Assembleia essas pessoas vinham do enterro do operário que foi morto ontem num choque com a polícia os sindicatos se fortalecem os velhos diretores próximos da ditadura os pelegos são derrubados uma nova geração de líderes sindicais no futuro muitos deles

serão parlamentares e [Música] governantes Os estudantes abriram caminho para esse novo momento testaram a resistência do regime militar e mostraram que ele já não tem a força repressiva de Poucos Anos Atrás a sociedade organizada unida pela democracia faz a ditadura recuar Trabalhadores já podem tomar a frente das lutas democráticas o protagonismo agora é seu e a hora que os estudantes vão PR as ruas os operários param as máquinas cruzam os braços e começa em Maio de 77 começa um movimento que que ali vai mudar a história porque aquil vai se alastrando que nem uma mancha

de óleo por várias categorias em vários lugares do país e aí já é um movimento de massa muito mais forte muito mais poderoso com muito mais capacidade de negociação E aí Eu acho que começa emparedar decisivamente a a a a a a ditadura e a emergência da Democracia tempo bom céu Esse é o clima de 1979 clima necessário para a revoada dos exilados políticos que voltam ao Brasil com Anistia encaminhando ao congresso nacional o Projeto de Lei da Anistia os aeroportos como este aqui de Congonhas vivem grandes festas de recepção que também são atos pela

democracia emoção maior foi ter saído do Brasil do que ter chegado porque eu fui catapultada do brasil ninguém me perguntou se eu queria sair não entende e onde tem festa e política já sabemos há 200 anos tem estudante no meio o clima começa a desanuviar no país em março quando o último general da ditadura Toma Posse na presidência da república em vez da transição lenta gradual e segura de Ernesto Geisel João Figueiredo chega prometendo abertura política mais rápida nunca exos nada pelo cumprimento do dever dura ainda vai levar mais 5 anos 6 anos para efetivamente

acabar ainda vai ter um movimento da direta já lá na [Música] frente mas aí a ditadura já tá fraca já começa a ter eleições diretas para Governador de estado em 1982 o MDB na época ou a oposição já era politicamente muito mais forte no país do que as forças que sustentavam a ditadura em poucos meses será aprovada a Lei da Anistia permitindo O Retorno de líderes políticos que estão há 15 anos no exílio em Congonhas desembarca Francisco Julião lder das ligas do nordeste na luta pela reforma agrária no governo Jango volta Gregório Bezerra Líder Popular

Deputado constituinte em 1946 chega luí Carlos Prestes o lendário chefe do Partido Comunista Brasileiro há 50 anos perseguido por quase todos os governos do país a luta pela Anistia teve participação intensa do movimento estudantil em todos os atos e ações dessa campanha Os estudantes estavam presentes agora eles também celebram a Vitória as manifestações estudanti no Brasil tiveram eh digamos comparecimento de massa muito importante em parte Foram desvirtuadas pela questão da luta armada que terminou fortalecendo a ala mais à direita do entre os militares mas teve basicamente a função de clamar por liberdade de expressão eu

tenho 72 anos eu acho que o o movimento estudantil foi muito benéfico porque o os jovens eles têm uma característica que que é coragem a juventude o dinamismo então eles podiam estar à frente eh dos processos políticos que nós vivemos das Diretas Já por exemplo os jovens foram os primeiros que saíram na rua o movimento estudantil forte muito forte eu até lamento que o movimento estudantil não esteja tão forte Hoje em dia a abertura política avança as liberdades democráticas vão voltando já não há mais censura ao rádio e à televisão que muitas vezes impediu a

