Se você espera que o período do Romantismo na história da arte seja uma época com casais apaixonados e histórias de amor, este vídeo pode te decepcionar. Olá, tudo bem com você? Eu sou Angélica Ribeiro, artista visual e hoje eu vou te contar o que foi o Romantismo na história da arte.
Mas antes, já se inscreva nesse canal se não é inscrito e ative o sininho das notificações para ser informado quando tiver vídeo novo aqui no canal. Revolução industrial, revolução francesa, muitas mudanças sociais, novas formas de trabalho e uma reação artística ao estilo neoclássico. Isso tudo envolve o final do século XVIII e o início do século XIX e define o contexto do Romantismo nas artes visuais.
No romantismo as obras de arte começaram a representar de maneira mais marcante a personalidade dos artistas. Por vezes elas traziam temas bastante expressivos, emocionantes e pitorescos, mais do que eram na arte neoclássica. Essa expressividade artística era chamada de romântica.
E esse termo era associado com a liberdade de expressão que os artistas estavam tomando para si. Pois é, o romantismo na história da arte não era relacionado com amor e paixão intensa como nós pensamos hoje em dia. Romantismo tinha uma relação com liberdade de expressão e idealização dos temas.
As obras de arte românticas valorizam a criatividade e a imaginação individual. Por isso mesmo, a primeira característica da arte romântica é que ela evoca temas sobre fantasia, sonhos e emoções. Percebemos isso na pintura O Pesadelo que retrata uma mulher profundamente adormecida tendo um pesadelo, inclusive com uma espécie de demônio sobre ela.
A segunda característica do romantismo é que suas obras exaltam a natureza, inclusive com certa idealização mesmo com as mudanças do mundo. Por exemplo, a pintura Vapor numa tempestade de neve do artista William Turner revela a potência da natureza através do mar e da tempestade, ao mesmo tempo que centraliza um navio a vapor que simboliza a revolução industrial. A terceira característica é que obras românticas manifestam ideais nacionalistas visando a liberdade do povo e a liberdade individual.
Uma obra de arte que demonstra essas características é certamente a famosa Liberdade guiando o povo do grandioso artista Eugène Delacroix. Trata-se de uma pintura que equilibra um retrato histórico com um tema alegórico. É histórico porque se trata do levante de julho de 1830 que causou uma substituição de reis.
É alegórico porque escolhe um conceito e o representa com corpo, rosto e posicionamento. Nesse caso, o conceito de liberdade é uma mulher com a bandeira da revolução francesa e sem pudor de guiar o povo em seus objetivos. Outra característica do romantismo na arte é a subjetividade e o individualismo.
Ou seja, obras de arte centradas em sentimentos individuais ao mesmo tempo que idealizam ou exageram alguns temas e características. Isso é encontrado em obras como A balsa de Medusa produzida pelo artista Theodore Gèricault e o O viandante sobre um mar de nuvens de Caspar David Friedrich. A primeira revela a fragilidade humana e a turbulência emocional numa situação extrema de um naufrágio, envolvendo canibalismo, morte e loucura.
A segunda simboliza a existência solitária de uma pessoa como uma forma de heroísmo. Isso se expressa pela figura de alguém caminhando sozinho acima das nuvens, que decide apreciar a vista ao invés de se atirar do alto. Todas as obras de arte já apresentadas aqui e seus artistas, principalmente Delacroix, são referências importantes para o Romantismo na história da arte.
Mas se pudermos definir um artista para encabeçar o movimento e representar o desenvolvimento do período romântico nas artes visuais, certamente ele será Francisco de Goya. Goya foi um pintor espanhol que nasceu em 1746 e faleceu em 1828. Em sua carreira trabalhou como artista da corte espanhola, mas também produziu arte com expressividade individual, carregando intensamente as características da arte romântica com muita dramaticidade.
É o que percebemos em duas de suas mais famosas obras de arte. A pintura intitulada Três de maio de 1808 mostra um pelotão de fuzilamento francês em Madri na Espanha prestes a matar um homem apavorado. O homem é destacado com cores claras e com os braços esticados de modo que lembram uma crucificação.
É uma obra que revela nacionalismo, emoção à flor da pele e drama. E a pintura Saturno devorando um filho que demonstra a figura mitológica romana Saturno, que é o mesmo Cronos da mitologia grega, consumindo um de seus filhos de forma grotesca. É uma arte imaginativa, expressiva e que revela um individualismo sem compaixão causando agonia.
Resumidamente, o Romantismo ocorreu no final do século XVIII e no início do século XIX. Teve grandes artistas como Delacroix e o grandioso Goya. Suas características envolvem: temas fantasiosos, emocionais e expressivos; exaltação da natureza; ideias de nacionalismo e de liberdade; e, a subjetividade e o individualismo.
Isso tudo pode conter grandes doses de imaginação e idealização. Ah! Uma curiosidade: existiram expressões artísticas do romantismo aqui no Brasil, especialmente pelas características de exaltação da natureza e nacionalismo.
Assim, houveram obras que valorizavam a flora daqui e os povos nativos, especialmente mulheres nativas bastante idealizadas. Este é o caso da pintura Iracema do artista José Maria de Medeiros. Gostou deste conteúdo?
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