Por que o que você come não te envenena

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Atila Iamarino
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Quando você vai numa loja e compra um doce Quem garante que esse doce não foi feito usando arsênico para dar cor ou Quem garante que o leite que você comprou não foi na verdade completado com água e talco ou que a manteiga é realmente manteiga e não uma margarina feita a partir da gordura de restos animais ou que a farinha de trigo não tá cheia de pó de gesso pó de osso pois essa situações todas eram bastante possíveis e relativamente comuns antes da gente ter a vigilância sanitária até a gente tem uma maneira sistemática de
saber os efeitos do que a gente consome no nosso corpo e da gente regular o que pode ou não aparecer na nossa comida ou nos medicamentos que é a vigilância a gente dependia muito mais normas culturais e a gente tem normas de Conduta e até leis contra adulteração de alimentos que são bastante antigas o código de hamurabi já previa como deveria ser a produção e a comercialização de pães bebidas queijos e outras coisas incluindo pena para adulteração normas de composição e qualidade do que era feito até o antigo testamento tem regras e proibições contra consumir
certas plantas ou alguns animais Como não comer Ostras ou carne de porco no que poderia ser uma recomendação sanitária que protegeria as pessoas de alguns parasitoses ou daria períodos e condições onde alguns alimentos podem fazer mal só que conforme a gente se urbanizou E conforme a gente industrializou os alimentos a gente Aumentou a distância entre o que a gente produz e o que a gente consome O que tornou cada vez mais difícil de saber o que tem dentro da comida ou dos remédios que nós tomamos claro que a gente ainda tem problemas Hoje em Dia
com comida contaminada ou até medicamentos contaminados mas nós temos leis que determinam o que pode ou não estar presente neles e órgãos como a Anvisa que inspecionam e agem contra essa contaminação antes disso como a Débora Bloch testes de chás e de pimentas pretas no final do século 19 nos Estados Unidos encontravam tudo neles de folha robusto a carvão e poeira de casa menos as plantas que deveriam estar lá e nesse caso ainda era algo relativamente inofensivo corantes feitos à base de metais pesados como arsênico Cromo e chumbo eram comuns principalmente entre os doces não
que eles tivessem contaminados com isso eles eram feitos disso mortes como as de crianças que tomavam leite contaminado com formaldeído que era usado como preservativo eram comuns A Carne também tinha forma aldeído para poder durar quando era carne do bicho que diziam ser e isso tudo nem foi o que mais me surpreendeu ouvindo esse livro para dar o efeito de espuma amarelada no leite adulterado os fabricantes chegavam a usar cérebro de bezerro misturado no leite e esse tipo de adulteração é bastante complicada porque isso até inviabiliza bons produtos entre os concorrentes porque dentro de um
ambiente desse onde adulteração é tão fácil não tem como Um fabricante honesto manter um produto no mercado se todos os outros concorrentes podem vender mais barato e com muito mais lucro imagina o fabricante de comida numa competição em um mercado por um produto para vender mais sem nada regulando o que pode ser vendido por tentativa e erro o fabricante acaba descobrindo que as pessoas gostam de bebidas doces e os seus concorrentes vendo as vendas descobrem isso também o que que eles vão acabar fazendo adicionando cada vez mais açúcar na bebida para tentar conquistar os consumidores
mas esse de repente um deles descobre que tem uma folha de uma planta chamada coca que deixa as pessoas mais felizes e eufóricas aí Um fabricante pode fazer como químico francês Ângelo Mariane e desenvolver o vinho Mariane que era um vinho misturado com folhas de coca que ele começou a vender na década de 1860 que fez muito sucesso e virou tendência o Mariane promovia esse vinho como uma bebida que despertava o apetite despertava disposição criatividade performance atlética e muito mais e ele chegou a ser premiado e o seu vinho recomendado até pelo Papa tudo bem
que o consumo das folhas de coca uma coisa milenar aqui na América do Sul e chegou ao ponto na época do princípio ativo extraído delas ser recomendado como analgésico até para crianças Só que no caso dessas bebidas estavam surgindo os estimulantes começaram a ser usados para disputar o gosto dos consumidores junto dessa competição por preços menores e sem grandes consequências tanto que o vinho com Coca foi banido mas não por causa da Coca porque ele tinha álcool virou a coca-cola a cocaína da Coca acabou sendo substituída por mais cafeína e mais açúcar nas bebidas para
