sejam bem-vindos aí todos hoje a gente hoje é uma aula que vai ser duplamente interessante porque tem presença dos Senhores aqui e a gente vai transmitir também pros alunos da inscritos no no instituto de medicina mar Atlântica Então queria dar boas vindas a todos aí sejam bem-vindos a ideia do Instituto a gente não anunciou isso para vocês mas que a gente promovo algumas aulas dessas né umas aulas que sejam complementares vamos dizer assim são aulas médicas evidentemente né No final das contas né Em geral os Em geral os convidados são médicos mas essas aulas Elas
têm uma característica de serem aulas transdisciplinares que são interessantes a todos no fundo né então por exemplo Hoje a gente vai fazer uma conversa mais do que uma aula até a proposta a gente refletiu e pensou e a gente imaginou que uma aula aula Vocês já vão ter né já tem as aulas maravilhosas fantásticas muito bem estruturadas né dentro do do cronograma da grade horária do dos cursos que vocês se inscreveram mas essas aulas transdisciplinares a gente imaginou que uma conversa estruturada seria melhor melhor do que uma aula estruturada seria mais interessante fosse uma conversa
estruturada de tal modo que a gente pudesse interagir também como os assuntos são como eu disse transdisciplinares para cada especialidade eventualmente vai interessar de um modo hoje por exemplo o assunto na nossa conversa é luto veja é claro que para aquele aluno que se inscreveu em cuidados paliativos Eng geriatria essa aula ela tem um colorido específico né eventualmente para aluno que se inscreveu em Medical Business essa aula vai ter outro colorido né a menos que ele queira montar uma funerária alguma coisa do tipo né ele vai ter um color vai ter um colorido mais distante
né pro cheito que se inscreveu em endócrino Depende se ele tá pensando em fazer uma endócrino mais patológica né Talvez seja mais próxima não eu quero fazer uma endócrino para me dar base eventualmente para uma atividade já de performance que eu quero fazer uma endocrinologia esportiva eh e ou mesmo lidar com medicina do esporte mas entendo que eu preciso da minha base de endócrino essa aula vai ter um outro outro sublinhado né a gente sublinha de outro modo por isso que a gente imaginou que essas aulas mais uma vez repetindo Elas seriam mais interessantes se
elas fossem dialoga né então a gente chama um professor no caso hoje sou eu né que a gente vai conversar mais do que fazer uma exposição sistemática acerca do tema eu tenho uma proposta para essa metodologia que é em geral o professor ele faz uma primeira exposição colocando assim o os fundamentos da aula né ou da disciplina ou da matéria que ele vai tratar e depois a gente abre para conversar essa conversa não não é para ser uma conversa informal no sentido de é minha tia também teve mas tentar ser uma conversa intencional Vamos colocar
assim Beleza então não é um podcast né em geral a gente tá acostumado a esses podcast que a gente escuta na internet que são ótimos mas em geral os podcast eles são conversas né Sem estrutura sem formato aqui a ideia não é essa então a ideia que a gente faça como eu disse uma uma aula dialogal acho uma coisa socrática bastante interessante Então antes de da gente começar a dialogar eu só eu queria começar botando o primeiro fundamento acerca do tema de luto porque o luto veja veja bem o lut ele sempre existiu na história
da humanidade ou seja sempre houveram reações cognitivas e emotivas posteriores à perda Ok posteriores à perda aqui vamos localizar posteriores à perda de entes queridos entes próximos tá quando a gente fala entes queridos entes próximos a gente abre um grande campo porque o que que é próximo e o que que é querido ora ente próximo ou ente querido é só minha mãe e minha irmã ou pode ser eventualmente um líder político que eu venere um artista que tenha sido muito importante para mim um poeta que eu li durante a minha infância e aquilo ali fez
parte da minha formação do meu Imaginário do meu mundo afetivo ele falece Eu Noto em mim uma coisa estranha por que eu tô triste por que eu tô chorando diante da morte de um líder político um Faraó um rei um patrão né eventualmente o que acontece Então esse conjunto de reações cognitivas isso é importante a gente sublinhar o conjunto de reações cognitivas e emotivas que se sucedem a perda de um ente querido ou próximo a gente em geral chama de luto Tá ok isso sempre existiu na história da humanidade talvez a gente tenha essa experiência
na nossa vida mesmo nãoé quer dizer a gente se a gente já at tem mais de 12 anos provavelmente a gente já perdeu alguém e notou que a gente ficou diferente quando recebeu a notícia né Tem um cronista um autor né de romance que ele fala uma coisa interessante ele vai construindo uma história que estão dando ele tá dando aula né um personagem tá dando aula num auditório de repente uma pessoa morre durante a aula ele fala ele se pergunta por que que ora já morreu né a aula tá acontecendo e bem não vai se
fazer nada por que que as pessoas não esperam terminar a aula por que que as pessoas não poderiam simplesmente olha morreu fica aí né já não tá prestando atenção mesmo né Fica aí a gente termina assim que termina a aula daqui 40 minutos a gente liga pra família a gente faz os cuidados os preparativos enfim o que é que seja por que que isso não acontece por que que ao receber a notícia do falecimento de alguém se dispara uma série de informações interiores que torna impossível torna inviável por exemplo no caso eh descrito por esse
autor continuar uma aula por exemplo se a gente nota que alguém morreu na plateia hoje por exemplo tô gravando essa aula aqui essa nossa conversa dia 9 de agosto às 6:23 da tarde pouco antes assim que à tarde né hoje durante a tarde pouco antes da gente entrar aqui eu li uma notícia uma notícia de que um avião que saía de casc para Guarulhos cai exatamente na localidade de Vinhedo próximo a Campinas aquela cidade próxima a Campinas né da Companhia Aérea Passaredo e esse avião era um bimotor Elzinha né dos dois lados com 58 passageiros
58 passageiros e quatro tripulantes então 62 pessoas acabaram de morrer e o avião ele cai exatamente no quintal entre uma casa e outra e as duas casas tinham famílias dentro do da cas No momento não não não houve vítimas no solo mas os 62 morreram não conheço ninguém que não conheço nenhum dos dois né nem no 62 pessoas que estavam ali dentro Eu conheço eu acho que não conheço né não tinha a lista das vítimas mas eu Oli para aquilo não de modo indiferente falei caramba pessoas morreram né são 62 vidas que foram embora mas
curioso eu recebi a notícia de 62 pessoas e não entrei em luto né então nem toda a notícia de perda nos afeta igual Ok dito isso no início da década de 60 uma psiquiatra chamada elizabe perfeito Elizabeth deixa eu fechar al a porte o pessoal deixou aberto beleza desculpa então no início da década de de 60 perfeito uma uma senhora uma psiquiatra chama chamada Elizabeth perfeito Elizabeth Kubler Moss ela ela começa a acompanhar muitos pacientes terminantes tá então ela é uma pessoa uma psiquiatra que no ente hospitalar dela ela ficava à beira do leito e
fazia terapia e fazer acompanhamento psiquiátrico com pacientes que estavam com diagnóstico já terminal tá então ela submeteu essa disciplina e assistencial durante muitos anos e ela foi a primeira a teorizar e publica isso num artigo que depois vira um livro que ficou muito famoso o livro dela foi no final década de 60 que inaugura pra gente aquele modelo fenomenológico das cinco fases do luto isso talvez nós já tenhamos ouvido falar desses cinco fases do luto né começa com cinco depois essas vai se derivando a um um Girão que é três o Girão que é sete
depois nove enfim mas o modelo clássico que é o cluber cluber hoss Model que é o sobrenome dela tem cinco fases perfeito então aí se inaugura de modo muito interessante pela primeira vez uma tentativa sistemática de compreender o que ela chama de fases do luto tá são cinco as fases do luto Quem lembra Quais são as cinco cases Do Luto negação raiva barganha depressão e aceitação né então negação e raiva são as dois primeiras depois uma quinta fase que é a barganha e depois da barganha vem uma depressão e depois o finalmente aceitação perfeito Então
ela comea a teorizar acerca do luto ela tá olhando as pessoas TM um um conjunto de reações quando perem entes queridos perfeit e parece que as pessoas se comportam desse modo em cinco fases curioso que ela na década de 70 e veja década de 70 também é quando tem a expansão do fenômeno da mass media né Então muitos médicos atletas políticos eles começam a ser chamados para entrevistas programas de televisão né tipo RJTV primeira edição sei lá Bom dia companh pois n esse tipo de programa da época eles se tornam famosos né Então essa senhora
a d elizabe ela é chamada para esses programas e dá entrevistas e fala sobre o luto e tal isso Claro comve muitas pessoas porque sempre tem alguém perdendo ente querido e ela começa a receber muitas cartas Essa é história um pouco da evolução ela sa muitas cartas de fãs que relatam para ela como que a compreensão das fases do luto os ajuda em ao em passar por esse luto Então olha só coisa interessante ela continua desenvolvendo seus estudos publica mais livros e se torna famosa e parece que essas cinco fases do do luto elas são
modo mais adequado o modo mais exato de abordar mesmo L como tudo na ciência um outro grupo começa a dar tratamento científico moderno para essa questão Então olha primeira pergunta qual é a metodologia que ela utilizou para para para para trazer pra gente as Tais das cinco fases né E essa é a primeira falha a primeira falha quer dizer existe uma over simplicity existe um excesso de simplificação de modelo depois é é um modelo empírico né quer dizer não é um modelo não é um modelo conceitual sequer existe uma olha vamos lá então existe o
modelo da da clu Ross beleza da Dra elizabe que é um modelo Aceito amente Aceito muitos terapeutas utilizam a gente aprendeu isso na faculdade provavelmente né quer dizer as cinco fases do luto etc né mas hoje a publicação científica de críticas ao modelo é infinitamente maior do que as publicações científicas que valida esse modelo perfeito e há um conjunto de críticas muito pertinentes o primeira primeira crítica é é uma simplificação a segunda crítica é qual é metodologia que ela tá utilizando a terceira crítica é em qual é a raiz epistemológica disso ou seja olha só
