A pergunta é: você sabe o que é meu "Down"? Pois é, muitas pessoas sensíveis me contam como se sentem mal no frio, no calor, em ambientes barulhentos, e muitas dessas pessoas até receberam diagnóstico de síndrome do pânico, por exemplo. Então, será que é pânico mesmo?
Então, fica a pergunta. E o médico geralmente quer saber diferenciar um ataque de pânico de uma crise por sobrecarga sensorial, né? Que geralmente os autistas têm.
As pessoas hipersensíveis também tendem a ter, mas as diferenças podem passar despercebidas para os leigos e até mesmo para alguns profissionais de saúde, né? Porque vocês me contam que, às vezes, estão sendo tratadas por anos com outros diagnósticos e no final das contas era autismo. Então vamos lá conversar um pouquinho mais sobre isso.
Para entender o que é "meltdown", nós precisamos saber qual é a tradução desse termo. Apesar de aqui no Brasil muitos profissionais usarem o mesmo termo em inglês, pois nós podemos, "meltdown" é como um colapso, ou seja, uma resposta física, emocional, às vezes verbal também, muito intensa aos estímulos que o indivíduo sente como excessivos. Vocês me contam aqui nos comentários que, às vezes, vocês podem ter muita raiva e a pessoa pode chutar, balançar-se, gritar mesmo, chorar, que é muito comum também.
E é por isso que esse "meltdown" no autismo causa tanta confusão, principalmente na infância. Por quê? Porque as crianças de 2 anos, assim, chutam, gritam, quando estão muito frustradas, elas entram em desespero.
Essa é a clássica birra, né? Então, até que ponto esse comportamento é típico em um bebê? E quais são os sinais de alerta, né, para que os pais ou professores de vão procurar ajuda?
Pois é, agora que você sabe qual é o conceito de "meltdown", que é um colapso por sobrecarga sensorial, aí você vai diferenciar isso de uma birra, como pelos acontecimentos antecedentes e o comportamento também da pessoa em crise. Menos uma criança que estiver em um "meltdown", os princípios básicos, né, os sinais clássicos da hipersensibilidade, é a busca natural por menos estímulos. Porque se o autista tem um distúrbio de processamento sensorial, ele costuma precisar de um ambiente mais neutro, mais silencioso, para processar as novas informações.
E isso tem que acontecer naturalmente. Por exemplo, a menina autista pode ficar super tranquila até a idade escolar e talvez ninguém nem perceba qualquer alteração de comportamento porque ela vai estar em um ambiente controlado em casa ou com poucas pessoas, com a família, sem muitas alterações de rotina. Tem muitos estilos diferentes.
Mas aí, quando ela vai para o Jardim de Infância, a gente começa a ter a criança com muito barulho, muitos estímulos e interrupções, né? As demandas são maiores e se ela se sentir sobrecarregada, aí sim ela pode começar a ter esses colapsos. Quer dizer, nós precisamos desconfiar desse rótulo de "pirracenta" quando a criança tem comportamentos funcionais em outros ambientes, em ambientes mais calmos.
Porque se a criança não tiver acomodação no ambiente educacional, ela pode ter sérios prejuízos, tanto acadêmicos quanto emocionais. Então, se for realmente um "meltdown", a gente tem que dar o suporte adequado, a pessoa não pode só ser classificada como "pirracenta" e pronto! Imagine isso na fase de alfabetização, quando o cérebro mais precisa focar em uma tarefa e produzir um resultado específico também, né, que é a leitura adequada, a escrita, prestar atenção, interpretar os textos.
Se a criança se sente sobrecarregada com esses estímulos sensoriais, com colegas batendo no ombro dela, as pessoas se mexendo na frente dela, falando enquanto ela tenta se concentrar, esse excesso de estímulos pode deixá-la como um vulcão em erupção. E aí, quando explode de verdade, ninguém quer estar por perto porque aquela energia toda concentrada, às vezes, sai sem muita elaboração. Vocês me contam o que sobra para escova de cabelo e outros móveis, tudo, né?
E você consegue agora perceber como o "meltdown" é realmente diferente da birra e basicamente da criança típica, né? Mas um detalhe para você: ela faz birra porque não consegue alguma coisa, e aí ela fica frustrada, fica muito chateada. E a birra tem um alvo certo, de atenção, geralmente tem um objetivo.
Tanto que tem muita gente que posta vídeo de criança que só berra enquanto tem alguém olhando para ela, enquanto tem um adulto por perto. Mas a pessoa autista não. Ela não tem essa consciência da sua necessidade, né?
Um acúmulo e até que ela não consegue mais cortar porque não consegue processar tantos dados ao mesmo tempo. Aí o cérebro entra em pane e o corpo todo quase entra em pane. Existe até um outro termo que, assim como a palavra "pane", né, vem da tecnologia e é usado para o autismo: as palavras "shutdown", que significa desligar, apagar, se desconectar.
E essa reação é muito frequente nas linhas autistas. Então, essa palavra traduz muito bem essa reação. Aqui vocês também costumam escrever aqui nos comentários e vocês vão ver que em várias situações, em vez da menina explodir, ela simplesmente perde energia, ela murcha, fica muda, paralisada, apaga mesmo.
E esse é o "shutdown". Mas voltando aqui à explosão, nós já conversamos um pouco sobre referências e, dentre o "meltdown" e a birra, agora vamos saber como saber se não é mesmo um ataque de pânico. Será que é o "meltdown"?
