A Casa de Detenção de São Paulo conhecida como Carandiru é o símbolo de um sistema carcerário brasileiro falido e ficou conhecido mundialmente pelas coisas que ocorriam lá dentro com mais de 7 mil homens no local o Carandiru é uma casa de muitas histórias a maior parte delas tristes e violentas encravado no coração da maior capital do país a histórica cadeia fazia até o diabo pedir regime semiaberto hoje vamos contar detalhe por detalhe ponto por ponto a história dessa carceragem como você jamais viu aqui nessa plataforma conheça hoje na econografia da história a trajetória do Carandiru
Fala galera como é que vocês estão aqui jopa viotti e eu tenho alegria hoje de trazer para vocês essa história que a gente já tá trabalhando há meses nela Na verdade eu especialmente já tô trabalhando nessa história há anos é uma história que eu já me interesso por ela muitos anos tá bom galera então a gente pede a pa de vocês que vocês apreciam o nosso material do início ao fim porque a gente fez um grande trabalho hoje para vocês aqui certo já vai deixando o seu like já vai se inscrevendo no canal e ativando
o Sininho para ajudar com que esse vídeo chegue para mais pessoas tá bom o nosso trabalho só tem sentido quando a gente recebe o feedback e a resposta de vocês e uma resposta importante para a gente é o like porque diz que o algoritmo que vocês querem cada vez mais curtir o nosso conteúdo assistir o nosso conteúdo e compartilhar o nosso conteúdo e aí o nosso conteúdo vai mais para frente também hoje é um especial Beleza a gente vai ficar bastante tempo aqui então Edu Meu querido roda a vinheta eu vi o local [Aplausos] [Música]
[Música] galera para começar esse vídeo eu quero olhar bem nos olhos de vocês e eu gostaria de compartilhar uma lembrança nostálgica da minha história olha essa fotografia aqui que o Edu vai colocar na tela para quem não tá conseguindo enxergar as pessoas que podem ter uma deficiência visual é essa fotografia que eu tô colocando na tela é de um metrô uma ferrovia de metrô uma metrovia eu tirei essa foto no lugar onde ficava no passado um dos pavilhões da Casa de Detenção do Carandiru eu fotografei exatamente onde hoje passa o metrô e há 30 anos
atrás também e vou dizer que isso foi muito nostálgico para mim de uma forma muito ruim Claro mas foi a gente que era do interior de São Paulo passava por lá com o metrô né dando de metrô e via os caras pendurados nas grades dentro do Carandiru eles faz brancos e roupas também penduradas era como se os caras fossem animais como se fosse o zoológico de gente e aquilo ficou marcado demais na minha cabeça ao colar no Parque da Juventude onde Na época cidade de lucro eu tô falando para vocês naquela época eu comecei a
entender como o governo de São Paulo tem um projeto de apagar o que foi tudo aquilo o que foi o Carandiru o Carandiru galera foi responsável pelo meu interesse por contar histórias de Segurança Pública para vocês e hoje eu resolvi levar até vocês a história do Carandiru de ponta a ponta coisa bem detalhada mesmo com a qualidade que vocês conhecem que a gente faz aqui eu posso dizer com toda certeza que é o vídeo mais complexo completo e desafiador que eu fiz na minha vida então eu espero que vocês fiquem aqui com a gente e
acompanha tudo que temos para falar é um longo caminho e é uma Saga pela história da Segurança Pública do Brasil é uma Saga por histórias de muito sangue e muita violência seja ela física ou simbólica eu já quero deixar claro que a gente vai usar aqui mais de 50 referências fora depoimentos que gravamos que coletamos acesso ao processo enfim bem completo mesmo como vocês merecem ouvir eu tava até conversando com o Fernandão aqui o resto da equipe o quanto a gente procurou na internet e nessa plataforma um conteúdo que explicasse para a gente toda a
história do Carandiru e a gente viu muito conteúdo assim bastante por cima bastante feito de forma bastante sem aprofundamento tá e com muitas informações erradas faltando muitos detalhes vídeos de 15 20 minutos que muitas vezes contavam a história fora de uma linha de raciocínio correta então a gente falou não mano eu acho que merece um vídeo inteiro aí sobre esse assunto em especial então para facilitar para vocês vamos dividir a linha do tempo aqui da plataforma por temas e capítulos Caso vocês queiram algo específico ou pular para algum espaço específico a gente vai dividir em
vários capítulos o primeiro capítulo vai se chamar o que é a cadeia o segundo capítulo nós vamos contar a história da Casa de Detenção de São Paulo que é o Carandiru no terceiro nós vamos falar como era a vida no Carandiru e o seu funcionamento depois sobre o massacre e por fim o que mudou acontecimentos que ocorreram lá dentro da cadeia tudo que vamos falar aqui está totalmente referenciado e vocês podem conferir no primeiro comentário tem uma vasta bibliografia aí e a gente deixa essa vasta bibliografia que é para vocês conferirem as fontes conferirem nossas
versões e ver que o trabalho aqui ele é totalmente certo então vamos começar falando que é impossível falar do Carandiru Sem explicar para você que que é uma cadeia que que é uma prisão para que que serve uma prisão então nosso primeiro capítulo a gente vai iniciar agora esse foco falando sobre o que é prisão e a gente vai usar uma obra muito famosa que é o vigiar e punir do Michel focou tá um grande filósofo aí e Historiador francês o focou pessoal nesse livro clássico vigiar e punir que todo mundo do direito deve ter
estudado ele né faz uma análise das relações de poder no mundo contemporâneo discutindo como se dão essas relações dentro dos presídios de hospitais fábricas e escolas o foco da análise do foco é o sistema penal que era na época foco questiona o que levou a justiça a abandonar por exemplo o suplício público do corpo do indivíduo para passar a investir prisão como forma de punir o cara porque pessoal até o século 19 o preso ele era punido no corpo dele tá então ao invés de você aprisionar o cara e fazer com que ele cumprisse apenas
seguindo certas regras o que os caras faziam era esculachar o cara na frente de todo mundo fazer várias práticas para machucar o corpo dele para que essas pessoas se sentissem satisfeitas em um estado estar fazendo aquilo Muitas vezes os caras amarravam os braços do cara num cavalo e as pernas do carro do cara no outro e os cavalos eram batidos um para cada lado e saiu correndo e acabava esquartejando cara então esse suplícios era a forma que se fazia a pena antigamente e ao longo do tempo a pena começou a ser mais humanizada provocou essa
mudança entre a pena desumanizada ainda mais humanizada deve-se numa mudança da forma como o estado e a sociedade contemporânea exerce em seu poder assim o nascimento da prisão que a gente conhece hoje tem a ver com essa nova forma de organização do Poder permitindo um controle do indivíduo através da privação da sua liberdade e da interiorização da disciplina de acordo com Foucault a partir da criação da prisão moderna temos uma redução do Poder arbitrário de punir e passa a ver um ajustamento da Pena ao delito praticado para esse autor a prisão foi uma invenção da
sociedade dita civilizadas do século XIX ela deveria ser no espaço de Reeducação e reinserção dos presos dos contraventores no entanto elas acabam se tornando apenas depósito de gente no qual quem cometeu um delito é privado de sua liberdade se acontecer o processo de Reeducação para reinserção na sociedade a partir desse breve percurso teórico estudando as cadeias e as origens da prisão moderna como nós conhecemos a gente vai falar sobre as origens do Carandiru e seu papel no sistema penal de São Paulo Então vamos lá para a gente sintetizar e entender o foucaul ele vai analisar
historicamente como os homens puniram os criminosos da sociedade e ele vai chegar à conclusão que no final do século XIX a sociedade muda sua ideia de como punir a pessoa e passa a ter uma punição mais humanizada com a ideia de Reeducação e reinserção daquele presidiário ou daquele criminoso na sociedade Porém isso acabou não dando certo e na verdade ele acaba falando que a gente acaba contratando que a cadeia na verdade acaba não reinserindo e não regenerando ninguém então preste atenção nisso o estado contemporâneo ele tem uma visão de que a prisão deve reeducar e
reinserir as pessoas e o Estado tem que pensar desse modo e fazer de tudo para que essa reinserção aconteça e muitos estados ela não consegue acontecer mas a tentativa é essa legalmente é isso que se pensa que se deve fazer pensando no está legal do pacto social que a gente tem Beleza então o focou dá essa ideia para gente na verdade ele usa o lance da escola ele usa o lance do exército ele os lance da prisão como sendo instituições disciplinares Ou seja você coloca o individual ele vai internalizando certas regras e ele vai se
condicionando ao que a sociedade quer é por isso que a gente coloca as crianças na escola para que elas tenham conhecimento mas também internaliza em regras é isso que se faz também na cadeia colocar os presos lá e tentar reeducação então a gente tá pensando na penitenciária nesse ponto tá bom E aí a gente vai estudar o cano de novo a partir disso porque foi numa ideia de cadeia humanizadora mais humanizada que o Carandiru foi formado a Penitenciária de São Paulo foi construído então para atender as exigências do Código Penal Republicano de 1890 esse código
