A equipe de arqueólogos coordenada por Eduardo Neves retorna ao sítio Teotônio, próximo à Porto Velh...
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[Música] [Música] eh [Música] m [Música] h h [Música] [Música] h [Música] [Aplausos] então aqui no sítio Teotônio nós trabalhamos aqui desde 2011 [Música] ele é um sítio que é muito grande tem mais de 25 hear de área não tem nenhuma arquitetura que apareça para fora a gente não tem nenhum aterro não tem nenhum mío tudo que a gente tá estudando aqui tá enterrado esse sítio ele é espetacular por uma série de razões a primeira é que ele tem um registro muito longo de ocupação humana a gente tem datas da presença humana indígena aqui que chegam há mais de 9000 anos atrás e a partir de mais ou menos 5500 anos atrás as evidências de ocupação vão ficando cada vez mais frequentes não dá para dizer ainda que seja uma ocupação ininterrupta mas eu acho que em termos arqueológicos a gente pode dizer que essa paisagem aqui tá sendo modificada da presença humana de maneira quase contínua há pelo menos 5500 anos senão antes disso já que a gente tem datas que chegam a mais de 9000 [Música] anos [Música] cor muita gente já trabalhou e trabalha aqui até hoje né o Fernando Almeida né que foi a pessoa que que insistiu para que a gente nós déssemos trabalhar aqui o Guilherme meló que trabalhou com as ocupações mais antigas do sítio a Laura e o tauba agora trabalhando com material mais recente né já T olhando uso de plantas o tauba com essas ocupações que tem a ver com pocó ou pocó sutuba né A J que tem um trabalho muito importante com as plantas cultivadas aqui ao longo do tempo a mert também trabalha com plantas né então é uma equipe de fato disciplinar nós temos aqui evidências de pelo menos sete ocupações diferentes Sete Povos diferentes que viveram aqui ao longo desses milhares de anos dois deles sem cerâmica não produziam cerâmica e cinco que produziam cerâmica a gente tem estudado alguns deles com um pouco mais de detalhe se fizer S debaixo da terra C né cm projeto do Thiago ele tenta entender o contexto desse processo de sedentarização nós sabemos hoje que aqui na Amazônia há mais ou menos uns 2500 anos atrás teve um processo de crescimento demográfico e as populações se tornaram mais sedentárias porque os sítios se tornam maiores a gente começa a ver aterros essas coisas todas né nós começamos a ver formação de terra preta por toda parte a terra preta para mim é uma consequência desse desse processo de sedentarização vocês passaram a passar mais tempo no mesmo lugar jogando lixo orgânico quanto mais produtivo o solo mais as pessoas ião querer ficar no mesmo lugar para poder plantar nos seus Quintais e assim sucessivamente então isso acontece por toda a Amazônia e o início desse processo tá associado a um tipo de de material Arqueológico de cerâmica que nós chamamos de pocó suuba Olha isso geralmente quando a gente tem sítios pocó tuba a gente começa a ver a formação dessa terra preta a gente tem sítio pocó tuba Sem Terra Preta mas as primeiras terras pretas geralmente estão associadas a esse contexto pocó tu separada da outra o que que a gente quer fazer esse ano aqui é de fato ampliar as escavações que nós fizemos anteriormente nessa área coletar mais amostras desse material associado à ocupação com coo tubra para confirmar essa data para ver se de fato Elas têm mais de 4000 anos ou mais ou menos 3. 000 anos ou são um pouco mais recentes a gente precisa entender melhor esse contexto Essa é uma das escavações a outra escavação ela é totalmente diferente o nosso objetivo é entender o final da ocupação indígena pré-colonial aqui ou talvez até do início do período colonial então para isso nos interessa trabalhar com as ocupações mais superficiais então nós procuramos o quê uma parte do sítio onde as nossas nossos levantamentos prévios mostram para nós que a gente tem depósitos rasos associados essa ocupação mais recente que a gente chama de Jatuarana que a Laura tá coordenando e tem a ver com o doutorado dela aí a nossa questão justamente é oposta gente queria encontrar uma única ocupa sem interferência das ocupações anteriores e sem interferência das ocupações posteriores que aconteceram aqui desde a época colonial se aqui a tem uma escavação profunda e concentrada lá a gente tem uma escavação Rasa e muito mais ampla [Música] [Aplausos] [Música] [Aplausos] kaan [Música] [Aplausos] [Música] Oi me dá