[Aplausos] [Música] [Aplausos] [Música] [Aplausos] e Olá meus amores sejam muito bem-vindos de volta a mais um episódio do traum cast e gente hoje eu não tô me aguentando de felicidade com a nossa convidada inclusive quando ela chegou a gente já ficou aqui ah cacarejando de alegria porque nós profissionais de trauma nos encontramos e por enquanto somos poucos aqui ainda no Brasil que é uma tristeza hoje eu tenho o prazer de receber aqui a psicóloga palestrante especialista em trauma que inclusive já foi minha professora vou contar disso para para vocês Ediane Ribeiro Aliás a gente tem
um mesmo sobrenome aí sei lá se a gente é prima distante Ah pode ter com certeza deve ter algum encontro aí ai Ediane muito obrigada por est aqui com a gente Eu que agradeço Natasha eu amei o convite Amei a proposta desse podcast Eu acho que o Brasil precisa exato exato É desse tema e um podcast voltado para esse tema e nesse momento eu acho que é essencial muito feliz e não podia ter um podcast desse tema semha deane Ribeiro não é mesmo para mim não tinha como eh eu tava a gente tava até conversando
noos bastidores né que infelizmente o tema do trauma eu acho que ele ainda é sub eh realmente falado e valorizado aqui no Brasil em comparação com outros países né Principalmente os Estados Unidos e para mim é um Brazer eu eu acho que se você tá aqui no trauma Cash Você já conhece edane mas senão fica aqui que esse promete ser um dos melhores podcasts aqui da nossa temp Temporada e ah meu Deus não faz essa promessa mas é que eu acho mulher eu confio em você fica tranquila seja você que esse será o resultado mas
eu queria começar antes da gente ir pro vamos ver quem é a Ediane se tiver alguém aqui que não te conhece se apresenta aqui pro pessoal tá Ediane é uma bailarina no corpo de uma psicóloga Que lindo e então profissionalmente Eu Sou psicóloga sou terapeuta somática eh tenho formação em psicotraumatologia em trauma formed Care e faço atualmente eh pós-graduação em neurociências e comportamento e trabalho como psicoterapeuta como palestrante para empresas que eu acho que é um momento muito importante da gente levar esse conhecimento pras organizações meu é necessário mais que importante né é eh e
produzo conteúdo nas redes sociais para o público Geral falando sobre saúde mental sobre trauma que é um grande tema para mim um tema muito caro para mim sim isso é Ediane profissionalmente né Por trás da Profissional ou à frente da profissional às vezes à frente às vezes atrás eu acho que tem uma pessoa que é uma sobrevivente de trauma complexo Hum E que eh descobriu formas de acessar essa potência além da dor que eu falo tanto uau né esse lugar de que o trauma não é uma prisão perpétua Como diz um grande autor que nós
conhecemos que é o p Levi pela frase gente já sabe até quem é é já sabe até quem é então e eu acho que a minha trajetória como pessoa Sim ela foi marcada pelo trauma Uhum em algum momento eu consigo entender que as minhas respostas traumáticas não são quem eu sou me desidentificar delas e começar a encontrar edan trás do trauma Então eu acho que é esse caminho que eu tô ainda né Eu acho que esse caminho não tá completo Eu acho que eu tô nele é uma jornada né e dependendo que a gente viveu
uma jornada sim longa mas com certeza a gente consegue colher os frutos quando a gente tem informação certa que é isso que a gente quer trazer para vocês aqui eu consigo ver um brilho sabe assim quando eu te acompanho e que é um brilho de alguém realmente que passou por um caminho de cura né que que é possível de perceber ali Isso é uma das coisas que me inspirou a te convidar pro nosso podcast e falando né Eu sou uma sobrevivente de trauma é muito comum que quase todo mundo que eu chame aqui para esse
podcast tenha vivido uma história pessoal de trauma e que acabou assim aproximando a gente desse tema no meu caso também a mesma coisa Vivi violência doméstica na infância e uma série de traumas complexos também a gente estava conversando inclusive aqui nos Bastidores que a gente não tem memórias né da nossa infância esse apagão né que acontece e autobiográfico que é um indicativo de trauma não é normal a gente não lembrar de 15 anos da nossa vida né partir de 3 anos de idade organicamente nós vamos já ter começar a estruturar a memória declarativa né que
é quando ali tem uma estrutura neurológica já pronta uhum para que a gente comece a consolidar memórias declarativas exato isso aqui é um R Flag tá gente fiquem atentos aí mas que que eu quero te perguntar você é psicóloga na verdade há mais de 20 anos me corrige se estiver errado ou há 20 anos por aí mas você não foi direto pra clínica né Como foi esse caminho né De que forma é ser sobrev de trauma te trouxe até aqui porque você falou o trauma é um dos meus temas mais caros Como foi esse processo
Aham eu acho que entrar na psicologia hoje eu percebo que foi um processo de busca do meu sistema corpo mente por cura usando aqui uma palavra cura eh não no modelo biomédico que a gente tá tão acostumado né não como tirar algo como consertar algo mas cura como como integração exato integração daqueles fragmentos que ficam quando a gente atinge altos níveis de dor sim então a gente não tem uma palavra no português que eu acho que traduza isso é tão triste porque no inglês o Healing tem exatamente exato a gente fica meio óf né então
a gente usa cura e o povo da Saúde Mental Fala que você não pode falar em cura que é remissão de sintomas e porque a cura é o modelo biomédico então eu eu tô esclarecendo obviamente Natasha sabe disso mas tô esclarecendo mas é bom porque depois o povo pega recorte nosso aí jogando ex exatamente que a gente vai usar essa palavra aqui não num sentido de algo que uma doença que foi curada ou uma perna quebrada que colou ou alguma coisa que não funcionava mais e que foi arrancada mas sim num sentido de uma integração
inclusive psíquica uhum né uma integração corpo mente e espírito para quem quiser usar essa dimensão fala disso hein já já e E aí qual foi sua pergunta M mas história né esses traços de TDH que você tava falando tros de TDH que eu falei antes para vocês sim mas como que é é sua história te trouxe que você falou que não começou pra faculdade para Talvez ele buscar alguma curao isso exatamente então eu chego na faculdade de psicologia na época eu não entendia dessa forma essa é uma leitura a posterior é uma leitura que eu
faço hoje olhando para trás ah de que e eu estava em sofrimento psíquico quando eu resolvo fazer psicologia uhum na época o que que eu sentia nada anestesia dissociação né dissociação e hoje eu até entendo eh que eu passei por episódios que os especialistas de nossa área vão chamar de depressão Uhum mas eu vou buscar então a psicologia como primeira opção eh a partir de uma história familiar com várias experiências adversas uhum curso psicologia nesse processo de dissociação bastante grande uma dissociação sensorial dificuldade de sentir o próprio corpo dificuldade de sentir emoções uhum nada tinha
muita cor a Essa época e eu tô falando que eu tinha aí 17 anos eu entrei na faculdade aos 17 anos né Então nada era muito dramático mas nada era muito colorido também era o num era uma anestesia sim e assim eu curso psicologia e nesse processo de nos deparar com os que são muito sensíveis para nós quando a gente não dá conta eu saio da faculdade eu não vou direto pra psicologia Clínica eu vou pra área organizacional pra área de recursos humanos hoje eu também entendo essa escolha Eu acho que eu não tava pronta
naquele momento para trabalhar com esses conteúdos fez talvez você fez a escolha que era um pouco mais segura pro seu sistema nervoso naquele momento né seg era mais seguro e nós falamos muito no trauma né assim a gente tem o direito de dissociar enquanto não houver segurança de habitar o próprio corpo de habitar esse s o direito e Que bom que a gente tem a dádiva de poder dissociar né porque tem coisas que são indizíveis exatamente é É um mecanismo protetivo e elegante Como dizia an neta do nosso corpo ex sim e então eu saio
e vou e e vou pra área organizacional muito cedo acho que eu tinha se meses de formada eu entro numa grande instituição de neuroreabilitação e neurociências porque o universo não dá ponto sem nó ele tem tempo para fazer as coisas F pensando você não sabe mas eu já tenho um plano aqui arquitetado eu digo que o universo não dá ponto sair não porque ele tem tempo para fazer as coisas acontecerem nem que sejam 20 anos exato então eu começo a trabalhar na área organizacional numa na maior rede de neuroreabilitação e neurociências do país que é
a Rede Sara inclusive referência né uma das grandes referências é é nacional e internacional em reabilitação e neuroreabilitação e começo a trabalhar com as equipes né com treinamento de médicos enfermeiros psicólogos muito voltada pra área de recursos humanos hoje também olhando para trás percebo que não ser informada sobre trauma aquela época me fez cometer muitos equívocos dentro desse ambiente que é um ambiente Empresarial e que é um ambiente catalisador De traumas sim de uma forma incrível Empresarial e hospitalar em algum sentido que também eu acho que pelo menos no Brasil eu nem sei se existe
algum hospital ou centro que tem alguma relação hospitalar que tem algum cuidado informado sobre trauma né é eu não conheço também vor de retra umaação inclusive tô passando uma história agora com uma amiga que tá hospitalizada e o que ela tá me contando que ela tá passando é desumano assim é no tratamento que tá recebendo da equipe sim eu é é hoje para mim é muito claro isso a época não era tanto sabe natasa então por isso que eu digo cometi equívocos descul minha gente Tod cometi equívocos Essa época inclusive Meus Primeiros clientes de terapia
sinto muito pelas coisas nada trauma enforma de que eu fiz com vocês e e e e é isso a gente nós tem o ambiente hospitalar o ambiente de saúde hoje que são ambientes que deveriam ser ambientes de cuidado os ambientes de cuidar eles são ambientes de retra umaação hoje um grande índice de retra umaa zações que nós temos são no primeiro atendimento uhum né Eu tava no hospital terciário mas ainda assim eh um ambiente que hoje eu olho com outros olhos Ok mas essa experiência foi extremamente importante na minha vida porque Apesar eh de eu
ter Escolhido um outro caminho na psicologia eu tava em contato Claro com saúde com com a neuroreabilitação Então eu fui construindo um conhecimento de neurorreabilitação nos 17 anos que eu fiquei lá uau eh e nesse processo eu fui me encontrando pessoalmente com várias demandas uhum nesse processo de estar com as equipes e aí por is Por isso que eu digo que o universo tem tempo para fazer as coisas porque Ao estar com os profissionais que atendiam os pacientes eu fui eu eles funcionaram quase que como um filtro para mim de algo que eu precisava fazer
