coisas que de modo geral as pessoas não têm coragem de ler Bom boa boa tarde gente gravando para quem for assistir depois para não ficar tão doido então a gente pediu para todo mundo ler hoje o texto de 1925 do Freud né algumas consequências das distinções anatômicas entre os sexos né Eh Se vocês forem por exemplo rumo à questão da sexualidade feminina a sequência do dos textos que eu recomendaria para vocês lerem seria o bate numa criança depois o caso da jovem homossexual depois esse algumas consequências da distinção anatômica entre os sexos depois sexualidade feminina
de 1931 depois feminilidade de 1933 essa sequência desses cinco textos eh são uma boa organização sobre a Sexualidade feminina né Eh inevitavelmente sobre a questão do épo porque antes do do Freud mergulhar sobre a questão da sexualidade feminina eh o épo Estava bastante incompleto porque pensando Só no épo masculino eh tinham várias questões que não eram devidamente abordadas entende que só foram aprofundadas por exemplo a pré-história do edpo a questão da castração essas questões só foram devidamente aprofundadas por Freud quando ele debruçou-se sobre a questão da feminilidade até ele se debruçar sobre isso não foram
a gente vai falar mais para frente sobre sexualidade feminina e feminidade sobre masculinidade sexualidade masculina a gente vai chegar nesse ponto E aí vai ficar um pouquinho mais claro Porque durante um certo tempo o Freud falou assim primeiro que era era o o o um continente obscuro a Sexualidade feminina depois ele disse que era equivalente à masculina depois ele disse que seria o inverso da na masculina ou seja durante muitos anos eh ficou meio tando e tateando ali a questão do feminino e sobretudo sobre o masculino sempre muito próximo do eh do daquilo que é
um dado absoluto da cultura tanto que até hoje em 2024 vocês vão ver mais textos artigos e livros sobre sexualidade feminina do que sobre masculinidade como se a masculinidade fosse um dado pronto e feito e quando a gente acha textos e livros sobre masculinidade a gente normalmente acha a masculinidade vinculada a por exemplo violência por exemplo eu bato meu olho aqui na minha Prateleira de livro sobre masculino ó nos primeiros que que cai aqui na minha mão os primeiros que ca na minha mão por exemplo esse aqui ó violência e masculinidade aí o outro que
cai também masculinidades mas você vai vendo que tem uma algo que assim ou bem não se fala sobre o masculino ou se fala sobre o masculino articulado a violento a violência eh eh e é curioso porque Será que a Sexualidade masculina é só isso né E será que a Sexualidade feminina então é o principal assunto né Inclusive a frase né a Sexualidade feminina é o sexualidade como um todo né E então se a Sexualidade feminina é um problema da sexualidade como um todo estudar a Sexualidade feminina permitiria entender a Sexualidade como um todo por isso
então a ênfase nos estudos da sexualidade feminina enfim mas ainda não chegamos lá é onde a gente pretende chegar aonde que a gente tá hoje a gente tá hoje no texto algumas consequências da distinção anatômica entre os sexos espero que vocês tenham ouvido ele tá a obra completa do Freud em todas as traduções que tem para português tá lá no na descrição do grupo tá então lá tem a da autêntica tem a da companhia das letras e tem a a mais antiga e a única completa ainda não a melhor mas a única completa que é
a da imago né a da imago ainda ela é absolutamente necessária porque a da autêntica Nunca será completa a da autêntica a proposta deles é que eles vão fazer a incompletas do Freud eles vão eh selecionaram alguns textos eh os livros não são organizados por cronologia sim por temática e estão traduzindo esses textos organizados por temática é uma proposta Renata diga por favor depois você poderia colocar a sequência dos textos desse que eu falei o Pass criança o da jovem homossexual algumas consequências psíquicas da excia anatômica de sexo esse hoje né de 25 o de
1931 sexualidade feminina e o feminilidade de 1933 essa sequência interessante tem um livro e Zélia maravilhoso esse aqui cadê cadê cadê é o do Sérgio André Esse aqui sobre sexualidade feminina para mim é o melhor o que quero uma mulher aham jandr tem na na pastinha também se não achar você me fala eu te mando o link tág esse aqui ele faz um percurso sobre a Sexualidade feminina na obra do Freud do Lacan Impecável ele tem um outro so perversão também muito bom di de passagem que é o impostura perversa esse aqui eu gosto muito
do Sérgio André Esse aqui morreu já né mas continua sendo um ótimo escritor eh o Sérgio Andre em postura perversa também é é maravilhoso recomendo demais os dois e os outros dele eles são todos bons mas obrigada nada então vamos lá vamos entrar então do texto de hoje todo mundo leu eh eu vou falar um pouquinho sobre o texto não vou projetar o texto aqui eu vou utilizar basicamente né Eh diga Diego Ah como é que seria o feminino e masculino no sentido dos termos derivados quer explicar melhor deixa eu soltar meus cachorros ali que
eles estão querendo L aqui só um minutinho eu tinha aprendido eles aqui para pronto vamos voltar então solter os cachorros mas I ficar latindo aqui na porta eh Então vamos lá vamos falar sobre algumas consequências psíquicas da distinção anatômica entre os sexos eh a gente vai usar sobretudo Este texto mas até utilizei eh um outro texto paraa hora que a gente vai falar sobre a questão da da da reação dos meninos em relação à distinção tem um texto que chama organização genital infantil de 1923 do Freud que explica melhor a reação dos meninos tá então
a reação eh das meninas é melhor explicado nesse texto de 1925 das distinções anatômicas entre os sexos a reação dos meninos está melhor explic no texto de 1923 2 anos antes que chama organização genital infantil Tudo bem então recomendaria aí para esse tema da reação esses dois texos por que que é tão importante a gente falar da reação em relação à distinção anatômica né bom porque falar sobre a reação em relação à distinção anatômica entre os sexos porque eu diria que ah é uma marca fundamental na questão do sujeito né dos seus processos em relação
a assumir uma certa posição até de saber da própria existência diga de passagem tá eh então a distinção anatômica não falar que ela tem relação com a anatomia já não é pouca coisa mas não é só de anatomia que a gente tá falando a gente tá falando do modo que você vai se enlaçar com o mundo entende eh por exemplo que posição que você vai assumir diante do seu corpo diante do mundo a escolha profissional que você vai fazer eh o seu os objetos amorosos como é que você vai se ler no mundo você vai
