Oi Hoje a gente vai mergulhar na nossa caixa de pandora ou no nosso Divan secreto porque a gente abriu uma caixinha no Insta perguntando conte o seu segredo aquilo que você não conta para [Música] ninguém inconsci transborda e na verdade aqui ele é consciente a gente vai fazer o convite e O Anonimato garante o melhor da gente nesse sentido porque a gente pode pô palavra nas nossas fantasias aquilo que é segredo encosta roça nas nossas fantasias inconscientes sexuais infantis as mais profund isso é a base do que a gente quer percorrer numa análise o que
a gente vai descobrindo que a gente vai chegar ainda choro e sinto saudades de um relacionamento passado que foi abusivo fisicamente Então essa é é quase um clássico do que a gente vai chamar de um relacionamento abusivo ou uma relação tóxica E aí vem a pergunta por que é tão difícil se descolar disso qual Por que a gente né tá tá explícito aqui choro tenho saudade amo né me conecto então que que que que mostra a nossa fantasia normalmente é justamente onde a gente engata no nosso ponto de mais vulnerabilidade com o outro que tá
colocado num lugar de grande outro ou seja a minha posição toca aquilo que o Freud vai chamar de masoquismo primordial por quê Porque é como se em algum lugar muito arcaico do inconsciente eu tivesse uma identificação com o lugar de um bebê objeto ainda não feito sujeito e adulto e autônomo um objeto na mão de um outro que ele sim tá num lugar de sujeito então ele que me pega me manda me tira vai para cá volta faz eu sou a potência né Eu tô no lugar daquele que que pode que sabe que manipula que
abusa e que pode bater e que pode subir e descer olha só que incrível a gente ter um grande outro né E esse nome Grande grande não tá aí à toa né a gente a gente imagina que esse outro pode tudo então isso dá em algum lugar da psique isso dá um apaziguamento imaginário pra gente ele é poderoso e ele é tão poderoso que eu nada posso contra ti então vem aqui eu me submeto e ainda bem né o mecanismo é esse ser não é frágil por precisar usar por exemplo a violência não ele é
incrível ele é potente ele é tudo e ele no fundo aí eu vou racionalizar se ele me batia e por exemplo era uma briga de ciúmes em alguma medida eu provoquei se o outro né ele fica ou ou ou nervoso ou com ciúme ou por exemplo né uma questão de violência doméstica ou íntima muito comum é quando o o normalmente é o homem se incomoda com essa mulher autônoma tanto sexualmente né aquela que né Ele diz ah Sua vaca Sua você tá fazendo o quê ou ela começa a poder ir e vir ou trabalhar ganha
mais enfim é alguma coisa que oprime esse ser imaginariamente e ele se vê mais frágil e aí o que que ele tem ele tem a força física então ele bate então normalmente esse bater essa violência não revela um grande outro potente pelo contrário revela a vulnerabilidade desse outro diante de mim ou diante daquilo que seria imaginariamente uma mulher autônoma livre potente ela e forte né Então aí diante dessa mulher e dessa figura eu fico louco e fico fragilizado e só posso usar o que eu tenho de potência que é a força física então normalmente o
mecanismo é algo nessa linha só que aí eu me submeto porque eu também não quero vê-lo esse outro como fragilizado eu não quero tá nesse lugar de potência e de autonomia de liberdade e o outro aqui então eu quero e não quero essa esse é o sofrimento Essa é ambiguidade a famosa ambivalência então eu continuo recebendo isso até que não dá mais eu consigo me separar mas em algum lugar da minha fantasia Ops eu ainda coloco esse outro aqui no lugar de potência de amor era muito bom fora isso era ótimo porque a gente faz
isso né a gente corta pedaços do outro né dessa figura do outro para nós a gente fatia a gente tem foco seletivo Isso faz parte dos mecanismos que a gente tá aprendendo até com neurociência até né a gente tem mecanismos muito claros que são de luz e de apagamento que ar oscuro como a gente diria na história da arte a gente tem isso daqui a gente vê aquilo que interessa para manter o outro num lugar de superioridade idealização fetichização potência e a gente apaga todo o resto né nunca segui o tratamento com os remédios prescritos
pelo meu psiquiatra olha só que interessante parece tão diferente do que a gente acabou de conversar mas vocês vão ver que toca em alguma medida nisso por quê Porque ao seguir o tratamento qualquer tratamento né psiquiatra ou a ginástica ou mesmo uma análise ou Enfim uma dieta qual seria o pressuposto basal de qualquer uma dessas coisas a minha maior autonomia certo a minha maior capacidade de usar os meus recursos de estar no mundo de fazer aquilo que eu poderia fazer de melhor então a ideia seria que os tratamentos psiquiátricos me dariam naquele momento uma ajuda
para que eu pudesse seguir a minha vida com mais autonomia ao não tomar os remédios Das duas uma ou eu não acredito piamente nesse tratamento não faz sentido para mim não preciso e é esse o jogo né É uma rivalidade fálica imaginária quem sou eu que não preciso de terapia não preciso de exercício não preciso cuidar da minha saúde não preciso de remédio né então esse não preciso é tô muito bem me viro isso é muito comum a gente tem que lidar com essa fantasia de onipotência narcísica no início de qualquer trabalho de qualquer e