contato em algum momento uau uhum né E aí nesse nesse processo trabalhando fiquei 17 anos na Rede Sara passando eh por diferentes unidades gerindo equipes e trabalhando com treinamentos de área de saúde e aí chegou um um momento eh que eu acho que esse processo de dissociação ele ficou mais agudizado ele ficou mais intensivo E aí é esse momento que eu digo que é o que os os especialistas de nossa área chamariam de depressão porém eu também reconheço isso hoje a época eu não reconhecia porque a depressão tem muitas formas de manifestação não é só
uma pessoa que tá inclusive coisas nada óbvias inclusive nada óbvias né assim a depressão de a funcionamento que é um nome Popular né para pra depressão persistente você mantém as suas atividades então eu tava trabalhando eu eu tinha uma queda de desempenho que era perceptível para mim e provavelmente pra empresa mas eu conseguia trabalhar eu mantinha o meu autocuidado básico e só era o que a energia dava e dormia o resto do tempo S é o que é um sintoma bem comum inclusive também é mas paraas pessoas isso não era perceptível porque trabalhando na sua
frente eu tava aqui mantendo a máscar eh que é Tá tudo bem Tá tudo bem uhum eh a irritabilidade aumentando a desconexão comigo já era grande imagina com as pessoas sim não é E aí esse processo foi foi gerando um caminho inverso Em algum momento que aí ess eu não sei explicar porque eu fui me sentindo sufocada e eu fui me sentindo realmente em sofrimento psíquico então aquele não sentir de lá atrás começou a se se transmutar em dor Uhum E aí nesse nesse momento que eu começo a sentir por alguma coisa que deve ter
acontecido aí que deve ter entrado que eu devo ter feito algumas descargas inespecíficas deu espaço algum espaço congelamento é alguma coisa talvez a arte tenha feito esse papel eu acho muito isso assim arte tem um um papel muito grande você é muito conectada com isso né até uma coisa que eu quero falar depois aqui muito e eu acho que talvez seja tenha sido a arte porque eu comecei a fazer dança eu comecei a fazer teatro então eu acho talvez a arte ten fazer algumas descargas inespecíficas do estadoo de congelamento que eu tava e eu comecei
a sentir E aí comecei a sentir dor porque era o que tinha embaixo e aí quando essa dor foi crescendo e ficando insuportável eu saí em busca de entender o que tava acontecendo comigo eu falei eu preciso dar um jeito nisso aqui porque ou é isso ou é desistir sim precisa achar uma solução né E aí eu come foi nessa época que você fez o lance Comer Rezar e a Max você fez não fez sim foi bem nessa época isso é 2013 para 2005 eu sou muito ruim de Eu Sou péssima também então eu não
vou conseguir te ajudar eu já lembrei que você fez uma viagem pro Sudoeste asiático não foi isso isso foi Eu Sou péssima de D por isso que a gente já começou falando dos meus traços de de atenção ignorem mas é coisa entre 2 a gente tá falando de 2013 para 2015 por ali algo entre isso e E aí eu fui pra Ásia na verdade antes de ir pra Ásia eu comecei a buscar algumas terapias aqui no Brasil Comecei a ler um pouco sobre a meditação foi eu tive um primeiro contato com a meditação aqui aham
E aí eu tava nessa busca do processo né da meditação e tudo isso e e num processo terapêutico muito importante para mim aqui como uma terapeuta que é informada sobre trauma sem ter estudado trauma informat care Ai Que sorte que você deu porque eu recebo tanto relato de gente sendo retra umaa em terapia é eu também eu também recebo M da minha clínica já sofri retra umaação emesso terapêutico porque essa época eu tava buscando muito então tive experiência com muitos terapeutas então assim eu sofri retra umaação em processo terapeutico também eh d tempo a gente
fala sobre isso mas até que eu encontrei uma terapeuta que é a Cláudia quadr eu falo faço questão de falar porque eh que tem uma abordagem que é diferente da minha mas que que em muitos aspectos foi extremamente importante para começar esse processo de reconexão a gente sabe que o tralma causa uma grande desconexão Sim sim né E aí no processo eu comecei a a olhar paraa minha vida com outros olhos eu tava casada há muitos anos então eu tava quase 17 anos na Rede Sara tava num casamento de 13 anos uhum eh longe da
minha família com quem eu tinha uma relação protocolar ia no Natal e contava os minutos para embora relação protocolar é bem assim característico né dá para para entender muito bem o você tá falando e aí nesse momento que eu tô começando a entender a meditação entendendo que eu que tem algo que se movimenta em mim e que me faz sentir coisas era quase que uma descoberta Natasha de que meu Deus eu sinto coisas uau eu comecei a ficar tão encantada com o processo de tá sentindo de est me emocionando com coisas Sabe sim de de
olhar uma criança e me emocionar de de de sentir compaixão de sentir a vida né porque existe vida sem sen de começar a me sentir plenamente viva Uhum E aí eu falei eu quero ir a fundo nesse negócio e aí Tinha alguns temas para tratar o primeiro foi o casamento então entendi que aquela relação era uma relação que já tinha concluído o seu ciclo aham pedi o divórcio e fui pra Ásia por isso que você falou que fo conv rezar a única diferença foi como aconteceu a separação sim que foi diferente da Julia Roberts ou
do livro eh mas então eu pedi o divórcio e pedi uma licença sem vencimento no trabalho foi por etapas desconstruindo a Ediane construída pela dor na verdade né com escolhas construídas pela dor e aí eu pedi uma licença sem vencimento no trabalho eu pedi o divórcio e foi quando eu fui viajar eu tava então a minha escolha da Ásia né Eu fui para Tailândia e pro Cambodia então a minha escolha da Ásia tem muito a ver com o interesse que eu tinha na meditação naquele momento uhum o trauma não tinha ainda entrado na minha vida
o trauma nessa abordagem que nós aqui estamos falando sim sim sim sim não tinha entrado na minha vida eu tava muito interessada na meditação eu tava bastante interessada no budismo eu sou uma pessoa interessada pelos processos de fé da humanidade do humano Eu também isso é uma das coisas que nos conecta também quando eu vi seu conteúdo porque é um tabu ainda principalmente no meio da psicologia da psiquiatria que Dirá do trauma daqui a pouco a gente fala sobre isso aham né então eu tava muito interessada na na no budismo enquanto filosofia e na meditação
E aí escolhi falei eu vou lá vou vou ver como é que vai ser isso como é que vai ser vou tirar uma licença vai ser importante então era importante para mim também me ausentar do trabalho naquele momento porque meu ex-marido trabalhava no mesmo lugar então era importante para nós e hoje temos uma relação muito reconstruída e de muito afeto Que lindo eh e aí fui e aí fui pra Ásia e aí lá fiquei em Mosteiros turiste também fiz um mix assim nessa busca e estudando meditação praticando eu tava praticando bastante yoga nesse momento que
eu acho que foi outra coisa que ajudou nesse processo aí total e a gente já tem estudos né comprovando aí o quanto yoga pode ser benéfico né então assim eu digo que a minha entrada no trauma foi pelo corpo ela não foi pela mente não foi pela psicologia foi pelo corpo mas que sorte você não sei se eu enxergo como sorte porque a a minha entrada no autoconhecimento foi totalmente cognitiva E aí eu demorei muito mais tempo do que precisava Para conseguir me curar né é não eu acho que foi e realmente assim uma busca
do sistema por cura que foi me conectando com isso a dança sempre eu sempre fui uma uma uma alucinada por arte sempre gostei de música e de dança que bom então eu acho que a dança foi fazendo também umas regulações sim porque senão minha irmã era para tá muito pior o negócio quando eu cheguei lá na faculdade era para ter dado muito ruim assim porque lá na escala Ace eu sou uma pontuação altíssima Eita então que é a escala de trauma pra galera que tá nos assistindo você já sabe a gente já falou bastante disso
aqui gente já falaram sobre isso então óo então eu sou uma pontuação altíssima Então na verdade eu acho que o movimento a dança o esporte foram fazendo algumas regulações que evitaram desfechos piores mais disfuncionais né então eu acho que o corpo me levou para esse lugar a a quando eu entrei na psicologia a gente a gente ainda tem uma graduação em psicologia muito do trabalho cognitivo é E aí quando eu vi esse corpo fazer movimentos diferentes eu falei eu preciso entender o que que tá acontecendo aqui e aí veio a vontade de de de se
aund aí eu tava fazendo yoga e aí eu tava meditando E aí foi quando eu vou pra Ásia e vou conversar com os monges que meditam meditadores de longa data e eu vou entender o que que um pouco o que que tá acontecendo ali e nesse processo aquela coisa da sincronicidade né de você coloca o pé no caminho as coisas vão vão cair na sua frente Total Então nesse processo eh eu começo a a ter contato com com diferentes falas e uma delas é a fala de trauma que chega para mim através de uma terapeuta
Londrina eu tava retornando pro Brasil quando eu ouo falar de trauma por essa terapeuta sunita patani E aí eu falo tem uma coisa diferente aqui não foi assim que eu aprendi trauma na minha graduação na verdade você eu na na minha eu não vi trauma a única coisa que se fala de trauma é fobia bem rápido tept bem rápido e é isso Não sei não sei como foi para você é e numa linha mais psicanalítica de um trauma que tem muita coisa como precursor eu acho importante a gente falar mas eu e dentro dessa escola
Moderna de trauma é isso que eu acho que isso é uma é eu acho que é isso é um Marco assim a gente tá vivendo uma redescoberta do trauma e com com um uma possibilidade de estudá-lo multidisciplinarmente porque o trauma en forma approach né o trauma em forma de care é uma área multidisciplinar Ela não é uma área da Psicologia exato como tem que ser né porque o trauma ele é sistêmico ele vai afetar tudo que nós somos todas as partes do corpo então o advento da imagem né da neuroimagem trouxe muito isso para nos
atualizar eh em relação a esse conhecimento e o que a gente tinha de visão clássica é porque o trauma foi muito falado ali na época do chô do Freud teve um Nascimento ali desse assunto n com a também as guerras que aconteceram Principalmente nos Estados Unidos então ali estava os veteranos totalmente traumatizados e começou esse assunto mas parece que ele deu uma morrida por um tempo não foi isso isso em vários momentos da história B eu falo uma coisa que eu gosto muito em vários momentos da história o trauma teve momentos de ir ao palco
e de ser negado rapidamente de ser negado depois então a gente tem grandes momentos na história como por exemplo os precursores da Neurologia e da psiquiatria como Freud Pierre Janet charc que começam a estudar comportamentos que não tem um uma associação muito muito Direta com o orgânico e começam a aventar que esses comportamentos t a ver com emoções veementes vividas sim então o primeiro livro que a gente pode considerar livro científico ali eu acho que é do jané tô em dúvida se é pr jané charc de 1800 e bla é eu também não vou saber
