e Salve galera tudo bem com vocês hoje a gente vai falar um pouco sobre reestruturação produtiva que é o momento em que o capital capitalismo o modo de produção capitalista precisa se reformular se Reinventar para continuar garantindo acumulação de riqueza né exploração que é o princípio fundamental de sistema bom gente entender porquê dessa necessidade de transformação a gente se entender um pouco contexto em que o capitalismo se vê numa encruzilhada e no começo dos anos 70 já na verdade no finalzinho dos anos 60 mas mais intensamente no começo dos anos 70 o capitalismo enfrenta uma
profunda crise estrutural porque eu tô falando crise estrutural e vou chamar atenção para essa esse adjetivo estrutural e existem crises que são conjunturais ou seja algum elemento externo né que possa desequilibrar um pouco ali o funcionamento do sistema capitalista levar uma crise é uma uma algo inesperado algo fora da normalidade que leve a uma crise né esse é uma crise conjuntural agora nesse contexto no começo dos anos 70 ele tá falando em uma crise estrutural do capitalismo quem vai desenvolver essa ideia de crise estrutural é um Pensador chamado istvan meszaros né ele vai ressaltar sua
importância de se chamar atenção Para esse adjetivo estrutural porque estrutural O que é uma crise inerente ao próprio funcionamento do sistema capitalista do modo de produção capitalista que quer dizer isso quer dizer que o funcionamento do capitalismo ele as contradições internas essas contradições é que são marcadas pelas relações de produção pelo fato de uma classe se explorar outra né para garantir a sua riqueza é como o Marcos já vinha falando lá daí no século 19 o a lógica de funcionamento do capitalismo consiste no enriquecimento de uma classe em detrimento da pauperização e outra classe é
enquanto o quanto mais a burguesia acumula mais pobre mais sacrificada mais sacrificado é o proletariado essa é uma contradição contradição inerente ao funcionamento do sistema capitalista Além disso você é uma catálise ele vai é quando ele opera na lógica de acumular sempre acumular cada vez mais riqueza né na mão da burguesia ele vai gerando problemas internos né Essa tem essa questão da diferença oi tchau Mas tem uma questão é própria dos limites de sistema E é isso que a gente percebe nos anos 70 na com o capitalismo essa crise estrutural do capitalismo vejo o modelo
de produção né capitalista que a gente vinha observando aí desde o comecinho do século 20 lá nos anos 10 anos 20 né E que vai indo a todo vapor né até a década de 50 e 60 é o modelo fordista-taylorista Aquele modelo baseado na linha de produção na organização racional do trabalho para aumentar produtividade para produzir cada vez mais cada vez em menos tempo barateando o preço das mercadorias e propiciando um consumo em massa então a lógica de funcionamento do modelo fordista-taylorista é produção em massa seguido de um Consul e se produzir muito carro se
consumir é muito carro pro dia muito muita geladeira se consumir muita geladeira agora esse modelo de produção ele tem um limite Unity estrutural quantas geladeira sem de compra por ano né eu compro uma geladeira ela dura ali uns 10 15 anos espero né ou um carro a gente compra o carro e não é todo mundo que consegue trocar de carro todo ano né Isso é um privilégio de algumas Claras é que eu tô querendo dizer com isso é que essa ideia de consumir em massa né típica do fordismo tem limite né não é a gente
não consegue consumir no mesmo nível que se produz por muito tempo é claro que durante muitos anos você conseguiu conseguiu produzir bastante e se consumir bastante mas no começo dos anos 70 ele começou a chegar no limite no limite próprio desse modelo desse padrão de produção e acumulação de Capital produzir em massa e consumir em massa tem um limite e é nos anos 70 que o capitalismo começa a chegar nesse limite do consumo em massa tá esse esse limite essa crise do próprio modelo fordista-taylorista ele vai ser acentuado por uma outra crise que foi a
crise do petróleo né crise do petróleo eu tenho nego Marco histórico aí o ano de 1973 Mas a partir 1983 ele tem vários episódios sem melhor foi uma aquele petróleo foi uma subida generalizada e rápida dos do preço do barril do petróleo é o PEP organização dos países exportadores de petróleo se reuniram e decidiram elevar o preço do petróleo que é fundamental fundamental para a produção industrial porque além de fonte energética ele também é matéria-prima tem que pensar na quantidade de plástico que está envolvido ali na produção industrial a gente já consegue perceber a importância
