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Video Transcript:
[Música] Olá pessoal seja bem-vindo e bem-vinda ou como vai você o programa do cvv centro de valorização da vida serviço voluntário de apoio emocional e prevenção do suicídio meu nome é Leila e hoje a gente vai conversar sobre vazio e bem-estar emocional você já sentiu falta de alguma coisa eh mesmo sem ter um motivo aparente para isso como se se houvesse uma carência uma necessidade aliás iso é algo que todos nós em algum momento em maior ou menor grau a gente pode ter sentido né bom mas às vezes essa essa sensação de vazio ela vem
acompanhada também da falta de pertencimento como se eu não tivesse lugar no mundo né um um desconforto sem tamanho uma solidão e o mundo vai ficando sem cor sem Sensações e e acaba que isso tudo é é muito intenso na nossa vida às vezes a gente nem sabe explicar e por isso que a gente tá aqui hoje para tentar entender um pouquinho pouquinho mais esse assunto que é tão complexo quem está conosco é a psicanalista Ana sui ela escritora autora de diversos livros entre eles não pise no meu vazio e a gente mira no amor
e acerto na solidão D Ana muito obrigada por estar aqui seja bem-vinda Obrigada Leila um prazer est aqui com vocês então D eu queria eh começar pedindo pra senhora nos ajudar no seguinte falar do vazio tem sido assim algo cada vez mais comum né como se a gente precisasse estar preenchido de algo todo o tempo né como se a gente tivesse essa essa essa exigência que às vezes até a gente mesmo se coloca e a senhora fala muito disso nos seus livros Então eu queria que a senhora comentasse um pouquinho essa sensação do vazio e
também da necessidade do estar preenchido como é que é isso então vamos lá senhora nada tá você eh eu acho que a gente tem uma uma uma fantasia uma ideia né uma idealização de que existiria uma maneira de viver muito preenchido muito bem-sucedido eh muito inteiro e que é uma fantasia que a gente precisa ter na nossa infância né porque criança Ela nasce nós nascemos né a gente chega enquanto bebês num estado de desamparo no mundo muito impactante E o bebê precisa apostar que o outro sabe né bom bebê não precisa apostar nada né na
verdade o adulto é quem precisa apostar que o bebê possa sair dessa condição de desamparo então o bebê na medida em que vai se tornando criança ele vai criando essa ideia de que os adultos sabem o que é que estão fazendo de que os adultos eles são plenos né então isso é um bom cenário né de que a criança possa apostar que os adultos que cuidam dela sabem o que estão fazendo né que eles estão bem situados na vida para Que ela possa se sentir segura e bem cuidada por esses adultos só que na medida
em que a gente vai crescendo né em que a criança Vai Especialmente na adolescência isso vai ficando cada vez mais Evidente a gente vai se deparando com um furo nisso que a gente vai se decepcionando com esses adultos e vai falando Nossa né se se sente meio enganado adulto o adolescente às vezes fica muito bravo muito irritado muito agressivo até com os adultos cuidadores porque ele se sente enganado né porque ele vai se deparando com um furo no outro então esse outro que tava muito inteiro ele vai aparecendo furado né então o que que a
gente vai fazer com isso a gente vai fazendo uma certa reorganização do que a gente pensa que é a gente do que a gente pensou que era a vida onde a gente vai entender que tem um jeito de fazer seguir na vida mas que ele não vai ser completo né então isso seria o ideal de alguma maneira mas ninguém diz que é fácil fazer isso né então a gente vai eh muito tomado por alguma coisa que mora em nós que fica como resquício dessa infância de que teria como se tornar esse adulto que sabe o
que tá fazendo que não tem dúvidas de que tá plenamente cheio de si plenamente decidido soma-se a isso os tantos elementos que a gente tem na nossa cultura que vão inflando esse lugar em nós e que vão tornando muito comercial muito eh possível essa ideia que se vende de que você teria como ser dono de si seu né Cheio de si ter uma vida plena ou alguma coisa assim soma-se a isso o nosso uso atual das redes sociais onde a gente vê recordes da vida do outro e atribui então completud possíveis ao outro tudo mais
