Seja bem-vindo ao nosso canal. Hoje vamos explorar os ensinamentos de Chico Xavier, um médium que dedicou sua vida a espalhar amor e luz independentemente das doutrinas. Vamos também compreender a missão espiritual de entidades como a Pomba Gira, além de desmistificar os preconceitos sobre o sagrado.
Se você se sente inspirado por esses temas, não esqueça de se inscrever, deixar seu like e contar nos comentários de onde está assistindo. Vamos juntos nessa jornada de crescimento espiritual e reflexão. Tópico um, onde há amor, a missão.
A visão universalista de Chico Xavier em um canto modesto de Uberaba. Um homem de voz mansa, óculos grossos e alma translúcida. passava as madrugadas escrevendo cartas de outro mundo.
Chico Xavier não era apenas um médium, era uma ponte, um desses raros seres que parecem já ter nascido de mãos dadas com o infinito. Enquanto o mundo girava em sua pressa cega, ele escrevia mensagens que acalmavam corações, reconstruíam famílias e, sem que muitos percebessem, redefini o que é ser espiritual. E o mais impressionante, nunca precisou levantar a voz.
Chico falava pouco, observava muito e quando falava dizia tudo. Uma de suas maiores lições foi silenciosa. Respeitar a fé do outro é amar a Deus de verdade.
E é nesse silêncio que mora o ponto de partida. Será que o amor espiritual precisa ter o mesmo sotaque para ser legítimo? O amor como idioma universal não importa se é com sal grosso ou com salmo, se é diante de um congá, um altar ou um espelho.
O que importa é o que vibra por trás da prática. A intenção Chico Xavier jamais se limitou às amarras de uma doutrina rígida. Ele seguia o espiritismo.
Sim, mas o espiritismo que brota do evangelho, não o que inessa a fé. Para ele, a religião verdadeira era a que fazia o ser humano sair de si para servir o outro. E esse conceito de servir não escolhe roupa, nome ou ritual.
Tem quem se conecte com Deus pela leitura, outros pela dança, outros pelo toque do tambor. Há quem veja anjos, a quem converse com orixás e há quem menos como Chico escreva cartas ditadas por vozes que a maioria não escuta. Mas no fundo todas essas manifestações têm algo em comum.
A sede de cura, a fome do a vontade de reencontro com o que é sagrado. Os olhos de Chico não julgavam, abraçavam. Você já viu um olhar que acolhe, que não pesa, que não mede, que não tenta encaixar você em uma caixinha?
Era assim que Chico olhava para ele. Cada pessoa era um universo em construção e o erro era apenas um degrau mal calculado na escada da evolução. Por isso, quando alguém se aproximava com histórias de guias espirituais, entidades ou práticas diferentes da doutrina cardecista, ele não reagia com repulsa, não franzia o senho.
Ele ouvia e quase sempre sorria. Certa vez, uma mulher desesperada lhe perguntou: "Chico, é verdade que quem se envolve com essas entidades da Umbanda, como a Pomba Gira, está se perdendo? " Ele respirou fundo e respondeu com simplicidade: "Filha, o amor de Deus se manifesta de muitas formas.
O importante é o que se faz com esse contato. Se é para ajudar, consolar, orientar, então é bom. Deus não despreza quem trabalha por amor.
Ponto. Sem debate, sem dogma. Apenas o peso leve de uma verdade dita com um coração, o Cristo da rua, não do altar.
Você já reparou como o Cristo que Chico seguia era um Cristo de rua? Não era o da cruz enfeitada, era o da sandália gasta, aquele que sentava com prostitutas, com ladrões, com cobradores de impostos, aquele que lavava pés, não esperava palmas. Esse mesmo Cristo andaria hoje com as entidades mais polêmicas, os espíritos mais julgados, os médiuns mais incompreendidos.
E Chico sabia disso. Ele compreendia que muitos dos que hoje trabalham nas linhas da Umbanda, com nomes como Exu ou Pombagira, são espíritos que abraçaram missões de limpeza espiritual pesada, que trabalham onde poucos querem ir, nas regiões da dor emocional, do apego carnal, dos vícios destrutivos, das obsessões silenciosas. São terapeutas da alma que não usam jaleco, mas enfrentam tempestades espirituais em silêncio e muitas vezes levam pancada de todos os lados, inclusive dos próprios religiosos.
Mas isso não os impede de continuar servindo, porque como Chico dizia, o bem que se faz é o advogado silencioso da nossa consciência, o preconceito como vé da ignorância. Vamos ser diretos. O preconceito espiritual é uma das maiores formas de segueira emocional.
Quando julgamos um culto, um guia, uma doutrina, sem conhecer lá de verdade. Estamos apenas refletindo nossos próprios medos. E medo, meu amigo, medo é o oposto da fé.
Chico nunca teve medo do diferente, porque quem ama de verdade reconhece a luz onde ela se manifesta menos. Mesmo que venha vestida de vermelho, fumando um charuto ou dançando ao som do ataque. Sabe por quê?
