Amazônia: entre a vida e a morte - episódio 4

E aí E aí E aí e [Música] a terra das águas e e onde tudo é superlativo a maior bacia hidrográfica do planeta o maior volume de água doce do mundo a água é mais que a essência da vida e é casa o caminho é a fonte do alimento a fonte do trabalho e em todos os cantos da Amazônia no meio da floresta às margens dos rios Brota uma planta nativa que sustenta um país inteiro e a mandioca é a raiz do Brasil e não se pode falar de mandioca na medida que Você a conhece

tem uma certa dose de entusiasmo isso porque ela tem um papel fundamental na vida do brasileiro desde o passado mais um vingo quando o colonizador europeu chegou até os momentos Atuais Eu costumo dizer que nós estamos redescobrindo a mandioca 520 anos depois do descobrimento é isso porque são tantas as formas de utilização que a mandioca apresenta e surpreendi não só quem liga com mandioca mas surpreende o mundo chega mesmo a ser considerada pela fao através aqui é um órgão das Nações Unidas da ONU com o alimento do Século 21 aqui ó no sul do Amazonas

o plantio que Dona Maria apurinã aprendeu com a mãe ensinou aos filhos e média compartilhando a sabedoria da Sobrevivência nós não podemos viver sem ter o nosso pão na nossa mesa a nossa farinha é importante a fruta é muito importante mas nós tem que ter o nosso pão a nossa farinha na nossa mesa que é da Mandioca a gente come a farinha como beijo como a tapioca come vários como Grosso sequer um quem faz são os causadas assim na massa para comer com peixe assado tudo isso é importante uma mesa do mesmo e sem falar

nas frutas que as frutas a gente sabe que as frutas são ricas em vitaminas mas plantar macaxeira planta Minerva e pronta vários tipos de macaxeira a macaxeira tem muita gente para fora chama mandioca lá e ninguém sabe qual é a mandioca macaxeira nós aqui até as qualidades tem a macaxeira pão tem a macaxeira tá boquinha tem a a manteiga tem a a macaxeira vara tudo é o tipo de macaxeira a iguaria que dava a força e saúde aos indígenas foi parar na carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal na época do descobrimento

do Brasil Cabral o escrivão do descobrimento o Pedro Vaz de Caminha Pero Vaz de Caminha na primeira carta seu registro da agricultura brasileira ele dizia o seguinte ao rei de Portugal eles não lavram nem criam aqui numa boi nem vaca nem cabra nem ovelha nem galinha nem qualquer outra criação que acostumada seja ao viver dos homens ou seja era tudo muito primitivo era índio mata virgem e encontrou Então os ativo Sininho fortes robustos aí ele faz uma alusão aos nativos São tão rijos e tão nédios Neves a expressão portuguesa saia de pé e eu não

somos com tanto trigo e levamos que comer e quando se referir ao alimento básico dele dizia eles não comem senão de outra coisa a não ser vinham e que Brota da terra o inhame aquele Regia ele fez uma uma ligação analogia porque os países de língua portuguesa né colonizados Angola guiné-bissau alguns a reta já colonizados mandava uniame Lisboa ele não conhecia a mandioca é e os ribeirinhos de canutama no Amazonas plantão as manivas nas praias do Rio Purus hoje para segurar a farinha de amanhã e é uma planta gente pronta né E ela da batata

aí com seis meses a gente colhe é de casca ela estava no Salvador aí foi a farinha para nós comer e a natureza que eu de no serviço [Música] Oi gente sempre começa meio de Dezembro né porque a gente quer entrar cedo para Castanha Por que que eu não água sobe né a gente tem que fazer a roça as vezes que a gente termina já entra o cara até já tá dando água a gente vai para os castanhais colher Castanha se não for antes da cheia água leva tudo é um ritual que se perpetua e

alimenta gerações e eu vejo é um legado material cão e por isso eu sempre digo que a mandioca é a rainha da cozinha brasileiro porque ela é de essência feminina maternal e agregadora os trabalhos de mandioca não são trabalhos solitários são sempre feitos em comunidade de modo geral femininos Essa é a mandioca carrega a mandioca é mulher a mandioca pelos estudos né a literatura que buscar mesmo com o auxílio do carbono 14 aponta o Brasil como centro de origem de inspeção da Mandioca daqui a mandioca foi para África para a Ásia e a cultivada em