um potinho para cá V TBA mais um pote mais o arqueólogo coma ele é uma figura meio inescapável aqui na na no alto madeira porque ele andou por toda parte ele morou aqui em Rondônia H muitos anos ele trabalhou aqui também e a gente tinha um interesse na época entender um pouco o contexto um contexto específico de ocupações um tipo de cerâmica que a gente chama de cerâmica polícroma que é uma cerâmica que aparece por toda a Amazônia e de acordo com os trabalhos do Miller as datas mais antigas para esse tipo de cerâmica estariam aqui nesse lugar e o Fernando o doutorado dele era entendu o contexto das ocupações políc aqui nessa área tava trabalhando na na empresa de consultoria e parei lá achei o o o telefone dele na no caderninho caderninho foi na época Ainda da minha chefe foi lá Eco Miller liguei falei assim ô Bom dia professor Eco Miller aqui é o Fernando Eu trabalho com arqueologia analiso cerâmico Sou aluno do Eduardo Neves e gostaria de ver essas coleções Ah o Teotônio essas cerâmicas polícroma antigas tem como e daí começou uma gritaria vai ter que publicar e não sei que e pode não sei queê uma gritaria eu olhava daí de repente faz assim tu tu tu tu tu e daí o que que eu fiz daí eu liguei pro Edu falei assim fo Edu Eu liguei pro rico milho Ele desligou na minha cara me ajuda Como é que faz não sei que daí o o Edu ligou mais tarde tiveram um papo lá muito mais cordial acho que tinha uma questão lá hierárquica ali a ser respeitado foi graças ao Fernando que a gente viio trabalhar aqui porque esse sítio já era conhecido né e ele sugeriu por que que a gente não vai lá no te Tônio de repente vamos re escavar o sítio mas eu falei para ele olha eu acho que esse sítio tá muito impactado porque tem a estrada porque tem a vila lá embaixo porque tem as fazendas em cima o pessoal tira a terra preta passar ônibus passar carro né então quando a gente chegou aqui nossa questão era o seguinte Existe algum lugar preservado Nesse sítio que eu posso escavar um buraco né uma unidade e descobrir quantos anos tem essa cerâmica pintada que a gente encontra Nesse sítio e o Miller Ele identificou um sítio localizado às margens do Rio Jamari que é um afluente aqui do Rio do Rio Madeira e esse sítio Ele publicou essa foto em 88 acho que ficou todo mundo louco eu fiquei louco quando eu vi aquilo Porque era uma escavação super profunda com uma terra preta profundíssima enterrada uma terra preta sem cerâmica inclusive quando a gente veio para cá a gente tinha essa expectativa também de encontrar de novo um sítio como esse que o Miller escavou e da achou uma unidade escavou ela e a gente encontrou um pacote sei lá dessa cerâmica Jatuarana policrom com uns 80 cm etc e abaixo dela a gente encontrou a uma ocupação em terra preta só com lítico primeira unidade com 3 m de Terra Preta [Risadas] [Música] a a partir de uns 3. 000 anos atrás o clima na Amazônia ficou mais próximo do que ele tá hoje em dia a gente vai puxar um aqui esse aqui vai Ele já era quente mas ele ficou mais úmido e tem uma coisa que acontece a partir dessa época que é o quê a gente começa a ver a formação de grandes aldeias sedentárias essa cerâmica pocó tem a ver com esse processo os primeiros que o primeiro sinal arqueológico que a gente tem que a gente vê disso é essa expansão de grupos que faziam essa cerâmica que a gente chama de pocó su tuba por toda a Amazônia e pela Venezuela também provavelmente pelo rio Orinoco também esses grupos se espalham eles se tornam sedentários e aí como consequência desse processo a terra preta começa a se formar aqui no teônio a gente tem a terra preta mais antiga ela tem cinco com 15 anos no resto da Amazônia Elas começam a ficar mais disseminadas a partir de mais ou menos 2500 Anos Atrás a produção dessa terra preta ela antecede a própria tradição pocó suuba né populações que não fabricavam cerâmica elas também entrop muito a floresta amazônica parece que isso se intensifica a partir de 6000 5000 anos com a fase maçana [Aplausos] a gente sabe que esse sítio é é muito incrível né porque tem um de ocupação que é muito muito longo né então primeira coisa que eu fiz foi analisar os contextos mais antigos a gente chama da fase geral e a fase maçana né a fase geral sempre pensados como sendo ca do coletor né os 96 menos atrás que tem um monte de coisa que já tava sendo né prente manejado né várias plantas como a goiaba Pequiá a Castanha né castanha do Pará e também um um tubérculo né que consegui identificar no espitas que é areá e você encontra na verdade ess esse areá em vários sítios muito antigos na América do Sul desde né América Central e também nos Andes na costas das ganas e aqui em Tonho 9000 anos atrás a gente tem a faz massangana que são essas primeiras terras pretas né as mais antigas da Amazônia sem cerâmica né que vai entre 6000 e uns 4.