que é interessante se a gente escrever aqui as cinco fases vamos vamos vamos só registrar as cinco fases do luto aqui então vamos lá primeira fase que seria negação perfeito segunda fase raiva terceira fase barganha quarta depressão Obrigado quinta fase aceitação só que interessante negação é uma reação cognitiva nãoé negação é uma reação cognitiva por exemplo exar vamos lá que que seria A negação A negação é existe algo que É verdade dear O que é e eu estou dizendo que não é então é um processo cognitivo Ou seja é a tua inteligência está com incapacidade
de verificar juízos e fatos raiva tá em outra carac tá em outro lugar raiva é uma é uma realidade emotiva perfeito então que tipo de modelo é esse que passa de uma questão cognitiva para uma questão emotiva sem sem dizer O porquê disso quer dizer ela não tá ela não tá ela não tá abordando o problema na raiz sempre no sempre na mesma raiz é como se ela primeiro tivesse analisando banana e depois maçã então aqui já existe uma falha metodológica a menos que ela justifique fal não não primeiro há uma questão intelectual depois uma
questão afetiva mas logo depois vem pra barganha né então a barganha Já parece ser uma amálgama entre inteligência e afeto que a gente não sabe exatamente do que que ela está falando que é uma outra crítica ao modelo os conceitos utilizados eles não são eles também não são bem definidos perfeito por exemplo aqui negação é uma natureza intelectiva raiva é uma natureza afetiva barganha pode ser uma natureza comportamental perfeito depressão que ela tá chamando de depressão depressão Ela tá dizendo que depressão é a doença depressão né não é isso né Ela tá dizendo que é
um depressão ela tá usando depressão lat senso não estrito senso né então depressão lato senso que seria tristeza eh ou é depressão Então aqui tem uma interrogação isso não tá muito bem definido depois finalmente a aceitação perfeito o que que é aceitação no conjunto de especulações da dout elizabe não tá definido também então claro eu não tô pelo amor Deus eh falando mal da Dra elizabe e e eu acho muito interessante o respeito que os artigos E os autores que criticam a o modelo da cluber cluber Ross que é o modelo da Dra elizabe eles
tem uma um grande respeito a ela por quê Porque ela foi a primeira que abordou de frente esse complexo fenômeno de respostas à perda que a gente chama de luto então o que que é o luto é um complexo fenômeno de respostas individuais à perda perfeito ela tenta teorizar so sobre isso com os recursos que ela tinha na época o que que ela tem na época análise de caso ela tá analisando caso a caso é isso que ela tá fazendo relato de caso então desses casos relatados ela tem uma outra coisa que acontece com ela
por aquilo que a gente falou lá atrás uma exposição midiática ela recebe cartas validando uma proposta Inicial Então existe um um grande viés aí né existe um grande viés de de construção no modelo dela mas é interessante dá pra gente uma pista Olha é um fenômeno que existe falando que precisa ser tratado e ela tá tentando fazer isso com toda honestidade do mundo a Dra Elizabeth é uma pessoa super honesta tá ninguém tá falando aqui contra ela eu não tô eu pelo menos não tô falando contra ela a gente tá contando a história da evolução
perfeito aceitação finalmente Olha a questão é essa essa conversa ela evolui perfeito e tem até uns existem até interessante tem alguns esquemas são muito bonitinhos de se ver são as pessoas é engraçado como que esse essa questão ela é tratada pelos teóricos Então existe um que é grief né luto gre gre if existe um um esquema que é assim que como se o luto ele tivesse degraus perfeito vai passando vocês aí não estão enxergando mas como o gezinho pequenininho depois o r maiorzinho depois o i depois o e depois o f né como se fossem
etapas ou escadinhas que você vai subindo onde você vai ganhando mais conforto você vai se falando mais na realidade Tá certo em Oposição a essa imagem tem uma outra construção que é assim ó grave é como se fosse altos e baixos né então eles falam isso em alguns artigos quer dizer o luto ele se parece menos com uma escada e mais com uma montanha russa Ou seja a ução Do Luto ela nãoc linear perfeito Há dias melhores e há dias piores e essa é uma conversa interessante da gente ter tá uma co interessante que a
gente tem que ter existe ainda só pra gente colocar eh pra gente colocar mais elementos aqui pra gente começar a nossa conversa que existem doenças relacionadas ao luto Então existe uma doença que é a doença do das desordens Do Luto que aí já entra no dsm o dsm o dsm atual ele já tem essa doença lá né uma evolução Onde existem oito oito pontos que se o sujeito tem mais de TR três ou mais ele tem essa doença né então a gente pode abrir aqui depois do dsm pra gente ler se for o caso Se
alguém quiser falar sobre isso eh de modo mais aprofundado mas a gente já tá falando no nível patológico a gente já não tá mais falando do luto como uma adaptação esperada e normal evolutiva Se você quiser a perda tá de um ente querido Claro tem isso que é o luto o luto não é doença o luto é uma adaptação esperada perfeito e esse as doenças relacionadas ao luto que são as desordens relacionadas ao luto perfeito Onde por exemplo o sujeito ele de fato não vê sustentado no tempo por 12 meses ele não vê sentido Por
exemplo na vida sem aquela pessoa ou ele não aceita que a pessoa morreu e realmente vê o rosto da pessoa na rua né entrando aqui uma uma alguém da nossa equipe T conversando comigo que ela teve essa essa doença onde ela perdeu uma pessoa que foi importante para ela cuidou dela até aos 15 anos quando essa moça morreu ela viu o rosto dessa pessoa na rua em outras pessoas né em outras pessoas quer dizer pode ser que ela tivesse de fato uma doença relacionada ao luto que aí precisa de abordagem perfeito Então isso que a
gente tá falando ainda só para finalizar a gente começar a conversar sobre o luto propriamente com essar conversa né sobre sobre o assunto propriamente é interessante também a gente sublinhar algo que os críticos colocam em relação ao modelo em em de escada né ao modelo de etapas que é alguns deles chegam a dizer que esse modelo utilizado como não descrição mas diagnóstico ou terapia e tem uma diferença grande entre as duas coisas né quer dizer eu posso descrever que algumas pessoas passam por esse fenômeno eu posso descrever que esse fenômeno ele é esperado ou seja
as cinco fases isso é uma coisa a outra é você perdeu um ente querido e veio ao meu consultório eu tento te localizar e fazer com que você passe por isso por essas fases isso seria atogo esses críticos eles dizem o seginte fal olha não é verdade quer dizer a própria a própria Dra elizabe fala em textos dos livros dela fala seguinte olha eu tive pacientes que experimentaram três fases ao mesmo tempo e às vezes fazem Fases em ordem às vezes estágios em ordens diferentes primeiro veio a depressão depois A negação e a raiva por
exemplo né o que na nossa mão portanto hoje em dia já não tá mais autorizado a que a gente utilize as cinco fases como terapeutica ou seja o paciente chegou para você ou a pessoa chegou para você não só como paciente mas eventualmente como amigo como familiar você tenta enquadrá-la e fazer com que ela passa de fase em fase isso seria então a experiência natural ou esperada da resposta chamada luto is seria um equívoco perfeito Então olha há pessoas que nunca entrarão em negação não entrar em negação e estarão dentro luto por que est dentro
do luto porque elas estão reagindo estão dando respostas comportamentais afetivas intelectuais adaptativas a perda Ora eu tinha o meu pai não tenho mais num dia eu podia contar com ele para me ajudar eu podia contar com ele para me pedir dinheiro emprestado eu podia contar com ele para emprestar dinheiro eu podia contar com ele e para chamar dia dos pais tá aí por exemplo né Daqui a qu dois dias é o Dia dos Pais quem não tem mais Pai olha vai vai ter que lidar com isso e é simples tão simples quanto né quanto a
quanto a vida mesmo né Há pessoas que jamais entraram Entraram na fase de negação H pessoas que não entrarão na fase da raiva pessoas que não terão a coisa da barganha tem gente que não vai deprimir tem gente que vai aceitar de cara né Por exemplo perfeito então conduzir o enlutado pelas fases seria atrogel Isso parece que há um consenso hoje e a nossa experiência né Eh diz a mesma coisa tá diz a mesma coisa então até tentativa de enquadrar os enlutados nas fases pode levar a uma má adaptação Ok como quem diz e os
artigos apontam para aí a resposta de adaptação ela literalmente é individual e aberta individual e aberta perfeito e ainda um conjunto de Investigações que colocam mais alguns elementos na balança tá relativos a dependência Econômica de quem se foi relativos à visão de mundo que aquela família tem ou e que aquela pessoa tem e as pressões ou as influências culturais e religiosas dos indivíduos enlutados isso tudo vai transformar as relações tornando ainda mais né O que já era individualizado ainda mais individualizado né então visão de mundo relações econômicas relações sociais idade né Ou seja a dependência
real que a as idades fazem o que a gente tem então claro uma pessoa que tem 5 anos e perde um pai é diferente de uma pessoa que tem 70 anos e perde um pai já idoso né naturalmente vai ser diferente a resposta adaptativa por uma questão circunstancial de dependência né quer dizer a menininha ou menininho de 5 anos depende economicamente depende afetivamente pra Construção da sua personalidade né PR sua inserção no mundo como referência o senhor de 70 anos que perde o pai que já tinha 95 ele onde diferente né Isso é uma experiência
que a gente tem na nossa vida isso não é teoria isso é a gente consegue imaginar Nossa inteligência consegue imaginar isso com tranquilidade perfeito Então esse é mais ou menos o cenário posto da discussão de luto hoje perfeito que é interessante a gente Estar atento para ISO tudo se a gente quiser falar do assunto de um modo mais localizado né cientificamente falando então queria pontuar aqui uma questão que é não sei levantar essa questão ão da janela temporal sobretudo pro médico conseguir identificar o início do transtorno Do Luto mesmo né então quando que a gente