Porque a luz espiritual não depende da estética. Ela é reconhecida pela vibração. Chico via isso com clareza.
Ele sabia que o mundo espiritual é vasto, cheio de camadas, nuances, contrastes, e sabia que Deus, em sua sabedoria infinita, usa todos os meios possíveis para chegar até seus filhos, inclusive aqueles que a sociedade insiste em marginalizar a missão invisível dos trabalhadores da dor. Imagine uma emergência espiritual, uma alma presa no vício, um espírito que não aceita ter morrido, uma pessoa mergulhada em dor emocional profunda, ódio, desejo de vingança. Agora pergunte, quem vai até lá?
Nem todo espírito elevado consegue atuar nesses ambientes. Muitos são sensíveis à densidade energética, à agressividade mental, mas existem alguns que foram treinados para isso, que tm força emocional. Resistência energética e um coração que já enfrentou as próprias sombras.
Esses são os exos. Essas são as pombas giras. Espíritos que descem aos porões da consciência humana para resgatar o que ainda pode ser salvo.
Que enfrentam zombeteiros, obsessores, magos das trevas e ainda assim permanecem ali firmes como verdadeiros soldados do bem. Chico sabia disso. Mesmo que não escrevesse sobre eles com nomes, ele falava de espíritos que atuam nas zonas umbralinas com coragem e amor.
Ele dizia: "Há missionários do Cristo em todas as frentes, até mesmo onde a nossa mente humana ainda não consegue entender. A verdade não grita, vibra. Não espere que a espiritualidade autêntica venha com holofotes.
Ela não precisa disso. A verdade quando é pura não se impõe. Ela se manifesta.
Chico entendia isso como poucos, por isso nunca tentou converter ninguém. Ele não queria seguidores, queria trabalhadores. Para ele, a maior forma de espiritualidade era vivida no cotidiano.
Ser gentil com quem não merece, ouvir sem interromper. cuidar dos invisíveis, pedir desculpa mesmo sem estar errado. E quando alguém dizia: "Mas Chico, aquela pessoa segue outra doutrina", ele respondia: "E daí a bondade é universal e o bem é a oração mais forte que existe.
As bordas da fé, onde as doutrinas se tocam a espiritualidade verdadeira, é como uma mandala. Cada relídio, cada doutrina, cada prática é uma cor diferente, mas todas fazem parte do mesmo desenho. Chico sabia disso.
Ele não negava a importância da codificação de Kardec, mas reconhecia que o Espírito Santo só para onde quer. Por isso, muitas vezes, em suas psicografias surgiam mensagens que ressoavam com ensinamentos de outras linhas. Ele recebia mensagens de padres, freiras, poetas.
Índios, médicos, crianças. Era como se dissesse: "O céu não tem portão, tem portais. E esses portais se abrem para todos que desejam amar, servir e evoluir, seja acendendo vela ou fazendo passe, sejauando mantra ou cantando ponto, o amor como religião final.
Ao final de sua vida, Chico Xavier já havia psicografado mais de 400 livros, ajudado milhares de pessoas e se tornado uma lenda viva. Mas se você perguntasse a ele qual era a sua missão, ele provavelmente diria: "Fazer o bem que estiver ao meu alcance". Simples assim.
E é isso que resume tudo amor e maka Chico nos ensinou com seu exemplo que não importa o nome da entidade, o trage do médium ou o símbolo no altar, o que importa é o que sai do coração e se transforma em atitude. E talvez, só talvez, seja por isso que tantos espíritos, inclusive aqueles que atendem por nomes controversos, continuam trabalhando com fé e coragem, mesmo sem aplausos, mesmo sendo incompreendidos. Porque onde há amor, a missão.
E onde a missão? Adeus. Transição pro próximo tópico.
Tópico dois. A mulher do espelho partido. Quem é a pomba?
gira além do estereótipo. Mas e se essa missão divina viesse disfarçada? E se um desses espíritos de luz viesse dançando com risada debochada, olhar provocante e um linguajar direto, você conseguiria ver a luz mesmo assim?
Quem é? Afinal a Pomba Gira. Tópico dois, a mulher do espelho partido.
Quem é a pomba gira além do estereótipo? Ela entra em cena sem pedir licença. Sapato alto, batom vermelho, gargalhada solta.
A presença dela corta o ambiente como navalha, não porque quer ferir, mas porque não aceita ser ignorada. Muitos torcem o nariz. Alguns Rom.
Outros a apontam com o dedo da moral, mas quem olha além da fumaça do cigarro e do rebolado provocante vê uma guerreira, um espírito com cicatrizes fundas que aprendeu a transformar dor em direção. Essa é a Pomba Gira, a mulher espiritual que o mundo tentou calar e que, por isso mesmo, grita verdades que poucos têm coragem de ouvir. A origem que o tempo não apagou.