000 mais ou menos encontrei pela primeira vez Fit de mandioca abóbora e feijão em conjunto com o manejo das mesmas árvores frutíferas de antes né E aí depois faz mangan né a gente tem as primeiras cerâmicas aqui ôo mais ou menos un TRS mos atrás né que essa fase pouco aço tuba E ali a gente encontra milho pela primeira vez né em conjunto com milho a gente também tem feijão abóbora e parece que mais uma vez a gente tem tipo uma uma gama um pouco maior de espécies eh né chegando com esses essas populações ceramistas do pocó e a partir daí né a gente tem um um um grande eh quebra-cabeça na verdade né das ocupações diferentes ocupações ceramistas com diferentes tipos de cerâmica né que provavelmente é um lugar eh bastante né multi não sei multiétnico né vários diferentes povos vendo para cá deixando seus cerâmicos aqui né uns 1000 1500 anos atrás a fase mais sobr saliente desse o fase Jamari né trão na verdade Jamari e de repente encontrei nessa nessas cerâmicas né milho de novo mas também uma quantidade muito mais expressiva do milho do que outra coisa o que me faz pensar que talvez o milho ganhe uma importância maior mais ou menos nesse período né depois a fase de amaria a gente tem a a Jatuarana né que isso que a gente tá encontrando na casa agora que parece que o milho dá uma dominu e outras coisas estão sendo cultivados né Mais ou menos até aqui a gente tem essas cerâmicas jatuaranas que elas t Branco pintura vermelha incisões acanalados aqui a gente já tem uma coisa mais na vertical umas cerâmicas inclinadas que parece ser uma transição tem jatar jamar nessa É e aqui tem esse piso né o piso Jamari que é uma cerâmica com capacidades maiores de volume é com bastante foligem paredes espessas muitas vezes tem os lábios afilados né eles são mais finos do que o restante da parede super bem super bem alisado bem queimada e ela se concentra sobretudo nisso que a gente tá interpretando como um piso de ocupação gemari abaixo dele uns 5 10 cm a gente tem uma coisa mais transicionando mais ou menos até aqui a gente tem esse aterro né Ela é praticamente composta por muito sedimento de terra preta e pouquíssima Cerâmica e na base dele até o Estéreo a gente tem essa camada pocó su tuba que são cerâmicas super bem acabadas com bastante pintura e tem uma variação policromática muito intensa com vermelhos alaranjados amarelados bastante incisões decorações plásticas né angulados raspados escovados penteados que a gente tá tentando entender melhor nessa escavação legal Car pensando nesse aterro será que ele pode ser uma lieira jamar mais antiga os caras jogando lixo jogando de repente depois eles v e ocupam aqui em cima que basicamente sedimento né quase não tem cerâmica hum é m dos Macacos super agora o que que elas estão fazendo aí aqui is a questão é que cronologicamente elas são bem diferentes né Qual que é a data de 2000 1800 2000 tem pocó tem tem é o fim do pocó né me sinto bastante privilegiado de poder trabalhar tantos anos em o mesmo e ao mesmo tempo o contexto Arqueológico nos permite pensar em diversas questões que eu acho que são fundamentais e muito importantes pro modo como a gente olha pra Amazônia hoje trabalhou na África América do Norte e gente que é um diretor de pesquisa do é um brasileiro uns do 2€ saudade do Guilherme né tá fazendo [Música] [Música] nos anos 80 quando eu comecei a estudar e queria trabalhar aqui na Amazônia havia um debate ainda sobre se as terras pletas eram naturais ou se elas eram formadas pela atividade humana indígena no [Música] passado e uma colega J Ken que é uma arqueóloga Gaúcha trouce várias evidências geoquímicas de química do solo não é produto da atividade indígena [Música] desde o final dos anos 80 até agora tem muita gente de diferentes áreas estudando a Terra Preta em com vários recortes diferent então a gente já tem muita coisa publicada e sabida sobre a terra preta e tem muita coisa que ainda não se sabe e eu acho que eu chego num momento bem interessante Porque eu já tenho todo né esse trabalho de vários colegas