pessoal previa a separação de Réus primários e presos reincidentes e também determinava que os presos fossem separados conforme eleito que eles tinham a Penitenciária de São Paulo ela foi inspirada no centro penitenciário de frez na França e quem fez foi Engenheiro arquiteto Jordana Petry que projetou completos penitenciário de São Paulo no formato de espinha de peixe que que seria espinha de peixe é um prédio é um grandão assim onde tem duas Galerias e vai saindo sela a cada galeria dessa ela é inaugurada em 21 de abril de 1920 a Penitenciária de São Paulo foi considerada
uma instituição modelo na América Latina mais tarde aquela região vai ser construída o que nós chamamos de Casa de Detenção de São Paulo que é o Carandiru mas antes é a Penitenciária de São Paulo inicialmente ela tinha dois pavilhões com capacidade para 1.200 detentos depois foi construído um terceiro Pavilhão e a sua capacidade passou para 1.578 detentos todas as células possuem uma dimensão de 2,5 m a 4 m e vaso sanitários com exceção de células do porão que eram chamadas de células de castigo por serem menos higi e por habitai as pessoas que cometinham várias
delitos dentro da própria cadeia entre os anos de 1920 e 1940 o presídio foi considerado um modelo e se tornou cartão postal de São Paulo pessoal a penitenciária do estado no canandirou Carandiru é um bairro de São Paulo que fica na zona norte tá a gente fala Carandiru a gente tá falando de várias cadeias que tem ali na região tá é um complexo penitenciário essa penitenciária do estado que vai estar de viria ser o Carandiru a região do Carandiru ali ela era cartão postal de São Paulo Galera Era vendido cartão postal com imagens dessa prisão
e era conhecida por autoridades políticas e estudantes de direito o Carandiru era aberta visitação pública e chegou a ser visitado pelo chefe de polícia de Nova York que queria transferir as ideias do Carandiru para dentro da grande cidade de Nova York no complexo penitenciário o número de funcionários era pequeno pois os detentos realizavam várias tarefas no dia a dia ali eles produziam comida cuidava do Pomar fazia um pão produziam calçados os próprios calçados e roupas que eles usavam ali dentro os horários Livres Ainda podiam estudar na escola do presídio ir a missa na capela ou
aprender artes plásticas nessas condições não havia botes e nem rebeliões e também se cumpriam as penas ali de forma tranquila os detentos estavam realmente preparados para se reinserirem na sociedade e realmente a gente pegou alguns dados e viu que o índice de reincidência ou seja o índice de pessoas que saíam dali continuavam no crime era baixíssimo como Então pessoal essa penitenciária que a gente tá falando que era modelo se transformou numa panela de pressão pronta para explodir como aquele lugar marcado por um clima harmonioso como vocês viram na imagem e uma excelência prisional se transformou
em um presídio marcado por conflitos e condições totalmente sobre humanas a resposta pessoal está na superlotação que começa depois que o complexo penitenciário do Carandiru atingiu a sua lotação máxima a partir de 1940 já não havia mais espaços para novos então foi construída a Casa de Detenção de São Paulo para tentar resolver o problema coloca a imagem aí essa é a Casa de Detenção de São Paulo novamente falando o complexo penitenciário do carandirute há várias cadeias Hospital penitenciária e tal mas a gente tá falando e vai contar a história da Casa de Detenção de São
Paulo tá bom após uma longa reforma concluído em 1956 o complexo penitenciário do carandir ou seja todas as cadeias que tinham ali na região do bairro do Carandiru passou a ter capacidade para 3.250 detentos com a muralha de 1.185 m de extensão e 9 m de altura o Carandiru abrigava uma população carcerária maior que de várias cidades brasileiras em meados dos anos 60 o governo passa a colocar dentro do mesmo espaço presos aguardando julgamento e presos já condenado já com a Casa de Detenção de São Paulo funcionar muitos acreditam que esse fato contribuiu para o
aumento da violência nos presídios você colocar peso já condenados e Relatos primários juntos já que os presos condenados já achavam de uma forma superiores e hierarquicamente do que os Réus primários e presos em situação ainda ser julgada agora nos anos 60 e 70 a cidade de São Paulo passa por um aumento expressivo da sua população a gente tem um grande êxodo rural ali para a cidade de São Paulo que aconteceu Por exemplo do Rio de Janeiro quando obras civis né feitas pela pelo governo demandaram bastante funcionário bastante trabalhador E aí encheu essa cidade de São
Paulo cresce bastante esse crescimento desordenado faz aumentar também a população carcerária aí a Casa de Detenção de São Paulo que tinha três mil presos chegou a ter quase 8 mil vamos agora pessoal pra parte de como se organizava A Casa de Detenção de São Paulo mas antes vamos fazer aqui um exercício de entendimento com vocês porque pode ter ficado um pouco confuso porque muitas vezes ficou confuso para mim também veja vamos entender um pouco termos e locais e quais nós estamos falando fica mais fácil quando você observam a imagem que a gente vai mostrar aí
fica mais fácil também vocês imaginarem o local a partir dessas fotos o complexo penitenciário do Carandiru pessoal é formado era formado né pela penitenciária do Estado um Observatório de criminologia com a penitenciária feminina e a casa de detenção em todo que ficava tudo ali no bairro Carandiru na zona norte de São Paulo próximo do centro essa foto que vocês estão vendo aí que eu pedi para Edu colocar ficam os pavilhões Essa foto que você já viram em muitos lugares é a Casa de Detenção de São Paulo é conhecido aí como Carandiru é dessa casa que
a gente vai falar daqui pra frente caso de Detenção de São Paulo tá bom então a gente tá contando a história deste lugar e Como funcionava os pavilhões nesse lugar tá bom E para isso vamos tomar como base a dissertação de Mestrado de uma moça chamada Ivy mina ou Nogueira o trabalho dela chama estado de violência um estudo sobre o Carandiru defendida na PUC São Paulo em Diz que para organizar esse imenso complexo penitenciário havia uma divisão entre os pavilhões cada Pavilhão era composto de cinco pavimentos que eram organizados da seguinte maneira galera veja na
imagem comigo aí vai conferindo com a gente tinha cinco pavilhões Eu sei a música do Racionais Fala nove pavilhões 7 mil homens Mas vocês vão ver que tem algumas especificidades aí no pavilhão 2 onde vocês estão vendo aí ficavam os presos considerados bem comportados e enquadrados incríveis menores os detentos até chamavam esse lugar de casa da Banha pois eles diziam que lá os presos eram melhores tratados com o meu melhor e tal o Pavilhão quatro que vocês podem ver aí que a gente vai destacar era tipo o hospital do presídio era onde ficava detentos que
sofriam de várias patologias e doenças e tinha poucos detentos morando ali tá era o local menos habitado mas seria bastante circulação o Pavilhão cinco que vocês estão vendo destaque era destinada para aqueles presos que eram conside transgressores por não respeitarem as normas da cadeia era nos cinco também que ficávamos presos que não eram aceitos pela massa carcerária como Jacks por exemplo eles ficavam do terceiro piso esse era o setor que os caras chamavam de seguro então o cara cometeu algum crime que é mais conhecido não aceitava ou o cara tinha alguma desavença os caras chocavam
ele lá no cinco tá era ali que ficava esses cara que ninguém queria conviver junto no quarto pavimento no pavilhão 5 ficava o travestis e eu homossexuais esse lugar era conhecido como Rua das Flores no primeiro pavimento ficavam células de castigo também conhecidas como isoladas presos que cometiam faltas graves ficavam até 30 dias dentro dela no pavilhão 6 ficava a cozinha e um cinema que de vez em quando rolava o filme pro pessoal assistir o Pavilhão 7 era realizado as atividades artesanais e burocráticas esse lugar também era conhecido como pavilhão de fuga se você foi
lá no parque de juventu hoje eu conheci esse cara de lucro vocês estão vendo na foto aí o pavilhão de fuga ele ficava bem do lado pertinho de depósitos assim e a galera acabava os tatus que era os túneis para poder fugir por ali que era o lugar mais próximo da Muralha já o Pavilhão oito era destinado aos presos reincidentes aqueles que eram conhecidos como cobras criadas ou seja caras que já estavam completamente inseridos no mundo do crime e que conheciam bastante a dinâmica da cadeia pessoal então Pavilhão oito ele era um Pavilhão bastante perigoso
porque ele não Pavilhão dos cara que era pá no crime mesmo tá que já era os cara que vivia do mundo do crime já o Pavilhão 9 era onde ficava os presos que estavam sendo encarcerados pela primeira vez ou preso que estavam aguardando o julgamento por tanto era um lugar extremamente perigoso Exatamente porque essas pessoas ainda não estavam acostumados a viver dentro da cadeia tinha Muita confusão bom agora que nós já explicamos a história da fundação no presídio e deixou o desenvolvimento e a fundação da casa intenção de São Paulo o Carandiru que nós vamos
