O feminismo negro: entrevista com Djamila Ribeiro

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Nexo Jornal
A ativista e mestre em filosofia política reflete sobre as diversas dimensões da questão racial no B...
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todo mundo tem um lugar de fala e não é uma coisa individual todo mundo pode falar sobretudo sua prisão falar de lugares diferentes porque estão posicionadas socialmente em lugares diferentes e feminista necessariamente precisa ser racista porque a gente pensar com raça classe gênero se entrecruzam e se combinam gerando diferentes formas de exclusão não tem como discutir economia sem discutir racismo não tem como discutir transporte habitação sem discutir o racismo sem discutir sexismo racismo no brasil que um perfeito mesmo porque toda a gente reivindica a nossa unidade a gente que passa por alguns portais reivindicando isso
eu gosto muito de se ter um rácio de um recreativo que é muito uma marca do racismo brasileiro mas eu penso que um tema que é urgente e necessário sutil no brasil que não tem como a gente não fazer o debate do genocídio da população negra [Música] esse negro que marca o feminismo acho que é uma maneira de mostrar que são mulheres negras estão pensando a sociedade não é necessariamente é a gente pensando só nas mulheres negras que eu acho que às vezes é essa inversão que às vezes as pessoas fazem então leva usadas por
exemplo ela dizia que a gente estava pensando modelos alternativos de sociedade mas esse negro ele precisa ter marcado por que pra nós a gente entende que ser feminista necessariamente precisa ser de racista porque existem mulheres negras é da mesma forma com modas loja dizia se você é militante da causa lgbt necessariamente você deveria ser anti racista também porque existem pessoas lgbts negras eu acho que muito por conta de que os movimentos eles acabam trabalhando muito separadamente pensando só aquele sujeito é que querem contemplar e não pensam que esse sujeito são marcados por outras identidades então
acho feminismo ele traz isso de importante ao pensar em ter sexualidade a pensar que a gente não é uma coisa só que a gente tá encruzilhadas e que a gente enfim é combina ou entrecruza opressões então o feminismo negro ele vai mostrar essa pensão um projeto de sociedade onde não sejam a gente eleja qual a pressão que é mais importante a gente entende que se elas são estruturantes estrutura a sociedade a gente a pensar formas de combate a todas elas era um conceito que vem sendo pensado já muito tempo para mulheres negras mesmo quando elas
não estavam falando de sexualidade interessante porque eles surge 89 e cunhado esse conceito pela kimbo em choque uma teórica do direito professora da universidade de columbia em 89 mas por exemplo 81 mulheres raça e classe angela davis estava falando disso mas não necessariamente falando disso ao velório de quando ela dizia quando ela disse no texto não existirá que a depressão ela diz eu sou uma mulher negra lésbica movimento negro dizem que eu sou mulher no movimento feminista dizem que eu sou negra no movimento lgbt também está falando possa escolher contra o qual a pressão voltar
então já estavam falando disso e aí 89 aqui brincou em só com esse conceito que a gente pensar com raça classe d não se entrecruzam e se combinam gerando diferentes formas de exclusão é então eu acho que é um debate fundamental que acaba se esvaziam muitas vezes é porque elas estão dizendo que é preciso pensar nem todas essas pessoas que sobretudo essas que não sou uma coisa só nem a gente ainda tem gente tem essa tentação de universalidade o tempo inteiro e não somos mulheres nós somos lgbts mas essas pessoas são mais que mulheres são
essas né então a pergunta que mulheres são essas como a suely carneiro fala quando se fala das mulheres quais mulheres estamos falando não dá pra gente pensar mulheres como um bloco único ou negros como um bloco único homens negros também são marcado por questões de orientação sexual e identidade de gênero enfim tantas coisas é ea gente entende ainda ficar nessas caixinhas acho que a intersexualidade é um conceito que precisa ser mais aprofundado é porque hoje as pessoas falam muito já eu sou o inter seccional como se fosse uma coisa uma entidade entende que é uma
ferramenta da gente pensar a sociedade eu acho que as pessoas entendem lugares fala é como o que interdita o debate quando ela não entendeu que a gente está falando é porque assim se convencionou sobretudo no debate da ascendi falar não esse não é o seu lugar fique quieto quando na verdade todo mundo tem um lugar de fala e não é uma coisa que individual né gente está falando de um lugar de fala como é o lugar social na qual é o lugar social com o grupo ocupa dentro dessa matriz de dominação então a gente pegava