Será que é pânico? E, principalmente, a mulher adulta. Esse diagnóstico de pânico pode vir antes de alguém cogitar o autismo.
E eu não sou médica, vocês sabem. Então, eu vou falar isso pessoalmente sobre esse assunto, né? Só para alertar um pouquinho para que vocês façam outras buscas, porque eu vejo que isso afeta profundamente o desempenho acadêmico de muitos estudantes neurodivergentes, tanto pânico quanto o colapso.
Uma diferença simples é que o pânico está muito vinculado à ansiedade. A pessoa, às vezes, sente falta de ar ou a sensação de estar abafada; de repente, ela está em um lugar fechado, né, como um cinema ou um teatro, e não vê a saída por perto, e vem o medo. É verdade, ela começa a hiperventilar, né, respirar muito rapidamente, superficialmente, e libera uma série de neurotransmissores que geram sobrecarga física também.
A reação realmente pode ser parecida, mas o ataque de pânico costuma ser bem mais rápido do que o momento. O pânico geralmente dura o tempo do pico da adrenalina, né, e a pessoa vai se acalmando, se ela estiver em um ambiente aberto. Então, a pessoa consegue seguir o dia dela, geralmente, né, ela consegue seguir a rotina depois de se acalmar, se hidratar, respirar melhor.
Enquanto isso, no colapso neurodivergente, né, a pessoa pode ficar exaurida, ficar exausta mesmo depois de ter esse episódio mental. Agora, o detalhe é que o pânico não é um problema reservado aos livros típicos e, inclusive, o pânico pode ser o estopim para um colapso. Olha só que complexo, né?
Bom, então o diagnóstico pode ser difícil mesmo. A gente não está reclamando aqui dos médicos, é só pra gente enxergar melhor. E, como eu disse, o objetivo aqui era só dar uma pincelada mesmo nesse assunto para que você possa diferenciar minimamente as reações ao estresse.
E de tudo isso, fica uma outra pergunta: o que fazer para melhorar se você tem esses colapsos ou apagões da ansiedade? E aí, claro, vai ser importantíssimo conversar com o seu médico, conversar com a equipe que acompanha você, porque existem vários recursos bioquímicos para reduzir a ansiedade. Eu, por exemplo, tomo ingestão de lítio toda quarta-feira para reduzir meu nível de tensão.
O agito mental foi o que mais melhorou a qualidade do meu sono e a minha disposição no dia seguinte. Então, o efeito dura mais ou menos uma semana, um pouquinho mais. E vi, sim, muitos recursos naturais, como fitoterápicos, exercícios respiratórios, e a música também.
Uma ocitocina sublingual me ajuda a relaxar à noite, e aí fico mais resiliente no dia seguinte. Começo muito sensível, então não tolerei nenhum tipo de ansiolítico ou antidepressivo quando precisei, né, no passado. Geralmente, as opções que os médicos nos dão, né, e por conta da minha hipersensibilidade.
Então, foi uma longa jornada até a remissão total das minhas crises. E lembrando que, não se esqueça, eu tenho alteração do processamento sensorial, sou hipersensível. Mas muitas pessoas se sentem bem, percebem melhor, mesmo mais calmas, quando elas usam os fármacos.
Por outro lado, eu uso alguns recursos internos, porque os medicamentos para reduzir a ansiedade e o pânico não costumam inibir os colapsos nem os apagões por sobrecarga, né, de estímulo sensorial. Então, a pessoa entra em pânico, mas não necessariamente em colapso. Então, além dos recursos bioquímicos, nós vamos ter que usar recursos mentais também e reconhecer os tipos de estímulos aos quais somos mais sensíveis.
Se você tem que reconhecer os estímulos que te afetam, por exemplo, se o seu colega fica te cutucando demais durante a aula, em vez de abrir a boca e berrar com ele, você vai aprender a se expressar, a expressar o seu incômodo para inibir esse tipo de problema. Se o calor é o seu ponto fraco, você pode criar estratégias para enfrentar o verão, como ter sempre uma camiseta na bolsa ou um ventiladorzinho de mão. Eu converso com a equipe da escola, né, para reservar uma sala silenciosa para o meu aluno fazer as provas, uma sala fresquinha.
E eu choro ou exploro os educadores. Aí, às vezes, fico pensando: será que a gente tem que estar por perto, né? Tem que dar um tempo, tem que dar espaço para que a pessoa se recomponha.
E um detalhe é que muita gente reclama que ficar falando demais com ela pode piorar e atrasar a recuperação. Então, dê espaço para o ser humano se recompor. E se a pessoa não estiver em risco, é só aguardar um pouquinho em calma.
E, se você gostou do vídeo, por favor, curta e compartilhe com o seu grupo de pais e professores, com o grupo da sua família também, porque, infelizmente, muita gente sofre não apenas com as crises, mas também com a incompreensão das outras pessoas, né, das pessoas que ela mais ama, às vezes. E agora, também quero que você me diga uma coisa: você já teve um colapso? Você já viu a intensidade?
Será que isso atrapalha os seus estudos? Conte aqui pra gente como você tem enfrentado essa situação, se você tem um filho com autismo ou se você mesma, né, tem as suas crises. Então, compartilhe para a gente crescer junto.
Um grande abraço e até mais! Tchau tchau!