do petróleo na produção industrial pois bem com a subida do preço do petróleo a uma subida no preço das mercadorias Por que ficou mais caro produzir mercadoria aquele plano tchau tchau ali do do Ford né de produzir em grande quantidade para baratear o preço das mercadorias isso entra em contradição com a subida do preço do petróleo Então as mercadorias vão ficando cada vez mais caras por conta do preço do petróleo se a população já não tinha condições de consumir no mesmo nível que se consumir há décadas atrás com a subida dos preços essa crise se
acentua né vem vai chegar numa crise profunda do capitalismo Além disso né e diante dessa crise diante dessa desses limites da produção fordista taylorista dessa produção em massa né e da crise do petróleo mas também um movimento de financeirização da economia e o sistema financeiro né os bancos os especuladores os investidores começam a perceber que a lucratividade do setor produtivo ela é muito limitada ela tá chegando no limite né não é mais vantajoso investir no setor produtivo por isso que há uma migração de investimento para o setor especulativo que o mercado financeiro né investimento em
ações em títulos de dívida né em títulos de dívida pública em mercado imobiliário em fundos de pensão né são ambientes do sistema financeiro que ofereciam maior lucratividade Ou seja foi visto ali naquele momento né a partir dos anos 70 uma possibilidade de ganhar dinheiro sem precisar produzir mercadoria você tinha e os investidores viram essa possibilidade de acumular riqueza sem precisar apertar um parafuso sem precisar produzir uma peça que seja é um ganho por meio da especulação né do da movimentação do sistema financeiro tá então a o que a gente tá vendo aqui o modelo de
produção fordista ele tá perdendo o consumo Ele está encarecendo ele está tendo cada vez menos investimento do setor financeiro né os bancos deixam de investir na produção industrial e passo investir no mercado de ações nos fundos de pensão nos títulos da dívida e diversos países e esse modelo de produção chega no seu limite seu limite estrutural do capitalismo está em cheque ou existe uma transformação radical da sociedade ou o capitalismo precisa se Reinventar E é isso que acontece a gente vê uma reorganização do próprio modelo do próprio modo de produção capitalista por um lado essa
saída Mac a financeirização da economia essa migração do do capital produtivo cru capital financeiro já é uma forma de garantir os ganhos da burguesia e da classe dominante né por meio da especulação mas era preciso também uma saída do setor produtivo né como que a produção industrial vai ser se organizar para continuar garantindo lucratividade continuar garantindo acumulação de riqueza é a resposta para isso vem do Japão o modelo japonês desenvolvido inicialmente na fábrica da Toyota e é por isso que a gente chama também de modelo toyotista é um modelo de produção diferente modelo de produção
que não está mais baseado na lógica de produzir muito para ser consumido muito é uma produção flexível por isso também que a gente chama esse período né de reestruturação produtiva de acumulação flexível né de riqueza de produção flexível essa produção flexível né que que recebe né o apelido de produção de Just in Time é uma produção praticamente uma produção sob demanda você cria primeiro Uma demanda de consumo para depois produzir você não precisa mais produzir muitos produtos iguaizinhos Porque como ele é sobre demanda ele pode ser mais personalizado e você não precisa produzir muito o
tempo todo você produz mais quando tem mais e manda produz menos como tem menos e manda deixa de produzir se for o caso tira um produtos da linha de produção ele não se não houver demanda para aquele produto né uma outra característica desse modelo toyotista é a descentralização da produção Já que você não precisa produzir muita coisa muito produto ao mesmo tempo você pode flexibilizar a organização da produção eu não vou não preciso manter mais uma fábrica com 20 mil funcionários produzindo desde do parafuso até o painel eletrônico do carro não é tudo no mesmo