cerca de 90 países no planeta e o Brasil produz quase 19 milhões de toneladas de mandioca por ano segundo a Embrapa a empresa brasileira de pesquisa agropecuária hoje o maior produtor Mundial é a Nigéria seguida por República do Congo Indonésia Malásia Brasil é o quinto mesmo tendo o alimento como parte de sua história a Constituição Brasileira de 1824 foi batizada de Constituição da Mandioca veja você o povo não votava só voltavam as pessoas que tinham Posses e a posse não era medida em moeda corrente eu não constituição até difícil privilegiada privilegiada O Homem do Campo

tão fácil botar na paróquia que deu um patrimônio equivalente a 150 alqueires que pagar para votar na Província a 250 o que o candidato a deputado a 500 alqueires de farinha parte candidato a Senador mil alqueires de farinha de mandioca Esse é o que ele não é medido de área é uma medida a mata a fome em todas as refeições a tapioca da macaxeira macaxeira que faz vamos ter a macaxeira para o cozido aqui o que ela é bem gente ficou até a cozinha O que é mandioca macaxeira é aipim os nomes são muitos as

utilidades também para a raiz do Brasil toca talvez a espinha dorsal da história brasileira é o ingrediente que está em todas as mesas do Brasil desde sempre Nós acreditamos que o Brasil é um país que fala uma língua só isso não é verdade mas o ponto comum a todas as mesas cores credos pontos diversos do Brasil é um único ingrediente que a mandioca tipo se deliciosa que possuir utilíssima I e II só carrega com a verdadeira essência do que é ser atemporal ela já estava aqui antes do período cabralino e ela está estar aqui para

sempre e entre as terras amazônicas sabe-se muito bem que mandioca é venenosa macaxeira não o que difere de um da outra é um teor de um princípio tóxico que está presente na mandioca e se chama se a sido longamente a cristianismo é um glicosídeo cianogênico que no popular disso a cristianismo Então as variedades mesmo tem um terror relativamente baixo não apresenta toxidez mas as bravas por magra Sim essas daí são variedades decisão ele é tóxico O que é ciência estuda agora os povos da floresta exercitam no correr dos tempos e os indígenas que habitam nosso

território ou milênios estiveram a sabedoria de domesticar a planta tóxica e saber como processá-la do meu sabores o ralo dele né o ralo era da Paz chuva barrigudo uma água o cara aquele que tem tu tá aí que chama coração de leite ele ele é bem caro curto né então também tem namorado e tem uma se bota Ofício artesanal exige tempo e jeito a mandioca colhida na roça descascada por mãos ágeis e oi oi a salada colocada de molho por sete dias assim a substância tóxica fica na água alguma que resta da origem a Faria

aumento que está pouco esfria o que está quente engrosso que está errado mas na planta é que dá sustância a raízes suas histórias foram parar no livro organizado pelo Chef Alex Atala 400 páginas de uma Ode a planta ali estão eternizadas as lendas usos os sabores da mandioca que Brota preservando a floresta dentro dar da cultura baniwa Uma Garota quando vai se casar recebe algumas Pimentas da sua mãe e algumas Manias que são a forma que eles chamam as Estacas de mandioca é para plantar e as Estacas que a mãe a variedade que a mãe

entrega a filha ela e vai plantar para o resto da sua vida entregar para sua filha ou suas filhas e muitas vezes o que ela recebe talvez a pior mandioca e a mandioca que demora mais a mandioca mais duro e a mandioca ela não vai abandonar aquilo nunca e não é só porque é uma herança familiar mas é Sobretudo o manejo da biodiversidade insitu é aquela mandioca menos a Preciosa as nossas aos nossos olhos que pode salvar toda a comunidade no período de ser que é um período de Enchente uma Nos períodos de fome o