falar aqui vamos focar Nossa análise para entender como era a vida dos presos lá dentro é o que muita gente tem interesse de saber nesse tema eu sei sobre a história eu sei sobre a estrutura Mas como que era a vida lá dentro como é que era o inferno o Carandiru eu consegui pesquisar a gente foi atrás de vários ingressos tá a gente conversou com eles a gente penitenciário curso Sobreviventes do cárcere egressos do sistema prisional o principal deles é o Maurício Monteiro do canal Prisioneiro 84.901 depois colei lá no canal dele o cara é
uma enciclopédia sobre carandir além dele também cruzamos Fontes artigos e procuramos outros egressos alguns que não quiserem inclusive se identificar mas Falaram pra gente várias coisas então vamos conversar sobre detalhes da convivência do cárcere entre 1982.000 beleza Esse é o recorte que a gente vai fazer Bom vamos lá vamos supor que você vai preso na zona leste de São Paulo sei lá no Tatuapé o 1987 beleza primeiro você vai se levar para uma delegacia você vai ficar preso os dois três dias lá e depois você vai ser levado para casa de Detenção de São Paulo
ou famoso Carandiru no caso Como você foi preso agora você não foi julgado ainda tá mas vamos supor que você não tenha passagem pela polícia a primeira vez que você foi preso se é o famoso réu primário Esse é o seu perfil interno réu primário preso posso flagrante Esse é o perfil que vai acompanhar você até o seu julgamento ou até você fazer alguma bobagem dentro do sistema prisional agora preste atenção pessoal Você tá no furgão tá e você vai entrar no pavilhão que a gente chamaria de pavilhão um que é a Divinéia tá lembra
que a gente falou lá a música do Racionais Fala nove pavilhões 7.000 homens né mas quando a gente foi contar os pavilhões lá vocês viram que não tinha nove mas é porque um dos pavilhões nunca foi construído e o outro Pavilhão era considerado a Divinéia que era a entrada do presídio do Carandiru ali na casa de detenção era a parte da frente ali que ficava toda a administração e aí você ia entrar pela Divinéia fica ali na casa de detecção na frente e dali você passaria por um corte de cabelo igual de todos os outros
que entrassem com você ali nos anos 80 e 90 pessoal chegavam cerca de 50 presos no Carandiru por dia tá era muita gente bom após o corte de cabelo é que tem como o objetivo desse pessoalizar a pessoa para facilitar internalização das regras nela e para o cara entender que ele é um número ali que ele tá preso aí depois você vai pegar sua roupa de cadeia que é uniforme que aí depende calça bege e tal depende da época tá Às vezes eram duas calças e às vezes duas camisetas brancas às vezes só uma calça
e uma camiseta branca Esse é seu uniforme depois você vai tirar uma foto segurando uma placa nessa placa terá o crime que Você cometeu o número do artigo do Código Penal e o número do seu prontuário Tá bom por exemplo se for 157 se for uns cinco cinco que é furto falando cinco sete que é roubo se for 213 não se for 203 você tá enrolado isso aparecendo essa plaquinha e essa plaquinha aí é pra sua ficha aí mostrava lá o artigo do crime que Você cometeu a data que você entrou e o número do
seu prontuário que era o documento de tudo que você fazia dentro dessa cadeia tá dentro do lado do Carandiru ia ficar ali no seu prontuário o registro do seu dia a dia relatório e tudo você também ganhava do Estado Quando Você entrava no sistema penitenciário uma matrícula galera que que é a matrícula a matrícula é como o estado enxerga o preso é um número tá como se fosse o RG SPF de cadeia é uma espécie de marca que não sai jamais da sua vida vamos supor que você foi preso com os 20 anos se você
foi preso com 50 é o mesmo aí você já era enviado para uma palestra geralmente com o diretor de segurança do diretor do presídio a gente chama isso de triagem que é o quê o cara fazer você entender que você está preso a gente teve acesso como era uma dessas falas transcritas e a gente todas as escrita aqui para vocês tá o cara que dava palestra cara o diretor de segurança poderia ser o diretor-geral ele falava bem assim abre Asus Bom dia senhores aqui é a Casa de Detenção de São Paulo e aqui nós só
temos duas certezas uma vocês estão presos não dá para negar é a realidade a segunda certeza é que um dia vocês vão sair daqui hoje vocês estão entrando no sistema penitenciário Paulista alguns de vocês estão retornando Todos devem concordar comigo e estar preso é horrível vocês serão observados aqui 24 horas por dia a partir deste momento não existe aqui mais ladrão não existe mais sentenciado e não existe mais vagabundo existem reeducandos fecha aspas né Depois que o cara terminava essa fala que a galera assustava nas primeiras que chegava ali imagina pela primeira vez é se
assustador aí depois disso dessa fala ela entregue para os presos uma cartilha com direitos e deveres do presos do segundo LEP as leis de execução penal conversando com alguns regressos pessoal eles nos disseram que tinha um lance e que o diretor mostrava as facas que eles aprenderam dentro da cadeia E por que que o diretor fazia isso vocês vão entender ela pra assustar o cara o preso ele passava por um pequeno interrogatório do Pavilhão dois ali na triagem o diretor para o cara assim se você tiver algum problema com alguém aqui já pede para ir
para o 5 Lembra que eu falei que era pavilhão de seguro era para lá o cara via aquelas facas ali em cima da mesa e mesmo que o cara não tivesse problema com ninguém o cara já já ficava em choque e pensava na cabeça dele pô Será que compensa aí para esse Pavilhão para ficar seguro né Porque se os cara faz faca desse jeito os cara deve ser altamente perigoso e realmente o cara de olho naquela época era inferno a violência simbólica da prisão também é muito importante para manter o negócio funcionando vamos A sistemática
Então qual suas roupas nas mãos você é levado para o Pavilhão que você vai pagar a pena naquela época com esse perfil que atribui menos pro cara de réu primário você iria certamente ficar no Pavilhão 9 era o Pavilhão que mais tinha gente também um Pavilhão bastante complicado da casa né porque tinha muito réu primário moleque começando no crime gente que estava ainda se organizando e internalizando as regras do presídio já arrumava Muita confusão porque galera Veja bem você tem as regras do sistema penitenciário mas também tem as regras dos próprios presos as regras da
massa carcerária e etc as formas de agir de se comportar lá dentro para não perder a vida como em qualquer lugar você tem vamos lembrar pessoal que esse presídio chegou a ter 7.500 homens muita gente para se organizar chegando no pavilhão ali certamente você ia chegar no Pavilhão 9 você tinha que procurar uma gaiata que que é uma galhada é o termo usado para denominar sela ou moradia dos caras muitas células do Carandiru nos anos 80 e 90 pessoal tinham donos uma cela boa custava equivalente a r$ 6.000 hoje tinha gente que tava solto mas
era dono de cela lá dentro do Carandiru lá dentro os caras meio que se protegiam e moravam de acordo com a região que eles moravam lá fora então se você fosse da zona leste você procurava se elas que tinha o pessoal da zona leste certamente você conheceria alguém de alguma quebrada que tava ali dentro ali aprisionado uma vez que conseguisse essa cela você ia morar nela junto com esses detentos que se protegendo e aí a gente vai explicar para vocês como é uma cela de uma câmera dentro do Carandiru essa cela aí pessoal tá no
espaço memória Carandiru que é o museu que nós vamos indicar que vocês visitem quando estiverem em São Paulo eles tentam manter vivos horrores que ocorreram no Carandiru e a memória de tantos presos e a gente penitenciários que passaram por lá durante todos esses anos o espaço me marcaram de novo fica na ETEC do Parque da Juventude onde era o Carandiru mesmo fica do ladinho do metrô deixou seu cara de lua ali em São Paulo muito fácil de chegar vale a pena uma visita por lá e se você é de São Paulo e gosta de histórias
do cárcere e da Segurança Pública encosta lá que eu garanto que será uma experiência interessantíssima para você vamos deixar as redes sociais também dos caras para vocês buscarem mais informações aqui e chegarem até eles lá bom galera vamos lá a gente foi conhecer a cela a cela tinha camas que poderia ser duas quatro seis ou oito tá dependendo do Pavilhão elas eram chamadas de jegas Você entrava é princípio ficava com a parte menos privilegiada aquela próxima do boi o boi é como os caras chamam banheiro chamavam um banheiro mas na verdade é uma privada dessas
de chão que você ferra o joelho quando vai tentar defecar ali para não ficar o cheiro horrível no lugar os caras colocavam uma bola de pano cheia de areia ali dentro ali dentro também tinha o barraqueiro que era o responsável por pegar comida e a boia do pessoal tá o apoio né a boia era como ele chamava Comida dentro das celas os caras faziam uma série de coisas cachaça era uma delas essa cachaça era feita por um processo artesanal a partir de um líquido fermentado conhecido como Maria Louca a gente trouxe até um vídeo aqui