então a gente tem muitos elementos na nossa realidade que vão nos afastando desse vazio em nós que é na verdade um lugar de fertilidade né porque isso nos coloca em relação com a gente mesmo para além daquilo que a gente atribui ao outro seria um espaço mesmo do autoconhecimento né do se ver do se enxergar ali o que que aquele vazio tá representando pra gente é só que eu acho ainda que esse esse não é um não é um autoconhecimento no sentido de que a gente possa conhecer é meio meio que o contrário assim eu
fico pensando que tem mais a ver com suportar um desconhecimento em si Então porque é a a a ideia que a gente tem do autoconhecimento é de que a gente já existe de um jeito e a gente teria uma essência né ah eu sou assim eu vou fazer terapia por exemplo né para saber de mim vou fazer sei lá que processo para me conhecer mas eu eu tendo a pensar que não tem essa Essência não tem esse ser que tá pronto tem o que a gente vai poder descobrir como um espaço vazio então entende tipo
vazio é meio que um lugar que precisa ser inventado porque ele não tá ali para ser conhecido ele precisa ser criado ele ser inventado ali então ao mesmo tempo que é um um lugar que nos salva de alguma maneira desses desses tantos elementos que vão nos distrair disso por outro lado também não é exatamente agradável né não é assim muito instagramável esse lugar em nós que a gente precisa se deparar né de alguma maneira e que pode nos levar a gente pode trabalhar isso e levar para bons caminhos caminhos férteis Mas isso não tá pronto
ali né não é porque eu achei isso que então isso vai isso vai est pronto ali como alguma coisa que vai me agradar necessariamente né então acho que são é um pouco a ideia dos nossos Monstros mesmo né não tem eles não são muito agradáveis mas assim não tem outra opção né porque não tem como tirar eles d a gente pode fazer alguma amizade com eles mas precisa conviver com eles né a conviver né exatamente e e assim eh uma coisa que a gente ouve muito é muito comum hoje as pessoas falarem da necessidade de
encontrar um sentido de encontrar um propósito e muitas vezes acaba sendo até uma coisa angustiante pras pessoas né Elas falam Ah eu não encontro um propósito na minha vida eu não tenho sentido então assim acaba que uma angústia se soma a outra angústia né e é como conviver nesse espaço assim de de de haver essa pressão né pelo sentido pelo propósito pelo preenchimento como uma obrigatoriedade mesmo para se sentir humano sim acho bem importante isso que você coloca porque acho que isso se alinha a ideia né de que a gente teria uma essência né que
essa ideia de que ah eu preciso descobrir qual é o meu propósito preciso descobrir qual é o meu sentido que é como se aquilo já tivesse ali só precisar se achado né e e isso pode nos levar a um lugar bem complicado em nós que é esse lugar da exigência né então acho que toda vez que a gente se depara com um caminho que é feito de exigências a gente se depara com lugares muito perigosos em nós né Porque já já já tem o nosso lugar de exigência em nós né então em psicanálise a gente
chama isso de superu né então de superu Já basta o pró né Então você já já fica cada um fica n nas Auto exigências consigo mesmo H se exigindo se maldizendo se mal tratando muitas vezes através de pensamentos de vozes né que a gente sabe que são a gente mesmo mas a gente não consegue por vezes parar de fazer isso então de superor Já basta o próprio quando outros elementos Vão Se somar a essas exigências a esse lugar perigoso em nós isso pode nos levar a caminhos muito perturbadores então uma coisa é a gente encontrar
algo na vida que nos sirva de entusiasmo né Isso é muito legal e eu acho que realmente a gente precisa disso a outra coisa é a gente achar que sem isso você não estará vivendo direito né que você tem que chegar nesse lugar em si Então eu acho que não quer dizer que a gente não vá achar alguma coisa que a gente não não vai descobrir alguma coisa mas ter que fazer isso isso pode ser muito ruim e para além disso esse discurso muitas vezes né de que todo mundo precisa achar seu propósito e coisas
assim com frequência vemm articulados a ideia de que você precisa né aquela história do como é que é Trabalhe com o que você ama e você nunca mais precisar precisará trabalhar né que é essa ideia enfim né me parece bastante fake de que você teria uma maneira de viver que não te custasse né você teria uma maneira de viver que você daria seu sangue com alegria o tempo inteiro né de que você teria como viver sem sofrimento e eu acho que essa a ideia de que teria como viver sem trabalhar para isso de que teria