o nome exatamente Mas é por aí ações G mas é um dos dois janel charc 1800 e blus que a gente pode considerar um livro onde ele já descreve o que hoje a gente vai chamar de tept auau então onde ele já fala de uma experiência vivida com bastante corporificada e com ausência de linguagem Então já vai fazer algumas coisas importantes ali A grande questão é que o conhecimento avançou bastante então tem coisas que hoje nas abordagens clássicas a gente entende que é diferente porque conhecimento se faz em movimento Sim né e o que a
gente aprendeu sobre o cérebro humano nas últimas duas décadas é algo que não se tinha acesso né E que permite a gente entender melhor exatamente por isso quando eu vejo essas discussões né da da a psicanálise da ciência ou no ciência eu me ponho num outro lugar dessa discussão porque eu acho que a gente tem que entender o que que esses caras lá atrás sem ressonância magnética funcional sem possibilidade de estudar o sistema nervoso como a gente tem hoje chegaram e entender um processo de evolução desse conhecimento depois o trauma começa a ser negado porque
surge um um lar um lugar mais positivista da Medicina e tudo isso vem uma outra era com as guerras o mundo se vê diante de um problema econômico Uhum que é veteranos and soldados voltando de guerra e não conseguindo reengajamento estranhos Uhum E aí precisa se olhar pro trauma de novo porque isso tava dando um grande problema econômico na verdade então a gente tem aí momentos da história aí quando eu falo as guerras porque a gente tem uma grande um grande momento disso na primeira guerra mas o trauma depois novamente novamente começa a ser negado
como não não existe isso e o que existe é o que é observável aí tem o surgimento das das abordagens mais cognitivas e aí depois das da guerra do Vietnam que é um outro momento é um momento importante que aí começam estudos importantes de desses comportamentos é quando inclusive o tept começa vai vai ser considerado e vai gerar a entr a agora a gente tá no momento que esse assunto chegou para ficar e que ele não vai ser novamente enterrado naade Eu espero que sim eu espero assim eu sou eu tento ser otimista né Eu
sou uma otimista realista assim numa escala de pessimista a otimista com lentes cor de-rosa do mundo eu sou uma otimista realista Eu espero que sim eu acho que hoje a gente tem algo que nós não tínhamos no passado que é uma possibilidade de estudo que nos dá evidências mais consistentes sim sim então eu acho e eu acho que o que no mundo assim né Eh quando o mundo quando vira o clima da época quando vira o z Guy da época aquele tema ele tende a ter saltos e eu acho que trauma é o z geist
desse momento eu também acho e é muito curioso porque isso Tá bombando né em muitos lugares do mundo nos Estados Unidos então Enfim acho isso é falado em tudo quanto é lugar tem estúdio de tatuagem trauma INED tem estúdio de yoga Tem empresas tudo cidades Eles já tem cidades que se autc tpon Springs se eu não me engano trum exato eu acho que é um momento grande então eu começo tanto que a primeira vez que eu escuto essa terapeuta Londrina falando e pela sincronicidade essa mulher tava vindo pro Brasil eu tava voltando pro Brasil e
ela vindo o universo dele lembra fazendo o negócio dele aí falei vou lá fazer um curso com ela fiz um curso rápido com ela de um final de semana falei que doideira Isso faz sentido e aí comecei a pesquisar a você começa a achar os autores e aí acho Peter Levin B começo a achar essa galera e aí vou realmente me dedicar estudar e aí eu entro efetivamente no universo do trauma que é aquela coisa que quando você vê você não consegue mais não d e esse é o problema porque a vida eu eu sinto
que não é só uma abordagem que a gente usa por exemplo dentro do contexto Clínico terapêutico mas é um jeito de ver a vida Eu sinto que relacionar consigo com o mundo eu mudei com pessoa outos é eu gosto muito de uma fala do gabor Mat quando ele diz que o trauma é uma força invisível que molda a forma como a amamos nos relacionamos e enxergamos o mundo e a nós mesmos exato então assim eu acho que é para mim a entrada no tal aconteceu de uma forma muito pessoal porque nesse momento que eu começo
a estudar eu começo a me experimentar e fazer me fazer elaboratório de mim mesma então começo a me experimentar em terapias e tudo isso a morrer nessa libra porque eu não achava terapeuta Truma Brasil ai é E aí eh e aí eu começo a sentir Uhum E aí é um universo que se abre quando a gente aprende a sentir total né não é então então nesse momento eu começo é é realmente como tirar uma névoa da frente que vai muito além da nossa carreira como psicólogas e terapeutas é sobre vida é é um olhar PR
vida na verdade é um jeito de viver Quando você estuda essas abordagens para mim a abordagem traumed especificamente falando ela é uma abordagem alinhada com o nosso design natural digamos assim não é só uma uma questão de técnicas como por exemplo sei lá experiência somática do Peter levini que revolucionária ou outras técnicas mas é entender como a gente funciona no nosso design natural o que deu errado que nos impediu de estar nesse design natural e como a gente volta para esse design natural não sei se você concorda mas eu enxergo essa teoria sobre trauma um
caminho para isso assim nossa eu amei essa metáfora que você usou essa anologia que você fez porque eu acho que que é muito isso vou até usar fica vontade eu uso várias coisas que você fala amada eu vou até usar porque eu adorei porque eu acho que é muito isso assim eu acho quando a gente pensa e e isso é Provavelmente você já tratou muito aqui no seu no seu podcast quando a gente fala em trauma de form care ou trauma de for approach a gente não tá falando de uma abordagem terapêutica nós estamos falando
de uma visão de uma visão de homem que você vai aplicar na relação que a gente tá tendo aqui exato no trabalho na família na relação com o mundo e que e que nos convida a essa a essa essência de ser que é a conexão que é a conexão conosco e a conexão com os outros né a nossa essência que é vínculo exato a gente é mamífero gente vamos aceitar Aceita que Dói Menos exatamente a nossa essência é vínculo é a nossa primeira necessidade exato quando nascemos é vínculo sem vincular sem um bebê vincular a
a uma pessoa que o cuide ele não vai ter alimentação ele não vai ter ter amor não vai ter afeto ele você pode deixar um prá de comida do lado desse não estaramos aqui que ele não vai sobreviver a primeira necessidade humana é se vincular Então eu acho que isso a gente vai eh isso isso acaba por por diferentes coisas e o social tem muita influência nisso a gente vai perdendo a nossa autenticidade para manter vínculos só que esse vínculo acaba sendo pelo medo e pela dor sim sim sim sim e aí quando você diz
voltar para um design natural me me abre possibilidades na cabeça de pensar que é realmente voltar para esse para esse corpo para essa mente para esse espírito de conexão que eu posso sim entrar nas minhas respostas de sobrevivência mas que eu sei sair delas também exato até porque o design natural é poder entrar na resposta de sobrevivência quando ela é necessária porém eu não fico preso lá eu volto porque eu tenho suporte porque eu tenho conexão porque eu sei lidar com as minhas emoções porque que eu percebo o meu corpo por isso que eu falei
dessa coisa do Design natural a gente eu acho que nesse caminho a gente vai vivendo traumas e a gente vai se desconectando de quem a gente é pelo que você acabou de falar que é perfeito né a gente isso é uma coisa que a gente fala sempre né noss nossos seguidor zinhas de gabor Mat que ele fala muito da questão do apego versus autenticidade então que a gente vai abrir mão de quem a gente é para privilegiar o vínculo porque a gente precisa dele para sobreviver e a gente vai vivendo esses traumas e e na
minha opinião vivendo o trauma um dos traumas mais veementes de todos que é o trauma de não poder ser nós mesmos ex né que esse trauma é um trauma enfim com muitas consequências e a gente vai vivendo esses traumas e a gente vai perdendo esse design natural que é o design natural da conexão que é o design natural do sentir a gente tá no corpo e do ritmo do Ritmo também eu acho que uma das grandes questões que o trauma faz é rouba a nossa capacidade rítmica regulatória Total Então tudo funciona em ritmo dia noite
expandir contrair sim do ano e o nosso corpo também ativar desativar exato ir pra alostase receber uma carga de estress para responder aos Desafios que a vida nos apresenta porque o estess num primeiro momento ele é adaptativo ele não é um problema e trauma tem uma relação com estress né e a gente costuma dizer no trauma for nem todo nem todo o estess é traumático mas todo o trauma É estressante é exato né existe uma carga de estess que nos tira da homeostase nos joga num estado de alostase mas que você precisa voltar essa capacidade
rítmica que é do sistema nervoso que é da mente inclusive exato que é do universo que é de tudo que a gente vê né aqui a é tão bom gente fazer um podcast com uma pessoa que tem tanto de trauma eu tô me sentindo em casa aquele medo Será que essa pessoas vai falar um negócio aqui nada a ver sobre trauma não temos aqui é então me sinto assim eu tô me sentindo em casa né ventral tô no vago ventral aqui não sabe o que que é vamos estudar sobre trauma hein povo mas olha só
gargalha tanto aqui que a gente tá com uns ventral ativado exato ventral ativado Diane e aí você tava falando né que a sua história pessoal também a gente comentou brevemente que dos brancos que a gente tem da nossa história autobiográfica e você já já mencionou uma vez na na nas suas redes sociais quero só confirmar que você já você tinha tept complexo isso aí eu quero saber você realmente foi diagnosticada com tept complexo Como era a sua vida gente porque eu assim deve ter sido bem desafiador né é muito desafiador e o que eu acho
mais impressionante é descobrir que eu tenho tpt complexo quando eu já tinha sei lá 10 anos como psicóloga isso que eu acho mais louco assim o tamanho da lacuna nas nossas formações em relação a trauma porque eu tinha todos os critérios de inclusão para tept pesadelos dissociação eh evitação comportamento evitativo preenchia toda a lixinha preenchia toda a lixinha cara às vezes memórias intrusivas então eu preenchia todos os critérios para tept e não tinha me dado conta que era tept E se eu fosse passar por por um psiquiatra eu ia receber vários diagnósticos depressão ansiedade trst
