A invenção do rock: Sister Rosetta Tharpe - Mulheres Soda #14

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Beijinho, tcha-au. Amiga, você sabia que a inventora do rock in roll foi uma mulher negra, gorda, bissexual? Sabia Ai, ela sempre me pega.

Olá pervertidinhes estamos aqui para mais um episódio do quadro preferido de vocês, o meu, o seu, o nosso. Mulheres F0d4! Porque nunca é cedo nem tarde para contar histórias F0d4 de mulheres, F0d4 da história.

Essa foi rápida hein! Sempre vai ser agora. Esqueceu o antidepressivo hoje?

Tô tomando muito Café. Então vamos lá Dona Ritinha, a mulher F0d4 de hoje, é considerada a criadora do rock and roll. Se você não sabe do que a gente está falando, os nomes como Chuck Berry e Elvis Presley, Little Richards foram influenciados por ela pelo jeito dela de cantar e tocar.

Ela foi a primeira cantora gospel a entrar no top dez da Billboard. Você está brincando? Ahan!

Ana Paula Valadão. Diiante do trono. PePê e Neném Ai eu adoro!

Jojo todinho agora ela vai virar gospel. Credo! Cancelada.

A mulher F0d4 de hoje é Sister Rosetta Tharpe Queria contar pra vocês a história da escolha dessa mulher F0d4. Aliás, queria que a Rita contasse pra vocês. Dois últimos mulheres F0d4.

A gente falou vamos ter que fazer a coisa mesmo da pausa, porque é assassinato, tiro, pessoa que desaparece, vida inteira batalhe. E a gente falou será que não tem uma mulher na história que tenha influenciado o curso das coisas. De um jeito, um pouquinho mais feliz.

Que tenha se divertido, um pouco, vivido bem, morrido tranquila numa cama de hospital? Não? Então, gente, eu tava com a cabeça meio assim, saúde mental daquele jeito e a gente está falando aqui de mortes, tragédias não sei o que.

Desastre climático. Quando fomos escolher, a mulher F0d4 desse mês, falei Ritinha, Ritinha por favor. Ritinha.

Pisa no freio Zé. Será que a gente pode escolher uma historinha mais Feliz? E aí hoje a gente vai contar histórias que a gente cria.

Não tô brincando. Que a gente inventou. Hoje a gente selecionou essa mulher que mudou a história do mundo das artes, das indústrias fonográficas, mas que dedicou sua vida a um ativismo, que fez uma série de coisas a gente vai contar, vocês vão ver.

E foi soterrada pela branquitude e por homens que se valeram dela para tirar o que podiam e depois cuspir em fora o caroço. Caramba,. Aí nossa.

Parece que a gente nunca contou essa história antes Bom, mas foi uma ótima escolha se vocês ouvirem a música, da Sister Rosetta em qualquer plataforma de áudio. Gente, realmente dar uma levantada no espirito é aquela coisa pretty the lord. Sabe aquela coisa assim animada Mas vamos falar da história dela.

Então vamos. Passo a passo. É passo a passo.

Sister Rosetta nasce em 1915. Ou seja, ano que vem faria 110 anos. Numa cidade chamada Cottonplant no Arkansas que é o Estado ao sul dos Estados Unidos.

O que isso significa? Segregação racial. Racismo na última plantation, Escravidão.

Violência. Blá blá blá blá. Acho que é importante pontuar que a segregação racial nos Estados Unidos, institucionalmente, só vai acabar em 1956 ou 64.

Bom as leis de segregação racial vão até que o movimento negro tenha terminado seus protestos. Acho que foi até 64, se não me engano, e assim 64 foi quando as leis realmente foram derrubadas, de segregação racial. Então você vai chegar a nascer em 1915.

Sul dos Estados Unidos, de uma mãe pobre. E um pai também. Eles eram ambos colhedores de algodão e muito ligados a igreja gospel do movimento negro, da comunidade negra lá do estado.

O pai era pregador da igreja e a mãe dela tocava bandolim, que foi quando o arroz teve contato com a música e desde muito pequena se mostrou muito apta e com muito talento para música de forma geral. Tem uma coisa da música como caminho para a fé, porque contam que a mãe da roseira, Kate Bell, ela tocava bandolim e o jeito que ela tocava bandolim ia juntando gente, juntando gente, juntando. E depois ela convidava a galera para entrar.

