Bases da Nutrição - Proteínas Este é o terceiro vídeo sobre o tema proteínas. Nele vamos explicar como ocorrem os processos de digestão e absorção das proteínas contidas nos alimentos. Digestão das Proteínas.
Diferentemente da digestão dos carboidratos e dos lipídios que tem início na boca, a digestão das proteínas começa no estômago. Isto acontece porque a saliva contém nas enzimas que atuam sobre os carboidratos e os lipídios mas não sobre as proteínas. Na boca os alimentos são triturados pela mastigação para formar o bolo alimentar.
No estômago o bolo alimentar que chegou se mistura aos sucos gástricos e recebe agora o nome de quimo. O suco gástrico contém o ácido clorídrico e a pró-enzima pepsinogênio que foram secretadas pelas células parietais e pelas células-chefe do estômago. Pró-enzima é a forma inativa da enzima que precisa ser ativada para entrar em ação.
Ela é portanto a precursora de uma enzima. Proteases ou Enzimas Proteolíticas é o nome da família das enzimas que atuam sobre as proteínas. As proteases são sempre secretadas na forma inativa de pró-enzima, para que estas enzimas entrem em ação apenas do local onde elas são necessárias, onde estão as proteínas que precisam ser digeridas, preservando assim as proteínas do nosso próprio corpo.
O pepsinogênio é uma pró-enzima que é ativada ao entrar em contato com o ácido clorídrico presente no suco gástrico sendo convertida na enzima pepsina A pepsina é a única protease que atua no estômago. Quando as proteínas vindas com o bolo alimentar chegam no estômago, que neste momento tem um PH próximo a dois, sofrem a desnaturação pela ação do ácido clorídrico. Assim elas vão perdendo suas formas de maneira que as ligações peptídicas entre os aminoácidos que compõem a proteína fiquem mais expostos para ação da enzima pepsina, que passa então a quebrar algumas dessas ligações peptídicas, liberando alguns aminoácidos livres e peptídeos, A enzima pepsina consegue quebrar apenas entre 10 a 20% das proteínas.
O restante delas seguem com o quimo para o intestino. Quando o quimo chega na primeira porção do intestino o duodeno ocorre a liberação dos hormônios Secretina e Colecistoquinina. A Secretina é liberada em resposta à acidez do quimo.
A Colecistocinina é liberada em resposta à presença de traços de proteína e de gorduras no Quimo. A Secretina e a Colecistocinina irão estimular o pâncreas a liberar o bicarbonato de sódio, as enzimas e as pró-enzimas digestivas. O pâncreas secreta então o suco pancreático que leva estes elementos para dentro do duodeno, onde se misturam ao Quimo.
Pela ação do bicarbonato de sódio o PH do intestino delgado se torna levemente alcalino, por volta de oito, desativando a ação da enzima Pepsina. A digestão das proteínas continua após a ativação das pró-enzimas que chegaram com o suco pancreático ativação das pró-enzimas pancreáticas. As pró-enzimas pancreáticas que chegaram no intestino são ativadas por reações que ocorrem em cascata, a partir da ativação do Tripsinogênio.
O Tripsinogênio é uma das pró-enzimas pancreáticas que é ativada quando entra em contato com a Enteroquinase, uma enzima produzida pelas células do intestino delgado. O tripsinogênio é ativado na enzima Tripsina e a presença da tripsina desencadeia a reação de ativação das demais pró-enzimas pancreáticas. Assim as pró-enzimas Quimiotripsinogênio, Pró-elastase, Pró-carboxipeptidase A e B são ativadas nas enzimas Quimiotripsina, Elastase e Carboxipeptidase Ae B.
Essas proteases digerem quase que todas as proteínas restantes reduzindo-as a pequenos peptídeos e aminoácidos livres. No entanto alguns peptídeos maiores conseguem escapar nesse processo e podem ser digeridos por enzimas da mucosa intestinal. Além disso algumas proteínas alimentares são menos suscetíveis à digestão enzimática e acabam passando intactas pelo sistema digestivo sendo excretadas na evacuação.
Ao final da digestão das proteínas 40% delas foram reduzidas a aminoácidos livres e 60% foram reduzidas em dipeptídeos e tripeptídeos. Estes elementos podem ser absorvidos nas microvilosidades das células da parede intestinal, nos enterócitos. Absorção dos Aminoácidos e Peptídeos As células da parede do intestino são capazes de absorver desde aminoácidos até tripeptídeos.
Aminoácidos e Peptídeos são absorvidos por mecanismos diferentes e por isso não competem entre si, ou seja, um não interfere na absorção do outro. Estudos sugerem que a absorção de peptídeos é mais rápida que a absorção de aminoácidos livres. Deste modo os aminoácidos livres, dipeptídeos e tripeptídeos são transportados para dentro da células intestinais, os enterócitos.
A maioria dos peptídeos são hidrolisados por proteases intracelulares sendo separadas em aminoácidos que são liberados na circulação Portal junto dos aminoácidos livres. Mas alguns peptídeos escapam da hidrólise e terminam por serem liberados no sistema porta ainda na forma de peptídeos. Sistema Porta é o nome do sistema venoso que conduz o sangue de grande parte do sistema digestivo diretamente até o fígado.
Somente depois de passar pelo fígado é que o sangue pode chegar na circulação sistêmica. Esse sistema é essencial para a manutenção da vida, pois permite que o fígado processe e regule todos os nutrientes e substâncias que são absorvidos no intestino antes de serem distribuídos para o resto do corpo. No próximo vídeo vamos falar sobre os destinos metabólicos desses aminoácidos que chegaram no fígado e o metabolismo proteico.
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