Vamos passar agora ao Ministério da Palavra. Nas últimas semanas, tivemos uma ênfase nas ministrações aqui ligadas à questão dos sonhos. Eu vou falar sobre um assunto parecido, mas usando outra nomenclatura. Quero falar a respeito de alvos, quero falar a respeito de metas que precisam ser perseguidas. Mesmo quando falamos dos sonhos, por mais que se pregue e se fale, a gente sempre tem o dado de, por um lado, reconhecer que é uma linguagem que Deus utiliza. A Bíblia diz que Ele opera em nós o querer e o realizar segundo a sua vontade. Então, o Deus
que nos leva a executar projetos é o mesmo que desperta primeiro anseios e desejos. Isso não significa que, necessariamente, todo sonho que alguém tenha seja algo relacionado com o plano ou propósito de Deus. Normalmente, é uma maneira de você discernir isso. Os sonhos que provêm de Deus são como aqueles que você vê na vida de José, onde estamos falando de um sonho profético literal, Deus revelando o futuro, o lugar onde iria levá-lo, a posição de governo onde ele estaria. Normalmente, nos coloca numa posição de servirmos aos outros, enquanto estamos sonhando com algo. Onde o único
propósito de chegarmos lá é o nosso benefício, é sermos servidos em vez de ser servidos. Precisamos questionar se isso não é apenas resultado de uma ambição humana, em vez de estar alinhado com o plano e o propósito de Deus. Que Deus nos ajude a estabelecer os devidos filtros para que, discernindo aquilo que Ele tem, possamos correr atrás disso. Quero tomar como ponto de partida, hoje, da minha ministração, Filipenses, capítulo 3, versos 13 e 14, que diz assim: "Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficam para trás
e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." Paulo não apenas usa a expressão "prossigo para o alvo". Alguns domingos atrás, preguei uma mensagem aqui intitulada "Corra pelo prêmio", e vimos que a palavra "prosseguir" significa literalmente correr, perseguir. Um dos significados dela é perseguir, e o apóstolo Paulo estava dizendo que ele perseguia um alvo. O tema da minha mensagem hoje é "Perseguidores de alvos"; pessoas que entendem o alvo e se movem da forma correta, com toda a intensidade e clareza de
propósito que deveriam nessa direção. Quando ele diz "esquecendo-me das coisas que para trás ficam", está dentro de um contexto. Ele diz ainda: "não cheguei lá, ainda não alcancei a plena maturidade", mas eu não me prendo a qualquer tropeço do passado nem às limitações do presente. Estou de olho no lugar de uma transformação plena, da maturidade que será alcançada. Basicamente, Paulo estava falando de foco. Ele estava dizendo: "Eu não vou colocar os olhos no lugar errado, no que já passou, em qualquer tentativa errada ou frustrada; eu vou colocar os olhos naquilo que ainda pode e será
alcançado." É importante que eu e você entendamos que Paulo não está apenas revelando ser um perseguidor de alvos. É o mesmo Apóstolo Paulo que, pelo Espírito Santo, dizia: "Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo". Romanos 15:4 diz que tudo quanto foi escrito para nosso ensino foi escrito. O testemunho de como Paulo perseguiu os seus alvos foi escrito para nosso ensino, e eu quero tomar isso como um exemplo que nós precisamos abraçar em relação à nossa caminhada. Ao dizer "esquecendo-me das coisas que para trás ficam", é evidente que, para perseguir um alvo, você precisa desviar
os olhos de outras coisas, de coisas que ficaram no passado, de coisas que estão acontecendo, de alvos errados que podem ser propostos ao longo do caminho. Quero apresentar esta mensagem em cima de uma construção de três tópicos. No primeiro deles, quero falar dos diferentes tipos de alvos; em segundo lugar, uma advertência para que haja cuidado com as distrações; e em terceiro e último lugar, quero trazer um encorajamento para que você lute para alcançar suas metas e entenda a importância de cooperar com Deus, mesmo naquilo que Ele sinalizou ser um alvo alcançado. Ao longo da ministração,
separei algo que não faço sempre, que é a citação, não só de pessoas cristãs, mas até de alguns dos pensadores gregos. De forma alguma, a gente coloca essas coisas no patamar da Palavra de Deus; nem de longe dá para dizer que tenha o peso que a Palavra de Deus tem na minha e na sua vida. Mas, ao fazer essa citação, o que eu quero é te mostrar que aquilo que eu e você já devemos fazer, porque a Palavra de Deus nos orienta, é algo que pessoas consideradas sábias, pelo menos na perspectiva humana, já conseguiam reconhecer
pela observação do comportamento, sem ter uma clareza de direcionamento divino como nós temos. Então, se eles já entendiam que isso era sábio, eu e você, quando reconhecemos o que Deus fala, temos uma responsabilidade ainda maior. Uma frase atribuída a Sêneca, um grande pensador, diz: "Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir." Precisamos entender que, na nossa vida, na nossa existência, precisamos caminhar com senso de propósito, com senso de direção. Quero começar falando dos diferentes tipos de alvos, porque não há uma coisa só. Quando preguei aqui a mensagem "Corra pelo prêmio", uma
das nossas abordagens foi o foco na recompensa e o alvo principal, o grande, o primário, mais importante, quando falamos a respeito de alvos, é a nossa salvação em Cristo Jesus. Quando o apóstolo Paulo diz: "Eu prossigo para o alvo", ele está falando do prêmio da soberana vocação, do chamado divino que recebemos. O apóstolo Pedro escreve em 1ª... Pedro, a fim de que alcanceis o fim, o objetivo final da vossa fé: a salvação das vossas almas. Em Hebreus, no capítulo 12, nos versos 1 a 3, a Escritura diz assim: "Portanto, também nós, visto que temos à
roda de nós tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de todo peso e do pecado que tão firmemente se apega a nós, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, sem se importar com a vergonha, e agora está sentado à direita do trono de Deus." Portanto, pensem naquele que suportou a tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem desanimem. Nós vemos que, quando o escritor fala de
correr a carreira ou a corrida que nos está proposta, ele está falando de não cansar na corrida da fé. Em Hebreus 12:12, ele vai terminar dizendo: “Fortaleçam os joelhos trôpegos e as mãos cansadas ou vacilantes.” Mas ele diz que um elemento de inspiração é ter os olhos fixos em Jesus, que é tanto o autor como o consumador da nossa fé. E a lógica que é apresentada é manter os olhos nele, não apenas como nosso alvo principal, mas como nosso modelo. A Bíblia diz que, em troca da alegria que ele estava proposta, ele suportou a cruz.