o grupo negro em geral por mais que nós tenhamos obviamente nossas diferenças enquanto indivíduos a gente compartilha experiências como o grupo então nós mulheres negras qual experiência que a gente compartilha como grupo no brasil a alta taxa de feminicídio a grande número de mulheres ainda no trabalho doméstico os homens negros alta taxa de encarceramento em massa assassinato sistêmico de jovens negros então por mais que nós tenhamos diferenças experiências individuais diferente a gente acaba compartilhando como o grupo isso que nos interessa a gente fala a partir de um lugar social aí o nosso lugar social é
um lugar de vulnerabilidade um lugar onde a gente não acesso a determinados espaços e pelo fato da gente não acessar esses espaços as nossas vozes também acabam não sendo ouvidas porque elas não estão presentes naquele espaço então é mais uma análise de como do lugar social que a gente ocupa do que mais uma questão individual e não é uma questão individual porque as pessoas acham que se não a gente conversa conta de pensar na gente tem milhões de pessoas no mundo estão lugares e fala a gente pensar qual é esse lugar que esse grupo é
tá posicionado dentro dessas relações de poder então pessoas brancas geralmente estão posicionados onde no lugar de privilégio no lugar de poder então nós vamos falar a partir desse lugar que elas ocupam então acho que às vezes são essas as a os equívocos que surge então isso quer dizer que todo mundo pode falar sobretudo sua prisão falar de lugares diferentes porque estão posicionadas socialmente em lugares diferentes então você falar de racismo a partir do lugar do branco surge é uma coisa é importante que você fale na verdade na verdade essencial que as pessoas para pensarem sobre
isso só que eu tô posicionada diferentes socialmente do que uma pessoa branca né e aí eu falo de um lugar ela fala de outro e é necessário que essas pessoas entendam que o fato de estar posicionadas socialmente no lugar de vulnerabilidade faz com que o meu discurso seja interditada por um regime de autorização discursiva que impede que a gente faz é se esses lugares é sobretudo diz que a gente está falando de como é importante discutir poder de como é importante a gente furat a esse sistema que impede que faz com que essas opressões que
a gente carrega faz com que a gente fique num lugar que impede a nossa existência digna em determinados espaços não é necessariamente o ato de falar e emite palavras se a gente ainda olhar a questão educacional a gente tem um abismo muito grande em relação a brancos e negros a questão do trades de desigualdade salarial também um altíssimo as mulheres negras ganhou até 70% menos do que homens brancos no brasil mas eu penso que um tema que é urgente e necessário discutir no brasil que não tem como a gente não fazer o debate do genocídio
da população negra e quando a gente fala genocídio em várias esferas acho que questão dos jovens negros cada 23 minutos um jovem negro é assassinado neste país existe um projeto em curso de extermínio de corpos negros acho que esse é o assunto mais urgente a gente precisa falar mas também tem a questão a mulher negra também passa por esse processo e muitas vezes é invisibilizada né desde a questão do da criminalização do aborto por exemplo é o fato do amor desse crime determina que mulheres que vão que enfim fazer com segurança quais mulheres não vão
com as mulheres vão morrer por conta diz a gente teve um caso que eu como muito midiático de uma mulher que foi esterilizada forçadamente por conta de uma ordem judicial e as pessoas ficaram muito assustadas com isso claro mas a gente não pode esquecer que isso fez parte de um projeto do brasil médici de esterilização nasça de mulheres negras a jurema werneck tem um trabalho muito importante que ela fala disso do quanto o quim é se é esse mote do essa questão da esterilização forçada foi o mote de luta das mulheres negras a década de
80 e diz se mobilizar com o país e que culminou na cpi ficou conhecida como cpi da esterilização em 1991 é que comprovou que o estado brasileiro esterilização em massa mulheres negras e pobres sobretudo do norte e nordeste do brasil acho que é importante também falar dessas violências em relação às mulheres negras onde fala de velocidade é importante dizer o óbvio né fica os homens negros morrem na mão do estado na questão da violência policial mas as mulheres negras também promovendo sobretudo na questão da saúde é um número altíssimo de mortalidade materna que penso que
a argentina é um dos assuntos que muitas vezes as pessoas ainda não entendem e banalizam essas mortes é não se comovem tanto com tantas mortes que acontecem todos os dias neste país e que as vidas negras construção construídas para não importar como que a gente trata isso como se fosse a coisa mais comum do mundo é mais um que morreu ou gente faz em uma manifestação animais segue eu acho que esse é o debate mais urgente hoje acho que isso é uma luta histórica dos movimentos negros é mas existe um amadurecimento institucional por parte de