Pouca gente sabe, mas Pomba Gira não é uma só. São muitas, cada uma com sua história, sua dor, seu nome, sua missão. Maria Padilha, Sete saias, Rosa Caveira, dama da noite, cigana das almas, todas elas carregam algo em comum.
Foram mulheres que desafiaram as regras do tempo em que viveram. Algumas foram julgadas por amar demais, outras por amar fora do permitido. Algumas usaram a beleza como arma, outras foram vítimas dela.
Muitas morreram injustiçadas, quase todas foram enterradas com a fama de perigosas, mas nem a morte conseguiu silenciar essas vozes. E o que o plano espiritual fez? Chamou essas mulheres de volta, não para serem vítimas novamente menos, mas para serem instrumentos de justiça emocional.
A metáfora do espelho partido Pomba gira é como um espelho que se quebrou em mil pedaços. Cada fragmento reflete uma mulher que foi rejeitada, usada, esquecida. Mulheres que foram traídas, queimadas em praça pública, taxadas de bruxas, loucas, meretrizes.
Mas sabe o que acontece com o espelho partido? Ele pode não mostrar uma imagem perfeita a menos, mas mostra a verdade crua de todos os ângulos. É por isso que ela incomoda, porque traz à tona o que muita gente quer esconder.
O desejo, a hipocrisia, o controle, o julgamento disfarçado de moral. A pomba gira é o símbolo da mulher livre. E liberdade, para quem vive preso em suas próprias máscaras, é uma ameaça.
O arquétipo da mulher que não se ajoelha. Ela não pede desculpa por existir, não baixa o olhar, não recua diante de macho valentão, nem do Medium Egonte. Se alguém tenta enquadrar lá, ela sorri com ironia, porque já viu esse filme antes e não pretende voltar pro papel de quadiuvante, mas engana-se quem pensa que ela é só sensualidade.
A sensualidade dela é ferramenta, não essência. O corpo é expressão, não armadilha. Pomba gira não seduz por malícia, seduz para revelar, mostra o que está mal resolvido em quem a observa.
Expõe o medo do feminino, a culpa enraizada, a repressão dos desejos mal digeridos. É por isso que ela não trabalha com qualquer um. Ela escolhe.
E quando escolhe é porque viu no médium um coração disposto a encarar a própria sombra. O trabalho que ninguém vê enquanto muitos falam de caridade em centros limpos e iluminados, ela atua onde quase ninguém quer ir. Pomba gira desce as zonas densas, onde o sexo virou moeda, onde o amor virou chantagem, onde o prazer virou vício.
Ela entra em mentes perturbadas, obsessores, sedutores, espíritos apegados à matéria, à luxúria, ao ciúme doentio, mas não vai para julgar, vai para resgatar. Seu campo de atuação é a psique humana em seu aspecto mais delicado. O emocional ferido, o feminino ferido, o poder distorcido.
Ela limpa, orienta, acorda e quando é preciso bate de frente com forças negativas que alimentam esses desequilíbrios. É por isso que tantas pessoas sentem uma mudança profunda depois de um trabalho com Pomba Gira, porque ela corta laços doentes com a navalha da verdade entre o altar e a rua. Onde mora o sagrado?
Muita gente acha que Pomba gira a entidade do mal porque bebe, fuma, ri alto, dança porque gosta de rosa vermelha, de champanhe, de ouro. Mas será mesmo que o sagrado precisa ser sóbrio, contido, silencioso? O Cristo que Chico Xavier seguia dançava em casamentos, multiplicava vinho, perdoava adúlteras.
O sagrado está na intenção, não na estética. E se um espírito atua para curar, proteger, despertar, qual problema se usa saia justa e gargalhada? Quem criou a ideia de que o bem precisa ser comportado?
Talvez a pomba gira exista justamente para nos ensinar que o sagrado pode ser irreverente, que Deus também fala através da ousadia, da força, da liberdade. Ela não vem para agradar, vem para quebrar moldes. O preconceito é o disfarce da ignorância.
Quem mais julga a pomba gira geralmente nunca se aproximou dela de verdade. Nunca foi atendido por ela, nunca sentiu sua energia, nunca ouviu falar. Julgam pelo que ouviram dizer, pelo que leram fora de contexto, pelo que o medo projeta, mas a espiritualidade não é feita para caber em manuais.
E o trabalho da Pomba Gira é tão espiritual quanto de um anjo de luz. A diferença é que ela escolheu um caminho mais difícil, lidar com as sombras humanas. Sabe o que é mais irônico?
Muitas vezes é ela quem ajuda aquele mesmo moralista que a julgou. Ela entra nos bastidores, corta obsessões, desfaz mágias negras, resgata amores perdidos e tudo isso sem esperar reconhecimento. Ela não quer aplauso, quer justiça.
As sete saias e os sete véus que cada pomba gira tem suas particularidades. Umas são doces, autoisácidas, umas trabalham com casos de amor, outras com justiça. Algumas têm risada debochada, outras falam com ternura, mas todas compartilham de um mesmo arquétipo.