Basicamente, não importa o nível de sacrifício que se faça agora, a recompensa que vem depois vai valer a pena. Ele diz que agora está sentado à direita do trono de Deus, foi exaltado, alcançou a sua recompensa. Então, ele diz: "Fiquem de olho naquele que suportou a tamanha oposição dos pecadores, para que vocês não se cansem nem se desanimem." Em outras palavras, possam suportar também qualquer adversidade e não negociar o alvo principal. Eu tenho observado pessoas ao longo dos anos e me disseram que, em nome de alcançar um alvo ou uma meta de realização pessoal, elas
estão sacrificando a realização eterna, comprometendo a sua própria salvação. Portanto, evidentemente, nós não podemos falar de perseguir um alvo sem começar pelo alvo primário. Agora, esse não é o único alvo; nós temos outros que podem ser alcançados, e que não são necessariamente divergentes ou contraditórios. Eles podem ser alcançados e experimentados dentro desse mesmo combo do alvo maior, que é a salvação. Isso é o que eu e você precisamos distinguir, porque o grande alvo da vida cristã é para todo mundo. A Bíblia diz que Deus deseja que todos se salvem, mas Deus não lida só conosco
por atacado; ele lida conosco também como indivíduos, não apenas em relação ao chamado, a dons ministeriais, ou os dons do Espírito Santo, áreas de graça e como ele deseja nos usar. Mas Deus pode fazer promessas para um que não fez para outro. Deus pode realizar coisas na vida de um que talvez não faça exatamente o mesmo na vida de outro, porque Deus não trabalha apenas conosco como o pacote da raça humana. Ele tem questões que são generalizadas, mas ele tem questões personalizadas. Um exemplo disso para mim é Josué e Caleb, que receberam uma promessa pessoal.
Uma geração inteira que saiu do Egito foi responsabilizada por Deus por uma atitude de incredulidade e diz: "Nenhum de vocês vai entrar na Terra Prometida", a não ser Josué e Caleb, os que perseveraram e me seguiram. Deus fala inclusive mais sobre Caleb do que do próprio Josué, que iria liderar o povo a possuir a terra prometida. Em Josué, no capítulo 14, eu quero ler com vocês dos versos 10 a 14. Nós temos agora Caleb falando o seguinte: "E agora, eis que o Senhor me conservou com vida, como prometeu." Você pode repetir comigo: "Como prometeu." Ele
está fazendo alusão a uma promessa e diz: "Quarenta e cinco anos se passaram desde que o Senhor falou essas palavras a Moisés, quando Israel ainda estava no deserto, e agora eis que estou com 85 anos. Estou tão forte hoje como no dia em que Moisés me enviou. A força que eu tinha naquele dia, eu ainda tenho agora, tanto para combater na guerra como para fazer o que for necessário. Dê-me agora esse monte de que o Senhor falou naquele dia, pois naquele dia você ouviu que lá estavam os anaquins morando em cidades grandes e fortificadas. Se
o Senhor Deus estiver comigo, poderei expulsá-los como ele mesmo prometeu." De novo, "como ele mesmo prometeu." Josué o abençoou e deu a cidade de Hebrom a Caleb, filho de Jefoné, para ser a herança dele. Por isso, Hebrom passou a ser de Caleb, filho de Jefoné, o quenezeu, em herança até o dia de hoje, visto que havia perseverado em seguir o Senhor Deus de Israel. Esse camarada, 45 anos depois, disse: "Eu estou mirando uma promessa pessoal. O que Deus me fez, não só que eu entraria na terra, mas que ele me deu o monte mais difícil,
aquele do qual todo mundo diz que era impossível, e que eu creio em Deus, só não pude tomar posse na época pela incredulidade deles. Isso aqui é meu. Faz 45 anos que eu estou crendo, faz 45 anos que eu estou esperando a promessa, e com a graça de Deus, eu vou tomá-lo." E a Bíblia diz que assim foi. Muitas vezes, nós temos elementos que são muito pessoais. Deus pode prometer para um algo diferente do que prometeu para outro, que diz respeito não só ao propósito de cada um, mas às atitudes que cada um de nós
pode ter diante dele. E não só o grande alvo da vida cristã, mas essas sinalizações pessoais também devem ser perseguidas. Nós precisamos aprender a gastar tempo com Deus, não apenas entendendo o que a palavra nos aponta como direção. Genérica para todo mundo, mas aquilo que é direção individual. Quando você lê a Bíblia, tem uma declaração lá: ide, fazei discípulos de todas as nações, pregai o evangelho a toda criatura. Isso significa que cada um de nós vai pisar em todas as nações para fazer discípulos, que cada um de nós vai pregar para toda a criatura que
está no mundo. Enquanto indivíduos, não; isso é o cumprimento do que nós, enquanto Igreja, Corpo de Cristo, coletivamente podemos fazer. Mas, enquanto indivíduos, às vezes nós podemos querer ir para uma área geográfica e o Espírito Santo dizer: "não é aí que eu quero você, eu quero você lá". Um exemplo disso está em Atos 16, quando o apóstolo Paulo tensiona, põe no seu coração que ele queria pregar na Ásia. Não acredito que Paulo estava errado, não acredito que era falta de percepção espiritual, porque no futuro a Ásia seria o palco principal do ministério de Paulo. Talvez
ele já tivesse um direcionamento, só que a Bíblia diz que o sábio entende o tempo e o modo. Não basta apenas saber o que deve ser feito; nós precisamos discernir em Deus como e quando. E, naquele momento, quando ele tenta pregar na Ásia, a Bíblia diz que o Espírito de Jesus o impediu. Eles tentam contornar a Bitínia, querem começar a "gomer" pelas bordas, como diria, pela beirada, como se faz com migalha quente, como diria o mineiro. E, de novo, o Espírito de Jesus não deixou. O apóstolo Paulo vai orar e ele acaba tendo uma visão