sair segura na rua não vai sair segura na rua você vai se permitir o o corte de cabelo que você usa a roupa que você veste já perceberam tanto de coisa que passa por esse recorte da distinção anatômica isso é biológico isso é genético é óbvio que não isso é cultural da onde que a gente estabeleceu que mulheres vão usar cabelo comprido e Os homens vão usar cabelo curto bom eu uso cabelo curto mas Vocês entenderam a lógica da onde se estabeleceu que que essa a divisão seria feita da onde que se estabeleceu por exemplo
que basicamente bom eh a gente tem mais 500 deputados federais temos o quê 80 mulheres 90 mulheres o resto tudo homens governadores quantas governadoras mulheres nós temos nesse exato momento presidentes da república de vários países Estados Unidos um país que a fonte ali do feminismo na década de 70 nunca teve uma presidente mulher por exemplo nós tivemos uma ou seja essa questão de gênero essa questão da da distinção anatômica não é uma questão simples não é uma questão banal é uma questão extremamente importante agora as consequências psíquicas Por que consequências psíquicas o que que acontece
emocionalmente quando a gente fala psíquico podem Traduzir por emocional entende Quais são as consequências emocionais Quais são as consequências afetivas diante da diferença anatômica então quando se depara com a diferença o que que acontece como eu interpreto essa diferença entende né Eh como que se interpreta essa diferença quando eu constato a existência dela então vamos começar ali com essa ideia então Veja por que que o Freud escreveu esse esse texto de 1925 quando em 23 ele falou da organização genital infantil Ele percebeu que havia uma ligação ação muito forte da menina com a mãe Eh
muito forte num período que por retroação ele chamou de período pré piano que é o que a gente conversou na quarta-feira passada né então quando o Freud percebeu essa ligação muito forte da menina com a mãe uma ligação diferente da ligação do menino com a mãe ele percebeu que ele precisava então constatar que há uma diferença entre esse desenvolvimento psicossexual dos meninos e das meninas marcada pela diferença sexual tanto que é marcada pela diferença sexual que nada distingue menino e menina nos primeiros tempos percebem Então veja ali na qual a diferença entre meninos e meninas
a perspectiva do próprio sujeito na fase oral nenhuma Qual é a diferença entre meninos e meninas a perspectiva do próprio sujeito na fase F perdão antes disso na fase anal nenhuma na fase fálica por outro lado eles começam a agir diferente tem uma diferença tem uma diferença na relação eh da criança com o próprio corpo tem uma rela no comportamento na relação com a mãe e observando essa diferença o FR perguntou o óbvio né Por quê Por que que de repente tava igual igual igual de repente diferente por que que não havia distinção no comportamento
no funcionamento nos afetos nos investimentos nos amores na relação com o corpo na descoberta do mundo mundo até um determinado ponto e de repente as crianças começam a agir diferente e aí o Freud Então traz de uma forma bem condensada essas principais elaborações sobre sobretudo sobre o desenvolvimento feminino A partir dessa forte ligação com a mãe nesse texto das distinções anatômicas Como eu disse para vocês sobre o dos meninos ele já tinha trazido em 23 da organização genital infantil faltou ele trazer das meninas e ele trouxe em 25 Então veja o o Freud então ele
explora esse tempo esse tema do desenvolvimento tanto em meninos quanto em meninas mas aqui enfocando mais o das meninas porque é o que tinha faltado dando especial atenção então à diferenciação entre os dois entre os meninos e as meninas mas sobretudo a diferenciação a partir da ligação original com a mãe até porque o Freud fala uma coisa interessante uma frase cérebro do Freud nesse texto que é a principal diferença entre os meninos e as meninas que é inaugurada na fase fálica corresponde abre aspas a diferença entre uma castração que foi executada e uma castração que
foi somente ameaçada ora qual castração que foi executada a das meninas qual castração que foi só ameaçada o dos meninos então tem uma diferença eh entre a castração que foi executada e a castração que foi ameaçada se uma foi executada qual será a reação se uma foi só ameaçada qual será a reação bom na história da humanidade a gente já sabe mais ou menos o que acontece Qual a Qual a consequência das mulheres como terem sido castradas e os meninos ameaçados de castração as mulheres recuam em relação a muita coisa Inclusive acho super engraçado quando
hoje em dia tem um rapaz reformando aqui em casa e aí eu vou viajar e minha mãe vem sempre ficar com meus cachorros quando eu vou viajar e aí minha mãe mora em Brasília né Eu moro em Catalão E aí ele fala assim Mas sua mãe veio sozinha eu falei vem por Mas Ela dirige sozinha eu falei Ela dirige sozinha eu dirijo sozinha todos nós dirigimos sozinhos né Eu dirijo tu dirige eles dirige ess basicamente uma conjugação verbal aí ele falou assim mas Você dirige sozinha eu falei eu dirijo sozinho inclusive quando mudei aqui para
Catalão dirigia 1000 Km por semana porque eu morava em Goiânia fazia doutorado em Brasília e trabalhava em Catalão dá 1000 km toda semana obviamente div sozinha a aí ele falou assim mas vocês são mulheres eu falei sim e o carro funciona do mesmo jeito então acho muito engraçado como em 2024 ainda as pessoas você vai pegar um carro e alguém se espanta com isso como se fosse uma coisa eh exemplar extraordinária fora da caixinha que coisa maluca eh E no entanto você ainda conversando com uma pessoa ou outra você você tem ainda mulheres que fala
assim não eu dirijo mas só dentro da cidade eu não pego Rodovia entende tem sempre parece que tem um um algo que eu não posso e às vezes um algo que eu não posso justificado eh por esse lugar então justificado por esse lugar nos chama muito a a atenção depois eu volto nesse ponto tá daquila a gente volta Nesse que você tá perguntando eh então continuando daí veja então o Freud el falar corresponde a diferença entre uma castração que foi executada veja diante de uma castração que foi executada a reação vai ser muito mais R
uma castração que foi ameaçada bom uma ameaça eu posso fingir que não vi eu posso eh fingir que é com os outros eu posso dar um jeitinho não é Afinal uma ameaça você não pode dar uma escapadinha de uma ameaça eu não posso eh diante de uma ameaça esconder ali não sentiram o o a ameaça então tem uma diferença inevitavelmente entre uma castração que foi executada e outra que foi ameaçada já passo para você Sérgio então o desenvolvimento tanto da menina quanto do menino a gente já sabe iniciou do mesmo jeito a mãe era o
objeto original de amor quem não assistiu semana passada a gente falou sobre isso lá atrás né o início do de tudo isso que é a pré-história do edpo a mãe é o objeto original de amor se identificam a afetuosamente com o pai que malem mal existe né o Mero rival incômodo desempenham uma masturbação fálica o pênis e o clitoris né o pênis pros meninos a clitoris pras meninas eh mas é a partir do reconhecimento da distinção anatômica obviamente que do reconhecimento que a distinção já tava lá caderneta Rosa paraas meninas de nascimento e caderneta Azul