O da mulher que enfrentou a morte voltou mais forte. As sete saias que muitas usam simbolizam camadas de sabedoria, camadas de dor transmutada em força. Cada saia representa uma parte da caminhada espiritual.
O desejo, o amor, a rejeição, a revolta, a aceitação, o poder e por fim o serviço. Serviço ao próximo, ao mundo, ao equilíbrio. É por isso que, mesmo sendo incompreendidas, elas seguem trabalhando, porque quem já caiu demais aprende a não temer o chão, o espelho, que te desafia.
Quando uma pomba gira, cruza seu caminho, ela não vem apenas para resolver problemas de relacionamento ou desmanchar feitiço. Ela vem para te mostrar quem você realmente é. E às vezes isso dói.
Ela te obriga a olhar pros seus desejos mal resolvidos, paraas suas escolhas movidas por carência, pros padrões que você repete por medo de ficar só, pros lugares onde você se sabota menos e depois culpa o outro. Ela não faz rodeios. Fala na lata com voz firme e olhar direto.
É como se dissesse: "Eu já fui como você, já sofri como você, mas escolhi me levantar. E agora é sua vez. Esse espelho não é confortável, mas é libertador.
Ela é você no seu estado mais selvagem. Talvez o maior segredo da Pomba gira é que ela mora dentro de cada mulher que já foi silenciada, cada mulher que já foi chamada de difícil, louca. exagerada, oferecida, ela é o grito engolido, a dança proibida, o desejo reprimido, mas também é o despertar.
Ali a decisão de não pedir mais permissão para existir. E não só nas mulheres, há homens também que carregam feridas emocionais femininas, traumas ancestrais ligados ao feminino. E muitas vezes é uma pomba gira que os ajuda a curar isso.
Ela é o feminino sagrado, despido de censura. Não o feminino idealizado menos, mas o real e por isso assusta, porque mostra que até o caos pode ser divino. O que Chico Xavier veria nela?
Se Chico Xavier estivesse diante de uma pomba gira, com certeza não perguntaria sobre sua roupa, sua bebida ou seu passado. Ele perguntaria: "O que você tem feito pelos outros? " E ela responderia: "Tenho curado almas em dor, resgatado mulheres em sofrimento, ajudado corações a se reencontrarem com a verdade e Chico, com seu sorriso sereno", diria: "Então você está com Deus, porque no final das contas Deus não está preso em centros, terreiros ou igrejas.
Está onde há amor em movimento e pomba gira com toda sua irreverência, com toda sua história rasgada, com toda sua força de mulher livre, é amor em movimento. Mas se até uma entidade tão julgada pode estar a serviço do bem, se até quem foi marginalizado pela história se torna guia espiritual. Então fica a pergunta que arde.
Será que a gente sabe mesmo reconhecer quem são os verdadeiros trabalhadores da luz? Por que talvez enquanto buscamos anjos de branco, estejamos ignorando os heróis invisíveis da espiritualidade que atuam onde o amor não chega fácil. Tópico três.
Menos. A espiritualidade não se limita a paletós brancos. Ela entrou no centro espírita com a alma em frangalhos.
O rosto carregava dias sem dormir e o coração sangrava silenciosamente. Sentou-se num canto, esperou o atendimento, aguardou a palavra reconfortante menos, mas não veio. Disseram que voltasse outro dia, que era preciso estar em boas vibrações.
Para receber auxílio, ela saiu dali mais quebrada do que entrou na calçada, ainda enxugando lágrimas. Ouvi uma voz atrás dela. O que você precisa?
Era uma mulher de vestido vermelho, cigarro aceso e um olhar que parecia atravessar a alma sem perguntas, sem julgamentos, sem protocolos, apenas acolhimento no ICRWU. Naquela noite a espiritualidade não estava de branco, estava de vermelho. O mito da pureza espiritual desde pequenos aprendemos que o espiritual é o que é limpo, claro, branco, leve.
A ideia do bem está associada ao silêncio, a compostura, a postura ereta. Espíritos elevados são descritos como seres serenos, quase etéreos. Mas e se isso forte da verdade?
E se a espiritualidade também se manifesta no caos, no grito, na gargalhada, na dança, na terra batida? A verdade é que muitas pessoas ainda buscam um molde espiritual. Querem reconhecer o sagrado pelo uniforme, pelo tom de voz, pelo vocabulário polido.
Mas a espiritualidade não é forma menos, é função. O que importa não é aparência, mas o que é feito com ela. O terreiro de chão batido que salvou uma vida em um bairro afastado, sem fachada vistosa, sem piso de mármore ou ar condicionado.
Havia um pequeno terreiro. Ninguém sabia explicar como, mas pessoas saíam de lá com a alma leve. Casos de depressão severa melhorando, relacionamentos sendo restaurados, gente saindo do vício.
