História Contada a magia dos livros em vídeo apresenta: A RIQUEZA DA VIDA Numa cidade grande, vivia uma família muito rica. O pai era empresário, a mãe doutora e seu filho, já com 11 anos, estudava em uma das melhores escolas da cidade. Ele não parecia gostar muito de aprender, e preferia passar a maior parte do tempo trancado em seu quarto jogando videogame.
No pouco tempo que conseguiam passar juntos, em família, o pai e a mãe às vezes tentavam con-vencer o garoto a estudar mais, fazer esportes e ser mais sociável, já que quase não tinha amigos. Mas o garoto não demonstrava nenhuma vontade, até resmungava, sem dizer nada. Um dia, numa destas tentativas de convencer o menino a sair do quarto, o garoto surtou, gritou, berrou, dizendo muitas vezes: - Odeio nossa vida, odeio esse apartamento, odeio tudo, às vezes tenho vontade de fugir daqui!
Os pais, assustados, decidiram que era hora de mostrar ao garoto a realidade, para que soubesse dar valor às coisas boas da vida. Na semana seguinte, então, levaram o menino até uma fazenda humilde, onde moravam seus pri-mos, para que pudesse passar com eles as férias de inverno e, assim, ver como as pessoas podem ser pobres. Deixaram ele sem celular.
. . e logo o menino percebeu que nem mesmo televisão os primos tinham.
No primeiro dia, o garoto ficou muito irritado com seus pais e não queria fazer nada. Mas logo seus primos o convenceram a ir nadar no rio e conhecer a “primorosa”, uma grande cachoeira, que caía das alturas num poço raso, onde adoravam nadar. Duas semanas se passaram, e os pais do menino vieram lhe buscar.
Na viagem de volta para casa, perceberam que o olhar do garoto estava distante, vidrado no horizonte. Então perguntaram: - Como foi a viagem, filho? Você viu como as pessoas podem ser pobres?
O garoto respirou fundo e disse: - Sim, pai. - E o que você aprendeu? Perguntou o pai.
O filho, então, respondeu: - Eu vi que nós temos um cachorro de raça em casa, e eles têm quatro vira-latas. Nós temos uma piscina de água parada cheia de químicos, que alcança o meio do jardim; eles têm uma bela cachoeira que deságua num rio sem fim de água cristalina e cheio de peixinhos e outra belezas. Nós compramos luminárias importadas do oriente para iluminar nosso jardim, enquanto eles se iluminam com as estrelas e a lua todas as noites.
Nosso pátio é de pedras e vai até o portão de entrada do prédio, o deles é verde e chega até o horizonte. Nós compramos toda a nossa comida e a cozinhamos no microondas, e eles cultivam e co-lhem a deles, que tem um sabor tão gostoso, por ser preparada no fogão à lenha, feito de barro. Passamos muito tempo em frente à televisão, enquanto eles passam os dias ouvindo o som dos pássaros e, à noite, contando histórias ao redor da fogueira, escutando os sons dos gri-los, cigarras, rãs e sapos.
Para nos proteger vivemos cercado por muros altos cheios de alarmes, eles vivem de portas abertas, protegidos pela vista dos vizinhos. Nós vivemos conectados e hipnotizados pelos celulares, fones de ouvido e televisores de tela plana, enquanto eles estão conectados à terra, ao céu, à água, às montanhas, aos seus ani-mais. Você e a mamãe têm que trabalhar tanto e passam tanto tempo ao celular, que quase nunca nos vemos ou podemos conversar.
Eles têm tempo de sobra para conversar e conviver em família. Os pais ficaram impactados com a profundidade do pensamento de seu filho. E, por fim, o filho acrescentou: - Obrigado, pai e mãe, por terem me ensinado quanto pobres nós somos!
A felicidade é um estado interior poderoso, que não depende de fatores externos, nem do que temos ou deixamos de ter. Mas, sim, da maneira que percebemos a vida e as atitudes positivas que tomamos! E assim se acaba essa História Contada.