ideia de pedir ajuda pro outro ou pedir a expertise do outro ou fazer uma sociedade com o outro isso vale para qualquer parceria humana eu vou fazer com você um trabalho na nossa equipe né uma equipe de trabalho um time de futebol enfim qualquer um um casal a gente não tem que se sentir diminuído porque o outro tem um conhecimento ou uma ferramenta e eu não uso porque eu não preciso né você fala olha eu tenho essa expertise esse talento eu faço isso você me complementa ou o que você pode fazer né Isso seria o
melhor cenário do planeta terra a gente não precisar com o outro não ficar siderado pela potência que o outro tem pelo talento pela possibilidade que o outro tem e exerce isso vale em qualquer Campo amoroso profissional seria muito interessante a gente poder receber o que o outro tem de de bom sem se deixar atingir por isso sem precisar atacar sem precisar invejar sem precisar construir né então poderia ser algo nessa linha eu não não preciso daquilo que você me dá porque eu sou autônomo e é uma fantasia de né eu preciso manter meu narcisismo intacto
no fundo que tratamento que nada ou poderia ser a fantasia oposta né eu sei já muito bem que eu preciso e no fundo eu não quero sair dessa posição de vítima de doente eu não quero me tratar eu não quero melhorar eu não quero sair dessa crise com ajuda neste momento de um antidepressivo ou alguma coisa que poderia me dar aquela empurradinha para que eu então tomasse as rédeas da minha vida e pudesse viver as minhas potencialidades ao máximo Então é quase o oposto eu tenho o grande outro né Não em vez de rivalizar e
ficar na minha posição imaginária de né de força de potência eu mantenho o lugar desse grande outro médico o mundo como aquele que pode que faz que resolve e eu fico aqui não não vou tomar e vou enrolar e vou continuar no lugar de paciente e não de agente ou talvez sejam essas duas coisas um pouco por um lado eu falo não não preciso e por outro lado ai vou levando uma hora passa e não tá tão desconfortável tá nesse lugar de adoentado né então também essa é uma oscilação possível cometi plágio na adolescência e
hoje não consigo me dedicar a algo que amo porque me sinto paralisado escrever aqui a gente fez um crime no passado cometeu um pecado capital e a culpa disso ela não foi trabalhada né nem a culpa nem o ato em si isso ficou como uma marca e a gente vai ficar a vida inteira fazendo uma espécie de expiação do pecado sem ter uma real elaboração sem entrar na conexão básica com o nosso desejo porque a pergunta aqui não é nem Qual é o seu desejo porque tá claro escrever Eu paralisei muitas vezes a gente tem
um trabalho imenso para chegar naquilo que de fato a gente gosta de saber e a gente quer saber mais e a gente quer fazer e a gente quer pesquisar que é a nossa pergunta né o desejo sempre tem a ver com uma grande interrog alguma coisa que no mundo você fala nossa né O que que né O que que tá acontecendo no mundo e e a escrita ela é uma maneira de você chegar nisso todo todo desejo ele tá conectado com o espanto inaugural com uma interrogação com um vazio né Essa a dialética do desejo
e da falta tem uma falta tem uma pergunta como é pera aí deixa eu eu gosto de ler eu quero saber como é o mundo através daquilo que os outros estão me falando é a palavra é a arte da palavra isso já se sabe já se tem o mais difícil eu diria para essa pessoa mais difícil tá aqui que é a conexão sujeito objeto sujeito escrita por que que eu não me autorizo na verdade não é o plágio a causa do trauma a pergunta é por que se precisou o plar a causa já tava anterior
Por que que eu não me autorizei lá atrás a escrever por que que eu precisei copiar por que que eu precisei plagiar porque o outro é que sabe falar sobre o mundo o outro é que tem o talento de pôr em palavras decifrar em palavras a realidade humana que é o que eu quereria fazer que é onde tá o meu desejo só que eu não me autorizo é o outro que pode eu não posso é o outro que detém essa arte não sou eu então é a mesma coisa lá atrás e agora a pergunta é
por que você não pode mas a gente sabe que deve ter alguma como em todas essas esses Segredos tem sempre uma camadinha edípica né então vamos fechar aqui a nossa primeira parte dessa conversa porque essa conversa é é interessante e a gente tem vários outros segredos que valem a pena a gente escutar aqui no nosso no nosso Divan virtual né a gente sempre sabe que todos esses Segredos encostam nas nossas matrizes fantasmáticas e edípico conectam no Édipo no no no Complexo edípico No melhor sentido dele né Não só Ah o pai a mãe o avô
avó o tio cuidador o irmão mas nas relações primeiras que a gente teve na vida então provavelmente Tem uma função que só ela tá autorizada só só um alguém que ocupa né o pai a mãe Professor irmão o escritor o colega que eu plagiei esse lugar da função paterna ele que pode né E no primeiro segredo da relação abusiva é essa né Essa função paterna ou uma função materna autoritária é esse grande outro inaugural terno paterno que me domina e que me ama e que me manipula do qual eu não consigo sair Não consigo castrá-lo
né não consigo fazer a Psiquiatra eu não consigo barrar para que eu possa Advir como sujeito para que eu possa existir ter autonomia poder ser mais livre é isso