Lá não se falava difícil, não havia rituais longos, mas havia verdade, um senhor vestido de branco simples e com um sorriso acolhedor dizia: "Aqui a gente não promete milagre. A gente caminha com o que você tem". E o que eles tinham era fé, era entrega, era serviço espiritual sem maquiagem.
Enquanto isso, em muitos lugares iluminados, o que se via era ego maquiado de humildade, disputas internas, vaidades com perfume de caridade. Paletó branco não garante pureza a médiuns com aparência impecável, discursos perfeitos e corações endurecidos. Gente que faz caridade com a mão, mas julga com os olhos.
que prega o amor, mas não sabe ouvir sem criticar, que fala em nome de guias menos, mas não respeita nem os encarnados. Enquanto isso, há entidades de riso solto que falam palavrão, que dançam e bebem menos, mas resgatam almas do fundo do poço com uma sabedoria que não está nos livros. Não é a roupa que define o espírito, não é a fala mansa que define a luz.
Porque até o diabo pode se vestir de anjo e até um Exu pode te salvar de si mesmo. A espiritualidade nas ruas, nos bares e nos bec. Quantas vezes já vimos alguém desacreditado pela sociedade e era exatamente essa pessoa que tinha uma palavra de consolo, um morador de rua que sorri com gratidão, um camelô que oferece um café mesmo sem vender nada, uma manicure que ouve desabafos como quem segura a alma do outro com as mãos.
A espiritualidade não mora só em templos, mora onde existe presença. E às vezes a presença mais curativa vem de quem já apanhou da vida e mesmo assim decidiu não endurecer. Tem Exu trabalhando em bar, tem Pomba Gira dançando em festa e limpando energia de gente que nem imagina.
Tem preto velho na fila do SUS abençoando silenciosamente. Tem guia andando de ônibus sentando ao seu lado, esperando só um olhar para agir. A armadilha da estética espiritual.
Você já percebeu como existe um padrão espiritual hoje em dia? Falam em vibração elevada. Não julgar, ser luz, mas julgam o tempo inteiro quem não se encaixa nesse padrão.
Se a mulher é sensual, dizem que tá vibrando baixo. Se o homem gosta de rock, não é espiritualizado. Se alguém sente raiva, precisa trabalhar a sombra.
A espiritualidade virou estética, uma performance, um teatro, mas a espiritualidade verdadeira é transgressora. Ela quebra esses rótulos. Ela não está interessada em parecer espiritual.
Ela quer transformar, tocar, curar. E às vezes quem transforma é quem mais foi transformado pela dor. Os trabalhadores invisíveis no plano espiritual, nem todos estão de branco.
Muitos estão sujos de lama, de sangue, de memórias antigas. São os espíritos que aceitaram a missão de descer as zonas densas do umbral, enfrentar entidades poderosas, limpar obsessões pesadas. Esses trabalhadores não aparecem em livros, não são homenageados em palestras, mas são fundamentais pro equilíbrio espiritual do planeta.
Eles trabalham no invisível nas madrugadas, nos porões do inconsciente humano. São esos bombas giras, cabúclos bravos, guardiões, falangeiros, espíritos que já viveram o pior da experiência humana a menos, e, por isso mesmo, sabem como agir onde anjos não entram. O julgamento é a antítese do amor.
Quantas vezes você se pegou pensando: "essa pessoa não parece espiritual. Esse lugar não tem energia boa. Essa entidade não me passa confiança.
Mas será que a sua régua está calibrada pela essência menos ou pela forma? Porque o julgamento é sutil. Às vezes se disfarça de discernimento, outras vezes de intuição, mas no fundo é medo.
Medo do que é diferente, medo do que não se entende. E onde há medo? O amor não circula.
A espiritualidade não pede que você aceite tudo, mas pede que você olhe com o coração aberto, que permita que o espírito do outro fale menos, mesmo que ele use palavras que você não usaria. Chico Xavier e o espírito sem roupa. Há uma história curiosa sobre Chico.
Dizem que certa vez um espírito apareceu a ele sem roupa alguma. Totalmente não. Alguns dos presentes ficaram desconcertados, incomodados, mas Chico, Sereno, apenas sorriu e disse: "Está despido por fora, mas é puro por dentro.
Esse é o ponto. A aparência espiritual pode enganar. O que vale é a intenção, o serviço, o amor que move a ação.
E talvez o mais evoluído seja aquele que não se preocupa em parecer evoluído. O sagrado está no movimento. Você já reparou como os guias espirituais raramente estão parados?
Eles dançam, caminham, giram, cantam, batem palmas, porque a espiritualidade é movimento, energia em ação. O espírito elevado não é estático, não é inerte, ele vibra. Circula, sente.
Por isso, um ponto cantado de Exu pode ser mais curativo do que um sermão. Um giro de pomba gira pode cortar laços emocionais que anos de terapia não resolveram. O corpo em movimento quando conectado ao espírito.