não perder aquele estímulo com recompensa e a memória que a gente já comentou no outro vídeo sobre cafeína Só que essa substituição da cocaína nos produtos em geral nos Estados Unidos aconteceu muito mais por uma questão racial do que uma preocupação com os efeitos dela como aconteceu com o álcool que foi quando negros começaram a consumir as bebidas e os estimulantes que até então era exclusividade de brancos e isso despertou movimento social para buscar uma proibição os estudos sobre o efeito de substâncias como a cocaína o álcool e até os preservativos e os corantes com
metais pesados que eram usados no século XIX foram acontecer muito mais para frente aqui no Brasil a gente começou a ter regulações de saúde pública de comida de medicina a partir da vinda da família real em 1808 só que o trabalho formal de inspeção e de saúde pública começou mesmo como o trabalho do Osvaldo Cruz e do sanitaristas em 1904 e da em diante foi em 1915 que criaram o serviço de inspeção Federal que aquele carimbo escrito s e f que você com certeza já viu em alguma embalagem de carne ou de laticínios que certifica
a segurança desses alimentos para o nosso consumo assim como aconteceu nos Estados Unidos muitos dos Passos que acabaram melhorando a nossa segurança tanto alimentar quanto de medicamentos foram reações tomadas depois que problemas aconteceram por exemplo com a primeira guerra mundial em 1917 o preço dos alimentos importados subiu muito aqui no Brasil e o que era feito aqui passou a ser exportado por um valor bem maior conhece essa situação só que aí com essa falta de alimentos e com eles ficando mais caros naquela época vieram mais ingredientes de qualidade inferior e fraudes como bebidas batizadas O
que acabou levando São Paulo e Rio de Janeiro a provarem mais regulamentações e passarem mais responsabilidade para órgãos como o laboratório bromatológico do departamento Nacional de saúde pública que testava a qualidade dos alimentos a inspeção dos produtos animais passou para o Ministério da Agricultura que a gente já contou como surgiu um outro vídeo por aqui em 1953 foi criado o ministério da saúde que passou a fiscalizar os produtos médicos em 1960 o mundo reagiu a um outro problema que foi a talidomida que era um medicamento que passou a ser prescrito contra enjoo em uma época
onde os testes clínicos para medicamentos não eram tão rígidos como eles são hoje em dia em ratos ela não apresentou problemas mas nós processamos a talidomida de forma diferente dos roedores em nós ela prejudica a formação dos vasos sanguíneos o que não é um problema para a maioria dos adultos mas nas grávidas que começaram a tomar medicamentos contamidomida para combater o enjoo matinal ela prejudicava a formação dos vasos sanguíneos dos fetos o que quando não matava esses fetos causava várias complicações como a má formação de braços e de pernas a tragédia que isso causou com
milhares de bebês afetados pelo mundo foi o que gerou uma pressão transformadora na forma como os medicamentos são desenvolvidos testados e acompanhados depois do seu uso além de testes clínicos que passaram até que envolver mais modelos animais e mais etapas de segurança Nós também aumentamos a fármacovigilância que é o acompanhamento constante que se faz de eventos adversos os efeitos colaterais em todo tipo de medicamento em uso no mercado no Brasil o acompanhamento de medicamentos dos produtos de limpeza e de dieta começou a se Centralizado em 1976 com a lei da Vigilância Sanitária que foi criada
depois de uma CPI que foi a CPI do Consumidor que foi instalada na época para poder investigar denúncias de fraudes da Indústria Farmacêutica e uma outra mudança importante que acabou acontecendo na década de 60 também foi a noção de que mais uma categoria de produtos poderia afetar a nossa saúde que são os agrotóxicos foi com a publicação do livro Primavera silenciosa da Rachel Carson em 1962 que mostrou os efeitos do inseticida DDT na natureza que a saúde humana e a segurança ambiental passaram a ser preocupações na segurança dos agrotóxicos também aqui no Brasil foi só