pros meninos já no Nascimento né na maternidade já sai ali com com o documento Zinho de cor diferente eh mas é a partir do reconhecimento da distinção anatômica entre os sexos que começa a ocorrer as diferenciações da Perspectiva da própria criança então o Freud localiza essa etapa do desenvolvimento que é a fase fálica né Eh como um ponto fundamental para dar os primeiros passos rumo a uma certa Assunção ou seja rumo a uma certa posição de se assumir como um tornar-se menina ou tornar-se menino e o tornar-se aí tô pegando de empréstimo da Simone de
Bovo que pega de empréstimo do Freud o Freud também esse não nasce mulher torna-se mulher vem do Freud do texto sexualidade feminina e feminidade também que a Simão de Bovo elevou a a digníssima potência ou seja do mesmo modo que não se nasce menino torna-se menino não se nasce menina torna-se menina há um processo e o ponto inaugural desse tornar-se é no início da fase fálica Sérgio Renata quando você tá falando essa castração em relacionando ISO com as mulheres isso aí não tem a ver também com o que o lac dizia que falando de de
de de de ser fá não ser fá diz que a mulher não toda tem e só que aqui eu vou ficar só no Freud por enquanto quando a gente vai falar dos três tempos do Ed e Lacan a gente vai reler a partir do Lacan também é isso que eu falei né mas sim tem a ver com isso porque veja eh se a essa coisa de falta um significante que nomei a mulher justamente porque ela é nomeada a princípio como aquilo que falta né Eh então esse não toda tem a ver com esse significante daquilo
que falta e isso é muito importante para o desenvolvimento da sexualidade feminina em lac que a gente vai entrar depois ok basta você ver quantas mulheres tem aqui quanto os homens T né os homens são são tem mais tem vive mais o sentido digamos assim imaginário de completude né ah inclusive esse sentido imaginário de completude Sérgio a gente faz até piada né o homem palestrinha por exemplo a gente costuma fazer muita piada com a coisa os alunos brinc brinc fala assim não porque o tal do hétero né o homem palestrinha que assim eh Outro dia
eu tava no Eu gosto muito de hotel fazend ela tava no hotel fazendo E aí eu tava observando eu só escutava voz masculina tinha não tinham mais homens do que mulheres mas eu só escutava voz masculina e sempre tinha um homem ensinando alguém alguma coisa para alguém sempre aí aí o fim da picada foi quando me perguntaram qual era a minha profissão eu falei Qual era minha profissão e começaram a me ensinar minha profissão aí eu falei mas gente aí o fim da picada né Aí eu perguntei pro Mas qual que é Prof ele era
Engenheiro e ele tava me ensinando como trabalhar interessante eu sempre acho isso máximo Então tem tem uma tem uma autoestima né a pessoa porque eu não me arrisco a ensinar engenharia para ninguém tem uma autoestima ali essa completude né Sérgio essa fantasia de completude né e eh é interessante isso Pera aí só um minutinho deixa eu atender interfone mas Sérgio na autêntica aí no resumo atrás tem fala do Lacan também nesse capítulo bem interessante sim e aí vamos continuando ainda um pouquinho então Veja essa distinção é é é muito visível que ela impacta Renata quando
você me pergunta cronologicamente é é importante a gente se lembrar que essa ideia da idade cronológica Mudou muitas vezes na própria a do Freud até que o Lacan resolveu isso falando que o sujeito é atemporal tá então o o o Freud ele tinha e na melan Klein Nana Freud tem uma briga danada por idades a gente já conversou sobre isso aqui mas imagine o seguinte Renata como é que você consegue observar Sabe aquele momento em que primeiro a gente tem quando o bebê nasce a gente observa ali no bebê logo que ele nasceu uma certa
posição eh em que tudo que você oferecer ele diz sim né Ou seja você você propõe o bebê se aliena na resposta se você oferece o peito para ele mamar ele mama se você oferece a mamadeira ele mama se você oferecer Não faça isso limão ele suga Ou seja é como se ele tivesse uma posição alienada na entende alienada ao desejo do outro de tal modo que o que você propõe ele faz você vai ver passado um certo tempo passado ali 2 meses 3 meses 4 meses varia de um pro outro você vai perceber que
o bebê ele já não não topa qualquer coisa você tenta oferecer e ele faz ah com a boca já não topando qualquer coisa que você coloca ali percebe Então você já não tem uma posição completamente alienada você já tem um primeiro processo ali de separação de alienação e separação você vai avançando um pouquinho mais Deu para entender Renata então o que que eu queria que você percebesse em vez vez você pensar idade cronológica porque idade cronológica faz a gente se perder porque tem criança que nasce prematura tem criança que não recebe determinados estímulos tem criança
que tem uma virose muito pesada e fica com um certo atraso a idade cronológica atrapalha a gente na observação entende então tenta observar o fenômeno o que que é o fenômeno Sabe aquele período Renata que você tá por exemplo quem tá ali na pré-escola que começa a perceber que as meninas começam a ficar mais sentadinhas e os meninos começam a ficar mais atirados digamos assim a professora fala todo mundo senta e o menino sobe na carteira a a professora chega na sala e a menina já pergunta posso encher sua garrafinha Sabe aquele período que você
começa a perceber uma certa diferença no modo em que cada um se apresenta no mundo eh nesse momento entende nesse momento e e ainda tem isso tem crianças que vão ser mais aceleradas crianças que vão ser menos aceleradas por isso eu que tô pedindo para vocês não pensarem muito em idade continuando aí então Eh eu não vou oferecer idade por enquanto por causa disso então é a partir desse desse reconhecimento da diferença anatômica que a gente começa a perceber diferenciações no modo d de cada um desses sujeitos existirem no mundo se portarem no mundo se
relacionarem com o seu corpo e assim por diante agora então vamos pensar agora em meninos e meninas e aqui a gente tá no mundo binário tá daquila Depois a gente vai falar sobre as outras possibilidades aí eh inclusive sobre essa questão da bissexualidade Ah mas eu acho que eu sen já posso responder daquila o Freud ele vai dizer que a criança nasce com uma disposição bissexual ele não vai dizer que a criança nasce com uma disposição assexual ele vai dizer que nasce com uma disposição bissexual E por que bissexual porque asexual seria como se eu
