Oiê seja bem-vindo a esse vídeoo Hoje a gente vai conversar um pouquinho sobre medo de formar meu nome é Ana Luísa sou médica Tô terminando a residência em Psiquiatria e eu já senti o que você tá sentindo Então vou te contar um pouquinho da minha experiência para quem sabe te dar alguns insights te aliviar um pouquinho de saber que mais pessoas passam por isso também a gente não vê muita gente falando né sobre medo de se formar e eu percebo que é uma coisa muito muito comum muito natural para mim o meu medo de formar
ficou bem mais intenso no nono período quando eu entrei no internato né na medicina os últimos dois anos são de Estágios práticos e foi a época que eu comecei a ficar mais preocupada de ver a minha formatura prestes a acontecer né faltavam dois anos para eu me formar e uma das coisas que mais me deixava com medo da formatura era um medo muito grande de errar gente e como médico a gente tem essa ideia de que o nosso erro é um erro tal e de fato muitas vezes é só que isso me paralisava eu acho
que esse que é o termo isso me paralisava eu ficava me sentindo que eu tinha que saber tudo eu me sentia incapaz de aprender tudo durante aqueles dois anos que faltavam e isso simplesmente me travava sabe eu lembro que eu sempre fui uma aluna dedicada que que estudava que que corria atrás as coisas fazia um monte de projeto e no nono período eu comecei a ter essa ideia de meu Deus eu não vou dar conta de ser médica não vou conseguir lidar com o tamanho dessa responsabilidade isso vai ser demais para mim gente eu lembro
muito muito dessa sensação assim e aí olha como que as coisas são né meu nono período foi em 2020 ou seja ano da pandemia então eu tava começando a ter essas questões em março começou a pandemia minha faculdade fechou assim como todo o resto do mundo né eu fiquei se meses sem aula eh e nesse meio tempo que eu fiquei sem aula eu estudava pra residência nessa época eu estudava por conta própria não tinha nenhum cursinho eu pegava eh o cronograma de alguns cursinhos e estudando por conta própria e estudava muito inglês que eu fiz
a minha prova De proficiência né do fci nesse ano de 2020 e comecei a fazer terapia porque igual tô falando para vocês esse medo era um medo que me paralisava muito e quando eu comecei a olhar PR isso né quando eu comecei o acompanhamento psicológico eu comecei a ver que muitas das ideias que eu tinha do meu eu médica né da da fantasia que eu criei de como seria a Ana Luisa médica na verdade eram completamente inatingíveis né porque eu queria ser perfeita eu não queria errar nenhum diagnóstico eu não queria errar nenhum tratamento eu
queria sair da faculdade com uma profissional completa isso era impossível acho que nesse processo de de ir trazendo isso na terapia de de ir entendendo o meu medo de errar e de ir entendendo o tamanho da responsabilidade que eu ia ter eu consegui e entender que eu tinha isso para vários âmbitos da minha vida né para vocês terem uma noção eh eu não me achava uma pessoa perfecionista porque eu sentia que eu não fazia nada perfeito o suficiente para ser perfecionista momentos né então Então eu tinha realmente essa questão do perfeccionismo de querer fazer as
coisas muito muito certinhas muito muito corretas sem erros e eu tinha uma questão de de de ser um pouco inflexível assim sabe eu tinha muita dificuldade de de lidar quando as coisas saíam do meu planejado de de lidar quando os planos mudavam uma questão de uma inflexibilidade cognitiva mesmo e eu fui trabalhando isso na terapia né de de tentar entender de onde que isso vinha e ao mesmo tempo colocar alguns exercícios em prática para para lidar com todas essas questões e aí eh minha depois né No final do ano em setembro minhas aulas voltaram continuei
pro nono período 11º 10 sego e etc e quando eu me formei e talvez seja um spoiler que talvez você não tenha se formado ainda eu percebi que não acontece nada com você no dia que você você pega o seu diploma pro dia seguinte é eu acho que durante a faculdade eu tinha uma ideia que a colação de grau seria um momento sei lá uma noite do conhecimento em que eu me sentiria pronta sabe eu acho que eu tinha criado essa ideia assim que quando eu fosse lá pegasse meu carimbo eu ia est e me
sentindo pronta e quando eu peguei eu descobri que na verdade era eu mesma eu não tinha mudado né eu não era outra pessoa não era eu com as minhas inseguranças mas também com a bagagem que eu construí né com com com o conhecimento que eu construí com as conexões os contatos que eu construí e que a gente ia ter que lidar com aquilo né Eu acho que quando eu descobri isso foi até de certa forma um alívio também porque às vezes a gente cria uma ideia do nosso eu profissional que é um eu profissional que
não existe porque você vai ser a mesma pessoa quando você for profissional do que você é hoje você é estudante você profissional é a mesma pessoa óbvio que você vai ter mais expertise você vai ter mais conhecimento você vai ter mais prática mais manejo Mas você vai ser a mesma pessoa você pode ser uma pessoa melhor que tem outras habilidades Mas você é você a sua essência é a mesma então se eu tivesse que te dar um conselho eu me daria esse conselho há alguns anos atrás seria de não esperar me tornar uma pessoa diferente
