Você se sente um adulto maduro ou, às vezes, tem a sensação de que é adulto, mas sente e se comporta como uma criança? É sobre isso que eu vou falar hoje. Meu nome é Janta Siqueira, eu sou psicóloga e vou te contar qual é a diferença entre uma pessoa madura, um adulto maduro, e uma pessoa infantil.
Essa foi uma sugestão de uma pessoa que participa da minha lista de transmissão do WhatsApp. Se você não participa, eu já te convido; o link está aqui na descrição. É gratuito, e você vai receber no seu WhatsApp um post por dia, de segunda a quinta, com reflexões sobre autoestima, autoconhecimento, relacionamentos amorosos e familiares.
É uma maneira de você estar em contato mais direto comigo para marcar consulta, fazer sugestão de vídeo ou fazer alguma pergunta. Então, já te convido! Te convido também a se inscrever neste canal, que aborda esses mesmos temas que estão na lista de transmissão.
Se você quer ampliar sua consciência sobre você mesmo, esse é um convite que eu faço para você. Então, vamos para o vídeo, né? Essa pessoa me disse o seguinte: “Você fala tanto de saudável e doentio, criança e adulto, que às vezes a gente fica um pouco confuso sobre o que será que define se eu sou um adulto saudável, um adulto maduro ou se eu sou um adulto infantil.
” E eu achei interessante essa pergunta, porque às vezes parece claro, mas pode ser que não seja tão claro para você assim. Então, vamos lá! Eu vou tentar fazer um paralelo aqui para você ir me acompanhando nas diferenças que eu quero mostrar.
Então, a gente vai visualizar muito o comportamento da criança e entender como, às vezes, a gente se comporta como uma criança, achando que aquilo ali é uma coisa natural, é uma coisa de um adulto. Primeiro, o que define um adulto que não é tão maduro assim? Um adulto que não está saudável, um adulto infantil, ele não tem comportamentos, sentimentos e pensamentos compatíveis com a fase em que ele está.
Por exemplo, uma pessoa de 30 ou 35 anos simplesmente não pode ter o mesmo tipo de pensamento, sentimento e ação que uma pessoa de 20 ou uma de 15 anos. Uma pessoa de 15 anos tem um nível de responsabilidade, um nível de maturidade, um nível de entendimento da vida; uma de 20 tem outro tipo, uma de 30 tem outro tipo e uma de 45 tem outro tipo, né? As vivências vão construindo a gente.
Então, a primeira referência que a gente tem é olhar a idade da pessoa e o estilo de vida que ela está tendo. E aí, você vai observar como é a resposta emocional dela, como são as atitudes em relação aos relacionamentos, em relação ao dinheiro, em relação ao trabalho e nas decisões em relação à independência dela. Se você olhar um adulto saudável, ele tem duas pernas que funcionam: a perna do dinheiro, da profissão, do sustento, e a perna dos relacionamentos.
Essas duas pernas andam em conjunto; não adianta você estar com uma perna super saudável e a outra não, porque senão você vai mancar. Se você está mancando, você vai para o campo infantil. Então, o que define um adulto que está maduro?
Vamos lá! Primeira coisa: esse adulto tem naturalidade em seguir e em expandir. Quando a gente é criança, a gente vai expandindo nas habilidades.
Você, com tantos meses, tem habilidade para sentar, para falar, para andar. Quando você faz dois anos, tem outro tipo de habilidade; quando faz sete, tem outro tipo de habilidade. A gente vai ganhando habilidades conforme os ciclos que avançamos.
Se a gente interrompe uma fase ou fixa numa fase, tem algo errado. Não é porque a natureza faz a gente expandir naturalmente. Então, quando você vê um adulto, é a mesma coisa: um adulto tem que estar evoluindo, tem que estar expandindo, tem que estar passando de fase.
E essas fases não terminam nunca. Você pode estar com 90 anos e sempre tem uma próxima fase para seguir, porque as coisas se encerram. Um adulto entende que a vida é feita de ciclos que precisam ser encerrados antes de começar um novo ciclo.
Você precisa avançar. Um adulto que está numa fase só e não quer sair dessa fase, que jamais quer avançar, tem algo que está travando essa pessoa. Essa fase ficou fixada, e ela não quer avançar, porque, de alguma forma, entende que essa fase anterior, de onde não quer sair, é mais fácil, é mais confortável.
Não segue. Por exemplo, um casal que está num relacionamento de 15 anos e não quer seguir, não quer avançar. Eles namoram, mas não pensam em noivar, não pensam em casar.
Como que esse relacionamento não vai expandir? Por que não vai expandir? Ah, porque o namoro é mais fácil, é mais simples, é menos responsável, menos comprometido.
