[Música] Então são exemplos de sintase de vocabulário e as os exemplos de pronúncia bom esses são infindos né Eh Se você pegar toda a a área geográfica em que o português está na Europa no Brasil na África e na na Ásia uma das características eh diferenciadoras é justamente a melodia com que se com que se fala né alguns alongam mais as vogais outros cortam as vogais n Então os portugueses dizem por exemplo Esperança né para aquilo que nós diríamos eh esperança ou nós diríamos esperança ou Esperança os portugueses então dizem Esperança né cortando vogais né
portanto é uma característica do das variedades do português europeu essa redução das vogais desaparecimento das vogais enquanto eh no Brasil por exemplo as vogais ainda são muito mais eh pronunciadas e no Brasil nós temos uma uma característica hoje praticamente Universal que é produz pronunciar o l de fim de sílaba como u né foi uma uma mudança que aconteceu no Brasil imagina-se na década de 1940 e e tomou conta foi como se fosse um um um um como é que se fosse o fogo numa Campina seca né num instante estava no Brasil inteiro né deixamos de
dizer Brasil ou Brasil e passamos a dizer Brasil né então hoje nós temos vários várias palavras que são que tem a mesma pronúncia Embora tenha escrita diferente por exemplo calda e calda né calda de de calda de doce que você Nós escrevemos com l porque orig finalmente eraa calda e calda de U que é o a calda do cachorro né e assim muitos outros exemplos eh essa essa característica nos distingue distingue as variedades brasileiras ou quase todas as variedades brasileiras das variedades portuguesas e das variedades africanas ou asiáticas então uma marca muito muito brasileira claro
que ainda existe em alguns lugares do Brasil a pronúncia ainda existe né Principalmente no sul do Brasil eh ainda se pronuncia o l mas também está em processo de regressão quer dizer o u Brasil né tá eh tá ganhando ganhando território Outro exemplo é que nós dizemos mal e mal né o mal contrário de bem e o mal contrário de bom dizemos do mesmo jeito claro que escrevemos de de maneira diferente porque Originalmente era mal e mal e não podemos alterar essa ortografia porque por quê Porque os portugueses continuam dizendo mal e mal e outros
falando-se português também então a diversidade se impõe nesse caso n outra característica muito brasileira ou de de de algumas variedades do Brasil é dizer eh em vez de dizer tia dizer ti ver dizer dia Dizer Di então algumas variedades dizem tia tia a minha a minha tia tinha né e outras dizem a minha tia tinha Então esse ti e esse di do dia é muito brasileiro também não é Universal no Brasil né mas caracteriza é uma marca brasileira de variedades do Brasil embora o Brasil continue tendo falantes que digam tinha e tigela e e tia
né e dia eh outra marca eh que distingue muitas variedades no Brasil é o c e o x eh o s de fim de sílaba então algumas variedades principalmente no centro sul dizem pasta casta tosta e outras variedades dizem pasta casta tosta né Então essa essa esse seio x marcam um áreas dialetais muito muito H características do do Brasil uma outra marca também que que que separa a pronúncia no Brasil é o gerúndio né o boa parte das variedades eh mais do Centro Sul usam pronunciam o d falando cantando né e outras variedades norteste Norte
em que esse D desaparece falando cantando n e nas alizando mais ainda a a vogal eh o uma um aspecto que se deve comentar em todos esses exemplos é que falando não é errado né porque a pessoa tende em função da sua daquilo que Ela ouviu na sua história escolar ou das da família etc dizer ah fala errado não fala diferente certo falando é uma maneira de falar mais antiga e falando é uma maneira mais inovadora de de dizer né e a como a gente tem insistido sempre a história demográfica eh e e social e
cultural do grupo do grupo que usa essa ou aquela variedade né então uma um trabalho de pedagogia da variação linguística tem que eliminar a ideia de erro né não é fácil não é fácil eliminar porque as pessoas sempre tiveram esse julgamento né Eh e usa-se esse julgamento para diminuir os outros chamá-los de ignorantes de analfabetos etc isso é um o erro está nessa avaliação né de não saber que atrás de toda e qualquer pronúncia de toda e qualquer eh manifestação linguística tem uma história né tem uma história social e nós precisamos entender essa história social
para valorizar essas variações isso não significa que você não ofereça aos falantes de de pronúncias estigmatizadas uma educação que ao mesmo tempo critique o estigma certo critique o estigma pelas razões que nós já vimos uma uma uma educação que uma uma educação que não eh eh Exclua o aluno que não desqualifique o aluno pela língua e que respeite portanto a sua história social e terceiro que ofereça a ele a possibilidade e e o entendimento e porque que algumas vezes em alguns contextos ele deve mudar a pronúncia então um dos produtos da da pedagogia da variação