algumas gestões é eu mesmo sofri muito fruto disso que eu estudei numa universidade que foi fundada em 2007 eu sou da turma de 2008 existe um impacto muito importante na vida de gerações de pessoas negras que tiveram acesso a essa conquista história que esse direito na verdade então e que muda a nossa vida quando a gente tem acesso a políticas públicas que são importantes nessa área então acho que são as duas coisas é só me incomoda quando se coloca isso comum em muitas vezes a é a vitória de um governo e tal eu op é
importante frisar que teve toda uma luta existe toda uma é é a organização dos movimentos negros historicamente a própria conferência de durban em 2001 na áfrica do sul que o brasil é signatário desse documento o brasil se compromete nem reparar historicamente a as desigualdades causadas pelo racismo brasil é signatário de vários documentos né e aí a gente só vai ter essas afirmativas de fato como lei em 2012 nessa nada pelo governo dilma em todas as universidades federais mas é importante frisar que a uerj foi a primeira a aderir em 2001 a o mb em 2004
já existiram universidades que aderiram anteriormente antes de virar de fato lei virá uma questão que deveria ser para todo o brasil mas ainda tá muita coisa né do ideal porque a gente ainda tem que lutar pela questão da permanência desses estudantes na universidade né quem garante o acesso ea permanência e lembrar que nem todas as universidades estaduais aderiram é porque a lei é para universidades federais da usp adere ano passado depois de muita resistência mas ainda tem um caminho longo para muitas universidades estaduais no brasil eu penso que esse pessoal do que diz a mimi
que defende a meritocracia e sempre esteve presente acho que esse é um discurso vigente no brasil a diferença agora é que a gente começa pelo menos a conseguir fazer uma disputa de nativa no debate público acho que como você disse bem esse tema tá no debate público pontos com uma vitória mesmo a gente conseguir falar disso neste país que durante muito tempo defendeu enfim a romantização na harmonia das raças mas tem um outro lado que eu acho que é positivo também é esse outro lado que sempre esteve aí é contrário aos avanços s incomoda também
com avanço que a gente teve né acho que existiu um ódio maior essa questão às vezes parece que está maior é muito por conta também do espaço que a gente conquistou por mais que ainda faltam falte muita coisa acho que é inegável é é que a gente conseguiu avançar então acho que é proporcionalmente a esse avanço vem essa reação para fazer as coisas voltarem a ser como era costuma brincar que não acredita em uma conservadora eu acredito que o brasil sempre foi conservador e nos últimos anos a gente existir algumas manobras progressistas e aí vem
esse tsunami conservador sem te ver pra acabar com essas manobras progressivas que a gente teve nos últimos anos e que são inegáveis e que incomodou certos setores da sociedade e que bom né porque isso mostra também que a gente resiste porque tem toda uma narrativa no brasil também disse querer colocar como se a gente não tá se conselho fosse passivo como a gente não fizesse nada nunca pra mudar então acho que é importante mostrar que a gente conseguiu resistir e avançar em alguns aspectos e essa reação é proporcional a esses avanços que a gente teve
é tem consequências muito graves na construção da nossa subjetividade é que tudo é tratado como se fosse jocoso não tem uma brasil naturaliza muito essas questões têm um grande pesquisador o adilson moreira que é professor universitário do doutor por harvard e instalando vai lançar um livro chamado que é racismo recreativo onde ele fala como que no brasil se permitem é permitido nessa tratado é que as pessoas ofendam as outras como se estivesse se fosse algo como se fosse uma brincadeira eu gosto muito de se ter um rácio recreativo porque há muito uma marca do racismo
brasileiro nem que alguns países isso seria inadmissível que aqui no brasil se fala como se fosse a coisa mais natural do mundo e quando a gente reclama em indica a nossa humanidade a gente que é tratado como uma pessoa morar uma pessoa que não entendeu então acho que é pegar essas características próprias nessas brasil acho que é muito importante para a gente entender até porque hoje em dia inclusive em veículos de massa isso acontece até porque as pessoas ainda é tem dificuldades de entender que não é brincadeira que a ofensa tem dificuldade de as pessoas
não estão habituadas a fazer que quando elas são cobradas por aquilo se sentem muito ofendidos e elas acabam virando a vítima né como cabelo emo nunca falo racismo no brasil que imperfeito mesmo porque quando a gente reivindica a nossa unidade a gente que passa por alguns portaria indicando isso essas consequências acho que você precisa ser dito e precisa ser falada por que está tão naturalizado que as pessoas falam como se fosse a coisa mais comum do mundo até a forma de se referir às pessoas negras naquele negão ninguém fala aquele brancão pode parecer uma coisa