dissesse que ela não tem libido para oferecer e ela tem ela ela propõe trocas libidinais você oferece o olhar e ela te oferece o olhar você oferece o peito e ela suga você oferece a voz e ela procura a voz percebe as trocas pulsionais as trocas libidinais e as trocas pulsionais precisam da do investimento libidinal então a criança Ela nasce disposta a investimento libidinal a trocas pulsionais mas com quem com todo mundo entende não há uma distinção por ex exemplo que a criança Ela vai fazer um investimento e o menino com a mãe e a
menina com o pai não a gente acabou de dizer que o menino e a menina né faz investimentos libidinais no pai e na mãe Sendo que na mãe como objeto de amor e no pai como um certo objeto é um rival incômodo de ciúme eh então a disposição pré edípica é uma disposição bissexual entende a criança tem uma disposição bissexual essa disposi ção bissexual é ela vai se modificando aos poucos Anderson exatamente o o pequeno perverso polimorfo vem de duas coisas em relação à zonas erógenas o fato de que a criança faz investimentos em diferentes
zonas erógenas do corpo ou seja na fase oral a zona erógena é a boca na fase anal a zona erógena é o anus o controle dos esfinteres e assim por diante ou seja a diferença os investimentos libidinais em diferentes partes do corpo e o outro motivo também do pequeno perverso polimorfo é essa disposição bissexual não são só esses dois motivos tem outros mas eu vou deixar só esses dois por enquanto tá mas tem outros aí que que explicam melhor esse pequeno perverso polimórfico que é muito importante agora então vamos pensar nas meninas e nos meninos
vamos começar pelas meninas a menina qual que é a primeiro passo da menina quando ele ela entra aí na na fase fálica o primeiro passo E aí a citação do do Freud maravilhosa ela viu sabe que não tem e quer tê-lo a menina é rápida a menina entende rápido a coisa mesmo por quem que entende rápido quem tá em desvantagem no mundo tá eu acho muito engraçado quando você pergunta para uma pessoa branca ela fala assim eu nunca percebi racismo na minha escola aí falou é claro que você não percebeu você não era alvo dele
agora você pergunta para um menino ou uma menina negra você percebeu o racismo na sua escola vixe desde pequenininho na pré-escola já percebia vocês não acham Engraçado que normalmente quem constata a diferença é quem tá do lado prejudicado dessa diferença ou vocês nunca perceberam isso ou seja quem vai perceber primeiro a diferença anatômica as meninas ou os meninos as meninas e Por que que as meninas vão perceber primeiro a distinção anatômica porque elas vão ser colocadas culturalmente num ponto de desvantagem ela não tem e essa não tem vem acompanhado com as meninas são frágeis as
meninas são vulneráveis as meninas não podem isso senta direito gente acho super engraçado quando alguém briga com a criança de do anos que tá mostrando a calcinha Senta direito como uma mocinha fecha a perna gente sério já falei para vocês até do biquíni acho muito engraçado a parte de cima do biquíni para meninas né para criança e o biquíni so aqui pro pescoço porque não tem nada para segurar aqui obviamente Mas por que que a menina que tem o mamilo igual do menino precisa usar a parte de cima do biquni Por que que o menino
pode usar só a parte de baixo e a parte de baixo eu entendo até uma questão de higiene né não sentar no chão as pessoas passaram tem buracos ali para serem preservados de questões de higiene fungo bactéria consigo entender a parte de baixo a parte de cima para mim é incompreensível tá a parte de cima do biqu Pr criança pequena não faz o menor sentido mas ela dá notícia dessa distinção anatômica entende por que que eu tenho que usar essa parte que fica subindo com meu pescoço e me enchendo o saco e ele não então
desde muito pequenininho a gente vai dando notícia e Anderson você tem isso que você tá falando também tem pessoas que quando não sofrem racismo Porque não são alvo dele vão dizer que o racismo sequer existe assim como quando a gente fala de violência contra mulher você vai ter um monte de gente dizendo que é mimimi já perceberam isso ou seja quem que vai perceber a distinção quem tiver em agem nela inevitavelmente Então Obviamente as meninas vão perceber primeiro e essa percepção ela viu sabe que não tem e quer tê-lo o o Freud chamou de inveja
do pênis ou inveja do falo o pênis o falo escolham a palavra que vocês mais quiserem a tradução tá no final das contas traduz-se do modo que vocês o lac por exemplo preferiu traduzir como inveja do falo mas em alemão ao pé da letra tá inveja do pênis o que que é esse pênis a é muito importante a gente tomar cuidado para não pegá-lo eh como na sua materialidade explícita tomem ele como metáfora tá o falo ele é real ele é simbólico ele é Imaginário se eu for lá para Lacan tomem ele nesse momento como
uma metáfora ou seja inveja de uma certa vantagem que o outro parece ter Diante de Mim entende por que que ele pode jogar videogame enquanto eu tem que lavar a louça por que que eu tenho que varrer a casa enquanto ele pode só dar comida pros cachorros porque Ou seja a criança muito pequenininha ela constata uma desvantagem e a criança Justiceira diga de passagem desde muito cedo se rebela contra essa essa desvantagem o Freud vai chamar esse incômodo em relação a essa desvantagem como uma inveja do pênis entende ou seja inveja do pênis é inveja
dessa desvantagem inveja de ser colocado numa posição de vulnerabilidade ou de perda E aí antes de passar para você Mônica Então veja a criança então ela viu sabe que não tem e quer tê-lo por que que ela percebe tão rapidamente porque ela é marcada com esse menos com a desvantagem e diante da desvantagem ela se revolta ela se rebela essa revolta cont desvantagem é chamada de inveja do pênis Freud na sequência Então veja essa descoberta então da distinção anatômica vai fazer com que a menina Tome um rumo completamente radicalmente diferente no seu desenvolvimento ela dá
um cavalinho de pau ali o menino dá cavalinho de pau não ele vai seguind na toada tá porque ele tá em vantagem vocês já ouviram falar aquele negócio time que tá ganhando não se mexe então o menino ele tá no time que tá ganhando logo o menino não vai fazer nenhuma mudança radical vocês entendem Ele tá em vantagem Segue o jogo O menino Segue o jogo a menina não ela tá em desvantagem ela dá um cavalinho de pau nessa história e o que que esse cavalinho de pau que ela dá nessa história o Freud vai
organizar nesse texto quatro consequências ou quatro efeitos desse reconhecimento da menina da sua própria desvantagem né e desse desejo de não estar em desvantagem Ô eu não quero est em desvantagem Por que que ele pode e eu não posso por que que ele tem e eu não tenho essa revolta e essa rebelião em relação a estar em desvantagem entende então a menina tem quatro efeitos quatro consequências diante dessa desvantagem e da da vontade de eh fazer uma suplência dessa desvantagem e estar em vantagem também e engraçado o Freud não vai colocar em nenhum momento que