tá falando de um de um luto mais patológico né então a gente ouve né tem a janela 6 meses 12 meses é é mas entendendo que o processo é mais complexo né E por vezes individualizado eh qual o peso que a gente tem que dar né pra carga dessa janela temporal né Isso é é uma uma coisa que parece até às vezes é é um se torna um estigma na identificação do luto patológico Será que a gente não tá colocando muito peso em cima desse delta t né ou será que a gente não tem que
acompanhar e tentar entender um pouco mais e individualizar as fases ver se aquele aquele paciente ele ele de fato eh seria natural ele pular uma fase ou ele ficar persistir mais tempo numa fase Isso é uma uma é uma dificuldade mesmo uma dificuldade pessoal minha inclusive né acredito que de muitos a gente tentar entender identificar e diferenciar Quando é que a gente tá falando de um transtorno né Acho que n assim então vamos lá Dr Alon eh ess como eu falei esse assunto é assunto que parece em aberto ainda quer dizer a gente tá investigando
sobre isso né então é um assunto que começa a ser tratado na Seara médica de modo mais intencional como eu falei pela Dr elizabe psiquiatra na década de 60 ele vai progredindo Então existe um transtorno que é o transtorno de luto prolongado que acho que é isso que a gente tá falando no fundo ok ío ok uma coisa eu relacionar com a minha mãe em lutado outra coisa eu relacionar com o meu paciente em lutado no consultório eh lá é diferente né a gente a gente a gente é médico mas a gente também é irmão
é pai é OK uma coisa é cara eu tô vendo minha mãe parece que ela tá bem parece que ela não tá bem Sei lá eu tô de olho nela e vamos vamos nessa né Outra coisa meu paciente ele chega no meu consultório então aí vale a pena a gente abrir o dsm no fundo aí é isso se a gente quiser ter a segurança médica perfeito então assim que que é o que que é o transtorno de luto prolongado transtorno de luto prolongado é a persistência por 12 meses ou mais de três dos oito sintomas
e aí vamos abrir aqui vamos ver o Quais são os oito sintomas do do que o manual põe pra gente perfeito mas são por 12 meses em adulto e se meses em adolescente e criança tá Uhum vamos ver aqui você Alguém sabe de cabeça quais são todos eles de cabeça não mas eles são parecidos com com com as Fes também são persistência de três daqui das cinco noções exatas é a questão é o quanto a gente carrega no tempo né a gente claro né medicamente Tecnicamente a gente tende a seguir os manuais e os consensos
né a gente sabe que no nosso dia a dia às vezes os consens os guidelines são são guias e eventualmente você identifica ali num num paciente saí muito mais obviamente na área de vocês não sei se no dia a dia né no consultório psiquiátrico você consegue compreender que pô invés de 12 meses Será que aqui não é um a gente não consegue prolongar um pouco mais a observação essa janela temporal Será que a gente não é um pouco mais flexível reduzir também é ou reduzir né eventualmente você tá identificando uma intensidade de determinado né sintoma
não sei se eh eu fico eu fico me questionando de fato o quanto a gente precisa ficar preso a essas janelas temporais porque não 5 meses e se for Pois é doutor essa que a questão quer dizer a gente é médico né Então você vai ter que traçar uma linha no chão é eh a linha no chão tá traçada pelos manuais e pelos guias essa que é a coisa né F assim então beleza o sujeito tá ali menos 11 meses 11 meses 29 dias chegou no teu consultório marcou consult chegou te consultório marcou tua consulta
falar Não não calma lá você ainda não tem não tem desmarca marca daqui dois dias porque eu posso dizer então é a coisa do lugar onde está o lugar do bom senso Onde tá o lugar da sensibilidade essa é uma outra essa é uma questão que não é outra acho que é a mesma a mesma questão pra gente né mas mas se a gente quiser [Música] vamos lá Exatamente isso Ó adicionalmente o indivíduo deve ter pelo menos três dos seguintes sintomas ocorrendo eh pelo menos diariamente no diariamente no mês passado ou por 12 meses vamos
lá primeiro uma sensação de que parte de si morreu junto tá isso é uma coisa e alguns e alguns pacientes relatam Exatamente isso perfeito isso é muito comum isso é muito comum em vários cenários mas tem um cenário que pelo menos pela Minha experiência é muito comum quando mães perdem bebês tá mães que perdem bebês Esse é um dos sintomas ou um dos relatos pelo menos que eu ouvi na minha experiência mais frequente uma parte de mim morreu hoje a parte de mim morreu junto perfeito isso é isso É duro como é que você lida
com isso em geral terapia né vai ter que terapia então Eh recentemente eu tive um eu tive um caso que eu acompanhei não no consultório Mas acompanhei enfim ajudando dando suporte de uma moça jovem eh que perdeu um filho afogado né afogamento e piscina doméstico Néo de piscina e então é era reentrante na fala dela que uma parte de mim morreu junto uma parte de mim morreu junto e a gente observa que é uma fala muito sentida não é uma fala enxertada não é que ela tá falando porque ela ouviu isso não é uma coisa
que vem como quem diz vem de dentro mesmo vem do coração eh é como ela tá sentindo ela morreu ela morreu junto perfeito tá a gente também vê muito isso é muito comum em casais que já estão juntos a desde sempre né Então desde sempre já nem lembro mais como é que era a vida sem a esposa sem o marido falá uma parte de mim morreu hoje O que que você é o normal normal que a pessoa fale o normal né pessoa fale isso no dia do velório fale isso algumas vezes e depois ela Ana
que uma ela não morreu né quer dizer a vida continua o que que seria a doença seria doença não essa sensação essa fala diariamente pelo menos um mês ou essa sensação mantida por 12 meses se a gente traçar linha no chão que a gente tá fazendo aqui né agora somos médicos então beleza A gente tem que seguir critérios é isso que a gente tá falando então essa sensação sensação muito dura mesmo né E precisa de terapia pode falar também como que a gente aborda isso depois uma outra coisa que é curiosa é uma marcada sensação
de um descrédito sobre a morte a pessoa não não que seria A negação né ela não acha que que que morreu ou que se morre isso é muito curioso eu tava vendo não agora não Minha experiência pessoal uma experiência apreendida tava vendo um documentário falei Opa é isso aí documentário que documentário logo depois da segunda guerra mundial começam a ver as denúncias de quem que era espião quem que não era espião e aí acham dois judeus que estavam envolvidos na construção da bomba nuclear perfeito eles são pegos de bode expiatório são condenados e foram PR
pr pra furca perfeito morreram mataram os dois marido e mulher foram dados como Espiões que passaram informações da bomba nuclear da construção da bomba americana pra Rússia tá só que esses jeitos são dois filhinhos dois filhinhos e um deles é entrevistado no documentário ele fala uma coisa fal Olha eu eu vi na televisão que meus pais tinham morrido eu já tava sem meus pais há um tempo em casa mas eu simplesmente não achava que ele ele ele falando assim eu não sabia explicar mas eu achava só que meu pai ia entrar pela porta de casa
um dia e minha mãe também até o momento em que eles foram pro Conselho Tutelar lá da da época né pro abrigo E aí um casal Us dtor quando estava quando ele tava falou quando ele tava andando de carro abraçado com o irmão mais velho indo paraa Casa dos novos pais adotivos que ele começou a chorar então é uma marcada sensação de de de de de de de descrença na morte né ISO acontece pessoa não não cai a ficha não morreu perfeito ela atenção isso é diferente de não estar informado sobre o que aconteceu é
porque não é uma inteligência ela não é não cai a ficha como a gente fala no no no português e corrente diário que seria a tal da negação a A negação levada ao extremo é isso né A negação marcada como sintoma é isso e não como adaptação normal adaptação normal não é uma negação desse nível é uma negação tipo não não é um não é sem ela Já sabe ela sabe que que que morreu ela só tá querendo dizer que não morreu é diferente disso aqui isso aqui é marcada sensação de de descrença de de
descrença sobre a morte da pessoa isso acontece eu já vi e eu tô lembrando aqui veio da memória esse documentário foi muito marcado que era ele fal ainda já se passaram anos né quer dizer década de 40 46 47 isso aconteceu já tinha um ancião um ancião ele tá lembrando do que que aconteceu naquele dia naqueles dias el fal sabe ele fala assim meio fora meio de realizado né então não sei dizer mas eu só achava que meu pai e minha mãe iam entrar ali na porta da minha casa e um dia abraçado com e
tem a foto desse dia Inclusive tem fotografado foi foi capa de jornal tem a foto dele o irmão de boné de beisebol mais velho abraçado com ele dentro do carro assim e com olharzinho perplexo tadinho era uma criancinha tinha sete 8 anos Sei lá tá então isso essa sensação sustentada mais uma vez por todo diariamente por um mês ou eh ainda presente por mais de 12 meses a gente pode tá autorizado a dizer que Opa a gente tá aqui já dentro de um e de uma síndrome de de luto prolongado que precisa de abordagem médica
já não é mais uma adaptação normal não é uma resposta complexa ao fenômeno da perda a gente a gente como médico a gente tem tem o costume de olhar pras questões que envolvem a perda de saúde mental que envolvem o sofrimento humano sempre olhando pra causa material sempre olhando pra causa orgânica me parece que o luto ele não tem uma causa orgânica ainda que alterações orgânicas sejam observadas mas a raiz do luto é uma causa afetiva se a gente observar primeira segunda terceira e quarta fase me parec o quê na primeira negação me parece a
afetividade tomando a dianteira da inteligência e a inteligência não conseguindo captar a realidade do acontecimento raiva o movimento afetivo a própria barganha ali uma luta entre entre a dimensão da Inteligência a dimensão afetiva eh a depressão A perda da Inteligência paraa dimensão afetiva e no final a vitória da Inteligência sobre a dimensão afetiva a aceitação então assim me parece que tem uma raiz afetiva e que a é o movimento da afetividade tomando a dianteira da inteligência e a inteligência ficando concordo tem razão quer dizer é exatamente isso vamos lá V Trocando em Miúdos e descendo