de um jovem da Macedônia dizendo: "passa à Macedônia e ajuda-nos". E, a partir desse momento, antes de entrar na Ásia, o apóstolo Paulo vai entrar na Europa. E, porque ele obedeceu a Deus, o evangelho chegou a todos nós, hoje, no mundo ocidental. No futuro, a Ásia se tornaria o palco principal do ministério de Paulo, mas não naquele momento. E nós precisamos aprender a entender o que é que Deus tem para nós e seguir e perseguir essas direções, mesmo que as coisas não aconteçam no tempo e no formato que nós esperamos. Em agosto de 1993, me
mudei para Curitiba por uma clara direção de Deus de que aqui deveria ser a base do nosso ministério. Eu fiquei morando aqui cinco meses e Deus nos levou a Guarapuava, para o interior. Acreditava que ia pastorear ali por um, no máximo dois anos, e nove anos antes de voltar a Curitiba, ainda tive um direcionamento de Deus de passarmos por Irati, onde plantamos a primeiro alcance. Ainda fiquei ali mais dois anos e meio. Eu voltei a Curitiba cerca de doze anos depois para completar aquilo que Ele tinha colocado no meu coração. E, muitas vezes, você precisa
entender o que é que Deus tem, né? A minha, a sua vida não vai ser guiada pelos outros. Nenhum de nós, mesmo que cremos nos dons do Espírito, acreditamos que profecias devam dirigir a vida de ninguém. Mas, quando você tem clareza de entendimento do propósito de Deus, normalmente, ele será confirmado por palavras proféticas. Eu lembro que, quando estava em Irati, aonde eu ia pregar pelo Brasil e o mundo, as pessoas me diziam: "Você sabe que Deus está te chamando para a capital do seu estado? Você sabe que você tem no máximo dois anos para mudar
para Curitiba? Você sabe isso, você sabe aquilo". Eu dizia: "eu sei". E essas confirmações vão trazendo no seu coração clareza. Nós precisamos entender que Deus tem planos, que Deus tem alvos, e essas metas precisam ser perseguidas, mas só serão perseguidas se forem discernidas. Agora, quem sabe aquilo que Deus está sinalizando vai ter combustível, 45 anos depois, como Calebe, para dizer: "eu vou alcançar aquilo que Deus me prometeu". Quem está entendendo, diga Amém! Agora, nós estamos falando de promessas que começam no âmbito pessoal e que também têm o terreno ministerial. Em Atos 26:19, o apóstolo Paulo
está diante do rei Agripa, testemunhando sua conversão, e ele começa a falar não só da pregação aos judeus, mas também aos gentios e diz assim: "pelo que não fui desobediente à visão celestial". Paulo entendeu, tinha o chamado, recebeu uma visão de Deus. Eu preciso obedecê-lo, eu preciso perseguir aquilo que Deus sinalizou, né? Então, os alvos, além do grande alvo da vida cristã, que é a salvação, nós podemos falar de alvos ou promessas pessoais que Deus tem, e podemos falar dos alvos ministeriais, que ainda são pessoais. Por quê? Embora todos vamos servir a Deus servindo as
pessoas, nem todo mundo foi chamado para fazer as mesmas coisas, nem tão pouco nos mesmos lugares. Agora, quando Paulo usa a expressão "obedecer", isso para mim coloca a coisa em um patamar muito sério. Eu vejo pessoas que às vezes tomam uma decisão: "estou mudando para tal lugar porque Deus está dirigindo". O negócio fica difícil, a pessoa desiste. Eu falo: "mas Deus não te dirigiu?" A pessoa diz: "mas tá difícil". Eu falei: "daí, se Deus dirigiu, você tem que usar a direção de Deus como combustível para enfrentar qualquer dificuldade". Aliás, não existe nada na Bíblia que
garanta para você que seguir uma direção de Deus não vai fazer com que você enfrente oposição. O apóstolo Paulo escreve aos Coríntios e diz: "uma porta grande e eficaz se me abriu no Senhor". Ele termina dizendo assim: "mas há muitos adversários". Mas, pera aí! Paulo, a porta não foi aberta no Senhor? Aham. E tem adversário? Aham. Mas a porta não é de Deus? É. E vai ter problema? Vai! Porque não há nada que garanta que o que Deus sinalizou querer fazer na sua vida ou para onde te levar, que você não vai enfrentar adversidade. Agora,
quando você entende que é Deus que está guiando você, tem um combustível para enfrentar as adversidades. Você acaba sendo guiado por propósito, não por proposta, não por circunstância, não por conveniência. Quem está entendendo? Um dia, eu estava conversando com o pastor, ele falou: "cara, eu...". Tava numa rede de amigos, seus estavam ali sentados, conversando. Em algum momento, alguém tocou no assunto: "Você já recebeu proposta para trabalhar com fulano, ciclano e beltrano? São três líderes extraordinários no Brasil." O cara falou: "É verdade o que eles estão falando?" Falei: "É." E ele falou: "E você foi louco
de recusar?" Falei: "Eu seria louco de aceitar." Ele: "Como assim?" Eu falei: "Cara, o que Deus me dirigiu é diferente. Não importa o quão extraordinários esses homens sejam, não importa o quão grande o ministério seja. Não vou negar que é uma honra receber convite de cada um deles, mas eu não sou guiado por proposta; eu sou guiado por propósito. E o propósito de Deus para mim é diferente da proposta que me fizeram. Quem é guiado por proposta muda o tempo todo, porque as circunstâncias das propostas também mudam. Gente, as adversidades sempre virão. E se nós
não tivermos combustível, nós não vamos perseguir as metas. Paulo fala, né, de pessoas que são meninos na fé. Ele diz que são agitados por qualquer vento de doutrina. Tem gente que muda de acordo com o vento da doutrina, tem gente que muda com o vento da circunstância, tem gente que muda com o vento da proposta. Nós precisamos ter clareza de propósito para poder buscar e perseguir isso. Agora, seja os alvos pessoais ou mesmo aquilo que a gente pode classificar como ministeriais, a gente acredita que eles também podem ser diferentes de acordo com as diferentes fases