E aí era uma forma de criar comunidade, estreitar laço, permanecer essas pessoas vivas. A gente fala, entende muito isso aqui no Brasil, quando a gente pensa os terreiros como tecnologia de sobrevivência. Nos Estados Unidos, você tem vertentes da igreja protestante que vão cumprir o mesmo papel.

E eu também entendo que a música tem esse poder agregador e também um poder de gerar sentimentos, de gerar afeto e sentimentos ao invés de só a palavra que está nesse campo mais racional. A música acho que mexe com essa fé, com essa sensação, com esse sentimento. Então, enfim, eu acho que é uma tecnologia que é muito bem trabalhada pela maioria das religiões e aonde a Sister Rosetta começa sua carreira musical, o seu, a sua ligação com a música, mas depois ela extrapola e muito esse universo.

Ela começa a tocar na igreja com quatro anos. Nos registros, né biógrafa que com quatro, cinco anos de idade ela já toca, canta e dança nas igrejas e já ensaiava uma coisa meio da pregação, assim ela cantava músicas com letra gospel, religiosa. E muito pensada também pelo pai imagino que era o pregador.

Com certeza o ambiente. Exato. A gente também tem que pensar o quanto de espaço tinha para outras expressões musicais naquela época, naquele lugar, naquele contexto, onde ela estava.

Será que aquela população negra podia cantar outras coisas? Será que tinha espaço para que eles cantassem outras temáticas? Será que o sul dos Estados Unidos absorvia bem o blues, né?

Então, tudo isso entra nesse contexto de onde ela estava. E o jeito e o jeitão de entrar a música e se expressar. Era através da religião que era mais ou menos aceito ali.

Era algo que as pessoas podiam fazer. A população negra podia fazer. Tem uma história legal assim, dessa fase da juventude dela, que ela e a mãe meio fogem numa turnê quando ela está com por volta de 15 anos de idade, as duas já meteram o pé na estrada assim e já foram para Chicago.

Sim. Onde elas vão, tem umas fotos a Roxelly vai pôr na tela do Robert Stempold God In Christ, que é o início da carreira musical dela. Lá ela tinha começado a aprender a tocar, a cantar, dançar.

Agora ela se consolidava como cantora. E é muito legal que é justamente com esse intuito de pregação, a mãe começa a viajar nessa turnê gospel para pregar e pra trazer pessoas para a religião. E a Rosetta acompanhando a mãe, a mãe tocando bandolim e a Rosetta cantando.

Eu achei isso o máximo. Já achei elas ousadíssimas assim para o contexto e para época. Um pouquinho depois ela vai se casar com um pastor, um reverendo da igreja.

Só que esse casamento foi uma desgraça. Ela casa em 1934, ela tinha 19. Essa eu não fiz de cabeça, eu acabei de olhar aqui.

Mas é que eu anotei. E aí ela estava com 19 e o casamento dura quatro anos apenas. Eles rompem em 1938 porque ela entende que esse reverendo casou com ela para explorá-la, porque o culto que ela estava lotava e aí casar com ela era um jeito de manter a igreja cheia.

Ela juntava muita gente isso consta em vários lugares que contam a história dela. Todo lugar que ela cantava, que ela se apresentava, juntava multidões. Então esse cara que é o Tomy Thorpe, que é de onde vem o sobrenome dela Com um pequeno diferença de grafia que o dela é grafado como Tharpe.

Ela arrancou O e pos o A. Mas esse casamento, Então ele foi arranjado e é isso durou pouco tempo, porque ela percebeu. Eu achei muito babadeira também ela já se divorciar nos anos 30.

Exato. E ela assim só tinha 19, faz a conta agora, foi com 23. O casamento durou quatro anos.

Ela se divorciou com 23 anos. Ela falou, “Aqui não, querido” E aqui não Brasil. E aí você pensa Bom, então ela conseguiu escapulir de um cara que explorava o talento dela e agora ela vai ter uma vida bacana, Bacana.

Dentro das possibilidades dos Estados Unidos dos anos 30, 40, por uma mulher negra. Aquilo que a gente já sabe. Ela vai sim fazer um sucesso estrondoso.