atrás para entender essas diferenças da terra preta mesmo e quando a gente fala de terra preta a gente tá falando de terras pretas né Tem uma coisa meio difusa aqui separando as duas né é um acinzentado para mais marrom sim Normalmente quando a gente pensa na Terra Preta a gente pensa num negócio muito muito escuro né uma coisa mas na verdade ela tem uma variação no próprio sítio na verdade você pode ter essas essas terras pretas com diferent cores e se a gente vai pra unidade mais profunda a gente vê que na no mesmo espaço Você tem ela acontecendo de várias formas diferentes Então você tem mais ou menos 50 cm por exemplo ela tá muito preta muito escura ela é meio gordurosa até assim ela lembra aquela massinha de criança que faz com farinha e óleo ela lembra aquilo e conforme você vai baixando ela vai mudando um pouco às vezes ela fica mais escura um pouco mais clara Tem coisas que a gente ainda tá descobrindo né Tem uma cerâmica ali e ó como essa coisa vai Caino esse solo mais escuro vai caindo Ele termina embaixo da Linha Branca depois então que não é Um aterro eu acho que é mas ele ele tava corrigindo algo irregular mesmo que é o que a gente tava vendo durante as escavações né talba que as coisas começavam ali e apareciam por último para cá mas se ele é um aterro essa terra preta vem de outro lugar então eu então mas você acha que ele é um aterro o tempo todo é essa eu achei eu tava pensando que talvez ele possa ser aterro num período e ocupação em outro sim eu também tô achando isso eu acho que ele é menos Aterro do que eu eu achava no começo dessa etapa que esse pacote todo Era Um aterro hoje em dia já não tô tão certo disso eu acho que não Edu desculpa de cortar mas eu acho que não o aterro é a camada semc e ela tem sei lá 70 dif na qual que é ess aqui isso isso é o Aterro sim mas ele não é tão espesso assim né ele é um pouquinho né 60 ó ele é da cabeça do Fernandão naquela bioturbação até essa camada mais escura ele tem quanto metro sei não então ó cerâmicas todas na diagonal vertical pontinhos aqui ó de de solo amarelado podia ser um lugar de cultivo também né uma terra preta que tá sendo cultivada ah essa questão eu queria entender por exemplo não sei se micr ajuda a gente mas eu eu acho que tem mais de uma coisa acontecendo aí do que simplesmente o atev entendeu Eu também acho mais por isso que eu tinha pensado em fazer ela bem detalhada sabe porque como é tudo muito difuso se a gente faz bem detalhado a tem pequenas fotografias né quando eu coleto eu já penso Nossa eu vou ter Diferentes microfotografias né Porque para mim as lâminas são pequenas fotografias da das terras pretas a gente vai ter uma coleção de diferentes terras pretas então por exemplo a terra preta do teônio ela é muito diferente da terra preta do Boa Esperança que é dentro do médi Solimões porque eu tenho um componente que é natural de formação do solo dessas duas perras pretas a gente tem coisas diferentes que foram resultados de processos naturais e antrópicos e que estão espalhadas pela Amazônia brasileira e por toda a Amazônia né a brasileira e peruana boliviana venezuelana Guiana Francesa A gente tem a terra preta por toda a Amazônia k [Música] no n b pode possar marcar Z do Topo ou não Não precisa não né já tá tá bom 46 9954 onde tá pisando 4654 4653 4554 eu acho que tá ter ver com compostagem de certa maneira lixo orgânico sendo jogado né os ossos de animais ossos de peixe carvão resto de comida enterrado sendo jogado e esse solo vai né a adição de tanto material orgânico ao longo de muito tempo e muito carvão não não é cinza né mas é carvão que é queimado uma temperatura menor vai provocando essas modificações no solo depois quando a cerâmica aparece aqui a gente não sabe quando ela aparece a gente tá fazendo essa etapa de Campo aqui para entender isso mas talvez ela tenha Aparecido há 4000 Anos Atrás a Fera teve um papel importante também na na estabilização dessas terras pretas Então são uma série de fatores né é a presença humana são os animais são as plantas que são consumidas a cerâmica que aparece depois mas o que que eu acho Resumindo não dá para entender a terra preta apenas como um recurso natural elas são um recurso biocultural ou um recurso histórico elas só fazem sentido elas são Talvez o melhor exemplo da presença humana antiga aqui da Amazonia porque elas são uma matriz de coisas que vem da natureza que é o solo mas de coisas que vem da