para vocês lá do espaço Carandiru e que o Maurício que é o cara que nos ajudou aí nos deu uma consultoria escreve Como é feita essa pinga essa cachaça Maurício é dono do canal Prisioneiro 84 91 que a gente já falou aqui e a gente indica que vocês assistam Se vocês gostam desse tempo se ela aqui nunca ninguém foi preso né aqui mesmo né então a gente montou ela que tem a interatividade então com as pessoas entre sentem e aqui eu venho trazer a destilaria a fábrica de cachaça Nossa eu chamo isso daqui de máquina
né Então essa é a nossa máquina que nós utilizamos para tirar a cachaça essa daqui é a maria louca a maria louca ela não é a cachaça ainda ela é um processo anterior a cachaça a maria louca fica de que a maré louca ela é feita de água açúcar fermento de pão resto de frutas ou verdura açúcar açúcar é o arroz cru né E você mistura tudo dentro do recipiente e deixa no mínimo cinco a sete dias e no máximo de calor possível né aí ela se torna Maria Louca Maria Louca é isso aqui ó
vocês vão poder chegar você já cheirou autoridade você vai querer dar a mão em relação ela fica desse jeito aqui é o seguinte Aqui nós temos uma bigorna bigorna é o que é um fogão né Aqui nós temos o que eu chamo de bomba a bomba é que nem uma panela de pressão Inclusive essa cachaça eu tirei ela aqui essa outra que vai aparecer aqui o que que você faz aqui nós estamos falando de empreendedorismo nós estamos falando de de química nós estamos falando de engenharia meu estragado proporcionada improviso pelos presos né é que a
gente fica pensando porque que isso não é você tá ligado comentado para que as pessoas consigam ganhar seu dinheiro Isso daqui é um fogão a bigorna então o fogão elétrico Isso que dá uma panela de pressão é você pega pega fogão né deixa pega essa essa Maria Louca joga aqui dentro certo fecha ela esse cozimento dessa Maria Alô que essa e essa evapor essa vaporização esse vapor ele vai sair por essa bangueirinha E vim parar aqui repentina serpentina é o que a serpentina é o caninho da televisão que nós utilizamos e ela serve para quê
Ela serve para resfriar esse vapor esse vapor é o seguinte ela vai ficar sobre água constante então a torneira aberta vai encher de água essa garrafa e vai descendo de pouco em pouco isso vai refrigerar esse caninho constantemente e fazer com que esse vapor se condense e quando deixou o vapor é a cachaça faz uma picada de repente um avião os cachaceiros e aí que dá mano aí a gente pensa o quê uma cachaça ela não era feita só para recriação Sim ela era feita com uma moeda como escambo não era de troca então trocava
por muitas coisas lá dentro né roupa você trocar por Outras Drogas você troca por alimentação seja porque era muito comercializada a cachaça lá dentro além da cachaça os caras faziam facas e aqui a gente precisa parar um pouco para entender a função dessas facas nos presídios e principalmente no Carandiru galera a faca era uma forma de impor uma correlação de força para forçar o diálogo inclusive ter uma faca dentro da cadeia faz com que você tenha um poder de negociação com outros presos muitas vezes faz com que você não seja humilhado e consiga resolver os
seus bens da melhor forma possível sem perder sua vida então o pessoal fazia a faca o tempo todo até porque elas direto eram tomadas em blitz de agentes penitenciários que faziam ali dentro da cadeia geralmente galera essas facas eram também chamadas de highlanders elas eram feitas a partir de um processo de desgaste de uma lâmina de pedaço de Ferro os ferros eram retirados de carrinhos da lavanderia de vitroso e até das próprias Grades do sistema penitenciário as facas também eram importantes para segunda-feira Sem Lei é interessante vocês conhecerem isso a segunda pessoa a segunda-feira era
geralmente deixo de escolhido para acertos de contas dentro do presídio não que nos outros dias não tivesse tinha também mas geralmente a segunda-feira no dia depois da visita do domingo e o cara que ficasse devendo poderia quitar suas dívidas quando os parentes trouxessem algumas coisas para o cara ali no domingão mas se não pagasse depois da visita ou se houvesse alguma desavença todo mundo sabia que na segunda-feira era o dia da cobrança e aí já era e a cobrança era feita em dois lugares ou no do chão no pavilhão 5 um espaço de ducha coletiva
ou na famosa Rua 10 manja pessoal Rua 10 da música do Racionais Então ela realmente existiu deixa eu tentar explicar para vocês por imagem O que seria uma Rua 10 Então coloca a imagem da tela aí do Pavilhão 9 Vamos tentar explicar para vocês a Rua 10 Então olha o Pavilhão Nove tá vendo todo Pavilhão pessoal tinha cinco andares veja que tem dois corredores ou seja duas Galerias uma paralela a outra as escadas ficavam no começo dessas Galerias no final na dobra ali que a gente tá mostrando o funcionário demorava muito para chegar porque ele
não tinha escada ele tinha que subir na escada do outro lado e os presos tinham tempo ali naquela dobra para desenrolar os problemas à base da faca e chamava esse lugar de Rua 10 porque com cinco andares dois corredores duas Galerias em cada um o último andar com a soma dos dois corredores virava o 10 Então galera geralmente uma quadrilha aí pelo corredor esquerdo e a outra pelo corredor direito e se ele se encontrava ali naquela dobra do diabo e aí você tá ligado e assim na real muitos funcionários não tava nem aí para isso
tá se fosse o celular dizia ó vocês resolvem aí entre vocês depois traz o corpo pra gente ver quem vai assinar esse boy já era muitas vezes o cara que pagava o B.O que assinava ali o negócio da execução era um lagarto o lagarto pessoal era um cara muito comum no presídio do Carandiru ele tinha geralmente muito tempo de cana para puxar e ele devia para os outros e Aí acabava na segunda-feira sem nem assumindo B.O para os outros tá bom voltando novamente a segunda-feira Sem Lei e a Rua 10 10 chegou a ter briga
atrelada quando eu e o Fernando tava conversando com os ingressos a gente ficou até assustado com isso tá bom era assim dois caras iriam se enfrentar ali na rua 10 aí eles pegava um pano pessoal e amarrava um no pulso de um uma ponta no pulso de um e a outra do pano no pulso do outro eles ficavam amarrado e trocando facada cara e assim só terminava a hora que um fosse executado tá ligado perdesse a vida é porque o caboclo não fugir tá ligado porque o cara não fugir aí pessoal ali só saíam um
Vivo fora das brigas de quadrilha mas o monte de teta que ocorreu na Rua 10 e no carandir inteiro às vezes os acertos de conta ela feitos no chão que que era do chão era uma ducha coletiva que tinha no em um dos pavilhões os vigias não conseguiam o meio que vier Ali era meio que um ponto cego perto da Muralha e o bicho pegava ali também rolava trabalho tá dentro do presídio e os presos conseguiam trabalhar pra remissão de pena a cada três dias trabalhados um era descontado da pena o Carandiru o pessoal também
tinha campos de futebol com existem vários pavilhões inclusive tinha a seleção do Carandiru que era formado pelos melhores jogadores da casa do lugar e assim galera é no inferno lá você poderia ser executado por qualquer coisa com as pessoas falam Ah o cara poderia ser executado por um cigarro por um pão e tal muitas vezes não era pelo cigarro Mas pela atitude do cara entendeu então era realmente o inferno ali cara tinha dia que saia cinco oito pessoas executadas no dia e no Carandiru existe uma seleção de todos os pavilhões ali e os finais de
semana essa seleção marcava jogo e jogadores famosos como Neto por exemplo foram jogar lá várias vezes além de tudo isso existiam as faxinas ou as faxinas que eram presos respeitados no sistema carcerário que ficavam responsáveis por fazer as faxinas dos pavilhões e tinham circulação por vários lugares esses faxinas eles eram nomeados faxinas porque eram presos bastante organizados e Eles resolveram muitas tretas dentro dos pavilhões e eles mantinham certa paz na cadeia e de fato o Carandiru como eu falei pra vocês era a casa do diabo era a gente executada era uma espécie de país a
parte absurdamente grande e Cruel a moeda corrente na época dentro do presídio era o cigarro porém cachaça a prestação de serviço tudo poderia ser usado para soldar dívidas ou comprar coisa lá dentro tá bom o Carandiru pessoal era monstruoso Era um negócio monstruoso ali no centro não passava batido tá uma visão cavada ali na maior capital do país por isso chamou muita atenção da gente eu poderia ficar falando horas aqui sobre a dinâmica do presídio tá sobre os funcionários diretores de segurança sobre os presidiários dos detentos tudo mas ficariamos muito tempo aqui então a gente
vai mostrando isso em outros vídeos se você se interessar agora vamos entrar um pouco no fato mais marcante da história desse presídio O episódio conhecido como massacre do Carandiru é um novo capítulo nosso aqui essa Será uma parte muito delicada complicada que mais demandou fontes de referências cruzamento de informações e muito trabalho de nossa parte então bastante atenção nós ouvimos Agentes do Estado Sobreviventes especialistas tá tudo referenciado em baixo como sempre e para entrar nisso nessa fita nós precisamos compreender uma coisa não existe pena de execução em nosso país galera eu tenho raiva do cara