e entender que seria um processo que aquela pessoinha que eu achava tão imperfeita e tão pequena no meio disso tudo ela ia se construir enquanto profissional e não a gente iria se tornar uma outra pessoa eu lembro que durante a faculdade eu olhava pros meus veteranos assim e achava que eles estavam tipo muito na minha frente assim eu lembro de olhar quando eu tava no começo do curso eu olhava para alguém que tava tipo no n o período e pensar assim meu Deus Nossa mas Fulano já é quase médico eu acho que para mim tinha
muito isso também porque eu não tenho nenhum médico na minha família eu não conhecia nenhum médico antes de entrar na faculdade então sempre tinha essa coisa eu sou de uma cidade de 10.000 habitantes então o médico é uma coisa meio Rara lá né não é uma coisa de tipo ah eu tenho vizinho médico nenhum médico morar na minha cidade então isso tudo foi construindo para para ter essa ideia assim né de de de de profiss e outro conselho que eu acho que eu me daria também é de entender que você nunca vai est 100% pronto
sabe não vai chegar o momento em que você vai falar assim nossa agora eu tô 100% preparado pro que daí vier isso não é para te angustiar juro você vai entender como você nunca vai est pronto você sempre vai est aberto a possibilidade de aprender e isso é uma coisa que eu entendi eu aprendi na psiquiatria que é uma questão de humildade intelectual é a gente tá nessa posição de est aprendendo sempre sabe e acho que muitos médicos principalmente profissionais um pouco mais antigos tinham essa ideia que tipo eu sei tudo e o paciente tá
aqui para aprender comigo eu acho que quando a gente tem essa postura de entender que a gente não sabe tudo a gente aprende muito com os nossos pacientes e isso é muito gostoso sabe é muito gostoso ter essa troca é muito gostoso ter esse aprendizado né todo dia a gente aprende alguma coisa só que a gente só só aprende se a gente esver aberto para isso e o que que a gente pode fazer com essa angústia né com esse medo de se formar se você sente que esse medo tá te paralisando igual me paralisava eu
sugiro fortemente que você procure um atendimento psicológico ou até mesmo psiquiátrico se o impacto disso estivesse sendo muito grande na sua vida no seu dia a dia para você conseguir lidar com essas questões com um pouco mais de leveza e entendendo como se dá esse processo e passar por ele de uma maneira menos sofrida conseguindo usufruir o processo às vezes eu acho que a gente coloca muita expectativa no final né quando eu acabar a faculdade quando eu acabar o Ciclo Básico Quando eu acabar o ciclo Clínico Quando eu acabar o internado Quando eu acabar a
residência e às vezes a gente quer pular a etapa e não vive aos poucos aquele processo e os processos fazem parte é a partir dos processos que a gente se constrói também né Então aproveita que eu sou facultade tem para te oferecer né eu lembro que o meu estágio de cirurgia gente tipo eu sou zero cirúrgica tipo sou menos C cirúrgica tanto que eu trabalho com psiquiatria né no meu estágio de cirurgia eu achei muito legal eu gostei de entrar em cirurgia tipo assim tudo bem que eu não gostava muito de ficar em pé tantas
horas que eu tenho vaso vagar às vezes eu desmaio mais detalhe né mas a gente a gente sempre tem alguma coisa para aprender né De outras áreas a gente sempre tem e alguma coisa para para conhecer de Outra área para aprender para trocar né até mesmo para você conhecer o tipo de profissional que você quer ser o tipo de profissional que você não quer ser vai ter um estágio Por exemplo quando eu Rodei na autorino gente eu amei a otorrino e tipo assim eu zero faria o torrino sabe mas eu amei passar lá os profissionais
que estavam lá eram profissionais muito dedicados que se empenhavam muito então esteja aberta as possibilidades sabe vai com o coração aberto se permita conhecer outras coisas não acha que você vai saber tudo porque você não vai você tá lá para se construir para aprender e queria deixar a mensagem que você vai dar conta que eu acho que um dos maiores medos que a gente tem é de não dar conta e se eu não der conta mas a gente vai dar conta eu gosto de pensar que a vida é tipo um videogame a próxima fase é
sempre mais difícil mas o bonequinho que vai ficando mais mais forte e você é o bonequinho a próxima fase vai ser mais difícil com certeza não digo que vai ser mais fácil até porque se formar realmente é muita responsabilidade Mas você vai estar mais forte e mais preparado para lidar com essas questões e se você sentir que não tá dando conta procura uma ajuda profissional para você conseguir passar por isso de uma forma mais leve espero que você tenha gostado desse vídeo se você gostou deixa seu joinha se inscreve aqui no canal e manda pro
seu amigo que pode estar passando por essas dúvidas também beijo e até a próxima