a menina quer ser mais que o menino ele coloca que ela quer estar no mesmo patamar e é interessante porque o feminismo por exemplo as eh eu fico irritada quando alguém fala assim ah porque eu não gosto de nenhum ismo nem feminismo nem machismo não po po po parar que você não tá entendendo porcaria nenhuma o machismo estamos falando de alguém estar em vantagem o feminismo estamos falando em estar em igualdade Então não vamos colocar os ismos no mesmo lugar que não disse que a gente tá falando e o Freud já em 1925 tá dizendo
a menina não requisita para si estar em vantagem em relação ao menino a menina requisita para si está em pé de igualdade não é interessante isso ela requisita para si não estarem des vantagem em relação a e não estar em maior vantagem entende e aí ele vai ter quatro consequências Quais são os quatro e eu passo para você Mônica a primeira aí eu vou citar o próprio Freud Freud diz uma mulher após ter se dado conta da ferida no seu narcisismo desenvolve uma cicatriz e um sentimento de inferioridade Eu acho essa situação muito importante por
uma ferida no seu narcisismo gente dói não ter tá essa coisa de você querer andar na rua 2 horas da manhã sem acontecer nada com você e falam você não pode não é legal eh Vocês conseguem entender que tem uma ferida no narcisismo aí não não é complicado entender isso obar o que que é essa ferida no narcisismo que a gente tá falando ela constata que ela está em desvantagem e isso dói ISO incomoda e diante dessa desvantagem há um sentimento de inferioridade culturalmente on a gente que observa esse sentimento de inferioridade quando eu morrer
e nascer de novo eu quero voltar homem quantas frases vocês já não escutaram que colocam eh o homem como vantagem e a mulher como desvantagem no funcionamento cotidiano das coisas basta uma pia cheia de louça para passar um pensamento desse na cabeça percebe essa ideia de que caramba tem um monte de gente aqui capaz de lavar uma louça mas tem que ser eu para chegar e lavar essa louça Então não é difícil a gente constatar essa esse e o pior a gente vai lá e lava a louça já perceberam isso ou seja não é difícil
constatar esse certo sentimento de inferioridade brinquei com essa coisa do volante essa coisa de muitas mulheres falaram assim eu não tenho coragem de dirigir na na estrada Mas por que que você não dirige na estrada Ah eu prefiro que meu marido dirija por mim tá mas estatisticamente os homens se tem muito mais acidentes com homens no volante do que com mulheres o seguro de carro para homens é mais cara é quase o dobro do preço do seguro de carro para mulheres então estatisticamente estamos dizendo que as mulheres são muito mais seguras do volante tem muito
menos acidente o seguro até cobra menos para segurar um carro das mulheres da onde vem essa ideia de que ele dá conta e você não dá conta essa inferioridade entende é um sentimento não é um dado absoluto o dado absoluto a estatística diz o contrário disso a estatística diz devia só ter mulheres na estrada dirigindo nenhum homem deveria pegar Estrada mas o sentimento diz outra coisa segunda constatação então primeiro essa ferida narcísica tá E que leva um sentimento de ser menos de inferioridade segunda constatação através de um deslocamento essa inveja do pênis passa a se
apresentar na forma de ciúme dos meninos ciúme das dos meninos e uma cobrança sobretudo da mãe de que ela abandonou de que ela prefere o filho de que ela protege o o irmão deu para entender então o ciúme dos meninos e essa cobrança às vezes é da mãe às vezes é da professora e aí depende do contexto de cada um terceiro a menina Então se afasta da mãe por essa não ter eh ter gerado ela com essa digamos com essa desvantagem então é como se de algum modo ela falar assim por que que você fez
isso comigo então a criança não sabe exatamente o que que é isso ou por que que aconteceu mas como a mãe é toda poderosa paraa criança qualquer coisa que dê errada a princípio a criança vai apontar para essa mãe e o quarto por fim motivo isso é bem visível também as meninas recuam e abandonam a masturbação clitoriana enquanto os meninos seguem nessa masturbação ainda por mais tempo eh abandonam né recuam dessa masturbação clitoriana como se estando em desvantagem não pudessem Portanto o usufruir disso que dá sim satisfação mas eu não posso entende entende essa sensação
de de inferioridade eu não posso Esse eu não posso eh ele às vezes a gente carrega por muito tempo tem gente que vai para análise por anos para se livrar desse eu não posso tá antes de passar para dos meninos vou passar para vocês Mônica e depois Sérgio Renata Olha só você falando aí assim várias coisas vieram em mente assim a aquela Tânia Riveira ela tem um texto que eu acho muito legal que ela fala orientadora de Mestrado diga de passagem ah é é me orientadora de Mestrado que legal porque eu você você falando aí
me veio algumas coisas que eu li no texto dela que ela fala assim que as crianças quando estão ali descobrindo o sexo né que a castração eh do da de que um é castrado e outros não isso é uma explicação que tem várias que as crianças podem dar algumas outras assim né quando elas estão ali se vendo com como que nascem os bebês mas que Freud privilegia essa da das meninas não t os meninos têm assim e aí é claro que na Cultura a gente vê que isso eh eh é eh na Cultura a gente
enxerga isso como olha como os meninos que a gente você já disse aí né quem são os presidentes Quem são os governadores quem que pode dirigir e etc mas que fica aí uma pergunta assim que eu acho Vê se não sei se eu tenho faz sentido que não necessariamente o caminho precisa ser esse o caminho pode ser outro né e podem Essa é Eh vamos dizer assim eh eh foi um caminho privilegiado por essa família burguesa mas poderia ter sido outra talvez nem eu fico pensando aqui né n nos povos originários seja diferente diferente eu
espero que a gente chegue lá porque veja é até interessante Outro dia eu não me lembro quem que me contou isso eu achei tão interessante agora não me lembro quem foi ou qual grupo foi mas a pessoa foi na foi na ginecologista na consulta e agora nas férias de julho então a a filha da ginecologista tava junto ali na clínica porque é férias escolares né Então tava junto ali andando pelos consultórios aquela coisa toda e aí ela achou muito engraçado que em cima da mesa da da gineco tinha um corpo feminino órgão sexual feminino e
etc e a criança brincando ali de encaixar e desencaixar com uma grande destreza de Quem brinca de encaixar e desencaixar várias vezes aquele negócio você lembra Rosan qual grupo que foi não lembro se foi você no grupo de vocês aí eu esqueci qual grupo foi eu achei muito interessante foi no grupo de segunda foi no grupo de segunda né foi no grupo de segunda eu adorei esse exemplo quem que foi Renata não me lembro agora ai eu não lembro o nome dela foi você Rosane foi você foi foi foi a Rosane vou deixar a Rosane