da vida. Então, por exemplo, o apóstolo Paulo diz em 1 Coríntios 13, verso 11: 'Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.' Então ele está dizendo: tem coisas que tinham uma importância nessa época, que nessa fase da vida não vão ter. Tem comportamentos ou coisas a serem feitas que cabem em uma fase, mas não cabem na outra. Então, por exemplo, eu lembro que, quando era garoto solteiro, a meta primária era casar. Depois de casado, a preocupação e a oração começam
a ser a respeito dos filhos que virão, né? E você pode ter elementos que vão mudando dentro de cada fase ou etapa. Você pode ter alvos de curto prazo, mas existem coisas que devem nos guiar por uma vida inteira, independentemente dessas fases. Então, há uns anos atrás, quando meu filho tinha começado o relacionamento com Priscila, minha nora, que já tem, acho que, sete para oito anos casada – então nós estamos falando de mais tempo do que isso – eu lembro de uma ocasião que a Kelly me contou. Ela estava em casa e teve um momento
em que a Lissa estava com algumas amigas, e, por causa do irmão, a conversa era sobre relacionamento e casamento. E elas perguntaram, né, para a Kelly: 'Como foi o seu namoro com Luciana?' Que ela falou: 'Nós somos de uma outra época, a gente namorou por carta, né? À distância, a gente mal conseguia falar por telefone. Telefonema não era todo dia, tinha que ser depois da meia-noite, quando era mais barato, né?' Quem tem pelo menos a idade lembra desses desafios que a turma dela da internet não sabe. E eu lembro que, assim, meus filhos faziam muita
chacota quando a gente falava desse negócio de trocar carta. Minha filha um dia falou: 'Carta? O que é carta?' E aí meu filho respondeu, o Israel falou para a Lissa: 'Carta é como se você escrevesse um e-mail; em vez de você enviar, você imprimisse e fosse levar em mãos para a pessoa ler do outro lado.' E eles ficavam brincando com isso. Mas quando tocou no assunto, as meninas, curiosas, falam: 'Ela mencionou que ainda guardava as cartas, a gente pode ver como eram essas cartas?' E falou: 'Claro, não tem nada de muito pessoal ou privado aqui
que não possa ser lido.' E começou a mostrar e ler algumas delas para as amigas da Lissa. Quando eu voltei de viagem, ela foi contar a história e falou: 'Olha, estou te falando isso porque, aos 18 anos de idade, você já escrevia coisas de tudo aquilo que nós estamos vivendo hoje.' E disse: 'É impressionante. Começo a entender quanto tempo levaria, como seriam os detalhes do formato. Você sempre soube para onde estava indo.' Nós precisamos entender a importância de buscar em Deus essa clareza de direção, para ter um posicionamento claro do que deve ser perseguido. Aristóteles
dizia que, na realidade, viver como homem significa escolher um objetivo e dirigir-se para ele com toda a conduta. Diferente dos pensadores, a gente não fala de escolher o objetivo; a gente fala de discernir alvos e metas que Deus tem. E aí sim, né, dirigir-se a ele com toda a conduta. E quando eu falo 'dirigir-se a ele com toda a determinação', isso me leva ao segundo tópico que eu quero abordar, que é o cuidado com as distrações. Quem tem meta não pode se deixar distrair. Quando nós falamos aqui do atleta que corre, né, a gente falou
desde o preparo, desde o treinamento até a própria corrida, a importância de você estar focado naquela meta. E quando falamos da vida espiritual, esse paralelo não é diferente. Você pode repetir essa frase comigo: 'Diga: quem tem meta, quem tem meta, não pode se deixar distrair, não pode se deixar distrair.' Agora eu quero falar das principais, não de todas, considerando ao longo da vida. Eu vejo três grupos principais de distrações quando falamos de metas. Primeiro deles: adversidades. Quando você lê, por exemplo, de Neemias, é impressionante o que esse homem de Deus fez. Ele vive o período
pós-exílio da Babilônia e ele volta para Jerusalém com uma missão que ele entendeu da parte de Deus: os muros da cidade. Esras foi responsável pela reedificação do templo, mas Neemias, para reconstruir os muros..." Da Cidade, o que ele faz num prazo recorde de 52 dias, a mobilização que ele cria para a restauração desses muros é algo impressionante. O livro de Neemias é um exemplo, né, de liderança. Mas, em Neemias, no capítulo 4, de 16 a 18, ele diz assim: “Daquele dia em diante, metade dos meus homens trabalhavam na obra e a outra metade empunhava lanças,
escudos, arcos e couraças; e os chefes estavam por trás de toda a casa de Judá que reconstruíam a muralha.” Deixa eu fazer uma pausa: o fato de você receber uma missão de Deus não significa que você não vai enfrentar adversidades, e eles estavam literalmente diante de uma ameaça de guerra. Então, ele diz: “Metade dos homens estão trabalhando, a outra metade empunhando armas.” Ele segue dizendo: “Os carregadores, que por si mesmos tomavam as cargas, cada um com uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava a arma.” Diferente do outro grupo, de vi de
meio a meio, esses estão tanto fazendo a obra quanto segurando a arma. E diz: “Os construtores que precisavam das duas mãos para trabalhar, cada um trazia a sua espada na cintura enquanto construíam; e o que tocava a trombeta estava ao meu lado, porque a qualquer momento que o inimigo surgisse, nós temos que convocar todo mundo.” Nunca perdiam o foco do trabalho, mas não deixavam de estar antenados a respeito das adversidades com as quais tinham que enfrentar. Mas também não deixavam que a adversidade se tornasse fonte de desânimo para que a meta não fosse buscada, perseguida
ou alcançada. Quem está entendendo? Nós precisamos desenvolver resiliência. A Bíblia fala muito sobre perseverança na vida cristã, mesmo quando nós falamos do alvo primário, né, da salvação. A Bíblia fala dessa necessidade de perseverança. Jesus diz: “No mundo tereis aflições, mas tenha bom ânimo! Eu venci o mundo.” Eu e você vamos precisar desenvolver essa resiliência e aplicar fé e determinação; a meta será perseguida, o alvo será alcançado. Não importa o que surja durante o caminho, nós vamos ter um posicionamento firme em Deus. Agora, eu percebo que quem é guiado por proposta muda o rumo de acordo
