Oi pessoal tudo bem meu nome é Gabriela eu sou acadêmica do curso de medicina da PUC e pro projeto Doutor Acadêmico da ifmsa da urgs eu preparei uma aula sobre bactérias Gran positivas e Gran negativas essa aula foi revisada pela minha professora de microbiologia humana marj e eu espero muito que vocês gostem dessa aula Ela vai ser dividida em três momentos primeiro eu vou falar sobre as estruturas e propriedades das bactérias tanto internas quanto externas a parede celular e aí eu vou aproveitar para falar sobre a parede celular em si e sobre a coloração de
Grã Depois eu quero falar sobre as diferenças nas manifestações clínicas que as bactérias Grã positivas e Grã negativas ã provocam e daí nesse momento eu vou aproveitar para falar sobre alguns conceitos que eu acho que são bem importantes e por último eu vou falar sobre as diferenças nas aplicações farmacológicas ã dando enfoque pros alvos dos antimicrobianos e pros mecanismos de resistência que cada tipo de bactéria tem então dando início à nossa aula é importante dizer que as bactérias são microorganismos procariotos unicelulares então elas não têm membrana nuclear o DNA ele é circular e fica livre
no citoplasma e todo o material genético tá compactado em um único cromossomo as bactérias elas podem sim ter um plasmídeo que é como se fosse um cromossomo Extra que elas podem transferir umas pras outras por meio do contato num processo chamado de conjugação as bactérias não t organelas membranosas Mas elas têm sim ribossomos e uma membrana plasmática que é aquela típica membrana ã plasmática de bicamada fosfolipídica com proteínas que a gente conhece muito bem então depois da M né da membrana plasmática tem a parede celular que é o que vai dar forma pra bactéria e
é o que vai prevenir que ela se rompa por diferença de osmolaridade a parede celular é muito importante pra nossa aula porque é a estrutura que vai diferenciar as bactérias Gran positivas das Gran negativas então começando pela parede das Gran positivas Ela é formada por muitas camadas de peptídeo glicano o peptídeo glicano ele é uma sequência de dissacarídeos repetitivos do do tipo nag e que são organizados em camadas e essas camadas elas são ligadas por polipeptídeos ali na imagem vocês podem ver que também tem ácido teicóico e ácido lipoteicóico na parede celular das Gran positivas
eu não vou entrar em muito detalhe sobre esses ácidos mas eu vou dizer que são estruturas que funcionam como função antigênica já a parede celular das artérias Gran negativas Ela é formada por uma camada muito fina daquele peptídeo glicano mas ela tem uma membrana externa ã de bicamada fosfolipídica né parecida com a membrana plasmática só que ela tem lipopolissacarídeos e porinas essa membrana externa ela é hidrofóbica e ela tem porinas como eu falei que vai que vão permitir ou impedir o trânsito de substâncias tanto para dentro quanto quanto quanto para fora das bactérias Então essa
membrana externa ela basicamente funciona como uma barreira Extra contra detergentes metais pesados antibióticos e enzimas e é uma das razões Porque alguns ã fármacos não conseguem entrar e agir em bactérias Grã negativas então agora explicando sobre como funciona a coloração de Grã ela classifica as bactérias em dois grupos a partir do tipo de parede celular que as bactérias TM primeiro a gente coloca um corante primário que é o Violeta Genciana que vai corar as bactérias Gran positivas e Gran negativas de roxo depois a gente coloca o iodo que vai formar um complexo grande com o
cristal Violeta que vai prender a cor dentro da bactéria Então não vai conseguir não vai deixar o corante estravazar da bactéria mas aí a gente vai colocar o álcool acetona que é um agente descorante que vai romper a membrana externa das bactérias Gran negativas e vai lesar a camada muito fina de peptídeo glicano também das Gran negativas Então o que vai acontecer é que o complexo formado pelo corante primário e pelo iodo vai extravazar para fora das bactérias Gran negativas e elas vão ficar incolores para conseguir enxergar no microscópio a gente vai precisar corar ela
com outro tipo de corante que nesse caso vai ser a safranina que vai corar bactérias de rosa A zafrina consegue entrar tanto nas bactérias positivas ã Gran positivas quanto nas bactérias Gran ã negativas mas as Gran positivas já estão coradas de roxo Então não vai aparecer mas as Grã negativas Então vão ser as rosas aqui fotos que eu tirei nas nossas aulas de microbiologia humana na esquerda uma bactéria Gran positiva corada de roxo e na direita uma bactéria Gran negativa corada de rosa é muito importante lembrar que nem todas as bactérias vão se encaixar em