É, mas é saudável? A gente tem que começar a entender que nem tudo é tão relativo assim. Cada um tem seu tempo, mais ou menos dentro de um certo limite.
Não é natural uma pessoa, por exemplo, entrar na faculdade e não querer sair da faculdade. Essa pessoa tem que entrar naquele sistema e tem que sair daquele sistema. Você entra na faculdade, absorve o que ela tem a oferecer e sai com aquilo que aprendeu, que foi suficiente.
Você não vai aprender tudo naquela faculdade; você aprende o suficiente e segue para a vida, para a próxima fase. Agora, eu sou um profissional. Dessa área eu começo a trabalhar daqui a pouco.
Não sou mais iniciante, eu passo ali por uma fase de iniciante; daqui a pouco eu já sou mais experiente. Ou seja, no início eu tô inseguro, naturalmente cobro até menos porque eu não tenho ainda muita insegurança. Daqui a pouco eu vou ganhar experiência, e eu vou evoluindo na minha competência e vou naturalmente expandindo os meus contatos, inclusive o meu dinheiro, porque é natural que quanto mais eu invisto em mim, melhor eu me torno e mais meu trabalho vale, e aquilo me traz mais dinheiro.
Então, você ir expandindo no seu trabalho também é um indício de saúde. Não é natural você começar alguma coisa que você não vai sair daquilo. Você tá na casa dos seus pais, você vai ficar na casa dos seus pais até quando?
Você precisa sair dessa casa dos seus pais, porque aquilo ali é como se fosse um período de aprendizado de como se comportar na vida adulta para depois você sair. Você pega o que você aprendeu de suficiente; não é tudo. Você vai para sua vida adulta com aquilo que você aprendeu, e muitas coisas você vai desconstruir e construir sozinho.
Você vai descobrir como é ser um adulto fora da casa dos seus pais: você vai ter a sua casa, você vai ter o seu dinheiro, você vai ter os seus relacionamentos, você vai construir a sua família atual. Então, um adulto ele expande, ele passa de fase. Quando você vê uma pessoa que tá fixada numa fase, ou ela até foi para a próxima fase, mas emocionalmente ela se sente como uma pessoa da fase anterior, ou ela se comporta de uma forma como na fase anterior, do tipo: "Eu saí da casa dos meus pais, eu até sou casado, mas eu almoço todos os dias na casa dos meus pais, eu não sustento a minha casa, eu pego o dinheiro dos meus pais, e a cada problema eu volto para casa dos meus pais.
Na hora que eu tenho um problema com meu marido, eu não resolvo com ele, eu corro para os meus pais. " Ou "Eu não consegui pagar o meu aluguel e todo mês eu vou lá pegar o dinheiro com os meus pais. " Não!
Pera aí, você saiu, mas você não saiu daquela fase. Então, você tá, de certa forma, se comportando de forma infantil, porque você não está assumindo a sua vida adulta. Então, outro critério para você ver se você está na fase correta e tá se comportando de forma adulta é você avaliar como você se sente com responsabilidade.
Um adulto maduro ele tem prazer na responsabilidade, ele tem prazer na independência, ele tem prazer em saber que é ele que se sustenta, é ele que se banca. Ele não sofre financeiramente, mas se banca em termos de: "Sou eu que me sustento nas minhas decisões, sou eu que decido o que eu faço com o meu tempo, sou eu que decido os meus valores, sou eu que administro as minhas emoções. " Eu não preciso ficar buscando aprovação o tempo inteiro das pessoas, porque sou eu que decido.
Então, a segurança do adulto maduro tá dentro dele, não tá nos outros. Ele não precisa que toda hora alguém valide o que ele vai fazer, o que ele tá pensando, se o que ele tá pensando é certo, o que ele quer fazer é certo. Ele se sustenta, ele se suporta.
Ele não fica necessariamente inseguro todas as vezes em que ele vai fazer alguma coisa, precisando que alguém diga para ele. E aí vem a terceira coisa: essa segurança que é dentro dele leva ele a se aventurar de forma mais natural. Porque, como a segurança tá dentro dele, não tá fora, ele tem segurança de que ele é capaz de enfrentar desafios.
Se ele for para um novo trabalho, ele não precisa ter todas as garantias de que aquele trabalho vai ser bom para ele, porque a segurança tá dentro dele. "Eu vou lá e eu vou tentar fazer o meu melhor. " E aí, se não der certo nesse trabalho, eu saio desse trabalho e administro aquilo, eu procuro um outro trabalho.
Vou começar um novo relacionamento. "Ah, não! Mas eu preciso ter todas as garantias de que essa pessoa não vai me trair, não vai me sacanear.
" Você não vai ter todas as garantias. Você vai arriscar e vai segurar em você a confiança de que "eu estou fazendo o melhor que eu posso. " Sei lá, dá errado.