menos técnico menos médico e analisando o fenômeno em si que que acontece eu te amo eu gosto de você eu tô acostumado bicho a te convidar pra gente fumar junto pra gente conversar pra gente se abraçar para ouvir tuas histórias para você ouvir as minhas e pra gente se abraça e a gente vai no aniversário um do outro a partir de um certo dia marcado no calendário eu não posso mais te abraçar nem que eu queira eu não vou escutar mais a tua voz tá faltando um um pedaço da minha história um pedaço eu a
gente não tenho mais acesso a isso nem que eu queira n isso Isso incomoda isso dói isso deixa a gente triste faz a gente chorar é afetivo mesmo você não tá mais aqui vai ser ruim para caramba ass é ruim cara quando meu pai morreu eu passei por luto recentemente meu pai morreu né Um dia Estávamos conversando sobre o Dia do médico dia 18 de outubro médico e tal não sei o qu falando para dos projetos ele rindo e falando dos meus filhos não sei o qu no dia seguinte eu sabia que nunca mais eu
ia dar um abraço no meu pai é incômodo cara é incômodo ainda que eu não dependesse mais financeiramente do meu pai eu digo nem afetivamente no sentido de de meu pai parceirão que ouve minhas histórias Não nada disso é uma coisa assim uma parte de mim morreu olha só é eita não tá mais aqui cara e agora e tem uma adaptação eu lembro claramente que uma vez eu tava meu pai tinha morrido tinha sei lá semanas poucas semanas e ele tinha o costume de entrar no quintal da minha casa no quintal da minha casa não
tinha portão nem nada então qualquer um entrava lá moleque jogando bola gambá cach cachorro meu pai né entrava sem avisar e a gente toma café da manhã na cozinha que que era um portão grande assim na cozinha pro quintal Beleza então era muito comum meu pai aparecer no quintal e entrar pela cozinha porque a gente tava al tomando café da manhã e tal e um dia eu tava tomando café da manhã com as crianças de costas pro quintal e eu ouvi uma subir eu di um oi eu sem eu não tive né que eu não
tive dúvida eu levantei para dar um abraço no meu pai era o carteiro não meu pai tava morto não podia ia ser mas você não tava adaptado ainda aí quando isso acontece você não Tá adaptado você tem um costume de ouvi-lo beijá-lo brigar reclamar e se alegrar sei lá aí cada um vai ter a sua relação com a pessoa que foi perdida né Falei não é ele aí vem um negócio que é uma sensação afetiva de ausência não vou abraçar o carteiro né nada a ver abraço cara e na em semanas próximas tinha eu tinha
um costume com o meu pai que era a gente não se falava todo dia mas a gente interagia com muita frequência Então tinha o costume de quando eu tava comendo uma coisa meio diferente Ou que eu imaginava que ele fosse gostar eu mandava uma foto do prato e às vezes nem tinha era só isso mesmo era só um keep in touch estamos nem em contato não tinha um desenvolvimento acerca daquilo então vez que eu tava no Royal Grill restaurante aqui no cas Shopping pedi uma carne de porco que ela veio diferente ela veio bacana eu
peguei não tive dúvida tambm peguei o telefone mandar para ninguém eu tem aí dá um negócio que é assim é não tá aqui entendeu isso isso é experiência é o que seria a experiência de adaptação normal ao luto você tem um costume de estar com a pessoa e é bom no fundo por que por que que eu mandar foto para ele porque é bom sei lá por que é bom aí eu tô contigo não tem uma causa material científica é bom sei lá é uma pessoa que eu amo é uma pessoa que eu convivo é
uma pessoa que eu gosto é uma pessoa que me move porque que eu movo E aí você não tem mais aquilo você precisa se adaptar é como se fosse um mapa que de repente irá na Guiana Francesa ali do meio do mapa né as placas tectônicas Elas têm que se adaptar para você ter ali um um território coerente por ou vai ter buraco é isso no fundo vai perdendo as pessoas você tem que ser um mapa ele tem que se reorganizar o mapa afetivo interior e essa reorganização do mapa afetivo ela é custosa vão ter
terremotos vão ter tsunam zinhos vão ter né vulcões aparecem até a terra ficar né juntinha De novo perfeito essa incapacidade adaptação de território afetivo é o que a gente chama pode chamar aqui de transtorno de luto prolongado vai ter buracos né vulcões terremotos imagina uma uma mobilização de placa tectônica é isso interiormente é isso que tá acontecendo perfeito e é maravilhoso quer dizer você está vivo dói mas é maravilhoso aqui ó só tô com os afetos eles estão ali tentando achar um eles estão encontrando um caminho para ficar coesos porque não fal as contas isso
que é uma das Fas aceitação é eu continuo vivo O Mundo Continua andando e eu tenho outras pessoas ao meu redor por perfeito é interessante dema organização biográfica bonito demais no fundo né é muito bonito essa essa dinâmica da vida e da morte é muito bonito eu lembro uma vez também que foi uma coisa que foi uma experiência de luto by proxy foi a distância né Eh uma de manhã tava atendendo no consultório de manhã eu recebo um t não recebo telefon nenhum de manhã tô atendendo paciente como um dia normal né Bate na Porta
do a Denis minha secretária nunca interrompi uma consulta nunca falei entra Dorita você pode atender esse telefone eu já sabia o que tinha acontecido aí eu pedi para eu paciente ó aí Não claro ele também entendeu saiu falou Pô uma pessoa tava me dando a notícia de que um paciente meu que era familiar muito próximo dela tinha acabado se enforcar perfeito cara o médico Experimenta luto também is é uma coisa curiosa claro que a gente não vai botar na mesma proporção mas Experimenta Pô então um paciente meu tinha suicidado Naquele dia naquele momento falei com
ela falei desliguei o telefone fone a gente fica ali na janela imediatamente repensando falei em algum lugar é a primeira coisa que vem culpa aí você vai remontando né pro remédio que você deu pro cara né abordagem fui atencioso ou não fui falei em algum momento não falei deixei passar alguma coisa não passei e e mesmo que seja assim com a ficha limpa vamos chamar cara ficha tá limpa não foi nada né quer dizer não foi uma coisa que eu deixei de ver ou que eu deixei de falar ou que eu deixei de abordar ou
negligenciei não cara teve imperícia não teve imprudência não teve negligência t na é ruim você se adapta mal e o dia inteiro eu fiquei mal adaptado eu tava experimentando o quê isso F Olha uma pessoa que eu tava acostumado que eu gostava gostava muito daquele cara mesmo assim de verdade sabe eu tinha um negócio eu tenho um negócio com me gostava dele um cara assim Era bom era ruim porque ele tava sofrendo mas era Claro dentro a vida é assim né era bom tá com ele era bom tentar ajudá-lo sabe a família dele era maravilhosa
ele não ia mais nunca mais no meu consultório nunca mais fi mal adaptado ao terminado e eu ali pensando Será que eu papei alguma mosca né E já ia eu ia no velório dele já tinha à noite eu vou lá no veló né consolar a família também um pouco conversar um pouco sobre o que eles queiram falar e com a família também quando quer falar contigo P você era um médico você que sabia o que tava acontecendo como é que como assim meu pessoa que tá do meu lado morre do dia paraa noite não deu
sinal não deu aviso Nenhum De repente se enforca que isso né família quer falar e você você tem que estar ali cara é o para-choque deixa eles botarem a culpa em você eventualmente né Cada caso é um caso né mas eventualmente o psiquiatra isso existe antes de sair a minha secretária fala dout Italo Senor pode atender uma pessoa aqui que chegou não tinha marcado consulta nenhuma Fi hoje o dia tá quear eu falei tá bom aí atend no último paciente e já fic mais não que que está por vir e vejo uma menina jovem tinha
19 20 anos que 9 meses antes marcou uma consulta comigo tinha marcado uma consulta comigo para falar que ia abortar uma criança que ela tinha concebido não queria e tal a gente fica ali conversando Poxa vida seu filho e tal e eu tava ouvindo e falando no caso dela enfim ela mas é muito sentido que ela né e ela tava saiu aí fou não não pá sai do meu consultório abortar eu vejo ela e no colo dela o neném Dorita olha aqui ó tá vivo graças ao Senhor falei sei lá Deus é muito maluco né
na manhã negócio cara aí eu chorei óbvio né meus afetos Fi cara tento organizar os negócios vem um bloco né de como tivesse um aguana francesa volta pro mapa pá Eita né caramba chorei adaptação adaptação esperada quer dier os afetos eles estão sendo mobilizados ali normal ser humano Car bonito né existe essa lenda de que o médico ele tem que ser distante distante né e não a ele tem que tomar uma distância terapêutica Evidente mas cara ele é um ser humano veja beme é uma máquina né sente é sente inclusive eh eu acho que com
relação ao médico e e o familiar né inclusive ex exe um papel do médico que é o impacto no luto do familiar quando o médico é distante demais a comunicação de uma notícia da morte de um ente pode ser tão fria que aquilo vai ficar reverberando na mente daquele familiar e e e aquele momento é um momento tão que eu acho que assim eu queria talvez levantar essa bola agora da da comunicação né a comunicação é é é um eu lembro eu lembro de dois momentos vou pegar uma coisa biográfica e depois a gente mas
eu lembro de um momento que foi assim eu dava plantão no CTI que é mais ou menos um caminho trilhado por médicos recém informados que precisam de dinheiro né Então pronto já tinha tava casado já tinha filho Dr Henrique C que me arranjou um um plantão no CTI aqui na frente inclusive e era um respa muito organizado muito bonitinho né era muito novinho tudo novinho bonitinho equipado P pá super bacana era era tão equipado que tinha um servo de assistência social no no hospital que quando um paciente falecia o assistente social comunicava ao a família
né então era uma coisa que a gente não tinha a gente como médico não tinha experiência de dar a notícia da morte claro que a gente podia preparar o a família etc mas na hora da morte mesmo era assistente social né que em tese tá eh preparado e tá em contato Beleza a gente enquanto o médico ia com o atestado de óbito para assinar os papéis etc alum coisa do tipo né tin lá para os papéis Então essa essa era a rotina um dia falece a dona fulana no leito tal ah D já já tá
lá para né falar lá com a família né então era aquilo né eu vou com aquela cara circunspecta aquele aspecto mais circunspecto não festiu localizo a família da dona fulana com os papéis aí me com espectro olha por gentileza e quem da família vai assinar os papéis e aí um se levanta e fala que papéis não tinha receb eles não tinham recebido a notícia da morte da senhora que comunicação fria horrorosa desastrosa né E e aí você não tem mais o que fazer quer dizer eles já sabem que ela morreu e foi assim que o