pequena mas por que você não fala brancão mas você fala se sente autorizado a falar negão né nas mínimas coisas então parece que a gente nunca é um ser humano a gente nunca é uma pessoa a gente sempre é é colocado no lugar de inferioridade e ainda e ainda por cima num lugar de mal humorado ou de pessoas que talvez não entenderam o que eu quis dizer que de tão naturalizado que é é no brasil essas questões de se tratar racismo como se fosse brincadeira ou como se estivesse a autorização para se referir às pessoas
negras de maneira desrespeitosa só acontece comigo o tempo inteiro né às vezes eu tô há pessoas que nem conheço as pessoas sentem muito à vontade para mim às vezes falar comigo pegar no meu cabelo aí nosso cabelo bonito está pegando no cabelo das pessoas na rua néel de interpelar sempre acontece isso comigo em fila de aeroporto para embarcar para uma viagem internacional as pessoas vêm falar comigo até fazê lá se vai dançar dançar né eu olho pra pessoa não te conheço é como ela se sente extremamente à vontade pra mim falar comigo perguntado meu cabelo
sabe que eu vou fazer lá já a partir do pressuposto de que eu sou uma mulher negra provavelmente vai fazer show samba né na maioria das vezes eu tô indo pra participar de congressos ou do simples fato de já se referira você de uma maneira extremamente querendo denotar uma intimidade que não existe ao passo que ela não faria isso com uma pessoa uma outra pessoa que ela não conhecesse que não fosse não tivesse o mesmo phenom ii porque a maioria das pessoas negras acaba internalizando e se aceitando como verdade então quando a vovó diz não
se nasce mulher torna-se porque antes da gente poder se colocar como liberdade já existe toda uma construção do que se espera que seja é né então a gente já nasce numa sociedade que dizem mulher é assim você tem que se comportar assim sem que a gente sequer consiga refletir sobre aquilo mesma coisa em relação às pessoas negras quando a gente nasce já está pronto isso na sociedade do que se esperam que a gente seja então até a gente ser negro ser mulher na ser mulher nascer negro não necessariamente significa que a gente vai ter a
consciência crítica para refletir sobre esse lugar muito pelo contrário sobretudo num país que é totalmente alienante então você vai ter mulheres e produzindo esse discurso homens negros mulheres negras e produzir nesses cursos até porque a gente não é foi o que foi ensinado pra nós como verdade os valores da cultura e isso tem um impacto muito forte no sentido de muitas pessoas não saberem que são violentadas não entenderem que são violentadas no sentido também dos danos psicológicos que isso caso eu achei muito importante falar sobre os danos psicológicos com franz fallon né fala tem um
estudo muito importante para lhes negar máscaras brancas do impacto do colonialismo na nossa na nossa psique de como isso causa danos psíquicos que vai desde março a auto-estima até de fato você a 2 e psiquicamente então são vários os impactos disso eu acho que é muito importante a gente falar de saúde mental das pessoas negras porque entender com que é extremamente violento você ter que lidar é viver numa sociedade onde a sua humanidade aviltado tempo todo e como que isso impacta na construção das suas investidas subjetividade há uma tensão porque mais uma vez também se
colocam só nesse lugar né eu acho que é importante eu fiz uma escolha política de ser uma ativista de si mesmo na academia de produzir conhecimento em que pense essas questões poderia falar o estudo estima levar muitos anos estuda outros autores poderia falar talvez de outras coisas mas eu fiz essa escolha política é que hoje porque o jogo que é importante a gente se posicionar e a gente tem responsabilidade social que mas ao mesmo tempo as pessoas também esquecem que você é uma pessoa que você é um ser humano que você namora você tem filho
no meu caso tenho uma filha que você viaja você costumava então a escola com você só essa caixinha que aí eu também acho que é desumano é porque às vezes esotou costumo contar essa história e sim num lugar só tomando cerveja e a pessoa chega pra falar dessas questões para mim olha nós só queria tomar uma cerveja hoje né porque também senão você fica você cai num outro lugar de desumanização é então sempre pergunto como é que a gente é humana ou você é discriminada subjugado nessa sociedade e que é por conta das opções estruturais
mas aí quando você ganha uma visibilidade às pessoas que colocam também nunca na e deus a diva pergunto não quando é que eu sou humano não sou nem uma coisa nem outra então a gente fica caindo em dois extremos as vezes de desumanização da guerreira forte que aguenta tudo quando na verdade a construção da guerreira forte é uma construção dessa sociedade racista em que a mulher negra se quer não é teve a opção de não ter que de real mas eu também quero ser frágil também quero chorar eu também quero ter meus momentos de paz