que assaltou a minha mãe o que me assaltou no ponto eu tenho muita raiva e eu posso ter raiva desse cara posso ter ódio desse cara agora o estado não pode o estado deve obedecer às leis e os pactos sociais e julgar essa pessoa então já entendo que a nossa visão aqui é uma visão institucional e constitucional Ok eu falo isso porque não é o primeiro vídeo que eu produzo sobre esse caso mas Esse sim é o mais complexo mais completo que a gente fez mas eu sei que quando eu conto o que ocorreu no
dia 2 de outubro de 1992 causa uma baita polêmica e uma onda de comentar o sanguinários aqui embaixo e fazer um vídeo desse contar a verdade para vocês e o que está nos altos não é defender bandido ou polícia é passar a visão dos fatos há várias versões sobre o massacre nós adotamos aqui mais repe e perícias artigos que a ciência fala que é a correta reportagens e depoimentos e que realmente nós achamos que a mais plausível também Então a partir deste momento vamos falar do fato que se for a vida oficialmente de 111 presos
no Pavilhão 9 Edu coloca na tela novamente a foto aérea da casa de detenção pessoal tá vendo de tá marcado aí foi nesse lugar que ocorreu tudo antes de entrar nos fatos sangrantes daquele dia vamos falar um pouco do contexto da época tá bom para vocês entenderem o que que levou a acontecer isso daí Porque é um tema bastante complexo em 1988 a Constituição Federal cidadã virou o símbolo da democracia e ela entra em vigor ela e as novas legislações que vieram a partir dela ou durante debates que ocorreram dois três anos antes tentaram transformar
a polícia em uma instituição mais democrática e mais cidadã na época nós saímos de uma ditadura militar e a polícia era símbolo do endurecimento do Estado a constituição galera trouxe por exemplo o fim das prisões arbitrárias em lei o cara só poderia ser preso em duas ocasiões O Flagrante ou por ordem judicial preventivamente tal além disso a polícia recebeu uma penca de regras para cumprir alguns governantes pegaram carona na reação a essas leis dizendo que isso impedia polícia de trabalhar boa parte da população achava que a nova constituição facilitaria a vida do criminoso apenas por
conceder direitos básicos da dignidade humana e na época com a reação a polícia endureceu as ações aumentando a letalidade policial Então os três primeiros anos dos anos 90 foi de muita letalidade policial em 1992 também no mês de setembro tava rolando um processo de impeachment do presidente Fernando Collor de Mello o pai estava bastante bagunçado e 30 de setembro Fernando Collor de Mello foi afastado do Poder para responder o processo do impeachment e Tamar Franco estava a ponto de assumir o discrédito na política estava prejudicando a performa de muitos partidos em São Paulo o governador
do Estado era Luiz Antônio Fleury filho um ex-promotor do Ministério Público Paulista Fleury pessoal era intimamente ligada a pauta da segurança pública e as forças policiais ele já tinha sido Secretário de Segurança de São Paulo em governos anteriores e ele se elegeu como Governador com a pauta da Segurança Pública que em São Paulo sempre deu muito voto você chega aqui em São Paulo falar de Segurança Pública você consegue voto e dia 2 de outubro galera Quando aconteceu esse fato era uma sexta-feira no dia 3 no sábado ia rolar a eleição naquela época excepcionalmente eles conhecem
no sábado o Fleury galera apoiava o candidato Aloísio Nunes que era um nome forte e concorria com Paulo Maluf e Eduardo Suplicy apesar de estar em terceiro lugar nas pesquisas Maluf ela também conhecido por suas pautas e Segurança Pública ele era autor da frase Deus cria a rota tira vidas na verdade não é essa palavra mas eu não posso usar a palavra porque um plano que porque o algoritmo me barra nisso daí Olha como é que o bagulho era louco mas a luz o Nunes corria bem por fora tentando chegar a uma vaga no segundo
turno Tá mas ele era forte também candidatura Prefeito muitas vezes ela é imprevisível até pelas pesquisas eu tô contando isso para vocês dessa eleição para vocês compreenderem o contexto mas também para entender as decisões políticas tomadas no dia do massacre vamos lá então pessoal chegar nesse dia era 2 de outubro de 1992 uma sexta-feira e sexta geralmente é um dia muito tranquilo dentro do presídio e ela ali no Carandiru os presos eles geralmente limpam o lugar ali o presídio na sexta-feira ele se prepara para receber suas visitas no final de semana então tudo tem que
estar bem organizadinho né aquele dia né No dia dois estava rolando a final do campeonato de futebol do presídio o Pavilhão Nove estava numa partida e venceu essa partida por dois a um isso era duas horas da tarde tá da sexta-feira do dia 2 e os caras estavam voltando pro Pavilhão 9 porque eles ganharam né quando alguns presos ficaram Sabendo que estava rolando uma treta era uma briga entre um preso chamado Luiz Antônio Nascimento que era conhecido como barba e com um cara chamado Luiz Tavares de Azevedo os dois Luiz Tavares de Azevedo era conhecido
como Coelho os caras entraram numa treta porque o barba vendeu para o coelho algumas gramas de erva o coelho não pagava a erva e já viu uma semana que o barba tava cobrando ele e insistentemente e já tinha passado o dia de visita e o cara ainda não tinha pagado nós conversamos com uma pessoa que conhecia os dois presos o coelho trabalhava na parte judiciária do presídio e o baba era um preso com um bom comportamento então eles não eram de brigar nem os dos dois eram conhecidos por confusões ou por estar envolvido nesse tipo
de treta então O Barba cobrou com ele e disse que o coelho era pilantra que não era homem e rapaz falar um bagulho desse dentro de uma cadeia principalmente do carandir era problema tio O Barba então subiu para o terceiro andar do Pavilhão e pegou um pedaço de pau pra terminar de cobrar o coelho a hora que ele voltou e foi dar uma paulada no coelho o coelho tava armado com troca tá e o coelho tomou o pau na mão do barba e deu umas pauladas no barba e aí o pau fechou entendeu lembra que
eu disse para vocês algum tempo atrás que os caras andavam em famílias ali em grupos dependendo da região que ele vinha Então galera o Barbie o coelho andava em grupos e de regiões diferentes o Pavilhão 9 na época estava com quase dois mil presos era um barril de pólvora esse é o momento mais complexo de se contar tá no evento fatídico que a gente tá trocando ideia aqui além de várias versões de que que aconteceu como aconteceu essa briga e o que que desenrolou nela há um conjunto de informações ações erradas precipitadas e até maldosas
tá bom qual a briga entre o barba e o coelho os dois foram levados até enfermaria e os grupos deles né que eles faziam parte começaram a debater o que que tinha rolado o babe o coelho não procuraram faxina para resolver a situação nem avisar os seus grupos que ia ter uma treta foi no ânimo do momento ali e tava tudo muito exaltado a coisa começou fez o cara tinha acabado de sair de um jogo de futebol E aí os agentes penitenciários entraram e tentaram intervir trancar os presos galera na época os presos eram soltos
da tranca cedinho e eram trocados novamente só às 17 horas às 18 horas por aí E aí pessoal o que diz uma das versões da gente que agora a gente vai ver como é que desencadeou a rebelião né o que dizem que é rebelião os presos pessoal se recusaram a ser trancados naquela hora aquelas 2:30 da tarde ainda existia até às 17 18 horas vocês queriam saber porque que os agentes penitenciários tinha que queriam trocar ele se já tinha uma rapaziada briga já tinha levado os dois caras que brigaram O Bárbaro com ele pra dentro
da enfermaria E aí tem uma versão de que os agentes penitenciários eles estavam com um pouco de problema com os presos naquelas últimas semanas um dos agentes penitenciários é receber um chá de manta que que era aquilo uns presos Colocaram uma uma coberta em cima do cara dela não estavam os socos no cara pegaram a carteira dele e tal outras versões E essas são dos agentes penitenciários tá que fala que os presos estava ligando já que eles não conseguiram fazer igual a nada e eles chamaram outros agentes penitenciários com total de 30 40 agentes ali
eles não conseguiram controlar a briga outra versão também trabalhada nesse caso é de que preços já estavam quebrando tudo a hora que os agentes penitenciários chegaram o fato pessoal que não dá para a gente saber o que que é verdade o que que não é verdade porque conta um monte de versão e nem a justiça ainda chegou nessa conclusão o fato é que a informação que saiu de lá do Pavilhão 9 foi que os presos estavam descontrolados e o que você precisa saber é essa informação porque é isso que saiu de lá o alarme então