médico falou que minha mãe morreu assinar os papéis que desastroso né eu tanto que eu lembro disso até hoje falei caramba isso aconteceu uma vez mas aconteceu e eu falei e você não tem mais o que fazer ali diante daquela situação você já deu uma comunicação fria que vai impactar a família é o que você tá dizendo olha como que a gente não me preparou né E não teve o mínimo de afeto por minha mãe era só um papel naquele Hospital Será que se ela tivesse outro hospital não ter tratado lá com mais pronto começa
Vai acontecio nada disso o médico iniciante e fale de um processo e de comunicação foi foi então então realmente quer dizer o modo como o médico quando tem seessa oportunidade o modo como o médico vai conduzir eh a conversa com toda a sensibilidade também sendo Claro acerca do que vai acontecer o que é importante né porque a gente tem que dar a chance pra pessoa que tá indo dela se preparar também né então eu lembro do meu primeiro paciente de verdade né Clínico que eu tive quando eu falo de verdade não é né que os
outros tinham sido de mentira mas assim um caso dramático né que eu quero dizer foi um senhor você ser vi na Policlínica Militar da Praia Vermelha como né eu era Tenente do exército né Fui médico temporário lá médico fui temporário lá como médico e aí chegou um senhor General na reserva General da reserva super bacana aquele senhor sabe cara que tava de bem com a vida sabe o cara cumpriu seu dever com a pátria e tava lá tomando sua cerveja indo à praia e curtindo os netos né era essa e era um cara muito gostoso
muito era um senhor assim realmente ele entra entar lá aquela brincadeira o aspirante aí n nem tendente aspirante aspirante por aspir pode me atender po Aquela coisa né General com aspirante mas muito respeitoso tá tô com uma coceira aqui deve ser Sara mas eu já falei com o doutor aí aquela coisa né de gente mais velha fala o nome sobrenome do médico que é o médico que o atende Já Ana é coisa de de de corredor assim mandou tomar aqui um remédio para sarna não melhorou aí falei qu outro lá mandou limpar com sabonete é
sujeira não melhorou aí eu falei coceira assim que não melhora com invermectina eh tá tá sustentado deixa eu examinar esse senhor aqui falei ó vamos vamos deixa eu examinar o senhor direitinho aqui comece a examinar examinar era uma sala fechada Eu boto ele aprend isso na faculdade então também recém formada se tá quente falei para ve que ter ISO eu tenho que ter luz do dia porque essa luz aqui luz amarela luz tal muda a coloração né de esclera de mucosa eu tenho que ver com a luz com a luz com a temperatura adequada que
a luz do eu levo ele para perto da janela abre a persiana pum a esclera meio amarela mesmo você senhor reparou que senhor tá com com olho meio amarelo é meu meu netinho tá até brincando comigo que eu tô virando um periquito falei Fi tá bom vamos lá deita aí geral vou examinar aqui a barriguinha do Senhor pa né sinto uma massa ali Eita falei o general as fezes do Senhor tão meio brancas como é que senhor sabe terente e o xixi tá meio escuro a ele falou Pô tem bola de cristal agora tá tá
escuro Aquela coisa né aí na minha cabeça T po diag diferencial na minha cabeça assim tumor de cabeça de pâncreas senhor vai morrer mas não vai morrer hoje né então ele foi a primeira vez que eu eu lembro como se fosse hoje tô contando vividamente o que aconteceu porque eu lembro como se fosse hoje peço exame de imagem de intervencionista e tal com ressonância deu outra tomou de cabeça de pâncreas eu tive tempo de chamei a família peguei o telefone chamei a família chamei com ele falei que isso vai acontecer depois a família fala dout
não conta para ele não conta para ele aí a gente tem que conversar com a fam F Olha ele tem todo direito eu entendo Ele é uma pessoa super viva saudável com os netos a gente tem que fazer com que ele aproveite bem esse tempo final que provavelmente é o que lhe resta e faz parte de viver bem o tempo final dá chance ele com com as pessoas que ele tem que se reconciliar de resolver os papéis que ele tem que resolver dele se reconciliar com Deus que se ele tem religião tem fé a gente
tem que dar chance para ele quer um momento é um momento muito específico da história da pessoa né que são os momentos finais poucas pessoas oportunidade Isso é uma oportunidade você falou tudo a oportunidade que ela tem opa pera aí tem coisa aqui que na minha biografia tá desencaixada como quem dis Se você soubesse que você tem TR meses de vida Provavelmente você deixaria algumas coisas de lá daria um beijo em quem você tem que dar né assinaria os papéis você deixou de assinar PR PR resolver mais fácil a vida dos outros e falei assim
eu falei a ah eu não consigo eu falei Pode deixar que eu falo era um general né Po falar com General aí comecei com ele ele reagiu do jeito que ele reagia n sujeito brincalhão bonachão mas a sério ele não negou el entendeu mas imediatamente falou ok então deixa eu fazer com que os outros tenham um bom tempo aqui comigo nesse final não vou ser mais uma e morreu realmente três meses depois morreu e é uma oportunidade paraa família viver um luto em vida ali né que acho que é uma coisa também importante da gente
proporcionar com médico eh eu comentar sobre a ideia um conceito expandido Do Luto né porque a princípio eh a gente tá falando da perda de alguém que você tinha um vínculo sim né mas é muito frequente vai ser cada vez mais frequente na prática médica a gente lidar com situações de perspectiva né sim Então seja paciente que já tá internado mas tá em coma tá num uma internação prolongada por um motivo crítico seja uma doença grave progressiva na Na neurologia isso é muito comum que você passa a lidar com aquela perspectiva então de algum modo
a pessoa não tem uma morte ali física Clínica mas está lidando com aquela Perspectiva da Morte Então essa formação eu peço talvez alguns que estejam assistindo podem pensar não mas eu não sou geriatra nem psiquiatra não vou ter que sou vist não vou lidar com a notícia nem vou lidar depois com outro patológico não mas é independente da especialidade é muito provável que a gente lide com situações que o paciente está vivenciando a perspectiva Do Luto é então ah talvez uma mescla um ou outro desses elementos que você tá levantando ele vai est vivenciando tô
negando essa doença Então você imagina quando a importância dessa formação para quando vão se expandindo na medicina a investigação genética né olal eu vou tá eu tenho a perspectiva de em 10 anos tá desse modo tá falecendo ou ou muito incapacitado né enfim par se encaixar também assim e aqui juntando as duas coisas me vem uma uma terceira que na psiquiatria pelo menos para mim se aplicava muito e o que eu acho que isso é extensivo a essa realidade do luto que é a visão de mundo do médico do comunicador e nesse sentido a visão
de mundo do médico ela tem que ser aberta o suficiente para captar a realidade a visão de mundo do paciente da família que que eu quero dizer com isso vamos botar no campo da religião que é onde entra aqui essa coisa né quer dija as fronteiras a religião fala sobre fronteiras e sobre o pró sobre o além né mas por exemplo eu sou eu tenho uma religião específica que não é e bruxa eu não sou da uica perfeito não sou tenho uma outra religião que não é essa Mas eu tinha uma paciente que eu amava
também que ela era era jovem tinha 28 anos e que ela literalmente ia paraa consulta e andava assim na rua dela aqui da cidade do Rio de Janeiro um bairro populoso toda vestida de preto com aba larga e chapéu de ponta isso não era um sintoma de doença não era era visão de mundo ela achava que era uma bruxa ela participava de grupo de bruxa e ela era bruxa ia para encontro de bruxa em São Paulo e era uma bruxinha tinha um gato lá que ela dava o nome de Desse gato de bruxa né eh
então era era interessante sempre que eu atendia porque veja eu tava na dela ali De algum modo entende opa pera aí cara ela tem essa essa é a visão de mundo dela essa é a cosmovisão dela eh eu posso ser um trator ou uma parede fria né ou sei lá um rinoceronte que eu vou literalmente desprezar a visão de mundo da pessoa porque eu tenho as minhha Opa calma aí não é isso contr contrário você expande as fronteiras da da da sua Contri da sua do seu conhecimento acerca de outras visões Total exatamente Então essa
na na noção do luto mesma coisa F olha Às vezes tem um médico ali que é um médico que ele é super frio cético cientificista ou encarnacion ele é kardecista sei lá beleza is visão de m dele agora a família protestante na tua frente meu irmão uma família Católica na tua frente Uma Família Cristã sei lá né Digo o Brasil 70% das pessoas são cristãs né então difícil assim eh é muito razoável que o médico ele ele ele ele saiba conduzir o luto de acordo com as crenças do comão de Mundo da família que tá
ali na frente com a pessoa que tá ali na frente dele né seria muito seria o razoável F né e ele não deixar imagina que é um médico que imagina que morreu tá preto e morreu morreu meso que o bicho coma passa né enterrou vira me Taca no mato porque eu viro comida de minhoca tem gente que é assim tudo bem bicho isso é você Agora imagina só que você tá lidando com a Dona Maria que é aquela Senhorinha de igreja que vai todo dia na missa e os filhos estão ali também tem religião e
gostam da mãe ô meu amigo pelo amor de Deus Dona Maria tem 85 anos já tá fazendo hora aqui nesse mundo há muito tempo né Que isso n não é razoável eu tô pensando por absurdo de profissionalismo faz parte da ética médica o conjunto de crenças e valores de quem tá na nossa frente né pelo amor de Deus não é razoável que alguém faça um negócio desse ou o médico se imaginar como um mero burocrata também a gente vê isso eu não sei nem se é verdade né Eu nunca não tenho experiência de atendimento assistencial
no Estados Unidos a gente vem filme não sei se é verdade alguns médicos super frios dando comunicados jurídicos também não é razoável não o médico é um operador humano eh a saúde é a manutenção né das estruturas bi psicofísico espirituais e sociais do ca Então as coisas tem que est em jogo também quando você vai na notícia E aí foi o que você falou no início o modo como o médico aborda a família ou paciente faz toda a diferença nessa vivência ele é o portador ele é o aralto da Notícia a primeira vez que a