como viver se eximindo do sofrimento essa ideia nos leva ao sofrimento mais terrível e a gente então precisa colher esse sofrimento abraçar esse sofrimento como um lugar até assim de de estar melhor consigo penso que sim eh porque o sofrimento faz parte da vida né o Freud fala que no texto chamado ma civilização ele fala que o nosso sofrimento vem de três partes então ele vem do nosso próprio corpo porque a gente caminha pra morte Cinha pro adoecimento pro envelhecimento Então existe um sofrimento aí é claro que eh a gente vai tentar caminhar o mais
devagar possível né a gente vai tentar atenuar isso mas no horizonte é isso que nos espera a gente então o sofrimento vem de dentro o sofrimento vem de fora porque ele disse também que uma outra fonte de sofrimento vem da natureza do mundo externo então de repente o universo é muito maior do que o nosso mirradinho eu e se o universo decide acabar decide né fazer uma série de coisas ã nós somos mero objetos disso né não nos cabe muito o que fazer e e há um terceira uma terceira fonte de Sofrimento que vem dos
nossos relacionamentos Ou seja que é da relação entre o dentro e o fora né Eh que vem da relação com com as outras pessoas e que com frequência é a maior fonte de Sofrimento né a nossa relação com as outras pessoas então eh se relacionar com os outros dá trabalho estar no mundo dá trabalho a gente não tem como se isolar completamente por mais que a gente possa Hoje em Dia com tantos instrumentos que a gente tem reduzir isso e nos tornar supostamente muito Independentes porque a gente consegue resolver sem conversar resolve os negócios né
pelo WhatsApp não precisa ir até o outro não precisa fazer social né enfim então tem uma série de de possibilidades aí mas essa suposta Independência ela é muito frágil né porque na verdade a gente depende radicalmente uns dos outros o tempo inteiro a gente tá dependendo do outro né eu tô conversando contigo aqui e eu tô sozinha aqui nesse espaço mas sem você aí me perguntando conversando né as pessoas que todas que estão escutando em diferentes momentos nada disso faria sentido eu estar falando sozinha aqui no espaço onde eu tô né então a gente depende
do convite do outro da aposta do outro da existência do outro Da pergunta do outro da demanda do outro pra gente poder ter motivos né para fazer as coisas para viver e coisas nesse sentido então assim tudo isso para dizer que a gente não tem como viver sem sofrimento porque em alguma medida em diferentes momentos com diferentes motivos a gente sofre Só que essa ideia eh que a gente tem propagada dessa desse modo de viver plenamente pleno né Desse modo de viver cheio onde não se sabe de vazio onde não se teria problema ele vem
a destituir isso tudo então quando a gente vive e sente as coisas a gente tende muitas vezes a destituir essa experiência que tá sendo vivida né eu tem um o livro do do do contar do caligaris que se chama sentido da vida que eu recomendo muito para quem tiver escutando onde ele traz um trecho você tá de cabeça não sei se ser exatamente assim né mas a ideia que é o Central em que ele conta de um de um homem que pede um um remédio eh porque tá muito próximo da da da morte do pai
dele né e ele quer não sentir tanto né a morte do pai e tudo e o caligaris Né o contardo pergunta Mas você você não quer se sentir triste por uma coisa que é triste né então assim a a a vida viver a vida não é a gente passar ileso por ela vi viver a vida não é a gente se anestesiar o tempo inteiro a alegria só existe porque existe a tristeza a tristeza só existe por existe alegria então quando a gente se sente triste a gente de certo modo faz um elogio à alegria porque
se lembra de como é ficar alegre supõe que dá para ficar alegre de novo né E para poder atravessar a tristeza quando a gente sente alegria a gente só vai poder aproveitar essa alegria e senti-la eh se a gente também poder saber de alguma maneira que essa alegria ela não tá garantida ela tá ali ela tá sendo sentida de uma maneira episódica mas depois ela não vai ficar ali vai vir vai vir vir outra coisa né então e a vida não é uma coisa tão Glamurosa a vida em sua ordinariedade ela é essa coisa né
acordar cuidar do corpo cuidar do alimento cuidar das pessoas que a gente ama pagar os impostos né fazer resolver um problema no banco então todo dia dá algum problema todo dia né clou no cartão e dá um problema não sei aonde tem que trocar não sei que documento tem que então essa ordinariedade da vida que é chata ela faz parte da nossa vida né A gente precisa poder suportar fazer isso é claro que para muitos momentos da vida ou melhor para algumas pessoas em muitos momentos da vida essas coisas vão ficar intoleráveis né então é