contar Rosan E aí conta aí a coisa da menina com com o aparelho Eu adorei é fui eu fiquei sem som que eu saí aqui eu tava eu tava no fone aí tirei eh fui eu que falei que ela pegava mexia a borracha passava o dedinho até no clitores abria assim e eu perguntava gente você sabe o que que é isso ela falava você não tem você não sabe o que que é 5 anos né é uma pepeca tu não tem não sabe o que que é a achei interessante né aquela desenvoltura sem vergonha nenhuma
de falar Achei lindo achei maravilhoso fui eu esse exemplo da Rosana eu achei maravilhoso a hora que a Rosana encontrou eu falei gente iso é lindo veja Mônica essa criança ela tá sendo e eh criada para desmistificar Então ela tá ali brincando e e a hora que que a Rosana perguntaa falou mas você não sabe não Você não tem uma tipo assim eh isso é legal olha que que bonito isso então é possível Mônica é possível se as consequências tem a ver com a cultura e a cultura Ainda bem tá em constante movimento e modificação
do mesmo jeito que a gente estava falando lá que o feminino não vai ser não tem que ser traduzido como vulnerável ou desvantajoso assim como o masculino não precisa ser bruto e violento né porque a gente fica nesses dois pares Talvez o único modo da gente eh nem vulnerável e nem bruto né nem eh perigoso e nem violento é se a gente modificar como a gente Traduz essa distinção mas veja como é importante né Renata você tá aí Renata budoia Mia esperar a Renata voltar a Renata também ela me mandou um exemplo que eu também
achei você tá aí Renata manda Coloca aí pra gente projeta ele aí a Renata mid mandou um exemplo também que eu acho que é uma boa ideia pra gente entender o quanto isso na verdade está na cultura e pode modificar Então Mônica quando a Tânia Tânia tem até um texo bem divertido que ela fala assim para desmontar o falo né como se fosse uma bomba ou seja vamos ali desmontar o falo o falo ele é uma construção e pode ser desmontado E aí Renata porque fiquei fico muito pensando assim toda vez que eu leio o
aquele France fanon sabe o o Pele Negra máscara branca eu fico muito pensando nessa coisa também da da da distinção do sexo porque você perguntou assim quem quer que constata a diferença quem tá em desvantagem então assim eu penso nisso porque ele fala exatamente isso que que que acontece os negros querem assim né Eh de uma certa forma o que ele aponta é que eles querem ser brancos eh por quê Porque quem é branco é que tá mandando é que tá coordenando é que tá dando as regras assim e aí me faz E é claro
que é isso que a gente tá discutindo aqui que que talvez o o o sair disso não seja eh eh recriar né a máscara branca ou recriar o o o quem tem o o pênis quem não tem o pênis né mas mudar essa posição e e Mas fico pensando também que às vezes na na psicanálise fica muito falando essa coisa do Ah porque a mulher e e até eu também tô citando a Tânia aqui que a Tânia até fala assim ai porque fica falando essa coisa do gozo outro gozo Místico como se fosse uma coisa
assim mas na verdade é um gozo da desvantagem porque assim ten eh eh ter o falo e se você entender o falo como esse lugar de poder ele é preciso também a gente precisa ocupar esse lugar do falo porque justamente para talvez mudar não sei exatamente como construir isso assim no sentido de de eh como que pode eh como que pode ter esse lugar eh fálico sem ser bruto sem ser opressor sem ser tanto Mônica que hoje a gente fala de masculinidades no plural de propósito justamente para dar notícias de que porque assim eh é
o tornar-se mulher mas é também o tornar-se homem eh são os femininos mas também são os masculinos Então essa ideia quando a gente coloca de um tornar-se e coloca no plural a gente tá já dando notícia dessa desconstrução que é tão legal Sérgio antes a gente passar para você Renata você tá com você consegue projetar Coloca aí é só colocar naquele compartilhar tá apresentar agora perdão Vê se a Renata consegue colocar ela me mandou um víde videozinho de 30 segundos pequenininho eh um minuto sobre que eu acho interessante pra gente observar que essa distinção eh
impacta sem nem perceber ela é da ordem consciente pode ligar Renata liga seu som Renata para ele ficar com com som abre seu microfone eu acho que você tem que compartilhar o o som junto com a imagem tô tentando eu tô fone será que é isso que atrapalha ou não tem nada a ver não sei eu acho que não tem a ver eu acho que na hora que você compartilha vai te pedir assim quer também compartilhar o som aí você tem que compartilhar os dois o vídeo e o som mas pode passar sor se for
o caso que dá para ter uma noção ou qu tentar de novo Quando você vai tentando o Sérgio vai perguntar a volto para você mas pode ir compartilhando Sérgio microfone Sérgio Eita po que tá de som hoje é só para ilustrar um pouquinho essa questão que você falou da da Cultura né e e as mulheres ela mesmo quando elas não são impostas a executar algumas tarefas elas agem no automatismo né então quero fazer só dois dois Paralelos aqui por coincidentemente eu mudei tem três dias e mudei para um lado sou vizinho de de uma melhor
amiga minha aí eu falei para ela olha recebi aqui a minha máquina de lavar e secar e eu não sei como é que usa ela falou posso te ajudar ela veio aqui aí me explicou como é que usa de repente que que aconteceu tava acabando de lavar eu tive que descer no prédio me chamaram lá embaixo quando voltei ela tava estendendo a roupa no varal e e e aí ali não tinha nenhuma imposição eraa um automatismo eu não encarei aquilo como nenhuma submissão Ah isso que é o mais interessante eu acho que eu faria o
mesmo sabe por quê que na na minha família são cinco e os dois primeiros são homens todos esses serviços de botar roupa na corda no varal de encerar chamava encerar antigamente né hoje nem nem usa esse termo encerar a casa ir na feira comprar era eu e meu irmão que fazíamos e a diferença para mim terceiro filho que era minha irmã tem se anos mais velho continua assim nós continuamos fazendo o serviço too de casa e a minha irmã fazia nós lavávamos louça Então apesar da gente viver numa Cultura a cultura familiar por uma particularidade
nos impôs isso então Eh eu não achei que ela tava fazendo aquilo por nenhuma razão porque eu eu faria o mesmo então para mostrar então contar veja as coisas não estão paralisadas e isso é interessante durante muito tempo enrijecidas inclusive no funcionamento da Clínica quando chegam enrijecidas faz parte das intervenções do analista fazerem furos naquela fantasia que cheg chega enrijecida se alguém chega com uma fantasia por exemplo que mulheres isso e homens aquilo a gente faz aquela pergunta ingênua de Como assim me explica né assim por exemplo me dá um exemplo e eh como se
