Cultura organizacional é papo furado? Se você é uma daquelas pessoas que acha que falar sobre “cultura organizacional” é coisa de RH e que não têm um impacto real nos resultados da empresa, eu tenho algumas coisas para te contar. Uma pesquisa global feita pela consultoria Deloitte com cerca de sete mil executivos revelou que menos de um terço deles entende de fato o conceito de cultura.
O que gera um grande problema para as empresas. Olá pessoal, eu sou George Eich, CEO da CoBlue e hoje eu vou tentar te convencer o por que você deveria prestar mais atenção na cultura da sua empresa. Mas antes, não esqueça de curtir esse vídeo e se inscrever aqui no canal para acompanhar nossos conteúdos semanais sobre gestão e liderança.
Se analisarmos o mundo atual, levando em consideração tecnologias, conhecimento, informações disponíveis e acessíveis para todos, existem cada vez menos diferenciais competitivos entre as empresas. O que resta é apostar em diferenciais comportamentais e de cultura, para gerar resultados, trazer inovações e reter os grandes talentos. Estamos vivendo uma verdadeira guerra onde empresas competem pelos maiores talentos do mercado, apostando em qual tipo de cultura gera o ambiente de trabalho mais produtivo e estimulante possível.
Louis Gerstner, ex CEO da IBM tem uma frase que ilustra muito bem essa questão: “A cultura não é apenas uma parte do jogo - ela é o jogo. ” Apesar do que o senso comum diz, existe sim uma relação bem clara entre cultura forte e resultados. Algumas das empresas mais inovadoras e bem sucedidas do mundo, são igualmente reconhecidas pela sua cultura.
Um desses exemplos é a Netflix. Reed Hastings, fundador e CEO Netflix, considera a cultura da empresa tão importante que montou uma apresentação de 124 páginas só para detalhá-la. O documento já foi visto quase 15 milhões de vezes desde 2009.
E no seu recente livro “A Regra é Não Ter Regras: A Netflix e a Cultura da Reinvenção” o próprio Hastings conta como um sistema de valores coesos e comportamentos-chave bem definidos ajudaram a Netflix a criar a sua cultura de excelência. Uma cultura organizacional é construída sobre um sistema de valores coesos, claros e orientados aos objetivos da organização. Hoje, 80% das 100 maiores empresas da Fortune mostram seus valores publicamente, mas eles muitas vezes não representam nada além de um desejo ou uma frase apenas "bonitinha" para colocar na parede.
Um grande exemplo disso são esses valores aqui: “Integridade, Comunicação, Respeito e Excelência” Estes eram os valores da Enron, antiga e gigante companhia de energia americana, que teve seus líderes presos e decretou falência por fraudes em 2001. Os valores podem diferenciar uma empresa da concorrência, esclarecendo sua identidade e servindo como ponto de referência para os colaboradores. Mas criar esses valores fortes, e mantê-los, como demonstra a própria Netflix, requer uma boa dose de coragem.
Na verdade, uma organização que deseja criar uma cultura baseada em valores fortes e bem definidos deve primeiro aceitar o fato de que, quando praticados da maneira certa, esses valores irão causar dor. Um exemplo de empresa que leva cultura a sério é americana Zappos. Todos os funcionários passam as três primeiras semanas de trabalho no call center, atendendo clientes.
Depois disso, eles oferecem 3. 000 dólares para o recém-contratado deixar a empresa caso não tenha se identificado com a cultura e estilo de trabalho. É tudo ou nada.
Uma cultura forte e bem definida é um filtro para as empresas terem sempre os talentos certos, que se identificam e se inspiram em entregar os melhores resultados. Em geral, a grande maioria das empresas e líderes, só têm consciência de sua cultura e o impacto dela, quando os resultados são ruins. Numa pesquisa feita pela Betania Tanure Associados, com 2.
000 executivos de 500 empresas de grande porte, 69% deles afirmam precisar de uma mudança estratégica, mas a maioria não acredita que a cultura atual da empresa seja capaz dessa mudança. A grande lição disso tudo é: não deixe os resultados ruins surgirem para só depois decidir focar em desenvolver uma cultura de impacto. Pode ser tarde demais.
Jeff Bezos, CEO da Amazon escreveu em uma de suas cartas anuais aos acionistas: “A cultura de uma empresa é criada devagar, ao longo do tempo, pelas pessoas e pelos eventos. Para o bem ou para o mal, é algo estável, duradouro e difícil de mudar” James Heskett, pesquisador e professor de Harvard, foi um dos primeiros a estabelecer uma correlação direta entre cultura e resultados financeiros. Ele analisou nos últimos 30 anos dados de mais de 200 empresas e concluiu que quase metade da diferença de lucro entre algumas das empresas e suas concorrentes diretas, se deve à cultura.
De acordo com ele, uma cultura eficiente influencia positivamente aspectos como retenção de funcionários, relacionamento com o cliente e lealdade dos consumidores a produtos e serviços. É como dizia Peter Drcker: “A cultura devora a estratégia no café da manhã. ” E você?
Como anda a cultura da sua empresa? Você tem investido em desenvolver uma cultura forte? Me conta aqui nos comentários, eu vou ler e responder todos.
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