pessoa ou a família vai ter contato com Af finitude Daquela vida em concreto não teórica mais porque a gente sabe que todo mundo vai morrer né mas não sabe que a gente vai morr daqui trê meses e quem comunica isso é o médico P tem um tem uns protocolos que geralmente paliativista alguns intensivistas treinam de comunicação da da notícia da morte ou de uma piora Clínica um deles é o spikes né que é um um acrônimo para e você montar o cenário preparar ver as visões do paciente dos familiares ali convidar ele para vamos ter
uma uma conversa de difícil né é expor a situação Tecnicamente e também investigar abordar como que ele se sente em relação à aquilo né dando uns Passos assim lembrete aí vale a pena Chamar algum algum paliativista para para continuar essa conversa depois né sobre esse ângulo né o ângulo da comunicação interessante important né De certa forma é uma Medicina hã aend exe na sala acontecer falar e por que anestesista né não assim naquele naquele momento era eu que tinha que falar pois é e acontecem umas coisas você falou o negócio da da formação religiosa do
outro e a gente tem esses pequenos lutos aí de quanto acontecem as coisas que a gente acha sempre que a gente vai conseguir dar conta do que tá acontecendo por pior tem essa sensação do médico que ele vai conseguir resolver sim e do do próprio amadurecimento mesmo que eu acho que na ao longo da formação eu não fui preparada para isso e teve um dia que uma paciente lá num teve um evento Agudo uma coisa não esperada e eu entrei com ela conversando comigo deu uma chorada falou Pô eu acho que eu vou morrer mas
a gente meio que não ouviu e tal Beleza beleza não foi TR trágico então eu comecei uma coisa corriqueira para mim que terminou depois lá 3 horas depois ela estava corpo poxa e aí era meio da tarde eu falei bom eu não vou deixar um burocrata D essa notícia porque foi uma coisa que eu também ainda não digeri E aí veio o filho tal aí a família essa coisa da religião né e eu falei assim eu tava muito doída eu falei olha a gente fez tudo o que pôde do jeito que deu tal ele falou
assim não eu vim aqui para acalmar o seu coração porque nós somos espíritas a gente lida com isso muito bem e ela ligou pra gente hoje de manhã dizendo que isso ia acontecer aí eu fiz Poxa devia ter falado para mim obrigado me avisava que eu cancelava a cgia né eu fui cancelava a cirurgia eu comece eu pretendia consolar e falei dizer para eles olha o que aconteceu foi uma foi uma uma fatalidade tava tudo tinha tudo para dar certo e depois ele falou não a gente veio só para te confortar para te para te
a senhora não precisa quando eu acabei de explicar tudo ele falou assim não não a gente já sabia como que a gente não precisa carregar essa culpa né não precisa é Então aquela coisa de curioso Você falou eu ri né Deus é maluco eu tava querendo consolar e eu recebi um dessa pessoa que tinha esse entendimento do do Espiritismo dele e tal que olha tudo bem a gente já sabia e Ela avisou sim e o que acontece se a gente for e você teria que acompanhar essa família Porque alguns poderiam dizer Ah tá tá em
negação não às vezes não serenos às vezes não tá negação não a pessoa lidou com o luto de um certo modoo que realmente essa abordagem em steps ela é interessantíssima como início da conversa mas não é assim que a gente vê na prática exemplo eu atendi uma vez uma criança 12 anos não é 12 ou TR ou 14 vai beleza era pré-adolescente qual era o scenário uma amiga minha uma amiga minha mais velha perfeito levou esse menino até o meu consultório falou não tinha me explicado a situação antes né atenda eu f Claro pelo amor
de Deus uma uma situação dessa hoje pode trazer ele aqui agora né quando você puder qual era o cenário essa criança era filho de um pai esquizofrênico morava num bairro aqui perto né pai esquizofrênico eh urto que urto não pai esquizofrênico de difícil controle uma Dana de muito difícil controle determinado dia à noite o pai entrou num desses surtos psicóticos Né tava mal maltratado né Sem tratamento ruim começou a gritar pela casa persecutório pegou uma faca e o menino me relata ele ouvi o pai ir a cozinha ouviu o barulho de faca daqui a pouco
ele ouve a mãe começando a gritar e parando de gritar ele chega na cena e vê a mãe caída totalmente esfaqueada sangrando e o pai vai para cima dele para esfaqueá-lo ele consegue fugir e se esconde na casa dessa minha amiga que era a vizinha dele perfeito Prenderam o pai a mãe de fato morreu perfeito e o garoto Então tinha acabado de perder a mãe esfaqueada pelo pai e o pai estava preso como judiciário por homicídio né esse tava morando na casa dessa amiga minha vizinha conversei com o garoto né comecei opa pera aí deixa
ele falar e o menino triste mas Sereno conduzindo a história com uma maturidade maturidade ele falou para mim ele falou para mim fal do eh Muito obrigado minha mãe cuidava muito bem do meu pai mas meu pai não tomava remédio né ele fezo com a minha mãe mas ele não não era ele era a doença dele e onde quer que a minha mãe esteja o que ela gostaria é que eu me dedicasse à escola e ao futebol porque eu tô entrando num clube para para ter vida de jogador profissional e isso que eu vou fazer
por ela eu vou ser um bom homem pela minha mãe Nossa beleza acaba a consulta eu reporto isso pra minha amiga que tava custodiando o garoto F tá bom Mas pelo amor de Deus isso aí pode mudar né pode pode mudar dep faz negação Sei lá eu comecei a atender um menino duas vezes por semana por do meses e isso era o garoto tinha nada de negação não foi a reação adaptativa a perda foi essa responsabilidade com os ensinamentos que a mãe L tinha ano passado Pois é entendei como que esse o luto enquanto teoria
ele é de um jeito luto na prática então puxei essa bola para dizer o seguinte né a gente tem os protocolos de comunicação que são úteis demais mas muitas vezes vão ser inúteis ru o caso por exemplo V vou puxar aqui o protocolo para comunicar para essa família espita que a amiga ou a irmã ou a mãe não sei quem era né famar faleceu a mãe esse protocolo não ent em lugar nenhum quer dizer o segin mesmo que você tivesse um protocolo na mão ele seria ótimo prar segurança por isso que os protocolos funcionam né
protocolos esse tipo de protocolo né é segurança mas nesse caso vem sent aqui eu preciso te chamar não acabou já conversa já encerrou encerrou né então é evidente que é importante ter o conhecimento dos protocolos né mas é importante a gente ter a liberdade também di gente da situação concreta e real que tá na nossa frente esse garoto por exemplo eu tô dando essa família por exemplo você tá exemplificando então como é que o garoto se adaptou ao luto desse jeito que eu contei para você as notas não caíram ele foi pra escolinha lá continuou
lá na tentativa dele virar um atleta profissional é isso sei nem se ele já vinha vivendo um luto entre aspas antes long mãe já eu não sei quer dizer vamos lá o que aconteceu em concreto na realidade com aquele garoto foi isso que eu tô descrevendo para vocês aqui os pacientes com cirrose cirrose ou transplanta Mas tem uma história natural né o carcinoma e e quando a doença vai evoluindo é importantíssimo Eu sempre peço que a família apareça porque quando você o que que que que é esse paciente né esse paciente a gente sabe da
história natural e sabe que pode acontecer e é importante que você já envolva a família de certa forma no processo né porque é isso é você facilitar ao cabo do caso o processo de luto daquela família né E quando tá tudo envolvido Você tem uma relação muito próxima eh a coisa vira uma coisa tipo uma gratidão até sabe e o processo de luta ele ele é mais suave e até pro médico a gente sofre isso essa falou de dar o remedinho Esse é o mais comum né dar um remedinho pra minha mãe dar um remedinho
PR minha tia condutas e condutas casos e casos mas como Norma parece que o mais razoável é deixar a pessoa experimentar o que acontece quando a gente recebe uma notícia de que a gente perdeu alguém isso é mais adaptativo no fundo né é é passar por aquele momento exato pessoal não tem às vezes é registro da dor da perda depois se culpa porque tava dormindo quer dizer pode piorar até psic patologicamente falando também dependendo do remédio que vocês podem trar a chance de dar um menos deepo no momento que o paciente vivenciando processo de trauma
é de você desenvolver maior chance um transtorno de TR pode tomar isso a gente já sabe também quer dizer a a reação natural de dor de choro de raiva mesmo que seja né de desespero ninguém assim é uma cena que não é agradável de ser vista mas que a família tem que enfrentar isso é o natural né quer dizer é o que acontece isso a gente sabe também quando a gente dá B de azepin em situações dessa aumenta a chance de desenvolver um transtorno de estess para as traumático tem vez não é Para Ter estresse
postraumático quer dizer é uma pessoa que morreu né É as pessoas falecem isso é a lei da vida é o que acontece no mundo desde sempre as pessoas falecem né é interessante mesmo isso né mas o remedinho é Um clássico é né o remedinho é um clássico o remedinho paraa minha mãe remedinho tudo bem você tem que ter um remedinho na bolsa porque sei lá mas é reação exagerada mesmo né quer dizer no sentido de de descontrolada e e Começa colocar a própria vida em risco também alguma coisa do tipo Claro você tem que ter
o recurso mas por isso que eu falei cada caso é um caso mas como avaliação geral é interessante deixar a pessoa passar pela situação né é o mais normal po até escolher outra classe de medicação nesse caso especificamente assim de não evitar o benzo deepin prazolan clonazepan que é mais clássico também evitar usar um às vezes por incrível que pareça um antipsicótico e atípico geralmente porque tem menos menos efeito colateral alguma coisa que vai ajudar o paciente a dormir apina por exemplo enfim até a dool se é o que tiver à disposição comprimido é claro
faz muito mais sentido do que usar o quer dizer com essa com essa prevenção especificamente a gente não desenvolveu nesse sentido o tratamento terapêutico né terapia com sem dúv a pessoa melhor até melhor achei muito curioso Olha que dado interessante aqui da nossa faculdade isso é curioso tá a gente tem uma pósgraduação aqui de psicologia do luto nós temos 18 oito pós-graduações sendo oferecidas em em psicologia no momento oito subespecialidades especialidades né então lá TR de personalidade trno alimentar e Nutrição saúde mental etc psicologia do luto deferência química psicologia do luto curiosamente é a pós-graduação