Grã positivas ou Grã negativas por exemplo as bactérias do gênero micoplasma elas não têm parede celular então os corentes não vão ter o que corar Elas têm no lugar da parede celular para se proteger esteroides já as bactérias do gênero micobacterium elas até têm parede celular mas elas têm um ácido micólico no lugar do lipopolissacarídeo que impede que os corantes da coloração de Grã entrem na na bactéria Então tem que usar uma coloração especial que é a coloração de Zil nilsen agora Voltando às estruturas e propriedades das bactérias agora externas à parede celular eu vou
começar falando sobre o glicocálice ele é tipo uma gelatina que a própria bactéria produz e é feita de polissacarídeos e de polipeptídeos ele pode estar organizado de forma frouxa né então mais desorganizado ou pode estar organizado de forma densa em cápsula quando ele tá frouxo ele tem função de adesão a célula que a bactéria vai infectar e também tem função de mobilidade quando ele tá organizado na forma de cápsula ele tem função de resistir A fagocitose porque a cápsula ela esconde estruturas antigênicas da bactéria que pode ser proteínas fimas flagelo então esconde as as essas
estruturas e o hospedeiro não consegue fazer A fagocitose da bactéria as bactérias gan negativas elas podem ter uma estrutura a mais que é a fimbria que vai ter a mesma função do glicocálice frouxo que é de adesão à célula específica do hospedeiro que ela vai ã que a bactéria vai infectar e as bactérias agora tanto as Gran positivas quanto as Gran negativas podem ter um flagelo que vai dar dar mobilidade para ela conseguir alcançar a célula que ela quer infectar agora uma propriedade que só as grampositivas T é a propriedade da esporulação ela acontece quando
a bactéria por exemplo não tem nutrientes daí a bactéria ela vai replicar o material genético dela e enviar essa cópia para um dos poros dela ela vai fazer uma camada extra e espessa de proteína que vai invaginar esse poro da célula ã junto com o material replicado e esse vai ser o endósporo ao mesmo tempo que ela vai liberar o endósporo ela vai morrer e esse endósporo ele consegue voltar a ser uma bactéria quando ela tiver condições favoráveis para isso então basicamente Esse endósporo é a forma mais durável né mais resistente ao ambiente da da
bactéria eh essa propriedade é muito importante eh dentro do controle microbiano isso porque a antissepsia e a desinfecção não consegue eliminar ã os endósporos das superfícies a antissepsia vai lembrar que é a redução da Contagem microbiana ã em tecidos vivos então por exemplo na nossa pele e a desinfecção é a redução da contagem de microrganismos vivos em superfícies a abióticas então por exemplo uma mesa e aí processos que fazem essa antissepsia e desinfecção são por exemplo a fervura quando a gente aplica álcool ou compostos quaternários do amônio em alguma superfície esses processos não conseguem eliminar
os endósporos das bactérias Gran positivas mas a esterilização que é quando é removido totalmente todos os microorganismos vivos consegue eliminar os endósporos então processos de autoclavação altas doses de radiação ionizante e a imersão em glutaral deido por 3 a 10 horas por exemplo conseguem eliminar os endósporos então uma boa forma de testar se algum método de esterilização novo é realmente eficiente é vendo a contagem de endósporos que sobraram nessa superfície depois de terem feito a esterilização e a gente chegou então as diferenças nas manifestações clínicas Mas antes a gente precisa esclarecer alguns conceitos O primeiro
é o de patogenicidade que é a capacidade de um organismo em causar doença por meio da superação das defesas do hospedeiro isso porque nem todas as bactérias nos causam doenças bactérias da nossa microbiota Por exemplo quando elas estão em equilíbrio com a gente Elas podem até ser benéficas pro nosso organismo mas aí por exemplo quando nossa imunidade baixa elas podem usar essa oportunidade e nos causar doença já a virulência ela é o grau da patogenicidade que vai depender de alguns fatores por exemplo a Adesão e a especificidade da bactéria ela é garantida pelo glicocálice frouxo
e pelas fimbrias pelas fimbrias só nas bactérias GR negativas a mobilidade para chegar até a célula que vai ser infectada ela é garantida pelo flagelo a proteção contra fagocitose ela é garantida pela cápsula né do glicocálice ã denso e organizado e a resistência às condições adversas ela é garantida pela esporulação nas bactérias grampositivas e o dano que as bactérias podem causar no hospedeiro pode ser H causado tanto pela multiplicação das bactérias quanto pela liberação de toxinas então assim a gente pode ver que eh bactérias Gran positivas e Gran negativas podem ter fatores de virulência que