linguística seria Justamente que o aluno aprenda a conviver com a variação e a transitar entre as variedades sendo capaz de adequar a sua pronúncia a sua fala o seu vocabulário ao contexto então se eu estou falando com pessoas estranhas ou estou falando num contexto amplamente público ou estou falando na escola eu tenho que adotar características que são próprias daquele ambiente características linguísticas são próprias daquele ambiente agora se eu estou na na conversa cotidiana são outras características né Assim como na escrita também quer dizer quando eu estou escrevendo um texto monitorado são o vocabulário a sintaxe
a ortografia é uma quando eu estou aqui na no comput ador escrevendo um e-mail uma mensagem rapidamente né escrevendo falando falando e escrevendo eh então o vocabulário é outro a sintasse é outra e a própria ortografia nós podemos reduzir Como como é comum hoje né para ganhar para para para se adequar à velocidade da da base tecnológica então a noção de erro é uma noção errada certo nós temos diferenças de pronúncia de vocabulário de sintaxe temos algumas estigmatizadas mas é preciso entender Por que elas são estigmatizadas E por que o estigma não não deve prevalecer
se o aluno diz bicicreta Essa é a marca do seu grupo social nem por isso nós temos que desqualificá-lo agora ele tem que entender que no português Urbano standar se diz bicicleta porque em contextos fora do seu das suas relações pessoais e a espera se que ele Diga bicicleta né bom um outro exemplo que faz diferença né entre falares do Brasil é a abertura das das vogais pré-tônicas então Eh e isso é muito comum no nordeste do do Brasil né Eh no Sul por exemplo nós dizemos elegante coração coragem elefante e nesses dessas variedades que
abrem Então vai haver lá eh coração coragem elegante eh presente em vez de presente eh Então essa essa abertura é muito própria do do da Região Nordeste mas também se encontra no Norte em proporções diferentes os estudos sociolinguísticos T apontado por exemplo que a abertura dessas vogais chega 60% entre falantes de português em Salvador mas chega a 30% entre falantes de português e Manaus Então existe lá em Manaus existe em Belém só que em proporção muito menor do que na região digamos de origem dessa dessa abertura normalmente as as pessoas perguntam Mas de onde vem
a a variação né E nós dificilmente conseguimos explicar toda a a variação Claro se nós tivéssemos os dados todos os dados da história nós certamente poderíamos eh acompanhar né a a a produção a a o surgimento de pronúncias diferentes como por exemplo nós podemos acompanhar no Brasil o surgimento da pronúncia do L como u né esse l de fim de sílaba que o próprio nome do país passou a ser Brasil Então nós pudemos acompanhar isso né Foi um é um fenômeno de de de de adaptação fonético fonológica que eh se se tornou Universal eh no
Brasil mas nem sempre nós temos eh boas explicações eh para isso de onde é que veio a variação então por exemplo a uma das das consoantes que mais varia no Brasil a sua pronúncia é o r né então você tem desde do do da pronúncia mais antiga que era com a ponta da língua vibrando né tem aquele célebre trava língua o o o rato roeu a roupa do rei de Roma r T dizer Esse trav sílaba Alguns vão dizer O rato roeu a roupa do rei de Roma né então virou dessa vibração passou a ser
um suspiro né O rato roeu a roupa do rei de Roma alguns dizem o rato roeu a roupa do rei de Roma transferiram a a vibração da ponta para o a o dorso da língua vejo que foi indo para trás né rato rato rato e rato certo então a pronúncia do R forte no Brasil Varia muito a pronúncia do r no fim da sílaba Varia muito né então nós temos desde o r retroflexo porta mas nós temos também o porta temos o psta que é só um soprinho né psta é uma uma uma consoante assim
bastante instável e muito bonita porque ela ela se ela se pelo Brasil da maneira mais diferente possível né E aí vai se perguntar mas de onde vem essa variação então dizem dizem que a pronúncia eh rato essa vibração lá atrás da da do dorso da língua foi um francesismo né quando a missão francesa chegou no século X eh aquilo era muito chique né intelectuais artistas e a a sociedade carioca Então se deslumbrou ou com os franceses circulando pelo Rio de Janeiro e começar então a pronunciar a parisiense né em vez de carro então carro né
como se diria Pari né esse re do do francês e é uma hipótese né Não sei se podemos comprovar ou não mas é uma hipótese portanto em geral nós não temos Não temos muita informação das origens mas muitas vezes podemos eh identificar ou simplesmente trabalhar com hipóteses plausíveis