com a circunstância. “Está difícil aqui, agora eu vou para lá; está difícil lá, agora eu vou para outro lugar.” Existem pessoas que não conseguem apenas seguir o propósito. Você vê que, por exemplo, em Gênesis 26, fala que no momento de fome, onde a lógica era Isaque descer para o Egito, um lugar que havia abundância, o Senhor fala com ele: “Não saia daqui, permaneça nesse lugar.” E a Bíblia diz que, no tempo da fome, Isaque prosperou, porque a prosperidade, quando nós falamos do favor de Deus, ela não vai se manifestar porque você está no lugar certo.
Estatisticamente, o lugar certo é o lugar do direcionamento de Deus. E quando nós obedecemos, nós vamos ver o favor de Deus. Agora, quando você lê o livro de Rute, você vê que a família de Elimelec batia à fome. Eles simplesmente se mudam para Moabe. Lá em Moabe foi só desgraça. Apesar de não terem lidado com a fome, né, o homem acaba morrendo, os filhos acabam morrendo. Mas estavam no melhor lugar para que tudo desse certo. Deixa eu te dizer algo: o melhor lugar para que tudo dê certo é o lugar da vontade de Deus para
nós. E aí nós vamos ter combustível para enfrentar qualquer adversidade que surja. Mas eu tenho percebido que a distração não é apenas adversidade; alguns são distraídos pelas propostas de outros. Vou voltar ao mesmo livro de Neemias, capítulo 6, versos 3 e 4. A Bíblia diz que Sambalate e mais alguém tinham feito alguns convites para Neemias: “Vamos conversar.” Eram parte dos inimigos que se opunham à restauração dos muros, né? E o tempo todo estão chamando ele para conversa. O texto diz assim: “Por isso enviei-lhe, dei a mesma resposta.” Quem tem foco não se deixa distrair pela
proposta de outros, né? Eu lembro que no início do meu ministério, a gente sempre entendeu com clareza um chamado de Deus para se dedicar não só à igreja local, mas também servir o corpo de Cristo. O Espírito Santo falou comigo: “Não atenda todo o convite que você receber. Não é porque naturalmente uma porta se abriu que isso significa que eu quero que você esteja naquele lugar. Você tem que discernir isso.” Eu lembro que, depois de alguns anos, o Espírito Santo falou: “Eu te dei uma direção e você não está obedecendo.” Falei: “Mas eu não aceito
todo o convite.” Ele falou: “Você só para de aceitar quando não cabe na agenda. Aí você não está discernindo, você só está impossibilitado de atender.” E diz: “Enquanto tem espaço na sua agenda, você deveria buscar discernimento para cada convite que você recebe.” Às vezes a gente analisa: “Aquele ali é amigo, é colega, é parceiro; aquele ali está fazendo tudo direitinho; aquele ali tem o mesmo propósito.” A questão é: “Deus tem isso para mim ou para você?” Eu percebi que, ao longo do tempo, as pessoas fazem o convite. Elas têm algo em mente, o propósito delas,
e elas veem que você pode ajudar a cumprir o propósito delas. Mas nem sempre, ajudar a cumprir o propósito delas é o seu propósito. Então, tem pessoas que me chamam para algumas atividades que não cabem dentro daquela lista de prioridades que Deus estabeleceu para mim. E, por mais que às vezes a pessoa seja alguém que você gostaria de atender, você vai ter que dizer: “Olha, não cabe.” E tem gente que insiste, e a gente, às vezes, precisa aprender como Neemias a continuar insistindo, né? Se o não que eu estou te dando é por conta de
um propósito, não importa quantos argumentos você use do lado de cá, nada deve mudar. Senão, daqui a pouco, eu e você... Estamos, é, literalmente como um balão, né? Alguém chama: "Vem cá, abençoar!" Não, não vou, não, mas eu aumento o preço, eu vou. Qual é o propósito dessa pessoa? Ela não está sendo guiada, né, por um propósito, é, é, da parte de Deus; ela está sendo guiada por propostas. E pessoas que são guiadas por propostas sempre vão acabar se perdendo. Inclusive, das propostas, eu quero abrir aqui um outro desdobramento de uma distração, que é a
necessidade de agradar os outros. Algumas pessoas têm o dom de dizer não, mas outras pessoas têm a incapacidade de dizer não porque elas se preocupam demais com o que as pessoas vão achar ou pensar. Mas, ó, o que Paulo diz em Gálatas, capítulo 1, verso 10: "Por acaso eu procuro agora o favor das pessoas ou o favor de Deus? Ou procuro agradar pessoas? Se ainda estivesse procurando agradar pessoas, eu não seria servo de Cristo." Paulo não está dizendo que a gente tem que ser desagradável com todo mundo; não é isso, mas ele está dizendo que
quem primeiro a gente tem que agradar é o Senhor que nos chamou. Às vezes, o desejo de agradar alguém pode nos colocar numa rota contrária a agradar a Cristo, não no sentido, às vezes, de princípio, mas de orientação, né, de clareza de propósito. Então, nós precisamos entrar num lugar, né, de tamanho entendimento da nossa vida estar sendo norteada pelo que Deus dirige, a ponto de não se deixar simplesmente ser dobrado porque alguém colocou pressão, né? A gente tem que ter a capacidade de colocar a mesma pressão de volta, dizendo: "Eu estou sendo orientado para um
propósito, não há menor chance de eu negociar o propósito para agradar você." Então, se a gente começar a observar, ao longo de anos, gente, eu já vi muita água passar debaixo da ponte. Eu diria que são os três principais grupos de distrações: gente que não sabe lidar com a diversidade, gente que não sabe lidar com propostas — porque acredito que, né, Deus só se move por meio de boas propostas — e gente que tem essa dificuldade. Parece que sempre está na necessidade de agradar alguém; são pessoas que se perdem em relação à questão das metas.