a pessoa eh a gente não trata nada como é óbvio se alguém fala não mas você sabe não eu não sei você poderia me dizer essa posição que a gente toma né é sempre uma posição de tentar fazer furo na fantasia que vez por outra chegando enrijecida não permite mobilidade alguma conseguiu Renata então projeta pode colocar aí no apresentar agora a sem som mesmo Renata vamos sem som [Música] Pas pronto esse ponto que eu queria veja pode tirar Renata eh veja que eles perguntam sem gênero né desenha alguém que pilota um avião aí desenha um
piloto homem desenha alguém que trabalha fazendo cirurgi no hospital desenha um cirurgião homem desenha alguém que trabalha eh no corpo de bombeiros desenha um bombeiro e quando as mulheres entram falam por que que elas estão fantasiadas esse Porque elas estão fantasiados porque a primeira reação das crianças não é então existem mulheres nessa profissão a a primeira reação das das das crianças é porque elas estão fantasiadas são crianças de 4 5 anos percebem como isso é importante por que que a suposição delas que elas estariam fantasiadas Por que fantasiadas como se não fosse autorizado Agora quem
diz para essas crianças de 4 ou 5 anos que essas profissões não são autorizadas o exercício delas só se fantasiar delas ou seja elas são legítimas vestidas num homem mas são legítim são fantasias se vestidas numa mulher então achei interessante sobretudo essa parte porque elas estão fantasiadas manda lá no grupo Renato que acho que fica mais fácil mesmo no grupo Ah você não consegue compartilhar me manda no grupo de supervisão que eu mando no eh Então veja esse Por que que elas estão fantasiadas para mim é maravilhoso entende essa parte de onde veio essa construção
das consequências psíquicas ou seja afetivas emocionais dessa antes de passar para você Rosane só um segundinho E aí eu queria só colocar dos meninos Então veja das meninas a gente colocou aí são quatro consequências essa ferida narcísica e o sentimento de inferioridade eh essa questão do ciúme dos meninos e o abandono da mãe né primordial da mãe uma acusação em relação à mãe a terceira essa acusação da mãe né de ter feito ela em desvantagem essa quarta consequência que é o abandono da mastur ação clitoriana Eu queria colocar para vocês a palavra abandono como principal
eh essa posição de abandonando então eu abandono entende eu eu a criança tem uma satisfação em masturbar tem mas eu abandono a criança gosta da mãe gosta mas eu abandono entende essa posição de abandonar essa posição de abandonar ela nos acompanha na vida adulta também observem vocês vão observar bastante lá na clínica essa posição de abandonar abandonar uma carreira é porque teve filhos abandonar entende esse abandonar esse abandonar não acho que é uma palavra de Pouca importância no caso do feminino eh e aí no caso dos meninos no lugar do abandonar o que que vem
com a primeira a primeira coisa que os meninos fazem quando entram na fase fálica com a descoberta então da diferença ele não descobre primeiro que a menina não tem ele descobre que ele tem e ele fica extasiado e encantado com ter e já que ele fica Encantado extasiado com que com ter ele vai dobrar a aposta nesse ter então ele vai se masturbar ele vai fazer xixi a distância ele vai mostrar PR os coleguinhas Deu para entender ele tá muito feliz de ter e ele vai demonstrar essa felicidade em ter inclusive ultrapassando limites de alguns
comportamentos e levando umas broncas aqui a lá passagem menino Custoso para com isso então mas a primeira reação do menino é mostrar que ele tem é como se ele descobrisse que ele tem uma coisa que ele acha incrível e quer mostrar para todo mundo e quer deixar claro que ele tem então a reação do menino diante do genital oposto que no caso é da menina é de desinteresse não pouco importa que ela não tem eu tenho o que é até engraçado se a gente parar para pensar naquilo que a gente estava falando sobre o racismo
ah pouco importa que ele tá sofrendo racismo racismo nem existe o importante é que eu não estou sofrendo racismo pouco importa que ela não consegue ser deputada Federal O importante é que eu sou Vocês já viram isso eu acho muito engraçado quando por exemplo começam mulheres eh eu vi uma vez um um um uns colegas criticando aquele lei mulheres que é um projeto de lerem mulheres autoras e aí falou assim ah só falta essa agora agora vai só ler mulher eu falei mas só ler um homem durante a vida inteira durante boa parte da história
só leram homens agora tem um movimento de ler a mulher e você vai reclamar pô catrumano veja quantos Nobel da literatura tem pros homens veja quanto e E então tem um projeto Lei a mulheres e aí vai reclamar porque tem um projeto direcionado especificamente para lerem autoras mulheres que bom que tem um projeto para ler autoras mulheres mas é como se qualquer desvantagem você vê isso quando se questiona o sistema de cotas você vê isso quando se questiona por exemplo aquela cota que tem agora esse ano Eleitoral 30% da das candidaturas para vereadores e ET
etc tem que ser de mulheres Você já viu tanto que o povo reclama de ter que dar verba para as mulheres então é curioso porque sempre estiveram em vantagem e ignoram a desvantagem de quem está em desvantagem seja essa pessoa em desvantagem uma mulher seja uma pessoa negra seja uma indígena é como se se eu estou em vantagem deixa eu exercer a minha vantagem e ignorar esse ao meu lado que tá em desvantagem Então a primeira reação do menino é exaltar a vantagem dele e ignorar e Demonstrar um desinteresse paraa desvantagem do sexo oposto Deu
para entender segunda reação eh então é como se não tivesse nada lá ou seja ele recusa a diferença a primeira reação do menino é de denegação mesmo é de recusar a diferença e por que que ele recusa a diferença para garantir a própria vantagem o Freud explica isso muito bem no texto que eu falei para vocês organização genital infantil de de 1923 então o Freud ele descreve que essa reação do menino Ela é dividida em três etapas e é importante a gente observar aí essas três etapas que que são essas três etapas no primeiro momento
ele rejeita ele rejeita não não tem diferença não isso é mimimi isso é bobagem racismo não existe feminicídio não existe a diferença não existe isso é uma bobagem a primeira reação bem infantil diga de passagem inaceitável para adultos tá eh eh eh dizer que a desvantagem não existe a segunda reação então primeiro rejeita que tá vendo qualquer desvantagem a segunda reação é dizer que ele vê sim um pênis ali aonde falta não a menina Tem sim olha lá ela pode o que ela quiser faz o que quiser sai o que quiser ela tem sim então
primeiro rejeita que tem uma desvantagem depois diz não não tem uma desvantagem porque na verdade ela tem é porque ela não usufrui ela não aproveita é pequeno e vai crescer qualquer coisa desse tipo só depois que ele percebe a contradição entre o que ele acredita e o que ele vê é que ele elabora por exemplo uma teoria eu adoro essas teorias das crianças né tipo caiu ou é pequeno e vai crescer levou uma bronca e perdeu enfim ela fez alguma porcaria para ficar em desvantagem e eu não vou fazer essa porcaria vou me manter aqui