foi tocado tinha uma espécie de alarme de sirene bem alto que que avisava quando as coisas não estavam normais quando os presos estavam revelados na época o diretor de segurança braço direito do diretor geral do Carandiru era um homem chamado Moacir Santos nós temos a fala dele aqui em áudio tá retirado de uma entrevista que ele deu na TV Brasil que Ele conta o que ele estava acontecendo no momento e que saiu a informação de que os presos estavam descontrolados e eu vou colocar aí para vocês quando eu cheguei lá no meio da confusão o
segundo andar já está todos presos do segundo andar já estavam trancados e na escada que dá acesso ao segundo andar do terceiro para o segundo estavam centenas de presos já tudo com aqueles capuz em improvisado com facas grandes mas não não não fazendo maldade com os funcionários eles queriam invadir o segundo andar para pegar os presos do segundo andar só que tava trancado aí foi ela a gente ficou no diálogo galera protocolo é o seguinte se os agentes não conseguissem controlar os internos a polícia federal ficava responsável por controlar havia um Batalhão de Polícia bem
atrás do presídio local bastante estratégico isso já era umas 15 horas 15:30 e foi tudo muito rápido o diretor da época do presídio Guarda esse nome era um cara chamado José Ismael Pedrosa ele é um cara muito experiente Cadê ele tava no sistema penitenciário Paulista há muitos anos acreditando nas informações recebidas pelos funcionários que disseram que os presos estavam descontrolados ele acabou chamando a polícia gente não era a primeira vez que a polícia entrava no Carandiru aí ela já tinha entrado em 82 já tinha entrado em 85 e 87 na penitenciária do estado e essas
interferências policiais acabaram tirando a vida de vários detentos em 1987 por exemplo 31 DT eles perderam a vida ali na região do Carandiru na penitenciária do estado pelo menos metade desses caras foram por armas dos policiais Então galera não era a primeira vez que policiais armados e presos se encontraria dentro de um Pavilhão tá e não era a primeira vez que esse encontro seria trágico também a gente não pensou que seria tão trágico e poucos minutos chegaram a presídio cerca de 325 policiais de diversas guarnições incluindo batalhão de choque o gate né que é o
agrupamento de Ações Táticas especiais a coica o Comando de Operações Especiais e membros da Rota famosa polícia rondas ostensivas Tobias de Aguiar além de todos esses policiais havia no lugar dois juízes corregidores e um representante da área Penitenciária da Secretaria de Segurança não havia ainda Secretaria de divulgação penitenciária São Paulo porque o sistema beneficiais não era uma preocupação para São Paulo a instituição né a Secretaria de Administração Penitenciária exclusiva pra pensar o sistema Previdenciário só vai nascer alguns meses depois do ocorrido o secretário de segurança na época era um homem chamado Pedro Franco de Campos
e que que o peido de Campos fez ele tirou o diretor José Ismael Pedrosa do comando da operação e colocou nas de um homem que a gente vai começar a falar a partir de agora que é muito importante nessa história o Ismael Pedrosa foi substituído pelo Coronel Ubiratan Guimarães comandante do policiamento Metropolitano Ubiratan Guimarães recebeu das mãos do próprio secretário o poder de agir conforme ele achasse melhor ao lado de Ubiratã estava comandante da tropa de choque Tenente Coronel Luiz na carrarada a literatura fala que o Fleury o governador não deu a ordem ele estava
no interior de São Paulo de Sorocaba em uma campanha lá que ele estava ajudando o candidato a prefeito de lá só que na hora que ele ficou sabendo que tava rolando treta no Carandiru ele pegou helicóptero para voltar porque a mídia já estava falando daquele já tava passando em todos os lugares tá a senhora 3:30 da tarde as informações pessoal antigamente não era como hoje era muito mais bagunçada repórter recebia uma informação errada e não tinha como checar E Aí acabava dando essa informação Às vezes o que vinha não era verdade às vezes a verdade
que vinha não era bem assim não tinha como contrapor enfim era tudo muito bagunçado Fleury disse anos depois de uma entrevista que se ele estivesse no lugar de Ubiratã ele teria mandado invadir o Pavilhão 9 do mesmo jeito aí que que acontece o Ubiratã mandou a polícia para a frente do Pavilhão 9 ele trancaram o portão que ficava na frente porque os pavilhões eles eram divididos tá pessoal eles tinham uma Muralha do tamanho da Muralha que separava o a casa de detenção o resto do mundo esses muros eles essas muralhas também se paravam todos os
pavilhões eles levam as tropa a tropa né as tropas ali na frente do Pavilhão 9 e a tropa tava muito bem armada e com cachorros também a tropa de choque foi pela Radial né que é do centro ali reto a estradinha que tinha reto e a rota foi pelo canto esquerdo do pavino nove nesse momento presos do Pavilhão Nove já tinha visto na TV que a polícia ia invadiu o lugar os presos entraram em desespero tá era umas 16 horas quando a tropa de choque a rota adentraram Pavilhão Nove os presos utilizar o óleo no
chão para que a polícia não subisse e tentar fazer barricadas com coisas que estavam disponíveis alguns jogaram as facas foras inclusive tá porque viu que os óvulos policiais estavam muito bem armados e poucos minutos o coronel é obrigatório saiu carregado desmaiado e há duas versões para que ele tenha saído desse jeito né a causa disso a primeira é que ele teria sido acertado por um aparelho de TV jogado por um preso o segundo é que um disparo e um botijão de gás fez voar estilhaços no Comandante o Ubiratã então foi levado para o hospital e
muitos disparos para Sara ser ouvidos dentro do Pavilhão 9 a polícia militar só sairia dali do Pavilhão Nove entre quatro e seis horas da manhã do outro dia do sábado deixando uma trilha de corpo e de Sangue Bom galera agora vamos tentar compreender um pouco o que aconteceu lá dentro porque essa era a versão que a mídia tava dando no momento vamos tentar compreender melhores conforme os familiares chegavam ali na porta e se colocava em frente do presídio desespero ali do lado de fora vários carros do IML e ia saindo de do presídio a princípio
a mídia divulgou apenas 13 pessoas vítimas e elas foram para o hospital de Santana por isso grande parte da noite de sexta para sábado os caras só divulgaram seus 13 pessoas como vítimas fatais até para não atrapalhar as eleições que ocorreriam no sábado os familiares estavam desesperados pois não conseguiam contato com aprovação de que seus filhos estavam vivos ou não a coisa só começou a ser um pouco descoberto quando a polícia civil chegou ao local com o perito Osvaldo Negrini na época o era um dos mais respeitados do Estado e percebeu que a polícia militar
não queria deixar ele entrar e aí ele precisou dar uma carteirada no cara a hora que Ele pisou no primeiro degrau da escada do Pavilhão 9 ele observou um líquido meio fruscoso assim e tal e aquilo era sangue mano uma cachoeira de sangue descendo quando ele entrou na gaiola do segundo andar viu uma quantidade enorme de Corpos depois de algumas horas após a entrada de Negrini o jornalista Caco Barcelos muito conhecido para vocês também conseguiu entrar e um grupo dos Direitos Humanos liderado por Paulo Sérgio Pinheiro também foi fazer uma revista aí já começaram a
perceber que tinha ocorrido muita coisa errada lá dentro o perito Negrini chegou a dizer que mais de 30 anos de atuação nunca tinha visto aquilo a gente tem um áudio dele Contando um pouco sobre passa por aqui porque eles não vão deixar vocês entrarem como não vão deixar entrar não a PM interditou toda a atenção não tá deixando ninguém entrar nem polícia ele não quer perito lá dentro mas que o homem que é pm não quero não eles não querem porque eles não têm condição não tem campo para perícia de já destruíram todo o local
e tudo você faz o seguinte você vai Baixada na viatura Você e teu fotógrafo aí comecei a conversar com o diretor conversei com Coronel e tudo na boa fui falando pelo menos fazer uma foto para ficar que eu tô aqui porque afinal das contas ele foi chamado oficialmente Se eu sair daqui sem produzir um documento uma fotografia pode até ser punido Não tudo bem então você vai ter importância o tenente aqui vai acompanhá-lo saber que não tem condição nenhuma de fazer perícia Então tá bom para mim já é o suficiente mas eu falei vou entrar
de qualquer jeito não mas ela não dá para entrar lá dentro porque tá sem luz e tal problema danado e tudo faz não tem problema que dá para fazer peguei uma lanterna emprestada num policial porque tinha deixado a menina na diretoria E começamos a fazer a vistoria na parte do térreo tinha parte da administração onde estava a ficha de todos os presos mil e pouco toda essa parte ali incendiada e curiosamente que estava incendiado em Três blocos diferentes focos diferentes quer dizer foi entediada forçadamente para pôr fogo nas fichas dos presidiários para você saber mais
quem era quem tanto que isso deu problema enorme levaram mesmo estar identificar os mortos né no canto da do pátio é uma escada que só o primeiro alimento quando eu li aquela escada eu vi uma cachoeira escura descendo eu falei cara fizeram Será que jogaram óleo Queiroz o que que é esse negócio preto lá aí depois de alguns dias quando ele foi depois na CPI a PM negou que tenha feito qualquer filmagem ou fotografia galera as imagens que foram coletadas no dia do massacre sou horríveis eu vi essas imagens mas assim a gente não pode