Cura. E a dança do guia é mais que ritual. É código energético, é limpeza, é libertação.
O escândalo é dos olhos de quem vê pomba gira dançando. É escândalo para quem tem medo da própria sexualidade. Exu falando grosso é ameaça para quem se acostumou com a passividade.
Preto velho rindo no meio da dor é desconforto para quem acha que sofrimento é sinal de santidade. Mas e se o problema não está no guia? E sim em quem o observa?
O escândalo é dos olhos. Não dá essência. O problema tá na lente, não na luz.
Quem ama de verdade não se escandaliza, se conecta. A verdadeira elevação é a humildade no final das contas. A pergunta não é, essa entidade é de luz.
A pergunta é: ela serve com amor? Ela ajuda com verdade? Ela cura com compaixão, porque a luz pode estar num terreiro de barro, numa esquina silenciosa, num abraço de um espírito que você nem esperava.
E a verdadeira elevação é essa, reconhecer Deus onde ninguém vê Na Palató. Não, no altar, mas no gesto, no olhar, na entrega. Mas se nem tudo é o que parece.
Se os maiores trabalhadores da luz nem sempre brilham aos olhos, então talvez a pergunta mais profunda ainda esteja por vir. E quando o espírito que hoje nos guia é o mesmo que em outra vida causou dor? Tópico quatro.
Quando o espírito volta com as roupas do passado numa gira de sexta-feira à noite, a energia estava densa. Alguém tinha chegado carregado e os guias em silêncio, preparavam o espaço. O tambor bateu forte, um vento cortou o ar e então ela chegou.
Rosto pintado, saía rodada, salto alto que ecoava no chão, peços fermes, olhar que queimava a alma. Pomba Gira se incorporou, acendeu o charuto, soltou uma gargalhada que parecia vinda do fundo dos séculos, mas antes de falar, ela olhou direto para a mulher que havia chegado chorando e disse: "Você já me conheceu antes, só que naquela época eu usava outra roupa. " A mulher desabou porque sabia que era verdade.
O retorno não é o fim menos, é continuação. Muitos pensam que a morte apaga o que fomos, mas o espírito não perde a memória da alma. A roupa muda, o corpo muda, a linguagem muda, mas a essência permanece.
E às vezes para ajudar, ele volta com a mesma linguagem que conheceu menos, com as marcas que um dia o aprisionaram. A esos que já foram assassinos. Há pombas giras que já foram prostitutas, perseguidas, queimadas vivas, apedrejadas pela sociedade.
Mas quando voltam, voltam com os mesmos trages, não por vaidade menos, mas por missão. É como se dissessem: "Eu venci o que me destruía". Agora vou ajudar você a fazer o mesmo.
O escudo da aparência. Quem julga não vê. É curioso como a maioria das pessoas diz que acredita em reencarnação, mas ainda se choca quando um guia espiritual tem o passado sujo, como se os espíritos tivessem que nascer prontos, perfeitos, limpos, impecáveis.
Mas a verdade é outra. Muitos guias se tornaram luz depois de enfrentarem a escuridão por dentro. Eles não falam do mal, eles o conhecem na carne.
E isso é um poder imenso, porque só quem passou pelo fogo sabe como tirar alguém de dentro dele, do prostíbulo ao altar em Salvador. Numa casa antiga de paredes manchadas pelo tempo, viveu uma mulher conhecida como Maria das Rosas. Era prostituta, dançava em cabarés, foi violentada mais vezes do que se pode contar.
morreu com 27 anos de sífiles e abandono. Décadas depois, uma médium a incorporou pela primeira vez. Veio forte, provocante, falando de amor e respeito com uma força que ninguém esperava.
Meu nome é Maria das Rosas e hoje minha saia gira para curar. Ela não queria ser esquecida, queria ressignificar sua dor. A mulher que foi tratada como lixo agora era espírito de luz que varria a sujeira emocional de quem buscava cura.
Esse é o poder de voltar com as roupas do passado. A cicatriz vira espada. Todo guia que volta com os mesmos símbolos que um dia o machucaram carrega uma intenção poderosa, usar a sua própria história como ferramenta de salvação.
A roupa que antes era rótulo, agora é bandeira. O salto que antes machucava, agora é ama de firmeza. O batom vermelho que antes era desejo alheio, agora é símbolo de voz.
Eles não fingem ser o que não são. Não mentem sobre sua origem. transformam a cicatriz em espada.
E é por isso que Pomba Gira não pede licença, porque ela já viveu sem voz demais, Chico Xavier e a visão da dignidade espiritual. Chico nunca incorporou entidades como Exu ou Pomba Gira, mas sempre falou menos, com doçura e firmeza menos, da dignidade dos espíritos que trabalham no resgate. Dizia que até os anjos, antes de voar, precisaram caminhar no barro.