como acontece né Tem até um estudo falando que as pessoas chegam a receber até oito diagnósticos simultâneos para explicar os sintomas da traumatização exatamente então Eh então Eh qual qual que é o ponto aí né eu tenho na verdade um acúmulo aí na minha bolsinha de traumas né Eu nasço com um trauma que é o trauma histórico transgeracional trauma racial né então eu ser uma mulher negra num país machista e racista já me coloca dentro de um contexto que é de viver uma experiência que vai causar dor que é discriminação preconceito Sim vai viver e
tá herdando já dor porque a gente já sabe o que que tá sendo revelado aí sobre trauma transgeracional e já estou ali as defesas er dadas na verdade é as defesas que são passadas pelos os cuidadores né é epigenetic né então que tem essa discussão aí da galera é essa é uma discussão é epigenetic porque você vai ser criado você vai receber cuidado de um adulto que está em trauma como é que como é que alguém em trauma vai se sintonizar com seu sistema nervoso e sintonia é tão importante pra Correa exato se você também
está vivendo essas dores Então essas esse processo de de eh hipervigilância vai ser transgeracional passado sim e a gente tem um e E fora que o o racismo é uma experiência em curso Então eu um Truma em curso crônico que a gente vai viver isso é até uma coisa que depois a gente pode falar se tiver tudo bem para você porque eu sinto que é muito desafiador né quando um paciente tá na nossa frente que que experiencia todos os dias às vezes trauma racial como é que até porque uma das máximas que a gente aprende
nos nossos curso de trauma é que é desafiador tratar trauma em curso é e é desafiador eu diria que é quando eu me olho no espelho e olho pros meus limites como terapeuta porque é desafiador a gente pode entrar nisso mas daqui a pouco a gente vai chegar a Mas vamos lá nas nessa E aí eu então então eu eu você é uma uma criança negra num país machista e racista você vai tá dentro de um de um contexto que é de sofrer a discriminação que leva trauma racial sim e aí Justamente por isso existem
as estratégias adaptativas dentro de traum que não são muito funcionais e eu e eu nasci Numa família onde os meus pais estavam tentando lidar com os traumas deles num processo em que nem sabiam que era isso e eu também tô fazendo essa leitura hoje não é a leitura da criança obviamente não tem como né mas onde onde essa esse núcleo se torna muito disfuncional então eu tenho uma mãe que sofria muita violência doméstica na frente dos filhos um pai que tem que que que era alcoolista que é um dos grandes desfechos inpt para os homens
ao viverem traumas então grande parte das mulheres né mais as mulheres desenvolvem tpte ao viverem traumas de choque do que os homens mas os homens em compensação desenvolvem mais Vícios e compulsões e principalmente o alcoolismo então eu nasci Numa família onde o meu pai era alcoolista e nesse estado muito violento minha mãe sofreu muita violência doméstica na nossa frente tanto que os flashes de memória que tenho nós falamos sobre isso antes são flashes de violência é porque o acento emocional talvez ali fez com que gravasse né exatamente Então são flashes de violência então eu e
meus irmãos crescemos num ambiente de muita imprevisibilidade e conflito onde a gente não sabia que momento que ia tá tudo bem porque ele ficava muito bem sem efeito do da droga que é o álcool dessa droga que é a pior de todas e que é liberada e ou quando que aquilo ia se transformar isso é um veneno pro sistema nervoso né Essa previsibilidade o quanto que quando aquilo ia se transformar numa grande confusão e violência então isso se repetia e se repetia e se repetia então aí a gente tem o tpt complexo é um trauma
complexo que é de cima a baixo a def de choque é o trauma o trauma de choque acontecendo dentro de uma relação significativa então Eh o talvez você já tenham tratado disso aqui o trauma complexo ele não é complexo porque ele é mais profundo ou intenso ou não é bom você explicar porque acho que esse tema em específico a gente ainda não teve a oportunidade de abordar aqui nos Episódios quando a gente fala em trauma e trauma complexo eh não é porque o trauma complexo ele é mais difícil ou intenso não é nesse sentido a
complexidade é porque ele é um trauma de choque Ou seja é um trauma Onde existe existe uma percepção de violação de limites físicos mentais emocionais ou de recursos eh são os traumas em que a grande maioria de nós enxergamos aquela situação como sendo uma situação traumática porque nós temos muitos traumas que são invisibilizados e aceitos socialmente o trauma de choque não são são situações onde geralmente a pessoa vai identificar um Marco antes e depois então violências abusos negligências acidentes graves entram dentro desse lugar do trauma de choque que são eh potenciais pra pessoa desenvolver o
tpt que é o transtorno do estress pós-traumático é uma um desfecho de ter vivido esse tipo de trauma quando ele se organiza em sintomas e sinais Então a gente tem o tpt o transtorno do stresse pós-traumático quando isso é episódico quando eu sofri um trauma episódico então digamos sofri uma violência urbana um assalto um acidente um acidente e isso me me leva a organizar sintomas que duram no tempo que duram mais tempo mais de 4ro semanas pra gente pensar em Diagnóstico como pesadelos hiperativação do sistema nervoso memórias intrusivas flashback um aumento da ansiedade basal comportamentos
evitativos aí uma série de critérios que começa a me fazer perder qualidade de vida e e ficar mais funcional na minha vida sim sim foi um episódio que desencadeou um quadro isso é o tept é o trauma simples mas ele não é necessariamente mais simples Ele É Tão Profundo quanto o nome tão muito bons né porque o complexo passa uma ideia o simples passa uma ideia que não tem nada a ver com a coisa é porque é a gente tá falando de de um evento mais Episódio É eu gosto mais de episódico inclusive do que
simples no trauma complexo existe uma exposição ele é um trauma crônico Ou seja a pessoa foi exposta àquela situação traumática aquele evento traumático por várias vezes isso já entra num num seja nós formos classificar um trauma agudo e crônico é um trauma mais crônico crônico é e ele vira complexo quando essa exposição se faz dentro de um relacionamento significativo Pais e Filhos esposa marido no trabalho e principalmente quando são asas nossas relações formativas de apego Ou seja no início da vida né que aí é mais uma camada de complexidade né isso aí no início da
vida vai ter marcas muito específicas e profundas porque o nosso sistema está em desenvolvimento então o processo de de bom desenvolvimento do nosso sistema nervoso vai ser impactado por essas experiências a gente vai ter mudanças e hoje a gente já consegue eh ter pesquisa importante e e dar que nós vamos ter mudanças estruturais no cérebro na organização neural a partir dessas experiências porque a gente tem um cérebro e um sistema nervoso que está ainda em maturação que é o que a gente tava falando da gente até hoje dados graças a Deus para que isso não
seja enfiado para baixo do tapete que é o que você tá trazendo aqui exatamente então o trauma complexo ele tem essa característica você está dentro de um relacionamento que não é tão fácil sair assim e ódio traumático se repete era o que acontecia na minha família sendo filha de um pai alcoolista e que praticava violência doméstica importante então [Música] Eh tudo isso gera uma grande dissociação E aí é muito quando eu olho hoje pro quadro eu vejo que eu e os meus irmãos Cada um foi para um lugar de desfecho diferente eu fui paraas dissociação
Mas eu tive irmãos que foram que tiveram outro os desfechos clínicos né relacionados que a gente vai ter aí uma gama de Diagnósticos para categorizar né TDH depressão compulsão sim sim sim compulsão alimentar compulsão por compras as consequências existem né não tem é todos os desfechos que podem ser clínicos e podem ser de comportamento ou de relacionamento eu fui pra dissociação eh e também comecei a abrir um quadro depressivo hoje a gente já sabe também que as pessoas que sofrem traumas complexos ou tpte simples ou tpte complexo 20% vão desenvolver eh um trauma simples vão
desenvolver um tpt clássico mas 50% vão desenvolver depressão é esse até um ponto que quando a gente começa a falar de trauma né Eu já falei precisaria de um podcast de 6 horas aqui com você porque é o trauma para além do tept também né porque eu sinto que também principalmente dentro da dentro da área da Psicologia e da psiquiatria essa coisa do trauma tept mas gente não como você fala minha gente gente minha gente minha gente Minha gente tept é um diagnóstico Clínico que é um desfecho de trauma só que trauma tem várias outras
possibilidades de desfechos então a gente eu acho que a confusão que ainda se faz e no universo que é a fronteira entre a psicologia e a psiquiatria sim eh é tept é um diagnóstico Clínico o que que é um diagnóstico Clínico um consenso entre especialistas um consenso que são esses esses sintomas né esses critérios enai genso entre especialistas é muito importante às vezes para nos fazer estruturar raciocínio Clínico Eu uso as classificações Eu uso o dsm muito importante para nos estruturar raciocínio Clínico mas é um consenso entre especialistas e tept é o o o Consenso
diagnóstico a partir de traumas de choque só que trauma é um Universo para além dos traumas de choque total e que pode gerar outros desfechos para além do tped como outros desfechos clínicos ansiedade depressão e vários e abrir quadros para vários transtornos e pode gerar desfechos comportamentais relacionais que é o que as pessoas estão vivendo todos os dias e não sabem que são sintomas de traumatização né exatamente então Eh eu por exemplo além do tético quando eu falo que eu tinha pesadelos e nunca associavam os meus pesadelos ao trauma porque eles não eram pesadelos eh
de imagens Claras eram pesadelos muito arquetípicos eh metafóricos mas que eu acordava muito assustada sempre eh eu tinha dissociação eu tinha anestesia eu tinha alexitimia dificuldade de perceber emoções e eu não entendia isso como um tpte complexo fui entender bem mais tarde mas eu tinha uma outra coisa nas relações também que é um que é um desfecho muitas vezes de trauma e que a gente per recebe super pouco e que é muito valorizada socialmente que se chama codependência emocional sim s que é ser responsável pelo outro com o qual você se relaciona que é você
est num papel sempre de Salvador protetor eh de uma outra pessoa que tem mais dificuldade de organização da própria vida então Meus Primeiros relacionamentos amorosos eu tava sempre me envolvendo com adultos disfuncionais e que eu me sentia rapidamente responsável por organizar a vida daquela pessoa Mega comum de traumatização é é mega comum e pensando num contexto que eu cresci de um ambiente de muita imprevisibilidade e de muito conflito ser a menina quieta que foi como eu fui ficando também é uma coisa que eu falo muito né nos meus trabalhos até início da vida adulta eu