menos procurada mas é assim é desproporcional não vou dizer que são zero pessoas porque exagero não são zero mas é o equivalente a zero dado a proporção dos nossos Outros alunos né quer dizer tem pósgraduação que tem 600 alunos 700 alunos cursos do luto tem assim o equivalente É zero eu não sabia dizer quantos mas é nenhum Para Não Dizer que tem acho que são três ou quatro não sei quantos são quantos TR três todo profissional vai vivenci isso me surpreendeu tá V aproveitar isso me surpreendeu falei não entendi hã é forte pessoal é forte
não tem ninguém é pessoal precisa disso né E não é verdade quer dizer ex toda uma ciência do luto é pon mercado é um erro né é um erro até eu penso assim o psicólogo que se especializassem em luta ele tem um mercado gigantesco quer dizer é só quantidade de famílias in multadas né quer dizer é curioso um shopping aqui perto Shopping tipo bem movimentado Ach que Downtown e tinha uma clínica lá de psicologia do lut assim Os caras estão montando Clínica todo mundo lá então porque ninguém ningém é vou passar para eles da porque
a gente não tá conseguindo aproveitar isso ninguém fez três pessoas né três eu não sabia que eram três achei que fosse menos até três é que é desproporcional tem tem 600 700 200 250 alunos psia do luto três alunos bizarro né fe is é um medo pessoal também porque ess era que a gente falou também que que eu tava dizendo aqui o médico tem que saber também eh evitar na não real de repente ele tá querendo evitar aquilo pois o médico nunca quer dar comunicação difícil essa é verdade óbvio né Pois é e aí também
não não querer se preparar para aquilo não querer se preparar psicologia duta é interessante Seria interessante se as pessas fizessem apó psicologia seria interessante um estud fez curioso seria interessante um estudo assim ou profissional médico ou outros profissional de saúde depois de vivenciarem na sua vida particular uma situação de luta o quanto aquilo agregou na sua prática Né estudo disso né Certeza Fiquei fiquei curioso agora F curioso também faz fiquei curioso também quer dizer como é que é o impacto do luto pessoalmente determina diferencia muda ou não a comunicação posterior do po você pode incrementar
a sua a sua prática ainda que de maneira subjetiva mas com olhar uma sensibilidade diferente sim e às vezes até de maneira bem objetiva né você passando a abordar mais amente conduzir sugerir e não meramente ficar com evasivas assim né é pois é né vai passar é quando o luto não é mais uma notícia mas é uma coisa que Ele experimentou né querer mudou não tudo bem a gente fala ali Ah um pouco antes da notícia da morte ali o intensivista paliativista pouco depois né o o psiquiatra tal mas is três se meses depois Como
como que ele vai incorporar aquilo na biografia dele Aquela perda daquele vínculo né aquela perda da Guiana como que ele vai a Guiana Francesa que sumiu do mapa né incorporar né que ele vai impactar aquilo que foi um assunto pessoal vai impactar na sua vida profissional ou não n eu eu também já atendi médicos colegas enquanto psiquiatra exatamente você tá dizendo que não sei não é exatamente você tá dizendo mas médicos colegas que não estavam mais conseguo lidar com a notícia habitual de de vamos lá colegas geriatras paliativista etc psiquiatras que já tavam assim não
conseguiam mais lidar com essa realidade ter que dar notícia toda hora de alguém a morrer isso é uma coisa que eu lhe dei como como psiquiatra depois que ele passou não não é exatamente tá dizendo é diferente do que el tá dizendo é paliativista geriatras eh psiquiatras carga não aguentava carga é por mais F sem técnica né quer dizer tem a técnica toda São pessoas que lidam com isso tem a técnica protocolo como é que comunica mas adoeceram muitos curioso né a ponto de mudar de carreira mudar de especialidade médica e e compreensível eu acho
compreensível assim como um emergencista depois de um tempo não quer dar plantar a noite não quer ficar sem dormir é é Talvez um pouco contraintuitivo você acho que o caminho mais n cabeça da faz é que o cara vai se sensibilizando não é isso que eu tava Pando acho tem três etapas para né o primeiro caso é o choque assim você tá dando qual coisa pela primeira segunda vez depois se sensibiliza e no final você volta se sensibilizar né isso acho que isso se repete em outros cenários também assim vamos pensar sei lá um policial
acabou de entrar primeira ocorrência é um choque segundo a décima ele já tá D sensibilizado depois de 100 ele já não aguenta mais ele tá com trauma assim né tipo alguma coisa que acontece tem modelo Model colocam o choque como a primeira etapa primeiro degrau não A negação mas o choque o choque essa palavra choque ela aparece alguns modelos realmente por exemp não sei a gente teria que isso tá investigado né ter que discutir isso etc mas fo coisa falando na minha experiência pessoal de de de de colegas que não aguentaram a carga totalmente compreensivel
a minha visão né Hã é o tempo todo quer dizer M eventualmente não frequentemente para quem não faz essas áreas o médico também goza da possibilidade de dar boas notícias de ser o mensageiro da melhora da vai melhorar imagina esse cara que todo dia tem que dizer ó tá piorando tá piorando ó morreu é você vira o você vai ser sempre esse cara que não atendeu a expectativa do outro e eu não me lembro assim não sei se uma coisa pessoal Em que momento da graduação a gente começa a falar disso porque a graduação é
todo movimento de cura de aprender a curar de aprender como funciona e a morte é a falência do do funcionamento RJ também né que ele tava falando aqui no início a gente teve pelo menos não sei não sei qual foi o ano que você fez mas no nosso ano 89 E1 então provavelmente não sei se essa disciplina porque era uma disciplina que não era tão antiga a gente a gente entrou em 2002 né 2002 no terceiro período a gente teve uma disciplina de Psicologia médica onde esse assunto ele era abordado mesmo mas é curioso que
era no terceiro período então também assim foi abordado ali esquecido né quer dizer nove meses de nve nove semestres depois a gente provavelmente se deparou a gente aprendia nessa nessa cadeira mais como chegar ao paciente abordar as as a como você investiga uma coisa como você fala de determinados assuntos que também são vários assuntos cruciais né delicados e era mais essa questão de como abordar a pessoa Viva No problema dela fazendo perguntas às vezes invasivas e a gente muito jovem também meio que é exato tem isso né que graduação não dá conta de tudo por
isso important por isso que eu acho que a pós-grad você acabou de se formar não t não teve eu acho que a pós-graduação volto falar acho que a pósgraduação Claro a residência é um caminho Evidente agora a pós gradação é um excelente caminho também às vezes para isso mesmo né Não exatamente como a especialização apenas mas abordar rever abordar completar o médico se propor a uma educação continuada ele agora já com uma trajetória uma experiência prática ali ele querer aperfeiçoar algum um aspecto da sua prática né é isso Você me permite entrar na conversa rapidinho
Claro cus desse assunto todo aí eu tive a oportunidade de gravar algumas aulas da pós de cuidados paliativos sim legal E aí o meu primeiro contato foi justamente o a médica que veio da aula e foi super técnico né Você vai estar no leito no CTI você vai tratar dessa forma não sei o qu bom muito bom e aquilo meio que falei pô que assunto pesado deve ser difícil o médico deve pô como é que o cara né E aí coisa de semana seguinte eu vi na agenda de gravação o Renato veio da aula de
cuidados paliativos eu pensei pô você deve tá errado né o que que o renatoo que que o Renato vai dar aula dificuldades paliativas e aí ele deu justamente o outro lado não foi o lado técnico né foi Talvez um lado humano já transcendental e foi um negócio assim que é aquele meme que a gente vê da cabeça história no história né Pu a ponto eu chegar em casa sentar no sofá botar minha esposa do lado falar assim cara você não sabe o que aconteceu hoje muit me trabalho que legal cara mas assim é sério mesmo
tô tô falando sério e foi na aula pra faculdade medicina no negócio de cuidados paliativos e foi um não vou vou ficar dando spoiler aqui né o pessoal se inscreve aí na PS e e assiste as mas foi mas foi um negócio assim que testemunho bacana legal né porque eu não sou da área eu viajo entendeu quando quando a gente grava as aulas de medicina Eu Assim vocês estão falando grego para mim Eu até brinco com com com alguns professores mas essa disciplina realmente ela marcou por conta disso Sim ela ela é muito viceral né
ela começou com lado essa pode isso isso curioso e depois essa coisa da da reflexão do que é morte aquilo a pessoa que vai a pessoa que fica porque tem o que morre e tem o que fica Tem sim s o parente o familiar a medicina paliativa ela é recente a medicina paliativa ela é recente bacana hein Legal tua esposa reagiu bem a que você falou com ela de no ela foua que loucura é essa sai desse trabalho não mas foi um negócio não vai virar médico daí a gente vai te dar o diploma mas
a medicina paliativa ela ela é uma especialidade nova é uma área Nova em em desenvolvimento né e a ideia da nossa pós foi precisamente utilizar o que a faculdade tem de bom dos outros institutos então a pós de medicina paliativa Ela traz sim conteúdo da psicologia da filosofia do do i seju do direito porque Bom vamos lá est falando de uma área nova com conhecimento em construção e extremamente interligada com outras áreas transdisciplinar para car transdisciplinar total é a especialidade mais cita V Fran bom paliativista tem tem que ter formação assim Ampla Engraçado que muita
gente pensa não paliação é quando não tem mais nada o que fazer né É não tem muito que fazer uma baita responsabilidade comunicaçãoo da da da qua visão da pessoa da visão de mundo é ali que começa ali ex depende é isso mesmo e aliás todas especialidades deveriam ter formação em paliação ainda que faa sentido tudo bem ter uma especialidade específica para isso mas alguma formação mas eu eu preciso meu consultório com meus pacientes com cirrose na na real ali eu preciso já aplicar conhecimentos da Medicina paliativa que começa bem antes até começa começa antes