Certa vez, em uma conversa, comentou que muitos dos espíritos que hoje trabalham nas regiões mais sombrias foram os mesmos que ajudaram a afundar os templos de luz, menos justamente por conhecerem o outro lado. Porque para limpar a lama é preciso saber onde ela se esconde. A justiça que os livros não contam muitos perguntam, mas como um espírito que já foi bandido, prostituta, alcólatra, pode ser um guia espiritual.
Simples, porque a justiça espiritual é regeneradora menos e não punitiva. Na espiritualidade verdadeira não existe castigo eterno, existe trabalho de redenção. E ninguém redime melhor do que quem passou pelo inferno e saiu de pé.
Por isso, quando você sentir o cheiro do charuto, o som do tambor, o balanço da saia, não veja apenas o símbolo, veja a história. Cada entidade é uma biografia de superação. Roupas do passado, alma do presente.
As roupas não são vaidade, são memória viva. São o jeito do guia dizer: "Eu não esqueci quem fui e é por isso que posso te entender agora". Imagine um espírito que em vida foi torturado, retorna ao plano espiritual e decide ajudar encarnados que vivem traumas parecidos.
Ele se apresenta com as marcas da sua dor, não por apego, mas é como se dissesse: "Eu conheço a sua dor porque ela já foi minha. Estou aqui para mostrar que é possível viver depois dela. Quando o passado é ponte, não prisão.
A espiritualidade não nega o passado, ela o transforma. O problema não está em ter sido algo difícil, está em permanecer preso a isso. Mas o guia que volta com as roupas do passado não está preso.
Está elevado o suficiente para usá-las como ponte. Ponte entre mundos, entre dores, entre consciências. E essa ponte é preciosa porque liga a espiritualidade à camadas mais esquecidas da sociedade.
As lições de Exu. O guardião do limiar Exu é o exemplo mais claro disso. Já foi visto como demônio, inimigo, tentador.
Mas quem conhece o verdadeiro Exu sabe. Ele é o guardião do caminho. É aquele que ficou na encruzilhada para que ninguém mais se perdesse.
E sabe por ele ficou lá? Porque já se perdeu uma vez. e não quer que você passe pelo mesmo.
Exu, segura a porta com as mãos, chuta obsessão, rasga contrato espiritual que você nem sabia que tinha assinado. Protege com raiva, sim, porque quem já foi ferido sabe como doem os golpes invisíveis. Ele voltou com capa preta, gargalhada alta e tridente, não por vaidade, mas porque essas são as armas que umbral respeita.
A escolha de voltar. Renúncia pura. Você já pensou no que significa um espírito?
Escolher voltar com a imagem do seu maior sofrimento é como alguém que foi queimado vivo, decidi vestir a mesma roupa com que morreu para ajudar outros a se salvarem do fogo. Isso não é ego, isso é renúncia. Esses guias poderiam escolher o esquecimento, a neutralidade, o descanso, mas escolheram voltar com o sangue da história estampado no corpo espiritual.
Para curar com mais verdade é missão, é pacto, é amor. A cura tá na identificação quando uma mulher violentada vê uma pomba gira segura, sensual, altiva, menos. Ela não vê só um espírito, ela vê a possibilidade de reconstrução.
Quando um homem desesperado por justiça vê um Exu falando grosso, batendo no peito e dizendo: "Aqui ninguém toca em você. Ele não ouve só uma frase, ele ouve o eco da proteção que faltou a vida toda. Esses guias falam direto com o inconsciente, porque não estão apenas atuando, estão encarnando arquétipos de cura.
A espiritualidade encarnada no símbolo. As roupas do passado não são só lembranças, são portais, são ferramentas energéticas. Um brinco de pomba gira pode ativar uma ancestralidade esquecida.
Um chapéu de Exu pode selar uma intenção de firmeza. Um riso de cabôcla pode cortar medo e vergonha com uma só gargalhada. Tudo tem sentido.
Nara. A a ta. A roupa é linguagem simbólica da alma espiritual.
Não rejeite a ajuda que vem da dor alheia muitas vezes. A cura vem de onde você menos espera. Você pode entrar num centro esperando um mentor sereno e receber uma gargalhada cortante de uma pomba gira.
Pode esperar um passe leve e receber um puxão energético de um Exu. Pode querer ouvir palavras doces e receber um espelho da sua própria sombra. Mas se você aceitar, se você permitir menos aquilo, pode ser a virada da sua vida.
Porque quando o espírito volta com as roupas do passado, ele não quer ser aplaudida. Ele quer te libertar de um ciclo que talvez você nem saiba que está repetindo. Mas se os espíritos voltam com as marcas que um dia os feriram, se transformam cicatrizes em ferramentas, dor em poder, vergonha em presença, então talvez a pergunta mais profunda ainda não tenha sido feita.
onde afinal habita a verdadeira espiritualidade no céu etéreo ou no chão onde a vida acontece. Tópico cinco. Entre o céu e o chão.