Se, por acaso, essa pessoa não for uma pessoa interessante para mim, eu termino um relacionamento e suporto aquilo que eu vou sentir. Eu vou viajar, eu não preciso levar na minha mala todas as coisas para não faltar nada. Não!
Eu tenho segurança que, se eu chegar lá na minha viagem e descobrir que alguma coisa faltou, eu compro lá na hora. Eu penso lá na hora o que tá faltando. Essa coisa de a segurança ser dentro faz você ir pra vida sem precisar estar o tempo inteiro equipado de elementos que te passem segurança física, como "Eu preciso que o meu namorado me diga o tempo inteiro onde ele tá; eu preciso ter na minha mala todos os primeiros socorros, tudo que me garanta que eu vou ter controle da situação.
Eu só vou dar um passo se eu tiver completa certeza de que tudo tá alinhado. " Então, essa necessidade de controle te mostra que você tá num campo infantil, porque a criança é que não tem segurança dentro dela. A segurança da criança tá em um adulto, em um adulto que tá, inclusive, perto.
Outro fator: a criança vive o amor perto; ela não consegue se sentir amparada e segura quando a pessoa não tá perto dela, porque ela ainda não conseguiu internalizar aquele amor. Então, por ela não conseguir internalizar, ela precisa da presença. Ela precisa de coisas.
É tanto que a gente tem coisas que deixam a criança segura, como esse paninho, essa naninha, para que isso simbolize a sua mãe enquanto ela não está perto de você. Então, isso aqui é minha mãe, porque eu preciso de coisas que me dêem segurança. Eu preciso ver a minha mãe, eu preciso que a minha mãe esteja perto, eu preciso que alguém esteja resolvendo coisas para mim, eu preciso que alguém me diga o que fazer.
A segurança da criança está em outras pessoas e está naquilo que ela pode tocar, naquilo que ela pode ver, naquilo que ela pode presenciar. O adulto não. O adulto tem segurança dentro de si, ou seja, o amor está dentro dele.
Meus pais me amam; não preciso estar perto deles para saber que estou sendo amada. O meu namorado me ama; eu posso ficar longe dele algumas horas, eu posso, inclusive, namorar, porque ele está dentro de mim; ele não precisa ficar perto de mim para eu conseguir me sentir amada. O vínculo continua quando a gente não está perto.
A pessoa que está infantil precisa do perto; ela não amadureceu a capacidade de internalizar amor. Isso tem a ver também com o que estamos falando sobre passar para a próxima fase. A gente só tem capacidade de passar para a próxima fase se a gente tem capacidade de internalizar amor, conhecimento, situações, aprendizados.
Eu estou na faculdade, então estou internalizando os conhecimentos. Eu não preciso andar com os meus cadernos da faculdade no carro para que, quando eu tiver lá atuando, eu busque no caderno a referência para atender o meu cliente. Não, eu aprendi; está dentro de mim.
Eu vou fazer qualquer tipo de coisa que eu tenha aprendido antes; eu não preciso levar nada físico da fase anterior. A fase anterior está dentro das minhas experiências, estão dentro de mim. Aquela pessoa que vai para uma aula e quer gravar tudo porque quer depois conseguir ouvir isso de novo.
. . Não, cadê a sua capacidade de absorção?
A criança tem pouca capacidade de absorção; o adulto tem grande capacidade de absorção. Então, se você não se sente em condições de absorver e seguir com aquilo dentro de você, você está num campo infantil. Você está num campo infantil quando tem a necessidade de incluir outras pessoas para poder cuidar de você porque não sente que tem condições.
Então você vai à vida buscando pessoas que gostam e estão dispostas a fazer uma função com você de pai e mãe. Você vai à vida buscando pai e mãe, alguém que cuide de você, alguém que oriente você, alguém que fique te dando norte, alguém que sinta prazer em fazer a função materna e paterna, que é função paterna: cuidados te ensinar a sobreviver. Que é a função materna: mostrar que você pode se aventurar na vida.
Ah, então eu quero encontrar alguém que consiga fazer por mim isso, que cuide de mim e misture. Eu só consigo ir para a academia se eu tiver com alguém que vai me estimular. Cadê a sua própria capacidade de se estimular?
Cadê a sua própria capacidade de se cuidar, de fazer a sua função materna e paterna? A gente, quando é adulto, cuida da nossa criança; a nossa criança está dentro da gente. Então, todas as faltas que eu já tive, eu não resolvo mais com as pessoas que faltaram.