atividade humana Eu acho que o que a mais aceita até agora é que quando você tem a formação de terra preta você tá tendo uma ocupação densa de pessoas né Elas estão marcando aquele lugar e a terra preta provavelmente é o resultado dessas muitas ocupações por muito tempo e quando a gente pensa nessa nessa ocupação nessa vida cotidiana você tinha que lidar primeiro com um lixo que ele é totalmente orgânico então é um lixo que ele ele vai entrar no ciclo daquele lugar né de de refazer aquele lugar então você vai ter de uma caça você vai ter o resto você vai ter o xixi cocô das pessoas também você vai ter n elementos fazendo parte daquilo e que se ficar exposto vai chamar muito bicho né então você não vai querer chamar essa atenção então você vai dar uma um tratamento para aquilo de alguma forma Quando você pensa num quintal você tá incorporando carvões nessa terra preta de outra forma passando um peixe esquentando uma água fazendo Ming você adiciona esses elementos na Terra Preta Mas você aumenta a fauna microfauna desse lugar também e esses microorganismos eles vão ser tão importantes na formação da Terra Preta como fator antrópico também uma cuaz umte de piso assim um um balde meu Edu 4654 214 né É então Foi estabelecido que as terras pretas foram formadas pelos índios no passado isso era muito importante por qu porque era um argumento muito forte contra essas hipóteses ortodoxas mais deterministas né se o solo foi considerado um fator anteriormente que limitava a presença humana da Amazônia solos pouco férteis Porque de fato os solos Amazônicos não são normalmente muito férteis né Por causa da ação das chuvas da evaporação eles perdem os nutrientes muito rapidamente solos Tropicais em geral mas essas terras pretas são solos muito estáveis elas são formadas há milhares de anos centenas de anos e não perdem seus nutrientes à medida que esse debate ia crescendo as terras pretas foram recebendo atenção não só de arqueólogos e arqueólogas mas de gente de cientistas do solo né geógrafos gente né agrônomos e havia dois grupos de cientistas um grupo composto majoritariamente por agrônomos que dizia que os solos esses solos foram formados deliberadamente Eles foram produzidos de maneira deliberada pelos indígenas para superar as limitações de solo que ocorriam aqui na Amazônia e havia um grupo que era minoritário na época mas que hoje em dia é majoritário no qual eu me incluia que dizia que não que essas terras pretas se formavam de maneira não intencional porque se elas tivessem sido criadas de maneira intencional elas para ser áreas de cultivo a gente não teria evidência de atividades de habitação domésticas nesses sítios agora é interessante né resolveram construir esse aterro para criar essa plataforma né e usando a terra preta porque essa a terra preta ela foi eles estão dispensando a terra PR estão jogando a terra preta fora não é para plantar né eles estão fazendo usando fazendo aterro com a terra preta e essa terra preta então ela é mais antiga ainda né É mas é legal é eu acho que a gente tem que entender mais esse Jamari né sim temos que pensar nele de novo com mais carinho assim porque ele tem essa é ele parece ser um chave nesse momento de de construção dessa área né e a terra preta aqui né eu te falei os resultados preliminares os valores de nutrientes são são muito altos Talvez seja o cara que mais cavou terra preta aqui no Brasil esses sítios todos são áreas eram eram antigas aldeias algumas muito grandes outras pequenas mas você vê lá né lixeira você vê o resto das casas você vê os montículos quer dizer não era Elas podem até sido depois cultivadas como são hoje em dia mas a ideia de que elas foram criadas numa espécie de processo agronômico no passado de certo modo reproduz o que a gente tá fazendo hoje em dia que que é olhar paraa Amazônia e falar a gente tem que melhorar tem que mudar o sol tem que né modificar Nature fica essa essa perspectiva é presa ainda essa visão que é uma visão muito muito exógena né que olha uma zona de fora para dentro e que pensa nos povos indígenas a partir de uma lógica que é a lógica da Agronomia da revolução Verde digamos assim né que que alimenta o mundo mas destrói também a natureza e eu acho que essa lógica não funciona PR os povos indígenas [Música] [Música] [Música] nossos ancestrais tem 350. 000 anos a nossa espécie de homo sapiens né aparece na áfric mais ou menos 350. 000 anos e só a partir de 15.