[Música] Ah porque o berço da humanidade é o lugar onde surgiram as primeiras instituições gregas das sociedades humanas como a família todas as pesquisas apontam e reconhecem o continente Africano como lugar em que os primeiros humanos surgiram né E daí ele saíram a povoar o mundo é o continente que é o continente de origem de todos nós Guilherme sal também foi um lugar importante para a memória da escravidão na África então a gente já sabia que ali tinha locais importantes principalmente Castiel que é uma cidade mais geada pelo Rio de mesmo nome Rio castigo tem
fronteira com Senegal mas distante da capital de sal [Música] esse era nossa grande expectativa de chegar a caixão [Música] [Música] [Música] vamos recebidos em beçal pelo escritor que escreveu primeiro romance de guiné-bissau era um empresário das telecomunicações se ele quisesse ele não precisava morar em guiné-bissau mas ele fazia questão de continuar vivendo no país e lutando para que o país não tivessem condições mas estabelecidas em torno da democracia e ele nos acolheu com esse espírito né Por mais que realmente né pessoal esteja sofrendo com uma série de dificuldades políticas econômicas né caridade de serviços muito
grande ao mesmo tempo ele nos mostrava que ali tinha uma cultura importante e que ele valorizava bastante [Música] ele foi fundamental da nossa viagem foi uma experiência linda a gente poder entrar no lar africano pela primeira vez entraram lá com fotógrafo porque é o auge da intimidade você fazer uma refeição uma família com outra cultura com outros valores [Música] a gente pegou uma carona no copo do Lai até castil esse destino era muito importante para a gente porque foi do porto de caixeiro onde maciçamente saíram de escravizados da região em direção as Américas o fácil
de castil é uma pequena fortificação não tem a dimensão das outras fortalezas Que Nós visitamos na África ele foi construído durante o período em que castigo era um dos mais importantes portos de embarque e desembarque de Africanos escravizados bolol por exemplo era um lugar de captura de Africanos escravizados uma comunidade uma aldeia é atravessada por muitos rios e esses Rios eram caminho que os portugueses faziam para capturar os africanos nessas aldeias que ficavam separadas de castigo pelo rio castigo e aí o forte existia ali justamente para segurar né invasões e das possíveis rebeliões [Música] chegamos
a cacheo morrendo de fome e adular nos prometeu levar no melhor restaurante da cidade eu confesso que a minha expectativa foi lá no alto e tomei um susto quando vi que só tinham duas mesas do melhor restaurante da cidade agora em frente ao rio me dá ótima [Música] a gente saiu do restaurante e eu vi uma movimentação foi ver o que que era a gente fazia muito isso porque a gente não tinha um roteiro para estabelecido então a gente ouviu matou que eu senti um cheiro diferente a gente tinha buscar o que que era aquilo
e era uma palestra de um candidato à presidência da república [Música] [Aplausos] [Música] havia diferentes formas de organização social e de exercício da política o reino de axum Talvez seja o reino mais antigo da história da humanidade que existe até hoje a República da Etiópia já existia antes de Jesus Cristo antes da nossa época organizado e muito bem organizado como nosso senhor no mesmo e do lado Atlântico por exemplo você tinha o reino foi muito importante porque forneceu parte mais substancial de ouro empregado da idade média e no início de você pensar bem o Brasil
deve ver o seu ouro aos africanos Porque os portugueses não era feita a mineração mas os africanos que foram trazidos para o Brasil como escravo muitos dele eram de regiões onde se batiava o ouro no rio onde se trabalhava o ouro de maneira [Música] antes da chegada dos europeus nessa região nós tínhamos aí grupos mandinga os mesmos mandinga que estavam presentes no Senegal que faziam comércio de longa distância que chegava até o Mali eles estarão presentes na guiné-bissau são grupos islamizados e essa marca mandinga que não é exclusiva da guiné-bissau mas que é muito presente
ela vai estar fortemente perceptível não só na ideia do mandinga como feitiço do domínio das Artes mágicas do contato com os espíritos do conhecimento sobre a terra toda esse conhecimento que eles também armazenavam cruza o Atlântico e chega até as Américas e chega ao Brasil [Música] Há muitas e muitas línguas inseparáveis naquele tempo a África era atravessada por enormescaravante todo mundo levando suas mercadorias para trocar por outras Alegre o camaleão logo que vinham o alvoroço das caravanas se arrumavam rapidinho e seguiam atrás dos homens preparavam suas trouxas e eu negociar também gostavam de trocar suas