e de com qualquer ser humano né então acho que é importante também desinfla isso é a voz de uma casa mas também uma pessoa que tem uma vida que também sofre com isso os problemas que tem dia que enfim que levantar da cama tem já está feliz acho que é importante também humanizar os ativistas na gente cair num lugar muito difícil né de 1 de uma imagem de uma pessoa forte o quanto que isso também é violento você se a pessoa que tem que ser forte o tempo todo que ninguém é a questão racial no
brasil é uma questão para todos e todas na sociedade a gente vive em relações raciais nem tão importante que as pessoas brancas entendam que significa o racismo na sociedade entendam como historicamente se beneficiam dessa estrutura para a partir daí entender a importância de se responsabilizar é por essa mudança é você tem alguns estudos importantes é nos estados unidos na alemanha de criticou a equipe nestas lides branquitude crítica isso é muito importante as pessoas brancas discutirem branquitude criticamente o que significa ocupar o lugar social do poder do que significa viver numa sociedade em que a o
grupo que pertence na abrinq tude enfim ocupa todos os espaços e como fazer pra desconstrução disso porque senão parece que é uma questão só das pessoas negras regra daqui lomba que o motor que eu gosto muito ela diz racial é uma problemática branca né as pessoas brancas criaram nascida foi uma elite intelectual inclusive que pensou isso é inclusive é importante desmistificar essa idéia de que a mesma coisa de gente ignorante não existiram e foi uma foram teorias biologia anti-racistas pensadas por uma elite intelectual que queria provar cientificamente a inferioridade da população negra enfim é e
o quanto que isso é pôr mais as vezes que pessoas brancas se coloquem como aliadas o quanto que muitas vezes elas não conseguem refletir sobre impacto disso na construção da própria subjetividade delas então por isso que é importante a escuta por isso é importante entender que vai ser uma luta incômoda não tem como a luta ser confortável as pessoas precisam de fato sair de seus locais confortáveis e entender qual é o seu papel nisso tudo é o papel de todos e todas as equipes inclusive a gente romper com essa idéia de que lutar contra o
racismo é só uma questão das pessoas negras indígenas até porque a gente está sendo vilipendiado historicamente por conta dessa pressão [Música] eu acho que é importante a gente está atenta né porque é como a gente conversou na tarde um debate público essas questões obviamente que vão existir candidatos e candidatas que vão querer se aproveitar de algo que pra nós é extremamente caro importante né acho que o que mostra pra mim a gente conhecer o programa de governo desses candidatos as aberturas presidenciáveis neoci else gol e aos governos nos estados acham que é importante a gente
entender a conhecer o programa do governo sabe quem são as pessoas que estão compondo é é que estão construindo esse programa com essa equipe porque me incomoda muito é muitas vezes um discurso muito superficial não precisamos falar sobre racismo porque enfim hoje em dia não tem como não falar com as pessoas se sentem envergonhados de não falarem diz mas ao mesmo tempo não aprofundar essas questões de não saber debater quais são os grandes problemas em relação a isso de não entenderem que questão racial é uma questão específica é uma questão que perpassa enfim a sociedade
então não tem como discutir economia sem discutir o racismo não tem como discutir transporte habitação sem discutir o racismo sem discutir sexismo não falta muito às vezes pra gestores já tive a experiência de trabalhar num curto espaço de tempo na gestão do fernando andrade e muitas vezes as pessoas acham que as coisas têm que ser muito em caixa tardinha de novo não tem um olhar inter seccional também na hora de pensar políticas públicas porque se a gente for pensar na questão é da habitação qual é o grupo que mais sofre por falta de habitação a
gente vai pensar na questão da educação da saúde enfim então às vezes as pessoas acham que é só criar uma secretaria a de godah já se a uma secretaria de cuidar de gênero e pronto problema né entender que não tem como fazer o debate do transporte não se gerou em torno de quem as mulheres no geral têm direito à cidade você não têm vagas suficientes nas creches essas mulheres muitas vezes não têm como sair de casa para trabalhar porque não têm onde deixar seus filhos se você não tem programas para que essas mulheres têm o
direito à habitação muitas delas muitas vezes vivem relações violentas em casa não tem para onde ir mas falta um pouco mudar essa chave e não trabalhar esses temas como temas específicos mas como temas transversais que perpassam eu acho um todas as pastas todos os assuntos na sociedade que é de fato pensar um projeto nacional porque se a população negra não está incluída a gente não pode falar à nação a gente fala em vários brasis que estão aí de fato pensar um projeto nacional é pensar a questão racial como fundamental e transversal [Música]
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