Os anos 40 marcam a presença dela no Cotton Club, que era um clube de música, jazz, blues muito famoso que lotava, e ali ela se consolida já como um nome da cena musical dos Estados Unidos. Exato. Em 38, um pouquinho antes disso que a Rita falou.

É quando ela grava as duas primeiras faixas dela autorais, que foram Rock My e This Train, essas foram as duas primeiras que fizeram um sucesso estrondoso e foram as faixas que foram levando ela para esses clubes, esses lugares, o diferencial da Sister Rosetta qual que era, que ela misturava as temáticas gospel com ritmos do blues, do jazz, do blues. Ela também foi influenciada pela música country também ali do estado que ela morou, então o destaque dela foi juntar essa música, que era uma música de clube de casas noturnas com a música gospel. Inclusive, a maior característica dela que é citada em muitos lugares, é que ela usava a guitarra elétrica.

Isso, que era uma raridade, ainda mais uma pessoa negra nos Estados Unidos. E ainda mais uma mulher. Tem uma coisa desse momento ali, que é o jeito que ela cantava.

Tem o coisa do manejo da guitarra, ela tocava muito rápido. Com muita energia E é isso, era um negócio assim para época. Só que o jeito que ela cantava também era inovador.

A música que a Mary citou, o rock me faz tipo um rosnado quando ela fala Ro, ela faz um rooock me Assim a galera achava muito diferente, era muito inusitado. Claro né paralelos históricos dados. Você lembra da voz da Elza Soares?

Que que ela tinha um jeito de cantar que a gente ficava ensandecido? É uma coisa assim. O que está acontecendo lá, exatamente.

E aí ela vai fazendo cada vez mais sucesso, juntando mais multidões, conquistando novos públicos, justamente por conseguir fazer essa união com uma música pop que é o rock'n roll. Blues e tal. Então é uma música mais popular, mais de massa com a música gospel.

Então a gente está falando só coisa boa, Foi só coisa boa, não, bicha. Nessa época, ela tem um contrato de negócios assinado com um manager, um produtor, que era o Millinder. Só que esse contrato era um contrato exploratório e que fazia com que a Rosetta ficasse obrigada a cantar músicas que eram as músicas de casa noturna, que eram músicas de duplo sentido.

Talvez inclusive Rock me dê para ler nesse sentido de me chacoalha, me balança. Só que ela detestava essas músicas. Ela cantava porque ela estava obrigada por contrato.

Era isso ou a carreira dela se encerrava Ela pagava multa, ela perdia os direitos sobre as faixas já gravadas. E aí esse contrato vai durar até. 1944?

O disco de 1944. Só voltando um pouquinho também nessa década de 40, nesse meio todo em que ela sai também em turnê com um quarteto gospel de homens brancos. Caramba Meu!

E isso também é uma revolução para a época, porque a gente tem que lembrar que a ainda os Estados Unidos, estava em regime de segregação racial. Então um quarteto de homens brancos sair em turnê com uma mulher negra cantando e tocando era sim, algo bastante espantoso, bastante revolucionário. E sendo que ela era a chefe da banda é ela que fica na frente, o quarteto toca atrás.

Então são quatro homens atrás do palco, brancos, com uma mulher negra na frente assim. E grandes multidões da plateia. Exato.

E aí, em 1944, ela grava a faixa Stranger Things Happening Every Day e com essa faixa ela vai para o top dez da Billboard. Vale contar para vocês que é assim. Ela acabou de passar o começo dos anos 40 fazendo turnê nos Estados Unidos com uma equipe de pessoas brancas.

E aí, ao longo dos anos, ela acumulou as experiências de, O quarteto dorme no hotel, ela encontra um lugar para dormir, ela fica numa pensão em outro bairro. Ela entra pelas portas dos fundos do restaurante, que não aceita pessoas negras pela porta da frente. Ela tem que pedir outro prato porque ela não pode comer a comida que o quarteto come ela.

E aí essa canção Stranger Things Happening Every day é a denúncia dela do racismo, de quais eram essas coisas estranhas, os bagulho louco que acontecia todo dia. Esse é bem o contexto, se não estou enganada, do filme Green Book. Total.