achei que eu era muito tímida gente isso hoje em dia conhecendo você pessoalmente você fica eu não era tímida eu era assustada hum uau então eu não era tímida eu era assustada uhum né eu na verdade de desenvolv ali um mecanismo de defesa porque se tudo tá caindo ao seu redor talvez conter aquilo que tá crescendo também enquanto carga nervosa dentro de mim tentar conter Aquilo me exigia muita energia exato Então eu fui eu fui fechando em mim mesma fazendo o que a dissociação faz né que é fazer a gente pegar uma nave espacial e
sair de dentro do corpo sim então eu era criança que não abria a boca na sala de aula eu era criança muito tímida na roda de amigos de poucos amigos e quando eu começo a entrar na adolescência e na vida adulta se relacionar para mim tinha a ver com ter alguma função naquela relação porque eu também vou começo a exercer Essas funções dentro de casa de uma mãe que tá em sofrimento de um pai que falece quando eu tenho 10 anos de idade Então essa história que eu conto para vocês é aos 10 anos de
idade meu pai falece de um evento traumático de choque porque foi suicídio Nossa sinto muito então por isso que eu digo que eu tenho muitos e ainda me emociona um pouco eh falar sobre isso mas eu acho tão importante aqui estou num vínculo seguro para Que bom para que essa emoção tenha espaço sabe natasa eh então por isso que eu digo que eu são muitos pontos na escala is e é por isso que a gente tem a esperança que eu acho que é o que a gente precisa trazer aqui exato exato que é apesar disso
tudo vai ter sempre uma parte em nós que não é tocada pela dor exato então quando eu começo um pouco também a Cuidar dessa mãe que adoece repetidamente eu entendo que a minha função nas relações é assumir responsabilidade então eu chego na vida adulta me dá a responsabilidade aí tá passando ali do outro lado da rua me dá que é minha essa responsabilidade Vai sobrecarregando cada vez mais o sistema nervoso já vulnerabilizando por todo o trauma sogando isso vai sobrecarregando vai me colocando em relações cada vez vez mais de codependência emocional onde eu onde eu
não consigo entender o meu valor naquela relação por ser quem sou E aí volto lá pra sua frase linda do começo do pior trauma que a gente tem é é o trauma de não ser quem a gente é então é um grande desfecho em trauma as como a gente se relaciona com os amigos com o trabalho com os amores total e eu fico muito tocada de de tá aqui testemunhando e te agradeço né Por você ter se vulnerabilizar e contado se permitido emocionar em muitos momentos aqui também Vivi minha própria montanha russa aqui no sentido
de que a minha história tem muitas semelhanças com a sua também cresci num ambiente de violência doméstica meu pai também com problema com alcoolismo eh e de fato eh considero hoje isso curado no sentido que a gente usa a palavra né cura que a gente explicou no início mas foi uma uma jornada muito grande e eu sinto que essa Esperança também né de duas pessoas que passaram por situações traumáticas estarem aqui dizendo para vocês que existe um caminho e que tem eu amei isso que você falou porque eu concordo muito tem um lugar em nós
que não pode ser tocado pela dor eu considero esse lugar espiritual não sei se você concorda ou o que vocês vão achar mas é um lugar sagrado mesmo que não pode ser tocado e que muitas vezes em meio à dor a gente não a gente escuta isso é como se fosse uma falácia como se fosse um não Da onde você tá tirando eu só sinto do porque o trauma ele cria esse vtex né que rouba a nossa atenção a nossa percepção Então me sinto muito inspirada pela sua história e você diria que hoje você se
considera ainda com tep de comple você se considera curada disso não e E se sim assim não quero perder a oportunidade de ter uma especialista em tralma aqui perguntar qual é a sua visão do que a gente poderia fazer para de fato chegar nesse lugar de cura aham Ai fiquei com vontade de ouvir sua história depois pode pode inverter esse esse podcast rapidinho para você me falar como entrou no trauma depois a gente tem que fazer uma conversa longa que isso aqui não vai dar tempo Ai fiquei com tanta vontade de saber como você foi
parar no trauma Pois é fiquei parada um pouco ali na imagem da da sua história sabe que ao mesmo tempo guarda a dor mas guarda a sabedoria que gabor fala né o o lugar do do Belo né sim e quando você fala por exemplo da sua história fazer esse parêntese bem rapidinho já já respondendo um pouco à sua pergunta eh eu acho que o que eu vejo quando eu olho você falando da sua história é exatamente o que a gente precisa buscar que é a pessoa por trás da dor por trás do trauma é a
potência por trás da dor e a potência por trás do trauma Então quando você diz o trauma nos rouba e a gente parece que só vê dor a gente fica identificada com a dor exato e nós vamos chegar nas nossas terapias nos ambientes de cuidado nas nossas relações identificadas pela dor isso vai vai ser o pincel que vai colorir a nossa vida por isso que trauma não é sobre um diagnóstico somente é sobre engajar na vida sim plenamente eh e a eu acho que aí o processo de recuperação né que é sua última pergunta esse
processo de recuperação de reparo são outras palavras que a gente pode usar como sinônimos aí para essa cura né esse processo de recuperação esse processo de reparo eh do trauma ele ele passa por muitos lugares eu acho que não tem um 10 passos para é importante dizer acabar com a tração que n na internet 10 espo paraar ter agora com o seu trauma em uma semana eu acho que não tem um 10 passos e quando você me pergunta você se considera cura ada ou para agradar o pessoal da Saúde Mental agora minha gente que eu
não quero brigar com vocês fazer as fases aqui minha galera eu me considero em remissão de sintomas Esse é o termo mais traum enform pra psicologia que tem eu me considero em reção de sintomas do do processo do tept Ai ai amei eu não tenho pesadelos mais isso para mim foi uma grande ponto assim quando eu parei quando quando eu me dei conta porque eu fui parando de ter E aí no dado momento eu falei gente eu não tenho mais pesadelos eu tinha uma enxaqueca que eu já tinha investigado em todos os os possíveis especialistas
e já tinha sido revirada escaneada eh já tinha tirado todos os alimentos que o povo Manda tirar quando você tem enxaqueca não comia marar é não comia chocolate não comia já tinha tirado todos os alimentos da enxaqueca e era e eram dores de cabeça assim né pessoal que conviveu comigo nessa época meu ex-marido inclusive vivia com dor de cabeça vivia com enxaque com umas dores que chegavam a qualquer momento e aí n dado momento da minha vida acho que tinha ali um ano e pouco que eu tava nesse que eu que eu tinha voltado da
Ásia falei gente deve ter um ano que eu não tenho xaque seca Você se tocou eu me toquei que eu não tava tendo xaque seca que eu tinha parado de ter milhões de infecções de vias aéreas que eu cheguei a ter nove num ano é que que aí tem a ver um pouco com essa imunidade que restabelece no corpo também que esse corpo vai inflamando não Total eu tinha crises alérgicas assim seríssimas de ter que ir para hospital e de repente me vejo há anos sem ter uma crise alérgica né então problema enfim é porque
a gente não pode esquecer que nós estamos falando quando a gente fala de traumatização a gente tá falando de uma sustentação de carga de stress até para contemplar o pessoal das áreas médicas a gente tá falando de um que não é místico que a gente tá falando é no sentido disso estamos falando de uma sustentação de carga de estress estess gera inflamação isso vai suprimir sistema imune vai abrir janelas para uma série de adoecimentos principalmente das doenças inflamatórias e e para e vai te debilitar fisicamente Total problemas gastrointestinais enfim a lista é longa até porque
das 10 principais causas de morte eh no mundo hoje segundo a Organização Mundial da Saúde segundo o controle o centro de controle de doença dos Estados Unidos cinco são relacionados com traumatização com TR então é é isso por isso é uma força invisível né que tá aí molda nossa nossa nosso mundo atual nossa sociedade por isso que a gente precisa olhar para isso então eu eu comecei a ver realmente uma série de sintomas físicos e psíquicos como a dissociação como comecei a sentir o corpo eu brinco às vezes que eu falo gente às vezes eu
queria um cadinho hoje de dissociação porque hoje eu sinto uma dorzinha e já tá percebendo sinto aí falo ai meu Deus tem uma dor aqui que eu acho que ela que eu só sentia no passado se ela tivesse às vezes eu ia ao médico falava Nossa mas você não tá sentindo essa dor porque tá tem um negócio aqui muito machucado não não tô sentindo então Eh sintomas físicos emocionais mentais eu comecei a ver isso tudo se acomodar num lugar diferente e fui vendo Realmente isso desaparecer em vários níveis E aí isso foi gerando repercussões na
forma como eu me relaciono comigo e com a vida porque aí isso era uma um olhar para mim como acho que eu sou bacana acho que eu até sou uma pessoa interessante e Isso muda a forma como você se relaciona eu começo a buscar relacionamentos saudáveis não só sexo afetivos mas relacionamentos de amizades saudáveis as minhas amizades eram amizades que não eram saudáveis uau eh eu aí eu peço para sair do trabalho porque eu entendo que esse trabalho já também não é mais saudável para mim aí eu peço demissão do trabalho volto para Clínica E
aí vou atender pessoas Então eu acho que eh quando o meu o processo que eu desenvolv de tept começa a se reorganizar essa desordem né que que é a doença psíquica é uma desordem sim por isso que eu gostei tanto quando você falou do retorno ao design porque é uma desordem mesmo interna em vários níveis S quando isso começa a se reorganizar aí naturalmente eu sou impada a querer vol pr pra psicologia Clínica uhum a querer voltar a atender gente sim a me conectar com as histórias de pessoas sim e aí eu entro na sua
segunda pergunta de dos caminhos que eu evitei lá atrás mas vou voltar nela agora é pelo menos D aqui é alguma coisinha pra gente PR PR entender a sua visão mesmo dos caminhos eu acho que hoje eu vou fazer uma fala para quem trabalha com isso e uma fala para quem tá no seu processo pessoal uhum e para quem trabalha com com com desenvolvimento humano com saúde mental com trauma Mais especificamente é muito importante entender sobre trauma é muito essencial você ser um profissional informado sobre trauma eu diria que se você é psicólogo terapeuta é
obrigatório é é essencial porque senão o que vai acontecer é que essa pessoa que vai chegar buscando o seu atendimento essa pessoa que como você disse chega inundada na própria dor e se identificada com essa dor achando que ela é é a dor ela vai ser vista pelo profissional através da lente da dor também o profissional vai olhar pra dor dela e é e e o primeiro eu diria que o primeiro princípio de uma abordagem formada sobre trauma é você olhar para essa pessoa para além da dor você olhar pra potência de quem tá sobrevivendo