manejo da biodiversidade tem que ser feito na natureza e e tem a mandioca nós consegue não porque não aqui na outro alimento é o peixe né a gente não consegue mesmo em farinha que é o meu marido falou nela comprar Porto Velho mas passei muito mal que nós tava na casa de uma pessoa que não comia farinha nós tinha vergonha de pedir era muito ruim da Mandioca não pode colocar umas 7 vezes a gente lavou essa Gomes tirar bem o excesso dela que o lado a tapioca tradicional feita com a mandioca domesticada do outro uma

feita com a batata Silvestre da Amazônia as duas plantas são muito venenosas e [Música] E aí E aí [Música] G1 [Música] em uma floresta por gente que ocupa metade do território nacional e Brota sobre solo pobre e e é a própria Amazônia EA interação entre suas espécies e suas águas que garantem a fertilidade da terra e e entre as tantas riquezas que só germinam aqui e em nenhum outro lugar do mundo está também uma batata Nativa que se espalha em meio à mata e esse aqui a minha a batata não me deu sentir feito assim

ver Ampla e bom então perto para eu mentir a planta do mais importante para mim minha irmã é nativa da Amazônia assim como a mandioca sem semente nem cultivo nasce cresce por vontade própria a casa Mirella Ampla virou objeto de estudo e admiração do indigenista da FUNAI danniel cangussu Corta Essa batata com ela tá muito grande eles corta ali' um pedaço só para transportar o acampamento aí rala ou batata espreme E aí de Campo despede a cantar essa fécula na ele tem cerâmicas lembra de mim e aí eles vão lavando essa Goma e repetindo esse

processamento algumas vezes e até que a coloração típica do veneno de umidade do reino saia e algumas seguir adequada para fazer pães bolos mingau Se ela chegar a pesar 200 quilos depois de andar pela Mata e suar a camisa ele retira da terra a batata de 25 kg tão grande quanto venenosa porque é uma batata uma ó oi [Música] tá tudo aqui agora pela importância que tem os caras e a macaxeira na região imaginei que escurecer consumir de forma direta né ela teve uma ocasião que eu gostei o pedacinho assim gente fazer uma sopa ele

é muito fibrosas ela não cheira não cheira para casa porque não amoleceu e eu tô meio clicar ou comer um pouquinho nós não aprovei mas quando louco segundos eu passei muito mal Vomitei muito mas não tenho mais nem um oi para mim então quando dessa história alguns amigos é botânicos ele falou não não é possível você tem que ter morrido porque essa batata é mais venenosa umas 8 vezes mais do que mandioca né ela possibilidade de intoxicação muito grande mas ele deu tudo certo aí eu aprendi a lição eu tava O Contestado afiado e boas

doses de paciência Dona Maria quarta a batata em pedaços menores na mistura com a água o liquidificador faz o trabalho a massa vai para a bacia de cantar no líquido avermelhado que fica em cima está o veneno da Batata depois a mistura é coroada segura líquido que sobra vai descansar por alguns dias e nem a fibra da cadeira ela vai comer perto aí dá uma tudo muito bom olha durante uma semana água vai sendo trocada para remover a substância tóxica umas 7 vezes a gente lavou essa goma tirar bem o excesso dela para poder ela

ficar nessa assim e agora tá pronta a pronta para comer a hora de peneirar Oi Dona Maria acrescenta um pouco da castanha-do-pará fresca e levar o fogo e Oi [Música] quem é E aí [Música] a Toada tapioca tradicional feita com a mandioca domesticada do outro uma feita com a batata Silvestre da Amazônia as duas plantas são muito venenosas mas as técnicas de processamento ancestrais desenvolvidas inclusive pelos indígenas estranho veneno dá para comer com segurança e quando temperada com uma pitada de Castanha e tucumán ganha Muito Mais Sabor E aí vocês vão querer provar e os

sabores da Amazônia pouco a E aí se o viver na Amazônia se cultiva e se renove a e aqui fica claro uma mostra da história da ocupação da Amazônia ali atrás da floresta o mandiocal plantado pelos agricultores que a base da alimentação por aqui e a batata historicamente consumida pelos indígenas que nasceu foi arrancada e re brotou uma prova do quanto ela é resistente e nas terras protegidas pela população tradicional gente e Floresta são uma coisa é só a floresta é como o nosso pai é Nossa mãe então ali a gente vive dia a dia