Citando mais uma vez Ceca, o grande pensador, diz: "Temos, pois, de determinar qual deva ser o objeto do nosso querer." E aí, ele nos adverte com perseverança. De novo, diferente dos pensadores gregos, a gente não determina sozinho o objeto do nosso querer; a gente discerne a Deus, mas depois persevera em buscar, né? Perseverança é uma virtude e eu acredito que ela tem que ser desenvolvida, né? Eu sempre faço, de vez em quando, uma piada aqui dizendo que eu me considero uma pessoa perseverante, determinada, obstinada. Minha mulher, às vezes, prefere chamar essa virtude de teimosia, né?
Porque a perseverança tem esse caráter de teimosia, né? A menos que Deus venha me dissuadir de algo. Quando eu miro um objetivo, leve o tempo que for, né? Custe o que custar, aquilo precisa ser perseguido, aquilo precisa ser alcançado. Uma frase que eu ouvia muito meu pai falar quando era garoto era o cuidado com o que ele chamava de obras não acabadas; é gente que começa as coisas e não termina. E o pior é que isso vai virando um hábito, porque a gente vai treinando: a pessoa começa a ler um livro, não termina; começa a
fazer um curso, não termina; começa a fazer uma coisa, não termina. Dificilmente, gente que não desenvolve no dia a dia, na sua cidade, para ir até o fim nas pequenas coisas, vai conseguir ficar firme quando falamos da meta de uma vida inteira. Mas nós precisamos cuidar com qualquer distração. E agora eu quero passar ao terceiro e último tópico: lute pelas suas metas. Eu digo suas porque Deus distribui isso também de forma individual; quer dizer que é sua no sentido de você inventar sozinho, mas aquilo que você discerniu que Deus tem para você. Ó, o que
Paulo diz em Primeira Timóteo, capítulo 1, verso 18: "Essa é a admoestação que faço a você, meu filho Timóteo, segundo as profecias que anteriormente foram feitas a respeito de você. Que, firmado nelas, nessas profecias, você combata o bom combate." O que Paulo está dizendo para Timóteo? Você recebeu palavras proféticas, Deus sinalizando o que Ele quer fazer na sua vida através de você. Então, firmado no que você ouviu e entende, consegue reconhecer, ter clareza de discernimento que é Deus sinalizando, lute por isso. Quando ele está dizendo "lute por isso", o que ele quer dizer? Não é
porque Deus falou e prometeu que Ele vai fazer tudo sozinho. Se Deus fizesse tudo sozinho, não precisava nem falar ou prometer; era só a gente esperar Ele ir fazendo e as coisas aconteceriam por si mesmas. E quando você olha para as Escrituras, você vai perceber que, na vida de muitos homens e mulheres de Deus, às vezes nós temos promessas que são feitas muito tempo antes. Eu, às vezes, tinha dificuldade com isso; eu dizia: "Deus, não dá para prometer mais perto pra gente?" Não tem aquele problema de ansiedade, né? Eu não sei você, mas sempre fui
desses; tudo tem que ser para ontem. Com muita dificuldade de esperar, às vezes eu dizia: "Por que o Senhor tem que fazer umas promessas tão distantes?" Porque Deus não está apenas te mostrando aonde Ele quer te levar e está te chamando a cooperar com Ele no processo. Então, eu e você precisamos entender que, mesmo quando estamos falando de profecias pessoais, seja no âmbito da vida pessoal ou pessoais no sentido de ministério de cada um, né? Nós precisamos entender que Deus, ao sinalizar antes, está nos chamando a cooperar com Ele. Então, se a gente tem uma
direção de que Deus vai nos levar para um lugar específico, a gente tem que se... Preparar para isso, eu lembro de um camarada, né? Eu, eu, eu não tinha ainda 20 anos de idade. A gente conversando, ele ficou impressionado com o tempo que eu gastava estudando a Bíblia. Não só a Bíblia, outros materiais de consulta e referência. Ele falou: "Por que você gasta tanto tempo nisso?" Eu falei: "Porque Deus me chamou para pregar a palavra." Ele falou: "Eu tenho o mesmo chamado, mas se Deus me chamou, ele vai me capacitar." Até hoje, ele nunca saiu
do lugar, não fez diferença nenhuma para o reino de Deus, né? Por que não existe esse negócio: Deus chamou, vai capacitar, vai fazer a parte dele, mas não vai fazer a sua. Então, tem coisas que me chamam a atenção e não estão na Bíblia à toa. Por exemplo, José recebe de Deus um sonho, literalmente um sonho, um sonho profético. Mas não é algo só para ele sonhar com o que seria alcançado. Deus deu mesmo um sonho literal de que ele um dia estaria numa posição de governo, inclusive de autoridade sobre sua família. Ele entende: "Deus
está me chamando para liderar, para governar." Aí você olha a trajetória de José e vê que ele tem que lidar com adversidades. Porque todo mundo que é chamado por Deus vai ter que lidar com adversidades. Seus irmãos o vendem como escravo para o Egito. Quando chega na casa de Potifar, a Bíblia diz que José se tornou o chefe dos escravos. É preso injustamente e, na prisão, se torna chefe dos presos. Porque, onde ele está passando, ele olha para cada circunstância, mesmo as mais difíceis, dizendo: "Isso é uma oportunidade para eu me preparar para o lugar