a dor e é o drama exato porque a pessoa ela é potente ela sobreviveu isso tudo ela tá na sua frente ela é a prova viva da própria potência Se você olhar pra dor você vai começar a hiper medicalizar você vai começar a querer arrancar algo que precisa ser integrado exato você vai querer fazer um desconforto eh virar conforto rapidamente que é outra coisa da nossa sociedade moderna que associou conforto a não sentir exato quando na verdade o nosso papel como terapeutas não é sobre gerar conforto mas gerar ritmo porque a gente vai enfrentar desconfortos
na vida e gerar a capacidade de lidar com desconforto Até porque não dá para ser adulto saudável sem isso é É ritmo é é entrar no desconforto lidar com ele e saber ir pro conforto É ritmo e movimento Total quando a gente tá falando de vida nós nós vamos sentir tristeza nós vamos sentir raiva nós vamos não é anestesiando isso que a gente resolve total e as dores e as angústias humanas é ganhando continente para que eu possa Sentir e Não Me Perder exato e fixar nesses estados de dor que eu possa sentir tudo isso
e que eu possa ter variações dessa sensação Então eu tenho continente para sentir desconforto mas eu sei caminhar em direção ao conforto sim então é sobre ritmo não é sobre tá triste tira tristeza tá com raiva anestesia a raiva tá não é sobre isso então eu acho que isso precisa ser muito divulgado e é muito importante que entre nas formações até a questão do princípio da segurança também né que é um princípio importantíssimo na bondagem traum enforma de que muitas terapias inclusive outras formações que eu fiz no passado não tinham o menor cuidado nesse sentido
é pé na porta e essa atitude de arrancar realmente a dor que você trouxe aqui é quando a gente pensa em por exemplo eh dessensibilização né que em terapias Em algum momento você vai entrar em contato com aquilo que te leva ao sofrimento e aí tem a dessensibilização eh muitas vezes e hoje já existem alguns estudos bessel V derc que é um grande estudioso disso porque estuda muito tept e associado à fobia vias específicas e hoje Existem muitos estudos que questionam se uma dessensibilização de grande exposição sem repertório de segurança sem ancoragem de segurança para
aquela pessoa a faz deixar de sentir o medo ou a faz dissociar e ela não está sentindo mais nada e a gente só vai ver isso no longo prazo porque pro terapeuta vai ser uma pista falsa que a pessoa vai dizer eu parei de sentir medo de altura eu parei de sentir fobia de barato eu parei de sentir fobia social eu parei de me me fic de ficar hiperativa de ficar nervosa quando eu estou quando eu estou em público só que E aí é uma pista falsa porque tanto o paciente quanto a pessoa tanto o
cliente de terapia quanto o terapeuta vão achar que a pessoa está melhorando a própria pessoa vai achar isso E aí no longo prazo que é onde os estudos estão chegando agora a gente entende que essa pessoa não dessensibiliza dissociou ela ela anestesiou o sistema então ela não sente mais o medo mas mas ela também não sente mais nada plenamente ela também não sente mais alegria plenamente ela não sente interesse plenamente e a gente vê uma abertura de outros sinais e sintomas lá na frente sim então acho que pro profissional é essa a fala para quem
tá na busca para quem tá no seu caminho pessoal é entender que não é a terapia que vai ser a resolução eh da sua vida porque a gente tá falando de vida se o trauma ele tá entr na vida ele faz parte da vida não é sobre evitação de trauma que que nós falamos quando a gente fala em trauma em forma care a gente fala sim sobre evit sobre combater violências negligências abusos que são grandes potenciais de trauma mas existe um nível de trauma eh que é um trauma que faz parte da vida que é
o trauma que se você não sofreu negligência violência abuso minimamente você vai chegar à vida adulta tendo passado por perdas frustra adoecimento seu e dos seus desafios né que são inevitáveis desfios vivências de medo culpa e vergonha que podem se parecer muito pequenas Mas podem ter um grande potencial traumatizante Principalmente nos primeiros anos de vida apego Seguro ou inseguro nos primeiros anos de vida então mesmo que você foi dos privilegiados da humanidade do 1% privilegiados da humanidade que teve apego seguro que não viveu traumas com de choque na na primeira infância minimamente os desafios que
a vida nos apresenta você vai enfrentar sim então é sobre vida que a gente tá falando e aí a terapia é uma possibilidade que precisa ser associada a muitas outras coisas não é a única e nem é para todos os casos mas assim se existe uma disfunção se você percebe que existe para mim qual é a régua quando me pergunta Diane quando procurar terapia a régua é do sofrimento psíquico a régua é de eu não consigo mais existir dessa forma tá causando prejuízo para mim e pra vida e aí a terapia vai entrar nesse combo
sim do caminho de retorno pra casa de retorno pra sua conexão que para mim passa por pelas dimensões que o trauma afeta corpo mente espírito então estamos dentro de uma abordagem que é uma abordagem de integração corpo mente eu acho que esse é o grande ganho da visão trauma informed em relação às abordagens ou só corporais ou só cognitivas sim é que entende que isso é um sistema nós somos um sistema integrado que o corpo tá na mente a mente tá no corpo como um sistema integrado E aí eu acho que passa por por olhar
para essas três dimensões passa por você olhar pro seu corpo como um espaço que precisa ancorar Suas Emoções então tudo que que você fizer para que esse corpo fique mais saudável sim vai ser muito importante eu tô falando de coisas muito práticas dormir bem com super negligenciado no tratamento né de deficiências nutricionais outras coisas cuidados básicos a gente deveria ter com a nossa saúde que interferem diretamente na saúde mental e que simplesmente são ignoradas né em muitos contextos né exatamente Então tô falando de dormir bem tô falando de comer bem tô falando de práticas físicas
eh tô falando de tudo que te faça ter um corpo mais saudável porque emoção é um processo do corpo todo todas as as funções psíquicas e psicológicas Na verdade tem um correspondente biológico Com certeza cer e a gente na traumatização estamos falando de um corpo mais inflamado exato então um trabalho de corpo que te que deixa esse corpo mais saudável já vai te ajudar bastante com certeza e hoje a gente nós temos estudos pode entrar com a água pode entrar P com a água que a gente tá acabou nossa á casa aqui gente isso aqui
é maravilhosa Bruna para quem não conhece Bruna tava ali esperando o momento do respiro né bruna até porque estamos falando estamos falando exatamente disso falá gente como é que eu vou G que momento que essa mulher vai Respirar para poder entrar com a água deixa pode entrar com a água eh então Eh um corpo que fique mais saudável já vai te ajudar e agora nós temos uma frente de estudos principalmente em neurociências que vai que estuda movimentos mais específicos que estuda porque por exemplo as asanas da yoga ajudam a tonus vagal e tudo isso que
por movimentos que nos ajudam numa organização de sistema nervoso também de regulação de sistema nervoso s mas eu digo que tá no Zero qualquer movimento já ajuda sabe vai dançar vai fazer uma prática física vai colocar esse corpo também para produzir uma neuroquímica exato que equilibre a neuroquímica da sustentação do estresse que o trauma faz exato até porque uma boa terapia de trauma na minha opinião uma terapia trauma Ed ela vai trazer isso pro paciente ou seja né Como que estão as suas relações Como que tá a sua rede de suporte Como que tá a
sua conexão com o Brazer como tá a sua conexão com o lado bom da vida com os recursos Como que tá a sua saúde até porque também não adianta só achar que falar do trauma falar do evento é a solução na verdade pelo contrário exato E é isso que eu acho que é tão importante a gente tá falando desse conteúdo então concordo super com que você tá trazendo eu acho que tem que ir pras dimensões então a dimensão corpo é uma dimensão importante no sentido desse corpo ficar saudável e tem uma outra dimensão corpo que
é essencial que eu acho que é a base do meu trabalho que eu acho que é muito do teu trabalho eu vejo permeado por isso também que é esse corpo que sente esse corpo que que vivencia emoções exato Então esse lugar de apreensão de leitura mesmo daquilo que se movimenta dentro de nós das nossas intercepções que é o termo que os neurocientistas vão usar pro frio na barriga o Nó na Garganta aquela respiração que se altera quando estamos diante de situações desafiadoras ou de situações que nos provocam emoções confortáveis de serem sentidas mas ganhar esse
espaço de educação emocional educação somática emocional sentida no corpo que nós começ conseguimos legendar o que sentimos para então processar o que sentimos E aí liberar o que sentimos que aí eu acho que é a grande perda que nós temos quando a gente faz um trabalho só cognitivo que é você trabalha no cognitivo com coisas que são vivenciadas Corpore Eu não eu não acredito no meu momento de vida hoje em tratamento de trauma que Exclua o corpo eu não acho que é completo não acho que é 100% eficaz e não acho que vai resolver também
não acredito e eu acho que esse corpo ele precisa ser rehabitar torna difícil existir na própria pele porque nada é seguro nem dentro de mim eu não posso confiar nos meus pensamentos eu não posso confiar nas minhas Sensações E é claro que eu vou achar que tudo é inseguro Porque se o inferno é aqui dentro também tudo é o inferno se nós pegarmos o que os especialistas vão vão eh diagnosticar como ansiedade social como transtorno de ansiedade Como a crise de pânico e esses diagnósticos todos existem volto a dizer eu trabalho com eles mas o
que o que nós vamos ver é uma curva de ascendência de um desconforto que é uma hiperativação do sistema nervoso simpático que chega um momento na vida dessa pessoa que o que causou o que começou o desconforto já não mais é foco o foco é evitar o desconforto Então essa pessoa começa a organizar a vida dela para evitar a crise exato e quando a crise começa isso aciona um sistema de alerta de medo de uma crise que está começando então eu tenho aí um desviar de foco do que tá gerando o estess para dentro de
mim para evitação do estess Então já não é mais seguro me habitar exato porque eu começo a ter uma alteração de respiração que eu falo meu Deus uma E aí o sistema de alerta dispara E aí começa tudo um ciclo vicioso e os e o trauma faz isso porque a dor tá aqui dentro a marca tá aqui dentro então começa a ser difícil a gente habitar o próprio corpo é desafiador para quem tá no processo de de dissociação sentir Então essa dimensão corpo eu acho que é um caminho que precisa ser trabalhado quando a gente