mercadorias por panos coloridos vindos de vilas distantes perto do Mar Só que a Lebre bichinho apressado que é danado trocava tudo rapidinho e dizia para um camaleão já estou indo e sumia nada fora [Música] já o camaleão muito calmo retocava Não tenho pressa vou indo e regressava lentamente para a bença Floresta acontece que a Lebre muito trabalhoada e é perdendo pelo caminho tudo que tinha conseguido tá aí a razão que a Lebre até hoje andar vestida com um pano Cinzento desbotado enquanto o camaleão a sua Calma foi juntando tecidos muitos tecidos de muitas tonalidades e
é por isso que ele pode trocar de cor quando bem entende [Música] essa noite em especial era celebração do dia de Nossa Senhora da Natividade ao mesmo tempo estava acontecendo aquele final de semana uma jornada né de atividade justamente para pensar castigo como lugar de memória da escravidão Então tava lá os régulos como são chamados os chefes locais tavam políticos tava comunidade Então tinha festa era um ambiente bastante festivo [Música] a gente chegou no momento em que estava acontecendo danças coloridas animadas Foi uma noite inteira com apresentação desses grupos folclóricos de dança música no dia
seguinte fomos enfim em busca do histórico Porto de castigo [Música] quando a gente tava se encaminhando para o porto eu de longe já vi um menino fazendo um movimento que me lembrou o movimento da capoeira chamada Ponte Maurício que a capoeirista quando viu aquilo foi enlouquecido e quando eu cheguei perto começamos a conversar né e tal Eu falei para ele sabia que isso me lembra o movimento da capoeira eles nem sabiam que era capoeira porque a princípio a capoeira né Assim como samba tem uma influência Grande do Sul de Angola principalmente a capoeira né das
danças marciais rituais do Sul de Angola E aí quando eu fiz um movimento para ele ele levou um susto e quando desse movimento apostei outros movimentos de capoeira ele também levou um susto ele tem bananeira E aí eles também fizeram os movimentos e não preciso dizer que cinco minutos estava uns três dois garotos e Maurício jogando Capoeira Maurício ensinou ali na hora e começou uma capoeira e a partir daí por meio da linguagem corporal nós nos comunicamos após uma visão africana de um modo geral ela não se sustenta pela palavra apenas nem pela verdade eu
diria que elas sustenta pelo lugar pela força ao invés da Verdade Que Força é Essa a força de poder realizar as coisas portanto essa força se chama potência é isso que os baianos chamam de axé então Axé é uma coisa que o corpo tem que se acumula que se conquista na relação dos mais velhos com mais novos que depende de caráter e depende de rituais de ritos e ao invés da palavra eu diria a movimentação rítmica do corpo Portanto o corpo Ocupa um lugar central na qual é uma visão africana o corpo é um templo
capoeira antes de mais nada a gente tem que lembrar na ancestralidade o respeito das nossas origens das nossas culturas capoeira é um jogo capoeira é um brinquedo capoeira é um sonho capoeira imaginação capoeira pode ser o que você acredita como a sua base de vida e de estrutura familiar capoeira dança capoeira arte capoeira capoeira energia mas também ela é uma prática de luta e uma defesa pessoal Então por capoeirista tradicional o corpo de mandinga é um corpo Feiticeiro é um corpo capaz de evitar a faca de fazer bem a esquiva no capoeirista a capoeira tradicional
é um arte do engano você tá pensando que você vai bater com a mão você bate com a perna eu acho que por isso do engano da ilusão [Música] [Aplausos] os grandes capoeiristas ê capoeira a gente não pode deixar de esquecer que os primeiros passos dessa capoeira veio na África né Isso é inegável para todos os mestres de capoeira a gente tem que citar evidentemente Mestre Bimba nas pastinha Valdemar né da Conceição besouro Caiçara Grande Mestre também mexe pastinha ele organizava os seus rituais de capoeira com a mesma linguagem como se fosse dentro de uma
casa de candomblé depois veio o mestre bimba com todo um outro processo né da junção entre uma arte também africano batuque era que era uma luta com a essa capoeira antiga né fez essa junção e se criou um outro processo um outro segmento de capoeira né denominado luta Regional baiana [Aplausos] [Música] [Aplausos] [Música] então ele diferenciou né esse ritual da outra prática de capoeira denominada capoeira Angola [Música] mas na Bahia a importância de bimba é que bimba de certo modo resgatou a possibilidade de fazer capoeira nas ruas e ele fez uma coisa que é notável
né na história do negro Ele percebeu que não havia mais lugar para aquela capoeira de bater em gente que situação Urbana tinha mudado que que ele fez eu ia montar uma escola que que ocorre dessa imensa difusão do bimba é que a capoeira cresceu no sentido de crianças que não tinha tanto no sentido de mulheres e ao mesmo tempo reverenciando os paradigmas negros as figuras paradigmática Negra como bimba então digamos uma arte brasileira do corpo brasileira do corpo [Música] existe uma similaridade corporal na África ao mesmo tempo tem muitas diferenças entre diversos países culturas algumas