Eu não resolvo mais com a minha mãe que não me deu o carinho que eu queria; eu não resolvo mais com meu pai que não foi próximo de mim o suficiente. Eu resolvo dentro de mim o que a minha criança precisava: precisava de atenção, de vida, ela precisava que alguém cuidasse das necessidades dela, necessidade de segurança, de brincar, necessidade de explorar o mundo. Ah, ninguém fez isso comigo.
Hoje eu fui procurando alguém que faça. . .
Não, você vai fazer, você vai se responsabilizar pelas suas necessidades e pelos seus traumas. Você não resolve mais com as pessoas; você resolve com você os seus traumas. Ou seja, do que a minha criança precisava?
Ah, eu nunca brinquei, minha mãe nunca me levou para brincar; eu sempre fui uma criança muito madura, muito cedo. Então, tá, então hoje você precisa se levar para brincar; você precisa saber que é importante ter lazer. Você precisa saber que a sua criança precisava de mais segurança.
Então hoje você se põe em situações de segurança, mas a sua criança também precisava que alguém estimulasse ela para a vida, que fizesse ela ter coragem de ir para um parquinho, mexer em coisas que ela não tem coragem. Então, hoje eu também estimulo a enfrentar desafios. Então, o adulto cuida da própria criança.
Lembre-se que a criança precisa de algum adulto perto, né? Então, é isso que você vai fazer com a sua criança: você vai ser o adulto perto da sua criança. Você não fica procurando que algum adulto externo fique perto de você para cuidar de você.
Todas as vezes que você quer despertar em alguém essa função de cuidado, essa função materno-paterna, você está agindo como uma pessoa infantil. Outro fator: a criança foge de situações; a criança não enfrenta situações; o adulto enfrenta. Então, se você tem o hábito de que, todas as vezes que você está numa situação que vai te tirar da zona de conforto, você tem que resolver um problema com alguém — não um conflito, você tem que entrar num trabalho novo, você vai começar um curso, você tem que lançar um projeto novo no seu trabalho, você tem que começar uma relação e você foge sempre — você está num campo infantil, porque o adulto enfrenta, a criança foge.
A criança faz o que for preciso para. . .
Evitar a dor para evitar o desprazer. Então, se você vive tentando evitar desprezamentos e desconforto, você está no plano infantil. Para ser adulto, você precisa enfrentar coisas que te desconfortem e saber que você tem condições e recursos internos para enfrentar isso, tá?
Então, fica claro para você que a criança, a pessoa que está infantil, tem comportamentos muito próximos do que é uma criança. Ela age na vida achando que aquilo é natural. E, todas as vezes que ela se depara com alguém que topa fazer essas funções, ela acaba cristalizando aquilo; ela acaba se acostumando a viver como uma criança.
Ela, inclusive, se comunica como uma criança, ela se vitimiza como uma criança, ela não se responsabiliza pelo futuro dela, por aquilo que ela está sentindo. Não! Pera aí!
Eu estou sentindo insegurança. Eu estou sentindo insegurança, eu preciso resolver isso dentro de mim. Não!
A criança fala: "Você está me deixando inseguro, quem tem que resolver isso é você, você tem que me dar segurança. " Então, ela transfere para o outro. A criança está sempre transferindo para o outro a responsabilidade de cuidar dela.
Então, nesse vídeo, eu quero deixar isso para você: um adulto enfrenta, ele vê a realidade, ele não coloca vendas, ele não inventa historinhas. Um adulto é capaz de administrar os desconfortos, ele é capaz de se lançar para a vida, ele é capaz de atender a todas as necessidades, tanto de sobrevivência quanto de lazer, quanto de explorar o mundo. Ele não fica fixado em fases anteriores, ele tem a capacidade de seguir e ele vê prazer nas próximas fases, ainda que elas sejam mais difíceis.
A pessoa que é infantil quer ficar sempre na fase anterior, na fase mais fácil; ela não quer responsabilidade, ela não quer crescer porque ela não tem segurança de que ela tem recursos internos para lidar com as próximas fases. Isso aqui diferencia um adulto maduro de um adulto infantil. Fica claro para você, tá?
Mas mais transparente assim, fica mais claro para você perceber se você está mais em um campo infantil ou num campo maduro. Conta aqui para mim nos comentários como é que você se vê com isso. Se você tem dificuldade de reconhecer, me fala aqui que eu quero saber quais são as dúvidas que eu posso usar para fazer um próximo vídeo.
E posso fazer um próximo vídeo falando como solucionar tudo isso. Eu fico por aqui. Se você gostou desse vídeo, acho que tem alguém precisando ouvir; manda esse vídeo para essa pessoa.
E vou deixar aqui uma sugestão de leitura: "A Auto-Sabotagem Está Acabando com a Sua Vida. " Eu vou deixar aqui para você ler, que eu acho que vai complementar esse assunto que a gente está conversando. Então, eu fico por aqui e até a próxima!