Onde habita a verdadeira espiritualidade, a imagem do céu sempre foi o destino, o lugar da pureza, da elevação, do descanso. Desde os tempos antigos, o ser humano olha para cima, buscando o sagrado menos como se Deus morasse no alto, entre nuvens macias e um silêncio cheio de paz. Mas tem uma coisa que ninguém quer lembrar, foi do barro que o homem foi feito.
E talvez, só talvez, a espiritualidade nunca tenha subido. Ela ficou aqui entre o pó que a gente varre e o chão que a gente esquece de agradecer, onde os pés pisam. O espírito revela.
Você já percebeu que os encontros mais fortes com o divino não acontecem quando tudo vai bem? acontecem no hospital, na prisão, no beco escuro, no quarto fechado com o travesseiro molhado de choro. É ali no chão que a espiritualidade se manifesta com mais presença, porque o céu é um ideal, mas o chão é realidade.
Deus, esse Deus que muitos buscam nas alturas, menos mora mesmo, é no agora, no instante entre o erro e o arrependimento, na decisão silenciosa de não repetir a dor. As entidades que caminham entre nós, os guias espirituais, não estão flutuando em um plano intocado. Eles andam nas ruas com a gente, sentam em boteco, entram em centro espírita, frequentam roda de samba, giram nos terreiros.
aparecem na hora em que a alma acha. Eles não pedem incenso caro, nem silêncio total. Pedem verdade.
Eles não vestem branco puro. Vestem o que for preciso para chegar até você. Às vezes uma saia vermelha, às vezes uma capa preta, às vezes um olhar que você já conheceu antes menos, mas não teve coragem de encarar.
A verdadeira espiritualidade tem cheiro de vida real. Ela não está apenas nas igrejas. Nem nos livros sagrados.
Ela está na mãe que perdoa um filho que atraiu, no homem que resiste à tentação de repetir um vício, na mulher que escolhe viver, mesmo depois de tantas quedas, no abraço silencioso entre dois inimigos que cansaram de se odiar. Espiritualidade é quando a alma escolhe evoluir mesmo dentro do caos. E é por isso que os guias espirituais, especialmente os dequerda, como Pomba Gira e Exu, não fazem cerimônia para aparecer.
Eles vêm quando ninguém mais tem coragem de vir. Eles estendem a mão quando todo mundo já desistiu de você. E foi ali, entre o chão e o invisível, que a história se fechou.
Lembra da mulher que chorava no início da história? Aquela que foi chamada por Pomba gira com um olhar que atravessava vidas. Ela voltou.
voltou na outra cesta. May film, olhar mais claro, dor ainda latejando, mas agora com nome, com direção. Chegou antes da gira começar, Sento no Show, acendeu uma vela vermelha e disse baixinho: "Obrigada por não desistir de mim.
Mesmo quando eu já tinha desistido, a entidade chegou de novo. Mesmo riso, mesmo salto, mesma presença. Olhou para a mulher, chegou perto, tocou seu rosto com delicadeza e falou: "Filha, não é no céu que a gente se encontra, é no fundo do poço.
Quando você olha para cima e eu estico minha mão, você achou que tava sozinha, mas eu tava lol. Quando ele te bateu, quando você quase desistiu, quando você mentiu para si mesma, dizendo que tava tudo bem, eu vi e eu fiquei. Porque é entre o céu e o chão que a gente se cura.
A espiritualidade que limpa e não julga o que essas entidades fazem não é milagre, é faxina. Faxina na alma, na culpa, na mentira que a gente conta para se proteger. Elas não estão interessadas na sua santidade, tão interessadas na sua verdade, porque só quem encara a própria sujeira tem força para ser limpo por dentro.
E nesse processo, quem ajuda muitas vezes já foi o sujo, já foi o renegado, já foi o marginal, mas agora voltou com outras vestes, com outro propósito, com a mesma alma menos mais livre. Então, onde habita a verdadeira espiritualidade? Ela mora na fronteira, entre o certo e o errado, entre a sombra e a luz, entre o desespero e a fé.
Ela caminha no fio da navalha, onde muita gente cai, e só alguns poucos voltam com força para estender a mão. Mora nos olhos de quem já viu o inferno e ainda assim escolheu servir ao céu. E talvez por isso os guias mais fortes sejam os que mais sofreram, porque eles não falam do alto, eles falam do mesmo lugar que você.
Conclusão: quando a fé desce do altar e senta ao nosso lado, a espiritualidade não quer pedestal. Ela quer intimidade, ela não quer admiração, ela quer presença, ela não quer que você a idolatre, ela quer que você a incorpore, porque no final a fé que não desce do altar não toca o coração. E os espíritos que voltam com as roupas do passado são a prova viva de que a evolução espiritual não é um salto pro céu, é uma descida até o último degrau da alma humana.
Então, se um dia você tiver caído, cansado, sujo, perdido, não olhe só para cima, olhe para o lado. Talvez alguém esteja ali de salto de capa de e com uma única missão te lembrar que você ainda pode voltar. Yeah.