Foi o que me lembrou muito o pianista, tendo que procurar uns hotéis super chinfrim para dormir e a equipe dele a banda dele dormia em hotéis super luxuosos. E o motorista dele, que é um homem branco, sendo bem recebido nos lugares. A estrela estava dentro da limosine sendo dirigida.

Era um homem negro e não podia entrar no mesmo hotel. Então quem não assistiu Green Book fica mais uma recomendação. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Sister Rosetta.

Ela foi uma das duas pessoas na história convidadas, das pessoas gospels da história, convidadas a gravar uma música para o V-Disc. É muito importante nos Estados Unidos. Era um disco que era gravado para as tropas americanas que estavam lutando contra os nazistas, por exemplo.

E aí eram só os maiores nomes que existiam vivos na época. Só tem duas pessoas gospels. Ela era a única mulher.

Foi convidada a gravar uma canção para esse disco. Ela estava no , na crista da onda, nos anos 40. E aí vem a parte da fofoca Quando acaba a guerra, em 1946, Sister Rosetta muito afrontosa, ela faz o que.

Conhece uma rapaga. Uma rapariga Conhece uma moçoila, Marie Knight, que também é cantora e pianista. Tem foto delas, a Roxelly vai achar.

Sim. A Marie Knight está tocando piano e Sister Roseitta, só que no bandolin. Só ali no guitarrão.

É isso aí. E as duas resolvem sair em turnê nacional pelos Estados Unidos. Então vamos lá.

Recapitulando pós-Segunda Guerra Mundial, duas mulheres, artistas, musicistas negras saindo em turnê só as duas rodando o país. Turnê durou três anos, que foi também o tempo do relacionamento que. Que isso, Rita.

Não, e aí vamos lá, só pra você saber. Para! A biógrafa, a biógrafa oficial da Sister Roseitta que é a Gaya Wald, escreveu o livro Grita irmã, grita.

Shout Sister, Shout! Diz que a Marie Knight, tem depoimentos da Marie Knight, que negou até o fim. Eram apenas boas amigas que colavam velcro.

Não, não era. “É, não tínhamos nada, Magina. ” Todo mundo falava que tinha e.

Tem assim que se fala. Tem muitas evidências que elas tiveram um relacionamento, um romance. Eram namoradas nessa época, mas nenhuma das duas nunca confirmou.

Tem uma entrevista da biógrafa, está em inglês, mas a gente vai por la nas referências que a gente manda para vocês da descrição. A biógrafa sustenta que elas namoraram, sim, mas que ela incluiu no livro também o depoimento da Marie Knight. Então, pelo sim, pelo não, a gente acredita que sim.

Sapatão! É As Sapatão. Bissexual.

Como é que é? Sapabi? Sapabi, igual umas.

amiga minha. Vidas bissexuais importam. E durante essa turnê, elas gravaram faixas também de muito sucesso, como por exemplo My Journey to the Sky.

E Up Above My Head. Exato. Vocês já ouviram gente, quando eu ouvi eu estava lá na pesquisa, quando eu ouvi pela primeira vez.

Ah, passada. É Rosetta. Adoro.

E aqui a gente vai para um período, infelizmente, de uma certa decadência. Nos anos 50 ela já começa a ser ofuscada por outras cantoras gospel e já começam a ganhar um cenário e por artistas brancos. Oh meu Deus, nunca vi isso acontecer.

Dali um tempo também você ia ter os grandes quartetos, trios, inclusive de mulheres negras na música. Ia ter The Supremes a indústria estava toda se remodelando, Motown Records. E aí uma coisa que acontece, divertida, meio engraçada, é que ela fez um show.

Aí menina como que conta essa história, é assim. Vai ter um show. Vai ter um show.

1951 Início meiuca dos anos 51 ali, 3 de junho ou julho. Julho. É num estádio de beisebol para 25.

000 pessoas em Washington. Um pouco antes do show, a galera já estava comprando ingresso. Tarará Um pouco antes na Griffin Stadium é anunciado o que é o show do casamento dela e ia ser transmitido na TV.

Foi o maior casamento da história, transmitido na TV nos Estados Unidos. A mulher fez um casamento para vinte e cinco mil pessoa. Que ela não conhecia.