a outra não tem que são específicos pro tipo delas Então agora eu vou entrar ã mais aprofundadamente no tópico das toxinas que existem toxinas de dois tipos as exotoxinas e as endotoxinas as exotoxinas elas podem ã ser liberadas tanto por bactérias Gran positivas quanto por bactérias Gran negativas Essas exotoxinas são secreções do crescimento e do metabolismo natural da bactéria geralmente precisam de receptores para atuar e geralmente não causam febre já as endotoxinas só as bactérias Gran negativas podem liberar porque a endotoxina é uma parte do lipopolissacarídeo que eu falei que tá presente na estrutura da
membrana externa então não teria como tá presente na bactéria Gran positiva a endotoxina é o lipídio a que é uma parte do LPS né que é formado pelo lipídio a pelo CNE polissacarídeo E pelo antígeno o o lipídio a ele só se torna um fator de violência depois que a bactéria morre eh o lipí a geralmente não precisa de receptor para atuar ele causa febre dilatação dos vasos sanguíneos e formação de coágulos e quando esse lipídio a é liberado em concentrações muito elevadas e de uma vez só no nosso sangue ele pode causar o choque
séptico apesar de não ser a única causa do Choque séptico e agora chegando ao final da nossa aula eu vou falar sobre algumas diferenças nas aplicações farmacológicas Então os antibacterianos eles são fármacos que podem agir tanto matando diretamente as bactérias quanto inibindo o crescimento e multiplicação delas ele eles podem ser de amplo ou Estreito espectro isso vai depender da amplitude de grupos taxonômicos que eles conseguem atingir as bactérias gan negativas como eu falei apresentam uma barreira Extra que é a membrana externa hidrofóbica que faz com que alguns antibacterianos não consigam chegar aos seus alvos de
ação aqui eu coloquei Quais são os alvos de ação possíveis PR os antibacterianos então primeiro o oss somo que vai parar o crescimento e multiplicação da bactéria pelo bloqueio da síntese de proteínas e esse antibacteriano que tiver o alvo ã que tiver como alvo o ribossomo ele vai ter uma ação mais profunda porque ele precisa eh chegar no meio intracelular para h ter contato com os ribossomos outro alvo possível é a membrana ã celular que nesse caso os an bacterianos vão agir como um detergente que vai dissolver a membrana celular um exemplo é a polimixina
b que age melhor nas bactérias Gran negativas a parede celular também pode ser um alvo do antibacteriano e os os antibacterianos que tem a pared celular como alvo são considerados os melhores eles agem inibindo a síntese da rede com conformação final ã de peptídeo glicanos e um exemplo é a penic penicilina né que age melhor paraas bactérias Gran positivas Apesar de que algumas penicilinas sintéticas também já agem bem nas ã bactérias Gran negativas a penicilina então por exemplo ela interfere na ação da enzima transpeptidase que ia ligar as fileiras do peptídeo glicano ã outro alvo
de ação é o DNA ou a síntese de ácido de ácidos nucleicos que vai interferir na replicação e na transcrição gênica das bactérias e outro alvo também é a inibição da síntese de metabólitos essenciais em que o bacteriostático vai agir por competição de sítio de ação e um exemplo são as sulfas que são de amplo espectro agora algumas formas de resistência que as bactérias TM para driblar ação dos antimicrobianos que são comuns as bactérias Gran positivas e Gran ativas A primeira é a inativação enzimática do fármaco que acontece basicamente como se o fármaco fosse uma
chave e a bactéria produz uma substância que entorta essa chave e ela não consegue se encaixar no sítio de ação outra forma é a alteração no sítio alvo que dessa vez ao invés de entortar a chave a bactéria vai deformar a fechadura então a chave não vai conseguir encaixar onde ela ia atuar só que as bactérias Gran negativas T algumas formas de resistência eh únicas para elas né porque elas têm a membrana externa que é hidrofóbica então para alguns antibacterianos conseguirem entrar eles precisam passar pelas porinas só que aí elas conseguiram ter duas formas de
resistência além das bactérias grampositivos A primeira é a prevenção de entrada no sítio alvo que acontece quando as porinas se fecham e não deixam esses antibacterianos entrarem e a segunda forma é quando as porinas expulsam o antibacteriano antes da hora para fora da bactéria então a gente consegue entender assim que é muito importante saber a diferença das bactérias Gran positivas para as Gran negativas também para proporcionar o melhor tratamento pro paciente que tá enfrentando uma doença bacteriana a gente tem que saber se o espectro é amplo ou estreito e se essa a bactéria já tem
ou não resistência a esse antibacteriano além de outros aspectos que também devem ser avaliados na busca da melhor alternativa então a gente chegou ao final da aula eu espero muito que vocês tenham gostado e que essa aula tenha sido útil muito obrigada pela atenção e para saber quando tem vídeo novo vocês podem seguir o Instagram do doutor acadêmico muito obrigada