diferente a gente sentir uma tristeza e aprender a sentir essa tristeza e sentir que sobrevive essa tristeza a sentir uma tristeza pelo qual se sente muito engolido e sem ter o que fazer com isso para isso existe buscar ajuda né para isso existe o cvv para isso existe buscar psicoterapia buscar psicanálise buscar psiquiatra né buscar Profissionais de Saúde que vão poder nos ajudar a atravessar porque a gente não vive sem outro né a gente precisa saber buscar ajuda acho que essa é a coisa mais importante da vida aprender pedir ajuda é fundamental né dout Ana
buscar ajuda se você que tá aí acompanhando né a dorana falou a importância da Ajuda profissional da ajuda do familiar enfim das diferentes tipos de ajuda se você quiser contar os voluntários do cvv também você pode ligar pro telefone 88 acessar o nosso site cvv.org.br onde você tem as outras formas de atendimento mas é é é super importante a gente eh não conviver com isso sozinho saber que a gente pode ter alguém com quem contar porque inclusive Esse é um grande desafio né doutora Ana quando você tá ali mergulhado na dor você se olha no
mundo e muitas vezes você acha que você não tem com quem contar isso isso independe de você tá cheio de pessoas ao redor Às vezes você acha que você não tem quem te ouça de verdade quem vai te compreender quem te acolha né quem não vai julgar aquilo que você que você tá passando eh naquele momento né E e aí dentro desse contexto que a senhora eh tá trazendo né que você tá falando do do do da importância da ajuda e que a solidão ela tem um espaço Mas a gente também tem que compreender o
espaço dela ali eu queria que a senhora falasse um pouquinho do do seu livro né no PIS No Vazio porque ele tem muito dessa dessa desses ensinamentos pra gente né ele traz muito esse conteúdo é o não PIS no meu vazio são textos em que em que eu tento dar alguma dignidade mesmo ao meu vazio né a isso que que a esse lugar em mim que não tá pronto né mas que volta meia eu visito às vezes com mais intensidade às vezes com menos intensidade E que uma das coisas que eu pude aprender a fazer
com isso foi escrever alguma coisa a respeito né então então é um pouco disso que que eu coloco ali alguns textos são mais eh vão dizer de um sofrimento maior alguns textos vão di de um sofrimento menos intenso mas uma coisa que que eu aprendi que eu aprendi não que eu tenho aprendido é que porque acho que não é uma coisa que se possa aprender de uma vez por todas né a cada vez é o quanto os nossos Sofrimentos e as nossas tristezas os nossos vazios eles podem existir ao mesmo tempo do que outras coisas
porque às vezes a gente pode tratar o vazio de uma maneira muito exclusiva como se quando ele vem a gente não pudesse mais fazer nada né ficasse paralisado não pudesse mais seguir a vida a partir disso e para e para várias pessoas é isso mesmo que acontece né por isso que a gente precisa saber pedir ajuda mas também às vezes é possível aprender eh e acho que eh é para isso que serve né o um um tratamento psicológico psicanalítico psiquiátrico pra gente poder aprender a fazer alguma coisa mesmo quando isso vem porque se a gente
se a gente destitui essas experiências de importância eh se a gente banaliza isso né a gente fica sem saber o que é que é isso e por consequência fica sem recursos para lidar quando isso chega sem recursos para lidar quando isso vem só que isso na verdade tá com a gente o tempo inteiro é que às vezes a gente consegue se distrair mais e às vezes a gente não consegue se distrair disso mas isso com a gente tá com a gente o tempo inteiro né e eu acho que é isso que em algum de alguma
maneira eu chamei de solidão no livro A gente mira no amor é certa na solidão e chamei de vazio no não pise no meu vazio né então eu acho que o vazio e a solidão são duas palavras que eu utilizo para dizer desse lugar obscuro em cada um de nós que na verdade é a nossa maior companhia né então a gente precisa poder suportar essa companhia que na verdade somos nós mesmos né porque a gente fica a vida inteira com a gente mesmo né E a gente não é fácil a gente aprender a se suportar