fala em trauma E aí a dimensão emocional e mental que você já muito bem citou tenho pouquíssimo acrescentar que são aí eu vou pro mundo eu eu me habito eu tenho segurança para existir na minha própria pele aí eu consigo me relacionar com o mundo aí como estão as minhas relações eh familiares as minhas relações amorosas a minha relação com o meu trabalho pessoas vão sustentar níveis de stress no trabalho em ambientes absolutamente desorganizam assediadores sem perceber que podem ter outras oportunidades por estados de dissociação é e a dissociação ela é para mim tão problemática
o próprio gabor Mat fala o pior efeito do trauma é a dissociação porque vai gerar essa dissociação com quem eu sou com os meus limites que eu vou ter que chamar ela de novo pra gente fazer um podcast só sobre isso porque Dona Ediane é expert também em limites e concordo super e na ver eu assim eu não consegui fazer acho que o décimo das perguntas que eu queria gente eu quero não e assim eu tem que parar de falar eu comecei a eu até te interrompi te peço desculpas Porque tem uma pergunta que eu
preciso fazer para você mas vamos lá primeiro é isso então sobre o que o que fazer isso eu acho que tem que contemplar todas as dimensões tem que comparar corpo dimensão relacional a gente precisa e nós no trauma em former care temos batalhado muito isso para uma sociedade é informada sobre trauma porque a gente não tá entendendo o trauma aqui como uma questão do indivíduo acho que isso é muito importante e tem a ver com a pergunta que eu vou fazer logo na sequência é uma questão que envolve coletividade e social Total Então eu acho
que a busca eh precisa passar por esses lugares não é uma busca de fazer uma terapia uma vez por semana é uma busca de um corpo de uma mente de relações que vão ser curativas porque se se a dor tá na relação a cura que aqui estamos chamando tambm na relação tamb relação é claro terapia faz parte mas terapia também é um privilégio em muitos sentidos e eu eu vejo o trauma como um problema estrutural da sociedade estruturante de quase todos os problemas que existem e ele é um problema de ordem de saúde pública ele
é um problema que envolve a gente mudar a política pública ele é um problema porque sim assim na nossa trajetória a gente já entendeu quais são alguns dos caminhos mas tem muitas pessoas que não tem a possibilidade de seguir esses caminhos então estão presas naquilo ali né E aí isso me traz uma pergunta que eu queria fazer para você me chamou atenção que eh recentemente no seu Instagram alguém perguntou assim para você Por que que você não fala mais sobre racismo E aí você deu uma resposta que eu achei de uma elegância de um lugar
de cura de uma Nossa eu eu amei a sua resposta que você respondeu com uma música na verdade do Emicida amarelo e não vou ler a música inteira aqui mas quero busquem minha gente essa música maravilhosa mas você fala Tem uma parte que me chama atenção é permita que eu fale não as minhas cicatrizes elas são coadjuvantes não melhor figurantes que nem deviam estar aqui você sente que por você ser psicólogo especialista em trauma e uma mulher negra existe uma cobrança de você talvez tá falando de racismo de você talvez tá falando de trauma racial
mais do que porque obviamente mais do que alguém cobraria um psicólogo por exemplo Branco né então como é isso para você sim eu acho que existe muito essa cobrança e quando eu essa música do Emicida para mim ela é inspiradora em muitos aspectos e eu acho que ela é uma música totala Meu irmão tu mandou bem no nível me me me dê essa Licença aqui porque é é uma música que traduz um sentimento eh que é um sentimento de restrição Ao Único espaço que pessoas negras que ocupam posições de destaque na nossa sociedade vão encarar
então o que que eu tô querendo dizer com isso quando o Emicida diz deixe que eu fale e não as minhas cicatrizes elas são coadjuvantes não melhor elas são figurantes ele tá colocando a dor exatamente no espaço que nós colocamos antes falando aqui nesse podcast quando a gente diz eu preciso olhar pra pessoa por trás da dor e não só pra dor dela então Eh o meu sonho a have a dream agora tô marqu I have a dream o meu sonho é que a gente possa Eu amo ver pessoas negras pessoas pretas só existindo Sabe
filmes que de pessoas negras só existindo exato que a gente que que a gente consiga acessar o que existe de mais humano em nós que é amar que é produzir arte que é trabalhar queer qu é fazer ciência queer falar sobre diferentes temas então quando eu vou me posicionar na internet eu faço uma escolha intencional uhum de me posicionar falando sobre relações sobre eh psicologia sobre neurociências de uma forma geral e depois entro no trauma e começo a falar sobre trauma sim não com esse recorte Inicial por quê Porque eu sabia que naquele momento se
eu me posicionasse na internet Falando somente sobre racismo eu sofreria uma segunda escravidão que era estar delegada a ser a psicóloga que s é chamada para falar sobre racismo e eu acho isso de uma perversidade de um sistema opressivo porque a gente tá aqui vivendo existindo e podendo falar sobre tudo então eu faço essa escolha e essa escolha é tão estratégica que num primeiro momento eu quero trazer as pessoas negras as pessoas pretas para esse contato então eu faço uma escolha de fazer uma fala para todos e e eu tenho uma imagem que vai chegar
então se vocês pegarem lá os meus primeiros vídeos na Internet vocês vão ver que eu gravo muito de turbante sim então eu boto símbolos que eu seja rapidamente reconhecida pela minha comunidade sim sim mas uma fala que ela seja abrangente para que eu ocupe um espaço que seja abrangente também que não me restrinja uma coisa só Já não basta o trauma restringir a gente né então então o Emicida mais à frente nessa música ele fala isso ele fala me restringir a minha dor é fazer eh o meu al gós sorrir uau e me deixar e
me deixar continuar sangrando alguma coisa parecida com isso não é Exatamente esse o verso mas algo parecido com isso né onde ele fala me restringir a minha dor é uma violência é ele fala que é que tanta coisa rouba a nossa voz o que que resta de nós é uma música é uma uma poesia né é essa música e msida é muito hábil em traduzir esses sentimentos de uma população que ela não quer só falar sobre dor a gente ainda Precisa falar sobre dor a gente não quer falar sobre racismo ninguém quer falar sobre racismo
não é papel só da pessoa negra falar pelo falar de racismo muito pelo contrário né Eu acho que houve uma confusão num momento aí você me corrigir Se eu estiver errada desse desse desse dessa questão do lugar de fala É como se a pessoa branca então ah não é lugar de fala então não vou falar do racismo não eu como pessoa branca participo do racismo estrutural todos os dias é meu papel também desconstruir isso né Ainda mais quando a gente entende o trauma dessa forma coletiva ex é exatamente a questão é você tem que convidar
quem vive para expressar o que sente então quando a gente fala de lugar de fala a gente tá falando de expressão de sensação que eu não vou conseguir sentir o que você sente Natasha quando você falou da sua história e eu fiquei aqui encantada com o olhar de Querendo entender a história dessa mulher linda que tá na minha frente sabe então Eh mas mas o racismo ele tem muitas facetas e facetas muito ardilosas então quando eu digo a gente não quer falar sobre racismo nenhuma pessoa negra em pessoa preta quer falar sobre racismo a gente
fala porque a gente precisa a gente precisa falar sobre isso então quando eu me posiciono e eu consigo ser entendida como uma psicóloga que fala sobre psicologia sobre saúde mental sobre emoções sobre comportamento sobre neurociência aí eu posso falar sobre racismo num lugar onde eu tenho um estabelecimento que agora que eu consigo ser escutada eu posso falar sobre trauma racial que é um tema caríssimo para mim e que eu falo com prazer e com cuidado porque é um tema caro mim porque hoje eu fiz um recorte da minha clínica eu atendo ainda só que em
função das outras atividades eu precisei reduzir vagas na minha semana sim o recorte da minha clínica primeiro recorte da minha clínica foi o recorte racial Então hoje a grande parte dos meus atendimentos eu diria que 80% da minha clínica é uma clínica feita onde eu atendo mulheres negras quando eu comecei lá atrás era invertido da minha clínica era de brancos foi essa estratégia que trouxe essas pessoas pra minha clínica e eu já ouvi coisas do tipo Ediane eu vi o seu vídeo na internet tal Onde você tava falando de cor dependência emocional descobri que eu
sou tenho cor dependência emocional e que eu tô num relacionamento de codependência emocional e isso uma mulher negra me falando então as pessoas começaram a chegar não pela dor do stress racial mas por outras Dores em algum momento o stress racial vai perpassar essa terapia e se você não é um terapeuta eh é preparado para isso direcione essa pessoa para que ela não sofra uma retra umaação pelo stress racial na sua terapia mas eu ouvi coisas que as pessoas começaram a chegar pelos diferentes temas que eu abordava não eram pelo racismo então eu trazia essas
pessoas porque elas estavam se vendo como humanas uau nesse lugar e aí eu ouvi uma vez de uma cliente de terapia que mora inclusive fora saiu para fazer mestrado nos Estados Unidos e tudo ela falou Diane eh quando eu vi o teu conteúdo na internet eu comecei a olhar paraa terapia de uma forma diferente eu nunca tinha feito terapia na minha vida porque para mim terapia era uma coisa de gente branca e fresca Então você cria eu não preciso necessariamente a cada dia estar falando sobre racismo porque a minha presença numa rede social da forma
como eu me posiciono ela já é resistência Com certeza ainda mais quando você se posiciona dessa forma livre para viver todas as suas facetas E aí quando eu acho que eu tenho que falar eu falo e eu me posiciono assertivamente com isso sim eu vejo você fazendo isso várias vezes nos seus Stories Inclusive eu falo e eu me posiciono sobre isso eu estudo trauma racial eu tenho uma clínica especializada em trauma racial eh eu me direciono para isso vai ser um capítulo do meu livro eu tenho eu tenho um trabalho onde eu discuto os efeitos
do racismo eh para na na psicologia do indivíduo sim então então Eh para mim é uma possibilidade de exercer sim cura de exercer a minha multiplicidade de exercer ser antes de ser uma psicóloga negra de ser uma pessoa ai que lindo que pode viver todas as suas multiplicidades E aí eu tenho um pouco de medo dessa fala porque ela pode cair no Record da história do sejamos todos da Consciência Humana da Consciência Humana que até o pobre do coitado vai ter que pagar por essa fal resto da já se desculpou 500 vezes e vai ter
