Essa é a Ana, e esse é o João. Eles vão nascer no mesmo dia, do mesmo ano e na mesma família. Eles serão gêmeos e vão fazer tudo juntos.
Mas quando eles crescerem, isso vai mudar. . .
A Ana vai andar sempre de rosa porque ela é menina. E o quarto do João vai ser todo azul, que é cor de menino. A Ana vai ganhar bonecas e uma fantasia de princesa, porque ela é menina.
E o João vai ter um monte de carrinhos porque ele é menino. Ela vai fazer aulas de balé E ele vai jogar futebol. Ela vai cuidar da casa e servir o irmãozinho no almoço.
Ele não vai ter essa obrigação, porque isso é coisa de menina. O importante é que ele seja bem sucedido. Já a Ana vai ter que estar sempre bonita.
. . E quando ela for trabalhar, vai ganhar menos do que ele, ou seja, Eles vão crescer num mundo em que os homens pensam que têm mais poder do que as mulheres.
E por causa disso, acham que podem fazer o que quiserem com elas. Calma aí, como assim? Você percebe como todas essas diferenças de tratamento deixam as meninas em desvantagem e ainda por cima fazem delas um alvo fácil?
Estima-se que o Brasil tenha 500. 000 de casos de estupro por ano. 2/3 das vítimas são meninas com menos de 13 anos, como a Ana E como resolver isso?
E se a gente encontrasse uma nova maneira de educar nossas crianças? Em casa, na escola, em qualquer lugar, criar ambientes com direitos e oportunidades iguais para todos. E assim, dividir responsabilidades e tarefas de modo justo para que no futuro, o João não ache que tem mais poder que a Ana.