Às vezes a gente precisa do outro para poder se suportar inclusive né porque nós podemos ser muito áveis pra gente mesmo e precisar de um outro para suportar a gente e eu acho que assim existem tantas formas tantas estratégias Mas o mais importante é a gente poder se descobrir ou inventar Qual é a nossa Porque quanto mais a gente fica eh tomado pela ideia de que H um jeito de todo mundo fazer como se houvesse um caminho para todos mas a gente visita esse lugar em nós que é o lugar da exigência do eu deveria
ser como os outros ó lá o Fulano faz isso e funciona ó lá fulana escreve Então eu tinha que escrever também não é isso não é isso não funciona para todo mundo do mesmo jeito cada um de nós precisa fazer um trabalho que ninguém pode fazer pela gente de descobrir como é que a gente faz para sair desse em se mesmo mento que pode nos levar a lugares tão terríveis em nós mesmos e às vezes esse essa coisa que a gente descobre funcionaa pra gente por um tempo e depois para de funcionar né Por isso
que eu digo que eu tenho descoberto né porque não é como se a gente pudesse descobrir inventar um jeito e contar com ele para todo sempre às vezes sim mas tantas vezes não a gente precisa ficar recalculando e revendo até porque a gente muda Né Leila então a gente não é a mesma pessoa não vive da mesma forma a vida inteira eh estar na relação com o outro estar no mundo essa coisa do dentro fora nos altera e a gente vai se tornando com frequência estrangeiros pra gente mesmo com frequência a gente se estranha aquilo
que a gente pensava que sentia aquilo que a gente pensava que era aquilo pens que a gente pensava que a gente pensava de repente Às vezes a gente se depara com Ah não é mais isso eh e por isso que essa essa essa essa ideia né do do vazio do desconhecido em nós ela nos acompanha ao longo de toda a vida e isso não é um problema né acho que isso é um sinal de uma vida bem vivida que é a vida onde a gente se deixa alterar pela pelas coisas que a gente vive é
acho que isso que que você falou é fundamental né não é um problema né não não há problema em se sentir assim e agora pouco a senhora falou também de outra questão que é a questão da plenitude às vezes esse ideal que as pessoas têm né de ter uma vida plena uma vida perfeita que é um um ideal a ser perseguido e nunca alcançado né o ideal da frustração eh mas como que a gente pode avançar né assim a gente dá alguns passos porque dentro de até até da sua última fala que às vezes por
a gente não se ver a gente vai se cobrar a gente vai olhar o outro e achar que o outro é melhor então a gente vai ter também um Talvez uma desvalia um sentimento de que ah não sou bom o suficiente né nada de mim nada em mim é legal então assim para quem está aqui conosco nos ouvindo né e eh eh com como encontrar essa essa essa vida com mais sentido entendendo exatamente isso que a senhora falou esse sentido não precisa ser uma coisa ó aquela coisa gigante né maravilhosa que vai mudar a humanidade
não são pequenos sentidos que inclusive podem ir mudando ao longo da nossa vida não é isso é sim e eu eu penso assim que que tem essa ideia eh que a gente sente muitas vezes né de que Ai meu Deus destituir o próprio caminho destituir tudo que faz de enaltecer o outro o outro que tem a vida melhor o outro que sabe o outro que consegue o outro que realiza versos tem essa ideia de não você precisa eh enaltecer as coisas que você faz você precisa ser dono da sua própria vida você precisa reconhecer que
você é tão bom com quanto outro eu acho que entre uma coisa e outra coisa Existem várias outros possibilidades então às vezes por exemplo dizer ai o outro é que é bom o outro é que vive bem é pode ser e daí aí o outro é melhor tá E daí se o outro for melhor você tá numa competição Então essa ideia ela na verdade ela compõe o nosso caldo cultural que é a ideia da competitividade a gente não tira isso do nada então a gente poder se separar dessa ideia da competitividade Puxa vida eu acho
isso realmente muito Libertador muito importante quando a gente pode ir descobrindo porque não é uma coisa que a gente faz assim de uma hora para outra mas ir descobrindo que você não tá competindo com o outro que tá tudo bem o outro ser é melhor que você em alguma coisa em outra coisa e tá tudo bem né Se o outro é que for super funcional e que você não for né Eu acho que a gente tem uma a gente lida muito mal com a palavra mediano por exemplo né ah palav as pessoas são né Não