similaridades eu acho que essa tradição corporal é uma delas porque você percebe ali uma né uma linguagem que faz parte de uma relação com o corpo africano que é uma linguagem que tem a ver com a circularidade da movimentação dos corpos esse movimento que eles estavam fazendo tem a ver com isso né tanto que a partir desse movimento surge em outros movimentos e essa relação com o corpo é muito diferenciada que nós temos no ocidente né Nós ainda somos regidos por um pensamento cartesiano racional penso logo existo que opõe mente corpo né isso não passa
pela relação que os africanos têm de uma maneira geral com a sua corporeidade eu como Definitivamente não conseguiria fazer um terço daquilo eu não tenho para um senhor até o próximo onde é que era o antigo Porto debaixo daquela árvore ali na frente e para lá eu fui chegando lá tinha um grupo de jovens sentados em roda e eu cheguei me apresentei a espantar mais você não anjo eu sou do Brasil mas Possivelmente eu sou daqui também aí o rapaz falou assim então tá então já que você daqui você vai sentar com a gente aí
eu sentei quase que imediatamente veio a mãe num deles com uma bacia de arroz e um pedaço de carne no meio colocou no meio da roda o rapaz falou e vai comer com a gente então o macho aquilo fosse estranho para mim comer com as mãos era mais um momento de intimidade acho que a refeição é um momento quase que sagrado Então foi uma emoção muito grande compartilhar aquela comida ali com os locais [Música] foi o lugar bastante intenso para gente e foi em castigo que nós ouvimos a história de que numa comunidade também as
margens do rio castigo ainda eram guardados e colocadas sobre as árvores as correntes usadas no período da escravidão quase como Memorial dessa história do tráfico de escravos do Brasil a gente não podia deixar de ir nos dias que provavelmente nenhum Brasileiro tinha pisado lá um barco Subimos o Rio Caxias o rio completamente Turbo lento né as águas né batendo muito forte a gente tendo que segurar para você buscar capuntados para fora do barco e eu imaginei que os meus ancestrais provavelmente desceram aquele mesmo Rio condições muito piores do que as nossas Depois dessa Turbo lenta
subida do Rio Caxias a gente foi chegando abolô e parece que ouvindo o barulho da lancha a população local e quando chegamos lá nos deparamos com uma comunidade Rural onde não existia Luz elétrica a estrutura de trabalho era as mulheres elas trabalhavam nas plantações de arroz próximas das casas e os homens vindos plantações mais distantes com enxada nas costas e tudo mais um cenário lindo aquelas mulheres super coloridas colhendo o arroz com um balé praticamente a gente voltou para Aldeia e depois visitar Algumas casas e as Crianças brincavam com a gente na porta nas casas
na janela a gente foi conversar com o líder local vamos recebeu conversou conosco sobre o lugar sobre as tradições locais e tudo mais e quando perguntamos sobre as correntes né que ficava em cima das árvores ele me respondeu como se tivesse pronunciando um provérbio africano ele falou que as correntes não era importante porque as crianças brincavam nas correntes elas estavam simplesmente ali mas sempre que uma árvore caía eles plantavam outra árvore para as correntes continuarem sobre as árvores e eram uma forma de lembrar da escravidão no meu ponto de vista altamente poético ou seja as
correntes não remetem a dor nem remeteu a liberdade para mim um monumento monumento tão importante quanto a gente tinha visitado nos trouxe essa semelhança física o episódio da capoeira nos deixou claro de que nós temos a mesma origem mesma linguagem corporal mesmo DNA quando nós voltamos de bolol no dia seguinte nós já iríamos para gana e nós somos recebidos pela me preparou um jantar de despedida para gente próprio encontro com a do lá e foi também emocionante porque ele nos contou a história dele né o que ele sofreu com a guerra civil então a história
dele também era algo que contribuía para aquela emoção que nós vivemos naquela nossa visita guiné-bissau [Música] a gente teve a sensação de estar em casa de tá acolhido isso a gente foi muito bom apesar disso era hora de ir embora porque a gente tinha uma missão a ser cumprida e nosso próximo de shineragana amanhã é seguinte o abdô lá nos levou para o aeroporto Nós já estávamos renovados né energizados com toda aquela experiência e dispostos a encontrar gana que nós já sabíamos que seria um lugar ao contrário de guiné-bissau que já tinha uma democracia já
estabelecida então não tinha os conflitos que nós encontramos em guiné-bissau [Música] onde dentre muitas coisas incríveis que a gente viveu teve uma visita ao castelo de São Jorge da mina um momento talvez mais duro da minha viagem uma fortaleza que trancafia e comercializou muitos negros que vieram para o Brasil [Música] [Música] [Música]