do meu chamado. Um dia eu vou liderar. Vamos começar liderando como escravo, né? Vamos liderar preso!" Por onde passar, vamos exercitar aquilo que Deus nos chamou para fazer. Porque ninguém fica bom em coisa nenhuma sem treino, gente. E tem pessoas que, às vezes, não entendem que o chamado de Deus envolve, talvez, mais tempo na preparação do que só na execução. Aos 40 anos de idade, Moisés entende e discerne que Deus o chamou para libertar Israel. Tenta fazer do seu jeito antes da hora, não funcionou. Quarenta anos depois, aos 80, Deus aparece para ele e diz:
"Bora libertar o povo!" Na hora em que Moisés já não está mais empolgado, né? Na hora em que ele está meio que dizendo: "Agora o sonho morreu, agora não quero mais." E a gente percebe que, durante todo aquele tempo, Deus precisava fazer muita coisa no próprio Moisés. O próprio Josué, o próprio José chega no Egito, ele está implorando pro copeiro, aqui ele está interpretando o sonho: "Você vai estar diante do faraó, homem de influência. Intercede por mim, me tira daqui, né?" Agora, se saísse naquele momento e encontrasse seus irmãos numa posição de autoridade, você acha
que José ia servi-los? José ia se vingar! Então, eu e você precisamos entender que há um trabalho de Deus, e esse trabalho envolve não só a construção de algumas coisas importantes, mas a desconstrução de outras. E nós temos que cooperar com Deus no processo. Então, lutar por essas promessas envolve muita coisa: é crer com Deus, é orar por isso, né? É não perder o foco ao longo do processo, mas também procurar de todas as formas se preparar para isso. Então, lute por aquilo que Deus estabeleceu como alvo, como meta para você. No último domingo em
que preguei, antes da série que foi trazida aqui sobre os sonhos, eu falei de correr para o alvo. Meu texto principal foi 1 Coríntios 9:24 a 27, que eu vou ler aqui: Paulo diz: "Vocês não sabem que os que correm no estádio todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Corram de tal maneira que ganhem o prêmio." E diz: "Todo atleta em tudo se domina, aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, é incorruptível." Agora, o que ele diz: "Assim corro também eu, não sem meta. A gente persegue meta, a gente persegue alvo."
Mas ele diz: "Luto não como desferindo golpes no ar, mas esmurro meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado." Quando Paulo diz que, no estádio, todo mundo corre, mas só um leva o prêmio, ele está dizendo que estão competindo entre eles. Mas quando ele fala da gente nessa competição, nós não estamos competindo uns com os outros, porque nós queremos que todo mundo cruze a linha de chegada. E aí, Paulo muda a analogia da corrida para a luta. E aqui ele não está falando da
luta greco-romana, ele está falando do que foi a competição precursora do que hoje é modalidade do boxe, do pugilismo. Ele está dizendo: "Luto, eu não dou golpes no ar." Mas ele diz: "Eu esmurro meu corpo." Ali, o que eu tenho aprendido? Enquanto estamos perseguindo metas, vamos ter que lutar contra a nossa carnalidade, porque parte da distração que o diabo vai tentar trazer não são só adversidades, mas atalhos, desvios, de nos fazer corromper e ceder ao pecado. Então, você percebe que isso aconteceu com José. Enquanto ele está lá começando a se preparar, né? Ainda na fase
número um, lá no Egito como escravo e agora é chefe dos escravos, a mulher de Potifar começa a se insinuar em cima dele todo dia. Ele não diz para ela: "Dona, senhora, não é meu tipo." Ele diz para ela: "Como cometeria eu tamanha maldade contra Deus?" E disse: "A senhora acha que eu vou aprontar com Deus?" Porque a senhora é atraente? A senhora está muito enganada! Paulo dizia: "Eu esmurro meu corpo, eu não vou deixar essa carne entrar no controle!" Ele disse: "Depois de ter pregado a outros, eu não venha a ser desqualificado." Né, Paulo
está dizendo: "O que que adianta eu apresentar a verdade..." A pouco, eu me sinto incoerente. Na verdade, eu tinha que estar praticando como exemplo. Então, nessa luta, querido, a gente não luta apenas orando; a gente não luta apenas crendo; a gente não luta apenas suportando adversidades; a gente não luta apenas se preparando. Mas a gente luta mantendo a carne sob rédea curta. O que eu aprendi na adolescência é que a carne não converte; tem que ir pra cruz todo dia, tem que ser massacrada a miserável da carne, porque, senão, ela vai nos tirar do cumprimento
do plano e do propósito de Deus. Quem tá entendendo? Amém! É errado, Boêmio, dizer que quando você tem uma meta, o que era um obstáculo passa a ser uma etapa de um dos seus planos. Eu e você precisamos entender isso. Quando as adversidades surgirem, o que nós temos são desafios que vão nos preparar, que vão nos tornar melhores para um dia cumprir plenamente aquilo que Deus tem para nós. Davi diz: “Antes de encarar Golias, eu tô treinando faz tempo. Eu já enfrentei urso, eu já enfrentei leão.” Eu costumo dizer às pessoas: “Antes de derrubar gigante
em público, você vai ter que derrubar muito urso e leão no secreto. Você vai ter que ter outras vitórias lá no secreto antes de começar a vencer em público.” E, parte dessa luta, parte dessas vitórias, não são apenas contra inimigos externos. Nós precisamos aprender a manter essa carne massacrada. E eu quero encorajar você: persiga as metas e os alvos. Entenda que o alvo primário está lá e tem que ser visto como primário. Eu vejo gente que, em nome de “Ah, eu preciso ser feliz”, está jogando fora uma alegria eterna toda por causa de um subalvo