começa antes então essa PS é tá todas estão tá conversando antes ali dá vontade T dizend eu não tô mais atendendo né Diego eu fiquei com vontade de fazer p de clínica que é um negócio de outro mundo doideira né é uma coisa assim gente quando estudando F negócio que a gente dedicou estudou e tal para caramba deixar para trás não né vamos vamos voltar a ver aqui as coisas de clínica me me seduziu engraçado né liberar umas al liberar umas aulas para você libera mais aulas libera mais aulas fazer a prova no final tá
bom algo mais o Alegre triste como se encaixa aí ah aí é um assunto de transcendência fso depois mas Alegremente triste uma reação possível também né eu tenho uma aula sobre isso sobre Alegre M triste tem a tristeza tem tem algumas dimensões tem dimensão afetiva e dimensão espiritual quer dizer a dimensão afetiva ela existe dimensão espiritual também dimensão corporal também e dependendo do modo como o sujeito lío a dimensão espiritual dele definir fazer né Por is que uma aula inteira só sobre isso ele pode est triste quando tá afetivo mas Alegre qu espiritual e essas
coisas são compatíveis 100% compatíveis e a história tá eivada de assuntos assim quer dizer você falou aqui baixinho não sei o que que você falou de vor Franco falou alguma coisa sei ah sim tá vor Franco é um psiquiatra né que foi de concentração etc Então você veja veja ali o com corpo e frangalhos concorda é uma dimensão dimensão corporal em frangalhos a dimensão afetiva é em frangalhos Por quê ele separou do amor da vida dele a esposa foi lançado em outro campo de concentração feminino os pais haviam também sido capturados e ele sabia que
todos estavam mortos então efetivamente ele tava em frangalho não não tem outro nome para triste afetivamente corporalmente privação de sono de alimentação né de doenças e roupa imagina C concentração pelo amor de Deus mas intelectualmente outra dimensão tá 100% ativo e vivo produzindo escrevendo e pensando meditando então ajudando os demais então tem vamos chamar dimensões né é um nome que é fácil da gente compreender o que a gente tá dizendo que elas são dependentes mas elas não são necessariamente dependente isso é um dado importante ou seja o sujeito ele pode est doente mesmo com a
vitalidade dele física corrompida mas afetivamente em paz por exemplo pode ser pode pode efetivamente caramba né meus filhos meus n formei meus filhos formei meu filho médico Doutor formei meu filho advogado eu era ajudante de pedreiro quer dizer o cara tá ali ctico Amarelo definhando ele tá efetivamente em paz portiva dele fazendo sentido timamente qu dizer ainda que bi logicamente el assim olha não não devia ter bebido tanto né mas formei meu filho médico Doutor formei meu filho advogado gente vai ouv essa história várias vezes então é sempro possível compreender isso e é prel compreender
também que sujeito tá em luto a aula acabou aqui né a do lado Tá tendo aula de psiquiatria aqui do lado né do Acabou de acabar da poisem psiquiatria Então ele pode est isso é com essa Ausência com essa saudade que deixa triste mas dep tá alegre ele tem a visualização da vida eterna eu atendi uma senhora atendi não mas eu não atendi a mentira não atendi não eu conheci uma senhora conversei com ela ela tinha perdido um filho jovem o garoto era jovem beleza surfista morreu afogado Surfando Na plenitude da vida garoto bonito inteligente
o cara assim sabe aquele sujeito que ajuda todo mundo todo mundo amava ele de verdade assim não tem é um garoto bom E aí esse menino foi foi surfar ali no na praia no Recreio no na Praia da Macumba no Recreio morreu afogado morreu e e elaciona perde o filho dela então quando ela Conta essa história eu ouv da boca dela você nota ali uma tristeza não é natural um pai perder um filho né quer dizer o ele perdeu um pai tá dentro da do ciclo da vida natural Ela não ela perdeu um filho no
auge da Juventude o garoto lindo e bondoso como fala mas ela tava Alegre uma coisa muito curiosa alegre eu ti com ela inclusive da última vez ela tava no cinema que tava passando um filme do filho dela fizeram um filme sobre filho dela no cinema na sessão de cinema por acaso ela tava ali eu tava num numa filira ela tava duas fileiras abaixo eu reconhecia e ela chorava porque ela viu meu filho e era um documentário era um documentário que que chamaram os amigos desse rapaz e tem uma amiga dele que é minha amiga também
por acaso desse rapaz que fala dele e era uma cena na praia e ela caminhando e lembrando das histórias do do Guido o nome desse rapaz é Guido falando Guido que eu chorei ali falei cara eu chorei eu não sou irmão dele eu não sou pai dele não sou a mãe dele mas tudo me comoveu profundamente o negócio muito comovente mesmo e essa senhora também chorou porque o eu vi eu reparei mas ela tava alegre né Por quê Porque ela tem uma visão de mundo específica eh que ela sabe que o filho dela tá no
céu o filho dela inclusive o Guido ele católico ele era seminarista da Igreja Católica né e ele tá com processo de beatificação aberto venerável Já é venerável vai ser nomeado Santo em algum momento quer dizer é claro que ela queria ter o filho dela não queria ter o filho dela Evidente dá um abraço um beijo fazer a comidinha pro garoto e né E poder reclamar dele quando ele né sei lá coisas que mãe faz e que gosta de fazer porque é mãe boa mãe não pode mais porque o filho dela não tá mais ali mas
no entanto ela sabe que o filho dela tá num lugar de muito mais alegria e Plenitude etc e é compatível portanto você tá dizendo ela tá Alegremente triste é notável é lindo de ver assim como a gente falava a pessoa pode est doente corporalmente efetivamente em paz formei meu filho médico né ela pode estar triste efetivamente espiritualmente Alegre o ser humano é maravilhoso tá maluco o ser humano é interessante né é negócio que é aprofundar nisso é um negócio que a gente não cansa de fazer é é lindo de ver quer dier seão não tem
nada a ver com bicho no fundo quer dizer a gente até tem uma carne e tal mas e é interessante muito interessante isso aí que você falou agora do do Guido me lembrou aquele não querendo levar muito pro caminho necessariamente religioso mas me lembrou daquele do filme apaixão de CR você tá falando de morte é impossível não falar de religião é impossível a religião trata a morte desde sempre eu tava vendo Eh esses dias um tava vendo esses dias um era um documentário histórico sobre sobre a Espanha e tal da Galícia não sei o qu
você vê e ali eles acharam um lugar desculpa te interromper mas só para falar que é totalmente pertinente falar sobre religião quer dizer no primo paleolítico acharam um lugar que era um lugar de culto e cuidado com os mortos é isso quer di gente não é bicho nesse sentido né quer dizer morreu como começamos a nossa conversa morreu você não vai deixar o cara de lado aqui vamos terminar a aula opa pera aí abriu-se um mistério o que que aconteceu calma Opa vamos lá Calma né vamos dar tratos a isso aqui porque perfeito então é
totalmente pertinente falar de religião Sem dúvida aí lembrou me lembrou aquela cena do da Paixão de Cristo em que a que nossa senhora tá vendo carregando a cruz e se lembra dele crist do Mel Gibson né do M Gibson e se lembra dele não mais jovem mas antes trabalhando com ela e brincando com ela você lembra C brutal e aí né Toda a experiência dela da fé né né da da Esperança ali na na redenção na crua também sabia que tudo devia acontecer mas a dor absoluta do ponto abuta do ponto de vista afetivo tem
uma música chamada stabat Mat se se vocês já Ouviram do pergol essa essa música é uma das músicas eh mais fantásticas eu acho pelo menos pro meu gosto porque ela consegue de algum modo o pergol ele faz um negócio ali que é de outro mundo ele consegue na música na Melodia nos arranjos ele consegue imprimir exatamente essa sensação de consolação na tragédia que é isso é uma é uma dor profunda você imagina só esquece religião vamos vamos focar na história eu tenho um filho que foi um homem bom ajudou gente para burro e ajudou todo
mundo ajudou mendigo e ajudou cego e ajudou Gente Pobre ajudou gente rica ajudou Car fe fe multiplicou pão homem bom que foi traído por Inveja por não sei das quant né Vamos vamos esquecer a história religiosa Vamos só pegar na história real história Nossa imagina se você é mãe de Cristo e foi pregado na cruz chibatado sangrando não sei o que os amigos abandonam uma tragédia esquece esquece a tua fé só pensa na história a história é cara aqui é uma tragédia né mas uma mãe Imagina a gente nem consegue visualizar isso direito mas é
uma mãe Aos Pés da Cruz a cruz sangrando teu filho pendurado como um sei lá um verme todo aberto de sangue não tem o que fazer só tá chorando aos pés da cruz essa er a cena Cruz como o lugar mesmo que matavam as pessoas né numa parte numa época específica do Império Romano só aqu é uma tragédia assim enfim mas é o que você tá dizendo mas era uma pessoa que tinha Fé Então ela também mantém de pé a moral como a família lá não como né um pouco mais mas vamos lá como a
família como a família você falou quer dizer ela consolou os outros essa é história escrita histórica mesmo documentada o que que é isso como assim ela consolou os outros porque tem algo a mais ela tem uma dimensão muito viva que é dimensão espiritual né Eu não tô achando aqui a versão do pergol que eu acho boa mas é um negócio de outro mundo chabat Mat do pergol Pois é mas vamos ver se a gente acha aqui só para curioso Você não conhece essa é que eu queria achar a versão que é a versão que mas
se bem que essa aqui an só vai encerrar a gente só vai encerrar aula depois se [Música] encontrara você imagina a cena estava a mãe Lacrimosa estava mãe cheia de dor e lágrimas aos pés da cruz é assim começa o primeiro verso [Música] [Música] ST [Música] em casa vou tentar achar a versão que eu essa versão tá muito boa nbic É acho que não tem jeito melhor de encerrar uma uma conversa sobre luto do que com essa música Canção do perg fo foi agora você falou que me viio a memória essa canção do do pergol
stabat Mat vale a pena ouvir essa é uma baita uma baita uma baita canção da do do ocidental perfeito Muito obrigado a presença de todos eu achei ótimo acho que a gente pode organizar outras conversas dessas aqui que acho que vai vai ser trans e transdisciplinar Ach que vai ser muito muito útil para todo mundo né Muito obrigado a pessoal tchau tchau com [Música] Deus h