pode ser medianos tem que ser muito bom essa essa ideia da performance né Se for para fazer tem que ser o melhor se for para fazer tem que se destacar Se for para fazer tem que ficar rico né e e enfim eu acho que a vida na sua mediocridade na sua pequeneza é o que há de mais bonito né tem aquele poema do do do drumon que eu gosto muito né que ele vai dizendo né da do quanto as coisas passam devagar e ele diz né conclui o converso eta vida besta meu Deus né eu
ao a grande coisa da vida é poder localizar esse eta vida besta Meu Deus que é poder desfrutar dessas pequenezas e elas não aparecem nas grandes conquistas não e tá tudo bem assim a gente poder ir atrás das grandes conquistas e Enfim acho que é é válido né A questão é entender que o mais importante é o caminho se não for recolhendo esse Zeta vida besta meu Deus para quê Sim que bonito isso muito bonito é uma reflexão maravilhosa a gente tá chegando no final do programa D Ana Então queria que a senhora deixasse aqui
um recado para quem está conosco nos assistindo nos ouvindo né algo que que possa contribuir né para as pessoas terem uma vida melhor e se sentirem mais apoiadas com mais bem-estar emocional e também fizer as suas últimas considerações bom então eu eu acho que eh é é o Freud diz assim né que só tem uma coisa que nos salva do amor pela gente que é o amor pelos outros então poder apostar nas relações poder apostar não precisa ser uma grande relação Tá mas poder apostar nos nos pequenos outros nos nas relações sobretudo que vão despertar
lugares agradáveis em nós né que vão nos nos fazer sentir bem eh é é muito importante né quem puder eh que possa fazer um trabalho de de de análise um trabalho de psicoterapia né acho que vale sempre dizer que acho que o o online possibilitou tantas tantas tantas vias aí né tem as faculdades de Psicologia também que com frequência oferecem trabalhos que tem um valor que que que é muito altamente negociável ou que são gratuitos mesmo enfim eu acho que quem puder fazer esse trabalho é sempre muito importante que faça uma busca com cuidado também
que né tente evitar aí se apaixonar demasiadamente por Promessas de eh de resoluções muito imediatas e na verdade eu acho que eu vou espalhar essa dica de uma maneira geral é poder acreditar que assim a nossa relação com com a nossa com o nosso vazio ela sempre vai existir né então a gente precisa sempre tomar muito cuidado com as promessas que os outros vão fazer de que vão nos retirar isso porque isso é na verdade o que nós somos né então é isso que a gente possa encontrar caminhos muito singulares e para gente poder lidar
melhor com esse grande estranho que somos nós mesmos Tá certo doutora Ana muito obrigada a gente agradece demais a sua participação por estar aqui conosco no programa de hoje né no como vai você e a gente agradece também a você que está aqui nos acompanhando que ficou conosco aqui ao longo dessa última meia hora muito obrigada pela presença pela audiência a gente te convida daqui a 15 dias est novamente aqui com mais uma edição do programa e se você ainda não segue o nosso canal aproveita ativa o Sininho no CV oficial para vocês ficar sempre
ligado sempre atento às novas edições aos novos programas que estão surgindo Então é isso Até a próxima edição e obrigada pela audiência obrigada tchau tchau pessoal Tchau Leila Tchau querida tem um amigo ou uma amiga com depressão pergunta como você pode ajudar escutar o que ela tenha deseja é um ótimo começo e entender a dor dela também depressão não é frescura e nem é coisa só de adulto a gente também tem e por isso que é tão difícil de identificar muita gente acha que essa é uma fase ruim e que a gente não tem tem
nada mais com que se preocupar Além de estudar e passar de ano nada disso esse é um assunto bem sério e real e só quem tem entende o que sente a melhor ajuda que você pode dar é tentar entender julgar só vai atrapalhar a recuperação do seu amigo ou da sua amiga e se é você que tá passando por isso Peça ajuda pode parecer muito difícil mas tudo muda depois que você se permite conta para alguém de confiança seu professor um amigão seu ou seus pais faça terapia conversar com o psicólogo Nossa ajuda PR caramba
guardar o que tá sentindo não é bom Acredite fica insuportável tem gente que pensea até em se matar e na real quando a gente tá com depressão o que a gente quer matar de verdade é a dor que a gente sente então Jogue Tudo isso para fora [Música] Converse [Música] oh
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