mostrar aqui a princípio não havia fotos de Corpos quem conseguiu boa parte delas foi depois posteriormente foi o cara chamado Sidney Sales ele é um sobrevivente desse caso da do massacre ele recebeu as fotos de um policial dentro de uma igreja e passou a divulgar as imagens policiais se converteu acabou entregando as fotos para ele por não poder mostrar aqui as fotos mas eu sei que vocês estão curiosos e a gente tem elas vamos fazer o seguinte a gente vai produzir um vídeo só com essas fotografias e a gente vai liberar para o pessoal do
apoia-se ou apoia-se pessoal é a galera que ajuda a pagar os vídeos que muitas vezes não tem monetização ou permanecessação limitada por conta do tema como esse aqui que a gente tá falando por isso que tem gente que não toca nesses assuntos porque no monetiza Mas quem Assina o apoiasse a partir de r$ 2 possibilita pagarmos esses vídeos pra vocês tá porque todo vídeo tem um custo né Isso aí é a monetização não compensa fazer a gente faz para o pessoal que ajuda a gente a pagar graça o pessoal da apoia esse certos temas podem
ser falados aqui então esse vídeo com essas imagens e uma Fala minha vai estar lá no apoiasse para vocês assistirem se vocês tiverem o estômago forte também tá então vamos falar com como as coisas ocorreram dentro do presídio naquele fim de tarde e toda a noite do dia 2 de outubro de 1992 beleza para isso nós vamos nos debruçar em ciência com a perícia forense e acesso aos processos aí para chegar nessa situação vamos usar o trabalho da Fundação Getúlio Vargas FGB organizado pela professora Marta Machado Marta fez um trabalho e esplendoroso aqui junto com
a Maria Assis Machado e outros autores e aqui agora que a gente vai falar são as versões que estão em juízo tá que foram mostradas e juízes na justiça e tal a gente vai falar dessas versões Tá o que que aconteceu lá dentro no dia do ano passado é ó esse aqui é uma análise do processo de todo o processo do Carandiru que foi alegado tanto pelas vítimas quanto pelos policiais que se tornaram elas quanto os egressos e agentes penitenciários então que cada um falou que aconteceu naquele dia primeiro vamos para a versão da polícia
dentro do processo judicial segundo a PM Os policiais entraram dentro do pavil 9 para impedir que os presos tirassem a vida um dos outros Esse foi a primeira parada da gente oi Fernandão disse ela tentou entrar no presídio para não ter vítimas e acabaram com 111 vítimas o raciocínio é esse tá o raciocínio é esse tipo assim ó a polícia usa tese de que entrou lá para impedir que os caras tirassem a vida um dos outros porque desse execução ali dentro Mas acabou com 111 presos oficialmente Finados executados tá essa foi mais ou menos a
tese da Polícia Militar nos dias seguintes a polícia militar até publicou umas fotos de manequins com roupas rasgadas mas teve as críticas esse bagulho teve críticas porque as roupas nem suja eu tava gostando dessas coisas tá segunda defesa de Ubiratã Guimarães galera que era o Coronel lá que eu falei para vocês que ele acabou saindo fora muito cedo de dentro do espaço porque ele tomou uma televisão usada ou atiraram lá no botijão de gás que a gente falou agora pouco segunda defesa do biratã Guimarães os presos receberam os policiais com facas em bebidas com sangue
e armas de fogo por que que esse bagulho de facas e bebidas com sangue naquela época tava no auge do HIV né que que acontecia eles disseram os policiais que os caras molharam no sangue deles e ameaçavam os policiais então Segundo a polícia na troca de tiros que eles fizeram com os presos né 111 presos do Pavilhão 9 acabaram falecendo agora vocês vão ver o que a perícia e a denúncia do ministério público e o Sobreviventes e agentes penitenciários contam tá a versão deles do Ministério Público diz que os policiais militares entraram no Pavilhão 9
e alguns policiais lá tiraram e presos no primeiro pavimento após o Ubiratan Guimarães se e ter que sair fora não se sabe pelo que até hoje eu falei para vocês as duas versões a tropa de choque ficou sem comando e a rota e o choque passaram a atirar nos presos de forma desproporcional após tirar a vida de uma série de pessoas inclusive gente que estava dentro das células fechados quando Eles terminaram ação policial obrigar os presos a saírem nus para o campo de futebol e outros presos ficaram carregando corpos houve mudança no lugar dos corpos
para complicar a investigação os presos que carregaram os corpos também foram executados cachorros foram usados para dilacerar os presos em pelo menos galera e pelo menos três celas todos os habitantes do lugar fora exterminados e uma das células havia 14 presos todos todos sem exceção falecer no local os presos Sobreviventes passaram por um corredor polonês e os policiais batiam neles e terminaram de tirar a vida de mais alguns presos que estavam feridos ali vamos dar aqui para vocês alguns números da pesquisa de Machado que tá no processo a polícia pessoal apresentou 13 armas de fogo
e 165 facas alegando que estavam com os presos uma pesquisa do Datafolha que entrevistou 1080 pessoas revelou no dia 8 de outubro né feito assim seis dias após o que aconteceu que 29% das pessoas considerava o correto a ação da polícia de invasão no Carandiru e quantas 53% das pessoas opinaram que a ação foi incorreta e 18% não souberam responder o que fez com que os políticos passasse a mudar o apoio que eles estavam andando para PMA princípio Edu coloca o gráfico das partes atingidas nos corpos dos detentos aí que a gente conseguiu a gente
conseguiu um um gráfico aqui pessoal usado no processo feito pela perícia que mostra onde os caras foram atingidos presidiados que faleceram tá lembrando que a contagem oficial tem gente que diz que foi mais presos que faleceram tem gente que já contou 148 Esse é um pedaço da conclusão forense Veja onde que foram os principais disparos aí nesse gráfico principalmente na cabeça e no tórax o que e muitas perícias Pode configurar a execução sumária trouxemos também para vocês pessoal um pedaço da conclusão dos laudos forenses feito pela Polícia Civil abre aspas atiradores posicionados na soleira da
respectiva porta apontando sua arma para os Fundos e laterais das celas não se observou quaisquer vestígios que pudessem denotar disparos de arma de fogo de dentro para fora da cela ou seja galera não se observou que pessoas de dentro da cela atiraram para fora mas o que se observou é que pessoas de fora atiraram para dentro tá bom a conclusão ainda disse no laudo que cerca de 75% dos presos exercitados Finados né perderam a vida dentro das celas tá estava dentro da cela 75% dos presos estavam dentro da célula no momento o primeiro andar foram
executa 15 presos no segundo 73 no terceiro oito e no quarto 15 tá na página 51 do trabalho da Marta Machado para quem quiser colher mais informações e se aprofundar tá aí no primeiro comentário como a gente deixa assim outro dado importante das 515 munições extraídas dos cadáveres 126 acertaram a cabeça 23 o tronco e 31 pescoço na época o Pavilhão 9 recebia presos primários e que ainda não tinham sido julgados perderam a vida ali dentro presos bastante jovens Edu coloca o gráfico da idade média aí pra gente querido cara você pode observar no gráfico
aí que Ampla a maioria tinha entre 19 e 25 anos quase 50% dos presos que perderam a vida naquele dia um perfil de idade bastante semelhante aos que perdem a vida na rua por causa de letalidade policial no período alguns dias depois do fato o secretário de segurança da época pediu demissão para se vocês viram que 53% da população acabou não aceitando o que tinha acontecido Quem foi colocado no lugar dele um cara chamado Michel Temer tá e o Michel Temer Esse aqui foi presidente criou a Secretaria de Administração Penitenciária Paulo Maluf foi eleito da
cidade da prefeita da cidade foi para o segundo turno Ele usou amplamente o fato do massacre durante a campanha de segundo turno contra né o Eduardo Suplicy que ele disputou o contra o Eduardo Suplicy se colocava do lado oposto de Maluf sobre o que ocorreu no cano de luta então foi foi bastante usada Essa questão aí tanto pelo supressivo quanto pelo maluco galera vamos entender um pouquinho agora o processo judicial como é que ele rolou eu já aviso que ele é extremamente complexo tá E ele demorou bastante para sair dos 347 policiais militares que participaram
da operação 121 foram acusados formalmente pelos crimes 84 policiais foram acusados por execuções e 21 por lesões corporais graves 86 lesões leves atribuídas aos mesmos policiais prescreveram por causa da demora do julgamento e tiveram a sua punibilidade extinta tá extinta o único dos réus julgado até o momento foi comandante da operação no dia o Coronel birartan Guimarães para vocês terem uma noção o biratan se elegeu Deputado com o número 14 111 parceiro 14 111 Ele usou o número 111 ele foi condenado em 2001 por um júri popular a 632 anos de prisão mas ele recorreu