TV Cultura e outras emissoras de noticiarem como deviam e queriam agora os exilados já aparecem nos telejornais políticos antes proscritos já podiam falar nos programas eu priso tratar de me readaptar líderes estud o governo Figueiredo decreta o fim do bipartidarismo compulsório Arena e MDB não são mais as duas únicas opções de voto para o eleitor novos partidos vão surgir nos próximos tempos e muitos estudantes de hoje serão candidatos por eles essa geração ela ela ela tinha uma uma uma um reconhecimento pelo papel da geração do 68 grandes mobilizações mas ao mesmo tempo tinha uma crítica

em relação a como o movimentoo se descolou da maioria da população não foi capaz de construir um partido político não soube disputar os espaços institucionais não assumi o estado democrático de direito como valor fundamental num país como o nosso para você conseguir mudar a sociedade estudantes tinh um papel relevante mas eles não eram o centro do processo eles eram uma variável um movimento auxiliar importante eh relevante formava quadros intelectuais produzia buscava outro caminho pra educação sobretudo na luta democrática ali também tinha uma memória histórica mas que não estava presente no movimento que estava sendo reconstruo

que era o novo sindicalismo a Vida Universitária que começou há quase dois séculos nesta Praça entra em nova fase menos conflitiva menos tensa e violenta mas sempre de luta por ideias e militância política Os estudantes agora t o respeito de seus antagonistas e aprendem a conviver com eles em Maio de 1979 acontece um congresso de reconstrução da Uni dessa vez na Bahia mas a polícia só aparece para controlar o trânsito e dar segurança de fato 10.000 estudantes se reúnem no Centro de Convenções de Salvador um prédio público estadual eles são convidados do governador Antônio Carlos

Magalhães que cedeu o espaço para discutir em paz os seus assuntos do país Como cabe numa democracia eu era contra essa visão de profissionalização do momento estudantil e dentro da nossa corrente era a visão predominante acho que isso foi importante também para entender as nuances das forças políticas que aquela ideia que o movento estud antiv é só um celeiro de quadros para organizar uma um partido não era assim que aia o movimento estudantil ele tinha ele era um sujeito político histórico que tinha que democratizar a universidade que tinha melhorar a qualidade do ensino que tinha

que defender a educação p gratuito e que tinha que lutar por liberdade democracia Anistia constituinte então era uma visão mais Ampla eu acho que é por isso que era hegemônica politicamente mas é evidente que você sente medo porque sempre sempre você tá correndo um risco sempre fui assim da das correntes mais combativas do M infantil porque eu achava que não não havia outro jeito Tava claro que as tentativas de eh os as portas estavam fechadas não havia nenhum resultado e a gente vê as pessoas que tentavam atuar por dentro estavam sendo mortas o vlado era

um cara que estava na tel cultura atuando por dentro ele achava que por dentro assim vamos discutir e ele foi morto eu acho que no debate ali intelectual na sala de aula etc a ditadura tava perdendo espaço e ela vai cair muito mais tarde mas ela não tinha ela não tinha como como conviver com a liberdade não tinha como discutir abertamente os valores e os caminhos e as opções o movimento estudantil seja do início das 70 que quase nada acontecia que foi amassar esse barro e tudo seja de 77 que brilhou e antecedeu o movimento

operário e a luta pela Anistia de qualquer maneira Você tem sempre circulando por aí as ideias as propostas um certo sentimento de país quer dizer uma um uma uma uma uma formulação de um certo sentimento que tá acontecendo com o planeta com a humanidade Eu acho que o Brasil vive um momento eh de decisão mas nós temos chance porque tem um povo cada vez mais consciente tem um povo que procura coisas e eu tenho certeza que estamos fazendo a nossa parte pelo menos aquilo que nós enxergamos que é a nossa parte outros tempos outras práticas

convivência e diálogo embate político sem violência a ditadura caminha para o fim pressionada por uma oposição já bem maior do que ela a democracia plena agora é questão de tempo o tempo passa mais rápido e foram os estudantes que fizeram o cronômetro acelerar a ditadura não é feita para pegar comunista a ditadura é feita para acabar com a democracia acaba com a liberdade e quando ela pega ela pega geral e as pessoas e a vida piora muito a vida fica muito difícil para todo mundo né então eu acho que quem tem essa loucura na cabeça

tem que tirar [Música] abaixa a ditadura abaixa a ditadura abaixa a ditadura AB ditadura ditadura o Povoa fora o Povoa fora o povo