espaço porque eu não sei mais como vai ser a demanda né para produção daquele produto e eu preciso me flexibilizar de acordo com a demanda que é flexível Então existe um processo de descentralização da produção as multas no caso do da indústria automobilística as montadoras né e a ideia de montadora vai ficar mais claro agora a montadora Ela Monta o carro a partir da produção que é feita em outras empresas têm um pernilongo aqui ó e continua é a partir da produção que é feita em outras empresas então é uma transferência da produção de um
produto de um carro por exemplo para diversas outras diversas outras empresas então vai tomar empresa especializada em produzir o parafuso em outra que vai produzir o sa se você quiser produzir o motor outra que vai produzir o painel eletrônico EA montadora Vai juntar tudo isso é colocar ali o emblema né da montadora da Ford da Volkswagen na Mercedes né e vender o carro então essa descentralização da produção faz com que as grandes indústrias né que tinha um anos 20 mil funcionários passem Até agora dois meu funcionário você sofre dos funcionários o mínimo necessário para montar
ali a o carro para finalizar o produto de acordo com a demanda quando tem uma demanda maior a contratar mais mas o número de funcionários necessários para a manutenção da produção flexível é bem menor tá a gente vê também um processo nessa descentralização da produção ela se traduz também como um processo de terceirização é ou seja passar para outras empresas né funções que antes eram desempenhadas na empresa principal né E essa e esta descentralização da produção ela se dá não só no ambiente de cada país mas também em nível internacional né então a gente tem
uma nova divisão internacional do trabalho né em que um produto por exemplo um avião da Boeing né que é produzido em 15 países diferentes tem um país que vai produzir o Leme outro que vai produzir a os estofados nos Bancos outro para produzir o motor né e a Boeing Vai lá vai juntar tudo né na sua fábrica mas um avião que foi feito em partes em diversas partes do mundo então a gente tem uma integração das economias mundiais né é dentro dessa lógica de produção flexível né Então você vai ter um país produzindo uma pecinha
outro para explodir no outro pecinha ou para explodir o outro pecinha e a montadora que junta tudo na sua empresa principal é claro que quando as empresas Vão buscar descentralizar sua produção e levar a parte da produção para outros países mas não fazem isso à toa ela sozinhos buscando reduzir os custos da produção então elas vão em lugares em que é possível encontrar matéria-prima mais barata em que a mão de obra seja mais barata né ou seja o valor da força de trabalho seja reduzido né Onde existe uma legislação ambiental mais flexível e que você
possa explorar extrair é riquezas naturais nesta em grandes empecilhos e isso vai vai barateando o custo da produção certo é nesse sentido que a gente vê uma uma um processo né de busca por regiões o países que têm uma legislação trabalhista mais frágil mas flexível né ou como aconteceu em vários lugares que no caso do Brasil em que existe uma legislação trabalhista legal proteger os trabalhadores mas essa legislação foi sem e é destruída foi sendo flexibilizada para que a força de trabalho aqui fosse mais barato que a gente pudesse atrair esse esse é o interesse
dessas dessas multinacionais dessas empresas estrangeiras para vir aqui o utilizar essa mão de obra mais barato tá certo é o modelo toyotista japonês ele tem uma outra característica também que é a participação dos trabalhadores nas decisões isto um lado parece algo muito interessante porque parece né no nível Na aparência com P com a lógica da alienação do trabalho então aquele trabalhador que só aperta parafuso né agora ele vai começar a pensar né vai ser convidado a participar das decisões da empresa nesse convidado a pensar em como ela produzir de forma mais eficiente de formas mais
