Quem foi a escritora Carolina Maria de Jesus?

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Ativa Biografia
Catadora de papéis e recicláveis, poetiza, lavradora, empregada doméstica, compositora e considerada...
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às 8:30 da noite eu já estava na favela respirando o odor dos excrementos que mexe com o barro podre quando estou na cidade tem impressão que estou na sala de visita com seus luzes de cristais seus tapetes de veludo almofada de cetim e quando estou na favela tem pensão que são objetos fora de uso de estar num quarto de despejo catadora de papéis e recicláveis poetisa lavadora empregada doméstica compositora e considerada uma das primeiras imagens destacadas escritoras negras de literatura do país moradora da favela de Canindé com apenas dois anos de estudo formal foi autora
do livro best-seller autobiográfico quarto de despejo Diário de Uma favelada [Música] hoje no Canal ativa biografia falaremos de Carolina Maria de Jesus [Música] Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento numa comunidade rural no interior de Minas Gerais no dia 14 de Março de 1914 neta de escravos e filha de uma lavadeira analfabeta Carolina cresceu em uma família com mais de sete irmãos filha legítima de um homem casado e foi maltratada durante toda a sua infância Aos sete anos sua mãe a obrigou a frequentar o colégio Allan Kardec depois que a esposa de um rico fazendeiro
a senhora Maria Leite Monteiro de Barros uma das freguesas de Sua mãe decidiu pagar seus estudos mas ela interrompeu o curso no segundo ano ele já conseguido aprender a ler e escrever e desenvolvido o gosto pela leitura como sua mãe tinha filhos ilegíveis a família foi excomulgada da igreja católica com educação formal de apenas dois anos de 1923 a 1929 a família de lavradores migrou para Lajedo Minas Gerais Franca São Paulo Conquista Minas Gerais até voltar definitivamente para Sacramento em 1937 sua mãe morreu e ela se viu impelida a migrar para Metrópole de São Paulo
Carolina construiu sua própria casa usando madeira lata papelão e qualquer material que pudesse encontrar saía todas as noites para coletar papel a fim de conseguir dinheiro para sustentar a família em 1941 sonhando em ser escritora vai até redação do Jornal Folha da Manhã com poema que escreveu em louvor a Getúlio Vargas no dia 24 de fevereiro o seu poema e a sua foto são publicadas no jornal o defensor [Música] Carolina continuou levando regularmente os seus poemas para redação do jornal por esse motivo acabou sendo apelidada de a poetisa negra e era cada vez mais admirada
pelos leitores em 1947 aos 33 anos desempregada e grávida Carolina instalou-se na extinta favela do Canindé na zona norte de São Paulo onde viveu grande parte de sua vida no momento em que surgiram nas cidades as primeiras favelas cujo contingente de moradores estava em torno de 50 mil ao chegar à cidade conseguiu o emprego na casa do notório cardiologista Euclides de Jesus herbini médico precursor da cirurgia de coração no Brasil o que permitia a Carolina ler livros de sua biblioteca nos dias de folga em 1949 deu à luz seu primeiro filho João José de Jesus
o que fez com que perdesse seu emprego voltando a ser catadora teve ainda dois filhos José Carlos de Jesus nascido em 1950 e Vera Eunice de Jesus nascido em 1953 Caroline de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes escritoras do país em meio a toda essa difícil realidade havia os livros Carolina Maria de Jesus era apaixonada pela leitura a escrita literária portanto foi uma consequência ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora registrava o cotidiano da comunidade onde morava nos cadernos que encontravam no material que recolhia
que somavam mais de 20 um destes cadernos um diário que havia começado em 1955 deu origem a seu livro mais famoso quarto de despejo Diário de Uma favelada publicado em 1960 morando em uma favela trabalha como catadora de papel lei tudo que Recolhe e guarda as revistas que encontra Estava sempre escrevendo o seu dia a dia [Música] em 1958 o repórter do Jornal Folha da Noite ao Dario Dantas foi designado para fazer uma reportagem sobre a favela do Canindé E por acaso uma das casas que visitava foi a de Carolina Maria de Jesus Carolina lhe
mostrou o seu diário surpreendendo repórter audalho ficou Maravilhado com a história daquela mulher no dia 19 de maio de 1958 audalho publicou parte do texto que recebeu vários elogios em 1959 A revista O Cruzeiro também publica alguns trechos do diário somente em 1960 foi finalmente publicado o livro autobiográfico quarto de despejo Diário de Uma favelada com edição e ao darlho Dantas uma tiragem de 10 mil exemplares só durante a noite de autógrafo foram vendidos o livro fez uma enorme sucesso e chegou a ser traduzido para 14 línguas tornou-se escritora e ficou nacionalmente conhecida nos anos
60 ainda neste ano autora recebeu homenagens da academia Paulista de letras e da Academia de Letras da Faculdade de Direito de São Paulo desde sua publicação a obra vendeu mais de um milhão de exemplares e foi traduzida para 14 línguas tornando-se um dos livros brasileiros mais conhecidos no exterior depois da publicação Carolina teve que lidar com a raiva e a inveja do seu vizinho que é acusaram de ter colocado suas vidas no livro sem autorização em 1961 com sucesso da publicação do livro Carolina Maria de Jesus grava suas composições em Bispo lançado pela gravadora RCA
