Depois de comer seu prato favorito, encontrar inesperadamente com uma pessoa amada ou ter um orgasmo, existem partes do seu cérebro que ficam mais ativas e estão por detrás da sua experiência de prazer. Chamamos esse conjunto de partes do cérebro de sistema de recompensa. Toda vez que você vive uma experiência prazerosa, o sistema de recompensa do seu cérebro foi ativado.
A ativação desse sistema resulta dentre várias coisas na liberação do neurotransmissor que chamamos de dopamina. A dopamina é enviada e recebida pelos neurônios de certas partes do cérebro que fazem parte do que chamamos de vias dopaminérgicas. Existem 8 vias desse tipo conhecidas no cérebro humano, sendo que uma das mais importantes pra experiência de prazer é chamada de via mesolímbica de dopamina.
A coisa funciona mais ou menos assim nessa via: quando você interage com um estímulo prazeroso, uma parte do seu cérebro chamada de área tegmental ventral, uma das principais produtoras de dopamina no cérebro, produz e libera uma certa quantidade de dopamina. Essa dopamina então chega à outra parte do cérebro chamada de núcleo acumbente e um pouco depois você tem a experiência psicológica de prazer. É nessa parte que o bicho pega, tanto que alguns cientistas chamam essa área de centro de prazer do cérebro.
A ideia de que certas partes do cérebro estão muito ligadas à experiência de prazer começou a ficar mais clara nos anos 1950, quando os cientistas Peter Milner e James Olds fizeram alguns experimentos com ratos. Foram colocados eletrodos no cérebro dos ratos que liberavam uma pequena corrente elétrica em certas partes do cérebro toda vez que o rato pressionava uma barra. Eles descobriram que os ratos apertavam muito mais a barra quando os eletrodos eram colocados em certas partes do cérebro.
Pra você ter uma ideia, teve um rato que chegou a apertar 7 mil e 500 vezes a barra em 12 horas! Em outro estudos, muitos ratos deixavam sexo e comida de lado pra ficar apertando a barrinha e ter algumas áreas do cérebro estimuladas eletricamente. Foi ficando cada vez mais claro que durante a estimulação elétrica dessas áreas havia a liberação de dopamina no cérebro.
A importância da dopamina nisso tudo ficou ainda mais clara quando outros cientistas administaram uma droga nos ratos que corta os efeitos da dopamina. Quando isso era feito, mas as mesmas regiões cerebrais de antes eram estimuladas eletricamente, os ratos não pressionavam tanto as barrinhas como antes. Isso reforçou a confiança dos cientistas de que a dopamina tinha um papel essencial na experiência de prazer.
Nosso cérebro é diferente do cérebro de ratos, mas os princípios neurais do prazer tem semelhanças muito grandes entre as diferentes espécies. Tanto pros ratos quanto pra nós, o quão prazerosa é uma experiência depende muito da quantidade de dopamina liberada no cérebro. O uso de drogas como a cocaína e heroína levam o cérebro a liberar uma grande quantidade de dopamina.
Por sinal, uma descoberta importante sobre isso foi feita nos anos 1970. Um grupo de cientistas descobriu que substâncias opiáceas ou opióides, ou seja, substâncias derivadas do ópio, conseguem se ligar a certos receptores nos neurônios do cérebro. A morfina é um exemplo de droga derivada do ópio.
O que isso quer dizer? Porque nosso cérebro já teria naturalmente receptores compatíveis com substâncias obtidas a partir de plantas? Acontece que o nosso próprio corpo produz naturalmente neurotransmissores como a endorfina que possuem semelhanças com substânciais opióides e que ajudam a regular a experiência de dor produzindo relaxamento.
Então embora o sistema de recompensa esteja por detrás das melhores experiências que você já teve, ele também pode levar alguém ao fundo do poço quando pensamos em coisas como a dependência de drogas, mas esse é um assunto pra outro vídeo! Nos ajude a liberar dopamina nos nossos próprios sistemas de recompensa curtindo, compartilhando o nosso vídeo nas suas redes sociais e se inscrevendo no nosso canal!