Num estádio onde ela ia cantar. E aí tem ali uma fofoca também de bastidores. Que ninguém sabe né.

O que veio primeiro, o casamento ou o show? Aproveita que já vai ter o show marcado. Já põe o.

Ah bota um croma aqui em casa. Eu não estou a fim de sair de casa. Bota um chroma que eu entro na frente, faço um.

. . .

Já põe ninguém nem sabe porque não importa o nome do cara. O Foch P. Allen, ele era um procurador.

É mas não me interessa também. Então essa é mais uma história engraçadinha de bastidores. Eu acho ela muito babadeira.

Porque ela falou assim, Eu vou fazer o maior casamento da história. Eu estou aqui 25 mil pessoas, vem aqui. Você vem aqui casar comigo aqui, por favor?

Bom, então tem esse show em 1950. A coisa começa a complicar por causa de esses outros artistas, essa cena musical começa a se modificar. Os grandes artistas do rock também.

Os homens brancos começam a tomar a cena musical do rock, do blues, enfim. E começa a ficar difícil para a Rosetta. E já na década de 60 é levada para uma turnê europeia.

Nos Estados Unidos a carreira dela tinha praticamente arrefecido. Estava esfriando, quase parando. E aí ela passa por essas dificuldades pessoais, financeiras e é levada para essa turnê na Europa para provavelmente explorar novos territórios.

E um músico britânico que é o Muddy Waters, que conhece ela e fica enlouquecido com o que ela faz e leva ela pra Inglaterra. Ela vai fazer uma turnê lá. Só que essa turnê nunca mais parou.

Ela vai passar anos fazendo turnê na Europa. O que ficou muito marcada foi um show dela em Manchester, em 1964. Chovendo.

Mas esse show, se não me engano, foi transmitido pela TV e pelo rádio. Os britânicos ficaram enlouquecidos com aquela mulher, com aquela voz. Cantando na chuva e fazendo piada que ela estava.

A Roxelly vai por na tela. Por causa dessa turnê europeia, ela também tem uma grande influência no blues britânico, não só nos artistas estadunidenses, mas também na música britânica. Alguns nomes muito conhecidos que ela influenciou foram Eric Clapton e Keith Richards.

Tá bom pra você? E eles citam ela, inclusive, como uma grande influenciadora da sua música. E aí a Rosetta vai se sustentando nessas turnês pela Europa.

Mas aí também a carreira dela já vai, como a Rita falou, vai arrefecendo. E o começo dos anos 70 ela tem o primeiro caso de AVC. Depois, por causa da diabetes, ela tem uma perna amputada e em 1973 ela tem um acidente vascular cerebral fatal e nos deixa.

Com um grande legado mas nos deixa. O que eu acho que é importante de conclusão da história é pensar assim Se você escuta rock, Keith Richards significa alguma coisa para você? Eric Clapton.

Elvis Presley Eric Clapton, Little Richard. Se essas coisas significam, porque que talvez Sister Rosetta não signifique nada na sua cabeça. E aí, mais uma vez, tentar entender como algo inventado pelas pessoas pretas, por mulheres pretas, é apropriado, tomado, higienizado, modificado e desaparece da história.

Filosofia começa na Grécia antiga, e Ptah Hotep não existiu. só porque ele era preto, é a matemática grega e os egípcios olhando para isso. Enfim, a gente tem uma longa e vasta tradição disso acontecendo.

Exato, infelizmente. Mas estamos aqui justamente para tentar fazer nossa parte, tentar reverter um pouco dessa lógica e trazer para o destaque quem merece. Se você conhece o Elvis Presley, todo mundo conhece.

Você também tem que conhecer e passar a palavra para frente, divulgar a palavra de Sister Rosetta Tharphe. Eu só queria deixar um marco também, que em 2018 ela foi introduzida no Rock in Roll Hall of Fame. Gente, 2018 Ela nasceu em 1915.

Enfim, antes tarde do que nunca. Antes tarde do que mais tarde. Mas ainda assim, com muitos anos de atraso.

A gente vai deixar muitas referências aqui na descrição também alguns links para você ouvir e ver a Sister Rosetta. É isso então gente, muito obrigada por estar aqui conosco. Até a próxima!

Um beijo. Tcha-au.