que se pagar por essa fala mas é bom mas mas é bom você fazer esse adendo aqui porque S Morgan frean vai ter que se vai ter que se desculpar pro resto da vida por essa fala e não vai conseguir Porque vão reproduzir essa fala dele o tempo todo e não é disso que eu tô falando não é de Precisamos ser todos iguais porque eu não vou ver uma sociedade não racista eu não vou ver porque essa dor machuca pessoas todos os dias é o que a gente estava falando antes né É E essa dor
ela existe e precisa ser olhada por isso eu estudo trauma racial por isso eu faço um recorte de raça quando eu resolvo reduzir a vagas e quem que eu vou atender aqui e e por isso que muitas vezes na terapia a as dores vividas vão precisar chegar num recorte racial Sim muitas vezes as minhas dores vividas tem um recorte racial E de gênero que nós temos por exemplo então eh e não é sobre todos somos iguais é que é esse preconceito preconceito de raça o preconceito de gênero ou qualquer que sejam esses essas preconceitos que
fazem com que grupos específicos vivenciem discriminação estereótipo ou violência Uhum em diferentes níveis uhum eles vão gerar uma restrição dessas pessoas e a restrição é o que eu não me permito mais ter CL ição é o que olhar pras minhas dores e pros meus traumas me informou que eu não preciso Então para mim transbordar essa essa Barreira do racismo é hoje um processo que ele é natural e que eu acho que ele veio sim de olhar para os meus traumas ele veio de trabalhar nas minhas respostas traumáticas ele não veio só de uma consciência de
um letramento racial que acabou vindo depois na verdade uhum eu digo que eu fui ter eu fui ter letramento racial bem depois que eu já tava processando dos meus traumas uhum sabe porque antes eu tava negando até essa dor é e é muito potente ouvir você falar dessa forma o que não significa que que que a questão está sendo negada que isso não é importante para você que você não se posiciona mas sim que você tá ampliando o seu olhar isso acho muito potente e eu também acho e quero ver se você concorda comigo que
bom trauma já é um tema negligenciado de qualquer forma a gente falou que está bombando os Estados Unidos mas eu pessoalmente acho que no Brasil isso aqui tá engatinhando mas trauma racial Então parece que é um não sei um tema que ninguém tá assim Óbvio você tá falando algumas pessoas estão falando tô falando dentro de um contexto geral e que precisa ser muito mais falado porque se eu tô se a gente tá falando de um trauma crônico histórico transgeracional se eu for atender uma pessoa negra é 99.999% de chance que existe uma traumatização nesse sentido
não sei se se estou equivocada ou se você é concorda Você acha que a gente tá falando disso 100% aí eu já sou um pouco mais enfática eu digo que se eu tô T diante de uma pessoa negra com um ouvido eu aprendi isso com um querido Lucas Veiga que que é da Psicologia preta ele não é do TR mas da Psicologia preta com um ouvido eu vou ouvir a história individual dessa pessoa e com outro ouvido eu preciso ouvir a história coletiva exato porque eu vou est diante de questões que TM a ver com
isso não não não existe a experiência de de não não ter experimentado exato racismo para uma pessoa negra no Brasil existe a não consciência dessas experiências isso existe então algumas pessoas vão dizer não nunca sofri racismo não existe a consciência e aí isso a gente vai ver no Record também social muito específico uhum né eu fui entender algumas microviolências que eu sofria e entendendo Caraca aquilo era racismo um pouco à frente na minha vida eu diria que Depois dos 30 e poucos anos Só pelo fato de eu ter nascido num recorde soral muito específica é
uma família de classe média Uhum Então eu falei das minhas dores da minha família das disfuncionalidad do contexto que eu nasci mas eu nasci com um grande privilégio que é o fato de ter nascido Numa família de classe média que me permitiu estudar que me permitiu boas escolas apesar de todo aquele ambiente de imprevisibilidade e conflito isso para mim foi protetivo para trauma por isso que a gente eu vou concordar com bessel que a questão socioeconômica é um caldeirão onde o trauma se alimenta Com certeza e aí só o fato de ter nascido Numa família
de classe média que é um grande privilégio no nosso país me colocou numa experiência de vida que é crescer num mundo de brancos Hum e que eu só fui compreender as microviolências muito lá na frente que eu fui entender que isso era racismo porque não era uma questão conversada na minha casa e que tem disfarces quanto mais você tá numa questão socioeconômica melhor Vai ter disfarces muito específicos Então eu acho que quando eu lanço a música do emdo eu tô querendo dizer eu falo sobre racismo sempre que eu considerar importante falar sobre racismo eu vou
falar eu estudo trauma racial porém eu posso quero e vou falar sobre tudo que envolve humano da sua arte as suas dores Ai que lindo é é eu me emociono assim eh eu como pessoa branca também né Vivi o meu próprio processo de me descobrir uma pessoa racista de me de me de descobrir as violências que eu tinha cometido sem eh consciência então quando eu vejo você falando isso para mim eu me emociono porque eu é é o que eu quero para todas as pessoas né que a gente consiga achar essa potência alend daad e
você você transborda isso então acho que é uma esperança para todo mundo que tá assistindo a gente aqui desculpa gente se eu me emocionei Mas é porque esse trabalho que a gente faz aqui né no Truma cash no ibt no instituto em tudo que a gente tá criando aqui dar uma correg lada rápid eh eu realmente acredito que falar disso falar dos temas difíceis também também enfrentar os temas difíceis as dores é olhar pro trauma é o caminho pra gente recuperar esse mundo sabe e voltar para esse design natural que é o amor que é
a conexão que é a felicidade que é a capacidade de viver essa vida na sua Plenitude eu não tenho nem palavras para dizer o quanto foi tocante especial para mim ter você aqui já faço um segundo convite porque minhas perguntas eu falei gente falar para vocês eu fiz nemum terço da as minhas perguntas para você gente eu preciso melhorar no eu preciso ser uma melhor entrevistada de Podcast principalmente porque eu engato uma primeira às vezes também né e vou falando e não dou espaço pro entrevistador não mas foi maravilhoso porque você também é tanto conhecimento
também acho que sabedoria experiência de vida que você vai costurando de um jeito que aí quando a gente vê você já trouxe todo eu falei uau realmente não ia perguntar disso mas maravilhoso que ela trouxe esse ponto então assim queria te agradecer demais só estou encerrando Porque precisamos encerrar por causa do estúdio porque por mim gente eu ia ficar conversando com aqui mais umas 3 horas assim de coração e quero te agradecer e se fosse para trazer você trazer uma mensagem final pras pessoas com que já viveram traumas que talvez estão ouvindo a gente você
diria o qu para elas se fosse pra gente finalizar aqui sim e aí Se tiver tudo bem Vou pedir para você olhar para essa câmera aqui tá Então minha gente eh a gente falou bastante de trauma e de dor aqui e eu acho que tem um caminho que a mim é muito interessante que é terminar com esperança então da mesma forma que em algum momento falamos sempre vai ter um lugar dentro de você que não foi tocado pela dor o que que te ajudou a chegar até aqui se conecta com o que te ajudou a
chegar até aqui e com as milhões de possibilidades que ainda existem a serem descobertas então Eh o que eu desejo para quem tá nessa caminhada é que você encontre o lugar que você pode brilhar além das suas feridas Que lindo e e muito obrigada por ter feito essa escolha por você mesma e tá aqui brilhando né e presenteando a gente com essa luz mesmo eu eu falei isso no início e reitero que existe uma luz nas pessoas que viveram porque o trauma é isso né a gente acha que às vezes o trauma é a prisão
e sim existem coisas que não deveriam existir vamos fazer todo o nosso possível para que elas sejam extintas no menor tempo possível mas a jornada que a gente passa para para Se Curar para integrar essas partes cindidas de nós quando a pessoa chega lá ela tem um brilho que eu eu eu consigo assim eu não sei se é porque eu sou terapeuta eu consigo sentir isso você tem isso e eu acho que é isso que traz essa Esperança pras pessoas e tô extremamente grata muito obrigada por estar aqui que seja só o primeiro de vários
aí convites nesse sentio aqui pode me convidar que eu venho correndo me sentir em casa ai que aleg e eu faço minhas as suas palavras assim eu acho que eu fiquei ali paradinha no pouco que você trouxe da sua história porque por isso sabe por essa energia que é estamos sim falando de temas sensíveis de dor mas não é sobre a dor o nosso trabalho não o nosso trabalho é sobre a potência exato por trás da dor é sobre a vida é sobre engajar nessa vida e é sobre humanos infringirem menos dor a outros humanos
e é e é sobre essa possibilidade de Com todas essas adversidades eu acho que algumas pessoas que nos ouvem sabe Natasha podem ter a impressão de não é muito utópico isso ideal que essas mulheres estão falando a gente tem muita consciência minha gente de todas as adversidades que nós vivemos e eu acho que o que nós estamos aqui eu e você como duas pessoas que passaram por talmas complexos é dizendo é possível engajar plenamente na vida se conectar consigo com a vida mesmo diante de todas essas adversidades então eu agradeço demais o convite venho sempre
quear tô louca para ess para esses podcasts irem pro ar eu vou virar assim a mais repostadas ai maravilhos todos porque esse essa iniciativa que você teve é incrível eu acho que tem que bombar muito esse podcast obrigada a gente né estão aqui a doideira de fazer o primeiro que eu saiba por enquanto único pode que de trauma no Brasil mas que seja só uma das milhares de iniciativas que eu quero ver aí eu falo muito pr pra galera que trabalha comigo eu tenho a sorte de trabalhar com pessoas incríveis de traumed também eh que
eu eu realmente o meu objetivo com isso aqui é que esse conteúdo chegue nas escolas nos hospitais nas empresas eh que a gente possa falar de trauma racial que a gente possa falar de trauma transgeracional que a gente possa Eu realmente sou o tópica eu realmente acho como a gente pode não sei tentar mudar essa sociedade de alguma forma e para mim sem esse tema que é mas eu acho vai a lugar nenhum né é eu acho que é isso que a gente tá fazendo e dando Nossa contribuição exato gente Então olha só você vou
colocar aqui todos os contatos de Ediane você trate se você não seguir ainda você trate de seguir Ediane de acompanhar todos os conteúdos dela e os cursos e as formações e tudo que ela faz ela tá sempre por aí fazendo entrevistas palestras Então não perca e Óbvio você ainda não fez isso aproveita para curtir aqui esse episódio envia para todo mundo que você acha que pode se beneficiar já se inscreve aqui no nosso canal e eu vejo vocês no nosso próximo episódio do traum cast um beijo