então nós sabe que nós precisa que ele é território nós que vai precisar para o nosso neto pro nosso filho é para eles cuidar ali então por isso que nós estamos assim lutando por quê que invasão para está mexendo com nosso território nós arrisca é um a nossa própria vida para poder proteger a nossa território né ainda mais a gente foi ameaçado então é a gente fica ameaçado mas a gente cria coragem para poder né a gente proteger a nossa natureza e [Música] o e as ameaças vende todos os lados essas imagens foram gravadas pelos

próprios indígenas da etnia urueuauau em Rondônia eu não conheço nada aqui dessa primeira de mais ou menos porém como eu falar com o senhor sabe que aqui é o atendimento para escalar a equipe de fiscalização da terra indígena localiza um invasor mas o causando arco e flecha por causa que eu não trabalho e nós estamos monitorando com ele armas e munições cartuchos algumas a gente sente muito triste muito tipo revoltado porque aquilo é nosso né que a gente tava preservando para estrutura as crianças que na nova geração em pode vir netos filhos para ele poder

também e ver e cresceu e ver o quanto foi cuidar dos pelos ações o território ou é normal ficar a 50 km de Porto Velho é lar de florestas nascentes e nove povos alguns deles isolados só em setembro do ano passado o desmatamento dentro da reserva teve alta de 583 por cento de acordo com dados do Instituto socioambiental na estrada é muito que nós estava muito desinvasão de greiros é assim a gente pensa que é para proteger o nosso território ainda mais é a gente sofre muito ameaça a gente vai fazer em 2021 Amazônia Legal

teve o maior desmatamento em 14 anos a medição do Instituto imazon indica que a floresta perdeu uma área de Mata Nativa equivalente a metade do território de Sergipe e e para manter as árvores de pé agora ajuda vem do céu sobe pode já parou drones são usados pelos indígenas para monitorar as marcas o treinamento é feito na Parceria com as ONGs wwf EA Associação de defesa at ambiental Canindé e bom então para mim é importante porque a gente pode ver em que a Terra ver como é que está é o tratamento né e ver a

tipo a onde o pessoal tá invadindo né agora mais seguro para o Drone mais fácil porque ela para gente está trabalhando continuando trabalho Sabe para não ter risco de nossa vida facilita muito nosso trabalho a gente vai no local lá a gente tira fotográfico a gente faz relatório e manda para Ministério Público Federal e proporcionar também sabe que de Resistir gente lá né é só de novo o molho no céu para garantir a sobrevivência da floresta e os benefícios que ela traz para dentro e para fora da terra indígena aqui em Rondônia a gente ainda

tem a sorte muito por conta do trabalho que Esses povos indígenas vem fazendo em cuidando cuidar das suas terras como presente futuro eu ao onde nascem meu calcário Rio Jamari é o rio Candeias que são importantes para vários municípios aqui de Rondônia onde eles conseguem cuidar de si da Nascente desses rios e aí quem tá aqui fora somos nós a gente consegue beber água a gente consegue tomar banho ainda coisa que a gente consegue ter lazer consegue tirar sustento desses rios né que a gente não paga nada para Esses povos indígenas na verdade a gente

devolve com discriminação com pré-conceito e com morte porque eles estão morrendo Estou sendo nosso por conta disso dessa proteção que eles vão fazendo dessa Nascente né então é uma é uma conta que ela e se você pensar que a descoberta para uma série de doença para humanidade pode estar dentro dessas florestas isso é mais do que um motivo para proteger que ser uma luta da humanidade né tem que ser uma luta humanitária da humanidade né a humanidade Tem que olhar para os povos indígenas por isso quilombola para os extrativismo e pensar Olha boa proteger é

essas áreas porque proteggimi eu tô Protegendo o clima e eu tô Protegendo o planeta para todos para tudo é e pela gente da Amazônia pelas árvores da Amazônia a cada Rio a cada áudio e é urgente é ouvir o apelo da floresta antes que vira lamento antes que seu canto entre em extinção e E aí [Música] E aí [Música] E aí E aí [Música] [Música] E aí [Música]