Victor o álbum foi intitulado quarto de despejo Carolina Maria de Jesus cantando suas composições e contém 12 músicas todas escritas e cantadas por Carolina também neste ano ela recebeu um título honorífico de ordem do Cavalheiro Toninho da Argentina recebe ainda a homenagem da academia Paulista de letras e da Academia de Letras da Faculdade de Direito de São Paulo em 1962 quarto de despejo foi publicado nos Estados Unidos Pela Editora ep duto com título Child of the Dark criança da noite no ano seguinte como parte da coleção mentor a tradução ganhou uma edição de bolso publicada
primeiro pela New American Library somente das vendas desta edição que totalizaram mais de 300 mil cópias nos Estados Unidos Carolina e sua família deveria ter recebido pelo contrato original mais de 150 mil dólares Contudo não foi encontrado indício algum de que ela tenha recebido se quer uma pequena parte disto depois do Sucesso do seu livro Carolina Maria de Jesus mudou-se da favela do Canindé compra uma casa no alto de Santana bairro de classe média na zona norte de São Paulo e continuou a escrever porém suas próximas obras não obtiveram o mesmo êxito da primeira Carolina
não se beneficiou do Sucesso e não demorou muito para voltar a condição de catadora de papel em 1963 publicou por conta própria o romance pedaços de fome e o livro provérbios posteriormente em 1969 Carolina acumulou dinheiro suficiente para se mudar de Santana para Parelheiros uma região árida da zona sul de São Paulo no pé de uma Colina próxima de casas ricas local de algumas das habitações mais pobres do subúrbio da cidade com impostos e preços menores era lá que Carolina esperava encontrar Solitude Parelheiros se caracterizava por fortes contrastes entre ricos e pobres grandes casarões ao
lado de barracos que via de regra surgiu em Vales onde o ar era poluído pelas indústrias da região do Grande ABC embora pobre Parelheiros eram mais próximo Carolina poderia chegar do interior de sua infância sem deixar São Paulo e suas escolas públicas para as quais seus filhos iam de ônibus os três moravam com ela João José com 21 anos trabalhava numa fábrica de textos José Carlos com 19 anos o salvo o primeiro ano do ensino médio e vendi objetos na rua Vera com 16 anos também estava na escola a casa de Carolina foram construída no
terreno Modesto perto de uma estrada de terra visitantes andavam em tábuas de madeira sobre lama para chegar a casa cor de abóbora com janelas e Castilhos verdes agora passando boa parte de seu tempo sozinha a autora lia o jornal implantava milho e hortaliças apesar de reclamar que seus esforços de jardinagem tanto quanto lhe custasse logo depois de se mudar para Parelheiros Carolina parou de receber pagamentos de direitos autorais tinha tão pouco dinheiro que assim fizeram na favela do Canindé ela e seus filhos passavam certo Dias catando papéis e garrafas para vender e tempos em tempos
entregava uma vendedora local usava cartas bananas e mandiocas que produzia para serem vendidos no mercado local segundo reportagem da época Carolina nunca quis se casar para não ter que ser submissa aos homens Manteve diversos relacionamentos afetivos ao longo da vida seus três filhos foram frutos e relacionamentos diferentes as crianças desde cedo a pegar os seus livros por influência da mãe e todos frequentaram escolas públicas Carolina registrou e criou seus filhos sozinha para sustentá-los além de escrever e vender livros fazia coleta de materiais recicláveis faxinas lavava roupas para fora e dava aulas em casa e alfabetização
em 1969 mudou-se com os filhos para um sítio no bairro de Parelheiros em São Paulo época em que foi praticamente esquecida pelo mercado editorial Carolina Maria de Jesus morreu aos 62 anos em seu quarto em Parelheiros na zona sul de São Paulo dia 13 de Fevereiro de 1977 foi vítima de uma crise insuficiência respiratória devido à asma doença que carregava desde seu nascimento e apesar de realizar tratamento havia se agravado hoje é considerada uma das mais importantes e escritoras negras da literatura brasileira sua obra tem relevância não só literária mas também política em 1975 a
televisão [Música] gravou um documentário protagonizado pela própria Carolina o filme favela a vida na pobreza continuava inédito No Brasil quando foi exibido pela primeira vez na ocasião do centenário de nascimento da escritora em 14 de Março de 2014 no Instituto Moreira Salles a pesquisadora Rafaela Fernandes organizou o material inédito deixado por Carolina de Jesus em 58 cadernos que somam 5.000 páginas de textos são sete romances 60 textos curtos e sem poemas além de quatro peças de teatro e de 12 letras para marchas de carnaval o seu livro quarto de despejo traz As Memórias de Uma
mulher negra e favelada como diz o título que vi a escrita como forma de sair da invisibilidade social em que se encontrava com seus diários suas memórias registradas por meio da escrita Carolina Maria de Jesus deu sentido a sua própria história e hoje é figura essencial na literatura brasileira esta foi a biografia de Carolina Maria de Jesus se gostou deixe seu like comente Ative o Sininho de notificações ções E compartilhe obrigado [Música]
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