e ficou em liberdade Mas adivinha ele foi absolvido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo TJ passou por cima do Júri e disse que Ubiratã agiu em escrito cumprimento do dever Legal ou seja segundo eles estava certo e fez o trabalho dele direitinho ele até perdeu a vida no dia nove de setembro de 2006 ele foi atingido por um disparo de arma de fogo ele tava deitado na cama dele se encontrava só de toalha e a porta encostada a namorada do biratã na época foi acusada pelo crime mas ela foi absolvida né você faça Justiça
isso e até hoje O Delito nunca foi solucionado mas eu falecimento de Ubiratã amenizou as cobranças pela busca de um culpado e o processo de mais de 20 mil páginas já passou disso ficou por anos o processo se arrasta em mais de 30 anos na justiça muitos dos PM já se aposentar outros tiveram processo por escrito outros foram para reserva outros foram expulsos muitos foram promovidos e a coisa ficou por isso mesmo em 2013 houve o julgamento que condenou 23 policiais mas o julgamento também foi cancelado em 2014 ocorreu um novo julgamento e novamente 74
policiais foram condenados mas a quarta cana não era criminal de São Paulo anulou a decisão do Júri E mais uma vez os caras não pagaram nada quer dizer galera o estado também não tá querendo punir por nenhum caso tal isso é muito enrolado e realmente é um processo bastante complicado o promotor do caso Norberto jóia diz que toda vez que tem uma audiência preciso ouvir muita gente precisa intimar muita gente excitar é o número enorme de pessoas de Testemunhas e fica muito demorado conforme a justiça vai cancelando e anulando as ações a coisa vai esfriando
e vai demorando ainda mais e assim junto tudo isso ver o processo de pagamento que o Carandiru tem passado e Patrocinar pelo governo também aí a punição vai ficando cada vez mais longe cada vez mais difícil esse caso Além disso por conta da modificação do local do crime fica muito complicado aí individualização da conduta Ou seja é difícil saber qual o policial fez qual disparo e em qual corpo tá então isso impediria de você saber quem foi o cara realmente que tirou aquela vida e como que ele vai pagar por aqui muitos dos policiais estavam
se identificação e várias armas nem eram da Corporação o caso já foi levado até para cortes internacionais como a OEA e o Brasil sofreu até ameaças de sanções comerciais em 2022 o Presidente da República da época Jair bolsonaro você deu indulto aos policiais envolvidos no caso mas a justiça acabou cancelando esse benefício a pedido do Ministério Público o indulto Seria tipo soltar os caras tirarem os caras de de serem condenados ou sofrerem o processo segundo a pgr né Procuradoria Geral da República o decreto fera dignidade humana é o direito de Justiça eles usaram o relatórios
das cortes internacionais para ligar é o Pedido de cancelamento do indulto Enquanto isso a família dos presos que perderam a vida naquela ação aguardam indenizações vamos entender essa parte final pessoal como massacre influenciou o sistema penitenciário dali para frente né porque agora acabando de contar sobre ele a gente vai contar como que esse fato traumático influenciou o sistema peneticiário e o Crime daí para frente o massacre do Carandiru foi extremamente traumático por um para uma série de personagens que habitam o sistema carcerário brasileiro ali após o que ocorreu ali dentro do Carandiru muitos presos foram
transferidos para outros presídios pra poder reformar os pavilhões ali pra realizarem principalmente também a reforma no Pavilhão 9 alguns desses presidiários foram enviados para Taubaté A Casa de Custódia de tratamento era um lugar pessoal onde colocava presos que davam bastante trabalho no sistema carcerário e começou a receber vários presos desse período de reforma o diretor do cara mulheres maior Pedrosa lembra que eu falei para vocês e ele virou diretor dessa cadeia de Taubaté lá em 1993 nasceu o Primeiro Comando da Capital um dos artigos e regras do grupo era evitar que um novo Carandiru ocorresse
o comando pessoal Ganhou muito espaço nas cadeias de São Paulo exatamente por prometer que ia organizar o espaço e evitar um novo Carandiru já que eles tiveram plena certeza depois do WhatsApp que o governo não ligava mesmo para eles tanto que no início dos anos 2000 José Ismael Pedrosa diretor geral do carandir em 1992 que foi lembrado pelos presos como um homem que podia ter evitado a invasão da polícia e acabou não fazendo foi executado por membros do Comando da Capital tá atiras ele tava dentro do carro após esse evento também as rebeliões passaram a
fazer funcionar como Reféns com mais frequência para evitar novas invasões pra dentro do presídio o Governo do Estado de São Paulo investiu mais dinheiro na Secretaria de Administração Penitenciária e foi também nesse período que intensificada as políticas do CTP centros de Detenção Provisórias que construiu o presídios no interior de São Paulo para evitar uma imagem de um complexo penitenciário bem ali dentro da capital também foi Encantado pelo governo de São Paulo uma tentativa de apagamento histórico da memória do carandirudo que ocorreu ali em 2001 pessoal os últimos detentos são enviados para outros presídios do sistema
carcerário Paulista e em 2002 o governo de São Paulo manda implodir os pavilhões 6 8 e 9 o Pavilhão 2 foi demolido em partes e teve seu esqueleto preservado e se tornou uma grande biblioteca outros dois pavilhões foram também reformados e viraram uma Etec ali no local no local onde era o Carandiru foi montado o Parque da Juventude um complexo de lazer mantido pelo Estado de São Paulo o Governador Mário Covas que iniciou essa ideia e depois ela foi desenvolvida pelo seu sucessores a ideia de apagar colocar ali como se nada tivesse acontecido nós fomos
lá onde ficava o Pavilhão 9 tem uma placa vou pedir para mostrar para vocês aí que mostra a tentativa de apagamento do lugar essa placa colocada pelo Mário Covas aí vocês podem dar uma olhada nela que ela tá escrita falando sobre liberdade e tal aqui ficava o Pavilhão 9 como isso é traumático então é esse monumento é uma clara informação de que há uma tentativa de apagar os acontecimentos que aconteceram no Carandiru mesmo sem ter resolvido bom galera de nossa parte eu quero deixar uma opinião pessoal de quem estuda esse tema anos tá eu queria
culpar aqui também o governo da época a PM os internos eram inimigos declarados e você deixar com que essas Tropas de Elite se não estabilizam por tirar a vida de bandidos em local escuro bagunçado dentro de uma cadeia frente a frente com seus inimigos aí é dar algum problema mesmo em algum problema muito grave não tinha como sair daquela situação sem sangue até hoje nenhuma pessoa do governo pagou por nada disso daí depois de ler tanto vou ser sincero eu entendo sim que houve impactar Você pode até colocar nos comentários aí ó deixa quieto tipo
de fala que a gente já tá acostumado a ver aqui dizendo que a gente tá passando pano para bandido para essas coisas e tal isso no mundo e nada o fato daquilo ter sido um crime horroroso tá ligado e comprovado voltando aqui ao Parque da Juventude e ao pagamento do Carandiru é interessante que seja construído uma biblioteca ali eu acho interessantíssimo e uma escola técnica também mas a gente acredita que pelo menos o Pavilhão 9 deveria estar de pele exatamente para relembrar as desgraças da nossa história o quanto aquilo era inferno sem a pagamento como
Estados Unidos fez por exemplo coloca atrás como a Alemanha fez por exemplo com Auschwitz Alcatraz nos Estados Unidos Por exemplo é uma prisão que foi preservada pra mostrar ali como é que funcionava uma cadeia naquele período e as lástimas que tinham naquele lugar as histórias que foram construídas ali e para a preservação menor tentativa de fazer com que essa memória seja lembrada que ela exista é que foi criado o museu espaço Carandiru com educadores que contam toda a história desse processo a nossa equipe foi lá a gente entendeu a necessidade de não deixar isso ser
apagado E deixamos a nossa contribuição aqui com esse singelo mais cuidadoso o vídeo e a gente espera que vocês tenham compreendido legal que a gente tenha passado legal isso para vocês a gente vai embora mas esse vídeo vai ficar aqui pela eternidade ou até a plataforma tirar ou sei lá esse vídeo pessoa esse material foi muito importante mas como eu já destaquei eu comecei a me interessar pela segurança pública e pela história da criminalidade da polícia a partir das histórias do Carandiru ai acabou a fruto pesado mas eu acho que a gente cumpriu o nosso
papel deixa seu like se inscreve no canal Ative o Sininho E compartilhe esse vídeo com as pessoas que você sabe que gosta que conhece as pessoas que não gostam também compartilha Joga aí e tal compartilhe um monte de coisas do Zap aí de flor todo dia de flor de tia compartilha esse vídeo também com os cara ajuda a gente não apoie-se no pics a gente só consegue falar esses temas porque a gente está tendo ajuda no pics rapaz Pô cara eu achei da hora o trampo que os cara fizeram roteiro tal tal tal tal então
vou meter esse louco certo aí a referências estão aí no comentário eu fui até uma próxima valeu