na minha vantagem até que por fim e ele demora fazer isso ele demora todo o edpo para fazer isso por fim ele conclui que foi retirado foi castrado mas como uma punição E aí ele diz bom então se eu não fizer o mesmo que as meninas fizeram eu posso não ser punido e manter-me aqui em vantagem e diga de passagem manter-me em vantagem a de infinito tá então o início da fase fálica do menino dá início ao Complexo de épo na menina foi o complexo de castração lembra eu vi sei que não tem que t-lo
castração o menino não estou vendo nenhuma desvantagem nada de errado está acontecendo na verdade tô muito feliz com o que eu tenho eh ele entra primeiro no épo que se caracteriza por manter a coisa como tá que é aquilo que a gente tá falando time que tá ganhando não se mexe então a mãe era objeto de amor mantém o objeto de amor a masturbação fálica era o pênis mantém a masturbação Deu para entender então o menino entra no Édipo confirmando e tendo aquilo que já estava no pré Édipo o pai agora por outro lado fica
um pouco mais rival não é mais só um rival leve ele se torna um rival mais eh eh percebido Então se pra menina o complexo de castração foi o processo primário e depois do processo de castração é que ele entrou no Édipo o menino ele primeiro entrou no Édipo e o edpo foi ele saiu do edpo o edpo foi destruído pela castração do menino bom eh alguns pontos Deu para entender esses pontos tranquilo vou passar pra Rosane depois pra Rosana e a gente encerra Rosane eu tô de fone mas tá conseguindo me ouvir tá tá
conseguindo sim tá então assim quando você trouxe aquele desenho que mandaram fazer da das das mulheres dos homens né já sabem que ela estava fantasiada me ver a memória aqui que nós como mulheres a gente tem que aprender a ser adulta né a gente tem que ser adulta cedo que a gente é muito cobrado tem mais séria para você ter uma ideia né pra gente ver os homens jogam bola né tem homens que solta pipa até depois de adulto tá lá soltando pipa se você vê uma mulher brincando de boneca na rua na idade dos
homens que estão soltando pipa e jogando bola você vai mandar acabar com a luta antimanicomial vai mandar infernar porque tá todo mundo doido né Ah tá brincando de boneca é doida então se você vê uma mulher tendo comportamento infantil os homens podem ser infantis ou brincar se divertir até depois que envelhece a gente é castrada até para isso a gente não pode brincar a gente não pode tomar Se você pegar boneca você tá sujeito a ser internado né Vai lá ah ren tá brincando Renato tá lá na R brincando de boneca prende manda internar que
nem dá aula mas ela pode ficou doida néos fala tem uma passagem maravilhosa no no livro do Foucault da Se eu achar que eu até leio para vocês tem tem uma Ah achei de cara aqui ó olha como a na página 137 do livro do fouc história da Loucura eu dou muita aula desse livro então meio que eu sei ali de cor já aul até as páginas né Você tem uma base essa passagem é uma mulher de isso tá e relato de algo antigo tá na parte dos insensatos eh uma mulher de 16 anos mulher
eh cujo marido se chama beim decare em alto e bom som que nunca mará o seu marido e que nenhuma lei pode ordená-la tanto que todos são livres de dispor de seu coração e do seu corpo como melhor lhes aprouver eh mas que é uma espécie de crime dar um ou seja dá o corpo sem dar o outro dá o amor Ela é presa e encaminhada para o Manicômio por dizer que ela não poderia dar o dar pro marido sem amá-lo e o tenente de polícia que aprende diz o seguinte isso está documentado né o
tenente que aprende diz o seguinte falei-lhe duas vezes paraa mulher e embora acostumado há alguns anos aos discursos imprudentes e ridículos das mulheres aos discursos imprudentes e e ridículos Não pude deixar de ficar surpresos com o raciocínio com no com o racioc os raciocínios Nos quais esta mulher apoia seu sistema para ela o casamento não é propriamente mais do que uma tentativa ele ficou abismado primeiro que uma mulher tem raciocínio segundo ele tá acostumado a discursos imprudentes e ridículos mas que ela supusessemos também é uma decisão is tá na história da loucura então é muito
doido porque está na história da loucura e é uma passagem que remete Se não me engano ao século X ao século XIX eh a gente tá no 21 então quando alguém diz isso virou até polêmica recentemente eh até tem uma matéria interessante hoje sobre se é considerado estupo se for o marido porque teve um Reality Show eu não me sei o nome do reality show me perco nessas coisas qual que é elk é um Reality Show de casamento aí eu esqueci o nome casamento à cegas casamento à cegas que a mostra isso aí você leu
né que a moça então acusou O o marido de estupro e um monte de gente ela tava dormindo e que ele se aproveitava dela isso e um monte de gente na rede dizendo que é um absurd a acusação que ela fez afinal ele é marido veja século XIX século XX dois séculos depois essas coisas parece que ainda não estão Claras Rosana eu só me pergunto quem que é o louco né quem eram os loucos eh eu ia fazer uma associação Renata Mas pode ficar pra gente dar a sequência que é eh as dificuldades de lidar
com um complexo de castração do edipo com a dificuldade de aprendizado na na fase seguinte da latência né nossa esse tema é bom ação intelectual diante da distinção anatômica tem um livro maravilhoso da professora da UFMG que mundo conhece né a a sobre deficiência a sobre inibição intelectual em que ela faz uma associação entre a inibição intelectual e a questão da das das com uma das consequências emocionais da distinção anatômica entre oos sexos aquer da Lídia né acho L Santiago D lí Santiago isso e é interessante porque eu tenho acompanhado caso assim é muito Evidente
assim as coisas estão aparecendo de forma bem Evidente mesmo mas a gente vai acho que chegar nisso também né sim ó então a gente para por aqui que a gente já até estourou mas veja a distinção anatômica entre o sexo é um assunto importantíssimo as consequências dela é um assunto importantíssimo que não acontece só naquele momento vocês entendem que a gente carrega pela vida toda então seria interessante pensar que se as se a distinção o modo que ela acontece impacta pela vida toda talvez a gente tem que mexer lá atrás né a gente tem que
realmente mexer lá atrás no modo que essa distinção foi lida mesmo nos nossos pacientes adultos que podem retornar lá atrás e dizer como eles entendem essa distinção entende então vamos voltar desse ponto na quarta que vem não tem encontro vou est em Cachoeira vou est em Pirinópolis subindo descendo em Cachoeira como sempre a gente se vê na outra quarta daqui sempr pulando uma quarta a outra tá bom boa noite r bom descanso Tchau obrig você t Tchau muito obrigado