em 1989 que agrotóxicos passaram a ser supervisionados também pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do meio ambiente além do Ministério da Agricultura o que faz da aprovação de agrotóxicos recorde que o governo acelerou de 2018 a 2022 uma coisa muito grave bem como desmonte do programa de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos da Anvisa em 2020 O que é uma conversa que merece um vídeo próprio ainda com a criação do sistema único de saúde SUS a vigilância sanitária passou a ser feita pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária que foi criado em 94 E
aí quem passou a coordenar esse sistema e com base nisso regulamentar produtos foi a Agência Nacional de Vigilância Sanitária que a Anvisa criada em 99 e esses dois sistemas dão força um para o outro a Anvisa gara dos medicamentos adotados pelo SUS são seguros e eficazes e os SUS garante que as regras que a Anvisa aplica defendem mais de 200 milhões de brasileiros O que é um mercado consumidor gigantesco que serve como um bom incentivo para os fabricantes atenderem as nossas normas eu posso chegar aqui nos vídeos e falar se Vacine por esse motivo porque
não sou eu Átila que tô aqui avaliando se as vacinas são boas para você ou não é Anvisa e toda a Comunidade Internacional de profissionais de saúde cientistas técnicas e técnicos e milhares de outros que cobram os dados de testes clínicos que analisam e acompanham o desenvolvimento e o desempenho das vacinas por sistemas como o Sistema Nacional de Vigilância de eventos adversos pós vacinação que é um sistema criado em 92 compartilhado pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa que acompanha as notificações de qualquer unidade de saúde do país onde desconfiarem ocorrência de algum evento adverso
pós vacinação esse sistema recebe os dados prontuários exames e toda a documentação de um possível evento E aí os profissionais da Anvisa do ministério e da Fiocruz investigam para checar se realmente essa reação que observaram tem relação com a vacinação feita e esses dados ainda são compartilhados depois com a Organização Mundial da Saúde que coordena uma vigilância mundial de medicamentos inclusive de vacinas Pode parecer uma intrusão do governo poder dizer se você pode ou não comprar por exemplo um leite não pasteurizado porque ele não foi feito de uma forma específica mas achar que os consumidores
vão saber reconhecer o que fez mal e conseguir acompanhar Quais marcas seguem boas práticas ou não é ignorar o passado e o quão comum eram as fraudes sem ação do estado o processo reativo disso agir depois que o pior acontece depende do prejuízo de muita gente para as medidas serem tomadas pior ainda no no caso dos medicamentos que podem afetar tantas pessoas ao mesmo tempo por isso que é tão importante a gente ter um processo de aprovação que exige testes clínicos e exige evidências fortes antes de qualquer medicamento por exemplo ser usado quando a Anvisa
exige que novos medicamentos como as vacinas apresentem esses resultados de eficácia e segurança nos testes ela tá trabalhando para garantir que problemas como os que a gente já cansou de ver acontecer no passado não se repitam e quando ela faz a farmacovigilância ela trabalha para garantir que mesmo nos poucos casos onde novos efeitos aparecem que a gente não tem como saber e prevenir tudo a gente consegue reconhecer e agir mais cedo possível é por conta desse sistema de checagem que a gente sabe que desde o começo da vacinação contra a covid-19 aqui no Brasil nós
aplicamos quase 500 milhões de doses e tivemos até Junho de 2022 16 mortes que podem ter uma relação causal com vacinas o equivalente a menos de uma morte A cada 30 milhões de doses aplicadas nenhuma delas em menores de 18 anos enquanto a covid nesse período matou centenas de milhares de pessoas no país é por isso que a gente precisa desse tipo de órgão é por isso que a gente precisa de boas instituições que funcionam são competentes e são recheadas de profissionais competentes que tem autonomia de agir e decidir que vacinas funcionam e que algumas
outras coisas como cloroquina não funcionam e é por isso que a gente não devia adotar esse vídeo aqui é feito com o suporte do serrapilheira que é um instituto que apoia a divulgação Científica no país incluindo aqui no canal incluindo as lives que a gente faz bastante por aqui e é muito importante para a gente poder contar com esse tipo de apoio e contar com apoio de vocês que assinam o canal que volta por aqui para assistir outros vídeos ou que se tornam membros ou mandam ou Super obrigado valeu mesmo para gente muito obrigado pela
apoio de vocês e até o próximo vídeo
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