e agora por baixo da aparência né a gente vai analisando os mais profundamente a gente percebe que esse essa participação dos trabalhadores nas decisões na organização da produção é uma participação limitada e controlada né pelos pelos próprios patrões pela própria burguesia pelos capitalistas Ou seja aquele trabalhador ele é convidado né a participar da produção né mas ele é convidado a garantir os lucros e acumulação de capital dos patrões né e em certa medida existe uma uma uma Retribuição vamos assim eu trabalhadores né um bônus é uma promoção alguma coisa assim mas a gente consegue perceber
que em escala observando isso em grande escala a gente vê aqui essa participar as dores eram muito mais lucro para a burguesia para os donos dos meios de produção né em ganhos muito pouco significativos para os trabalhadores tá bom esse modelo Mas esse período tá difícil é esse modelo japonês modelo toyotista né que vai sendo implantado pouco o passo a passo pouco a pouco em diversos países né dessas empresas estão adotando esse modelo ele traz impactos significativos para o mundo do trabalho para o trabalhador o primeiro ou aspecto que a gente pode ressaltar é a
questão do desemprego a gente tem um creme desemprego crescente se antes uma empresa a empregava 20 mil trabalhadores agora ela precisa de dois mil trabalhadores ou seja ele teve desemprego em massa e generalizar a gente tem também uma limpa o som da legislação trabalhista é de diversos países justamente nessa tentativa de atrair esses investimentos das empresas multinacionais Então os países vão flexibilizando a sua legislação trabalhista deixando trabalhadores cada vez mais desprotegidos com cada vez menos direitos trabalhistas para que o valor da força de trabalho nesse país fosse menor e mais atrativo para as empresas multinacionais
É nesse contexto que a gente tem por exemplo a reforma trabalhista aprovada aqui no Brasil em 2017 no sentido de de colocar o Brasil no mundo dessa forma com a gente aqui A gente é mão de obra barata né É claro que isso levou um processo de informalização né de desemprego na série de consequências que pode trabalhar mais Em outro momento outra característica né outro Impacto para o mundo do trabalho e dessa reestruturação produtiva dessa adoção do modelo toyotista né é a exigência de um trabalhador Polivalente que antes lá no fordismo fordismo o trabalhador de
tem que ser apenas um macaco amestrado apertar parafuso no tempo certo né agora no modelo toyotista o trabalhador opção saber desenvolver várias funções que agora não vai só apertar um parafuso ele vai apertar o parafuso ele vai ligar a máquina ele vai fazer a manutenção da máquina ele vai ser convidado a pensar em estratégias de aumentar a lucratividade e reduzir custos né então ele precisa ser um trabalhador Polivalente e flexível ele precisa estar apto a desempenhar diversas funções às vezes diversas funções ao mesmo tempo tá então muda né a característica do trabalho né do da
exigência Oi para o trabalhador Então existe um tem mais exigência de qualificação né maior né e e de um trabalhador que seja apto a desenvolver várias funções inclusive não só funções manuais né mas uma outra característica né do trabalho no modelo toyotista é justamente essa a necessidade de usar a capacidade intelectual do Trabalhador é quando o trabalhador é convidado a participar da produção né a participado das decisões ele está sendo tendo a sua capacidade intelectual também utilizada na acumulação Então ela ainda de ser explorado no seu trabalho físico manual ele também é explorado né de
uma exploração da sua capacidade intelectual e criativo né ah ah E é claro que uma coisa a gente precisa deixar muito muito muito bem esclarecido né não dá para dizer em basta olhar para qualquer indústria né perto da gente não dá para dizer que o modelo fordista foi completamente substituído pelo modelo toyotista tá a gente tem até os dias de hoje a convivência entre os dois modelos porque algumas coisas continuam sendo produzidos em série outras não então é não dá para gente pensar isso como o tipo acabou o fordismo e como eu sou o toyotismo
e pronto não é como se fosse uma mudança repentina e isso é uma mudança gradual né e diversos elementos do fordismo continuam existindo né nas indústrias continua existindo na produção a Industrial setor produtivo Tá então não não é uma mudança geral a repentina de um modelo para outro é um a gente está vivendo um período em que existem estruturas de produção fordista convivendo com estruturas de produção toyotista flexíveis tá torne tem a convivência na Entre esses dois elementos