que, no fim das contas, ele não vai alcançar coisa nenhuma. Mas, mantendo os olhos no alvo primário: Jesus, como autor e consumador da nossa fé. Nós também precisamos entender que algumas metas, que talvez vão vir no âmbito pessoal, quer seja na vida pessoal ou ministerial, nós vamos ter que cuidar com as distrações. Vamos ter que lutar por isso tudo. Mas eu queria encerrar de uma forma prática, tentando te sugerir algumas coisas. A primeira delas começa escrevendo aquilo que você já sabe que Deus tem para a sua vida. A gente nunca sabe tudo. Deus diz para
Abraão: “Vai para uma terra que eu ainda te mostrarei.” Traduzindo, enquanto você está indo, eu vou mostrando. A Bíblia diz que a vereda do justo é como a luz da aurora (Provérbios 4:18), que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. Então, tinha coisas que, lá enquanto solteiro, eu entendia o resultado final, onde ia chegar, mas não entendia os processos. E muitas vezes as etapas vão sendo reveladas ao longo da caminhada. Mas aquilo que nós já temos de clareza agora precisa ser sinalizado. Eu uso a expressão “escrever”, mas eu sempre tentei me manter consciente
disso de diversas formas, seja escrevendo, seja compartilhando com aqueles que são mais próximos, porque a gente precisa ter um senso de direção. Agora, siga também orando por aqueles desdobramentos ou alvos que você ainda não conhece. O tempo todo: “Senhor, que seja feita não a minha, mas seja feita a sua vontade. Que haja revelação, Senhor. Tô aqui mirando na Ásia como Paulo.” Daqui a pouco, o Espírito de Jesus vai dizer: “Hum, hum.” Esse “não” não significa um “não eterno”. Você nunca viu Paulo, mas acabou indo no futuro. Mas no mínimo, “não é agora, não é a
hora.” Agora, mantenha os alvos visíveis, visíveis seja na clareza de pensamento ou, às vezes, diante dos seus olhos mesmo. A Bíblia nos mostra Jacó arriscando umas varas. Aquilo era muito mais para a fé dele do que necessariamente iria alterar a composição fisiológica do rebanho que estava procriando. Ele fez um acordo com Labão e estava aplicando fé naquilo que Deus iria fazer. Nós precisamos também desenvolver a resiliência. Seja persistente, seja perseverante! Como Calebe diz: “Não importa o tempo que passou, eu vou continuar crendo, eu vou continuar esperando, eu vou continuar disposto a lutar, a perseguir.” Nós
precisamos desenvolver isso. Thomas Edison, aliás, não sei se você sabe que a criação da lâmpada eletrônica que nós temos hoje levou cerca de 1000 tentativas. Houve muito erro. Mas, em vez de haver frustração, você tinha uma pessoa resiliente. Thomas Edison disse: “Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.” Então, quando eu chamo a perseverança de teimosia, eu acho que cabe bem aqui. Se Deus sinalizou, eu vou perseguir teimosamente, obstinadamente, até alcançar aquilo que Deus tem. Nesse início de ano, minha oração é que suas resoluções de ano
novo sejam mais do que aqueles dois tópicos que todo ano encabeçam a lista de todo mundo: emagrecer e sair do vermelho. Que Deus te ajude em relação a isso, mas que a gente possa estar perseguindo alvos claros que dizem respeito não só ao grande alvo da vida cristã. E a gente não se distraia com ele, mas com aquilo que Deus tem chamado cada um de nós a fazer. A minha oração é que você, à semelhança de Paulo, imite Paulo como quem imita Jesus. A Bíblia fala que, no momento em que Jesus está indo a Jerusalém
e passa por Samaria, a Bíblia diz que perceberam pela resolução do seu semblante que ele ia para Jerusalém. Eu fico me perguntando como alguém pode perceber na linguagem corporal para onde alguém está indo. Tem que ser a encarnação de muita determinação. Agora, que de alguma forma eu e você possamos abraçar esse ser, não só imitadores de Paulo, mas perseguidores de alvos. Paulo era um imitador de Jesus e dizer: “Me imitem como imito a Cristo.” Que você também possa ser um perseguidor de alvos. Alvos para não correr o risco de chegar a lugar nenhum ou de
acreditar que onde chegar tá bom. Que nós possamos confiar em Deus, mas também cooperar com Deus para viver o melhor que Ele tem. Em nome de Jesus, amém. Você recebe essa palavra? Feche seus olhos por um instante. Pai, eu oro por cada um dos meus irmãos e irmãs aqui presentes, por aqueles que nos acompanham online, ao vivo ou de forma gravada posteriormente. Eu oro que o Teu Espírito traga clareza, que haja discernimento, que haja tempo gasto diante do Senhor, buscando e ouvindo a Tua voz. Nós oramos que, além de toda a clareza de direcionamento genérico
já nos apresentada por meio da Tua palavra, cada um deles possa também, ó Deus, entender, discernir e buscar aquilo que é o Teu plano personalizado. Nós queremos ser perseguidos de alvos, gente que coopera com o Senhor, gente que não perde o foco, gente que não se desvia, gente que conserva-se firme, buscando aquilo que entende ser não apenas um alvo pessoal, mas um alvo apresentado pelo Senhor. Que, à semelhança de Paulo, possamos dizer assim: "Corro, eu não sem metas." Que possamos correr, perseguindo essas metas e alcançá-las não só para a glória do Teu nome, mas também
para a inspiração de muitos outros à nossa volta. Nós oramos em nome de Jesus, amém.