[Música] [Música] de [Música] [Música] 8 [Música] h mas insistindo naquela conversa da sessão n o que eu acho é que a língua não pode ser objetivo a língua tem que ser um instrumento e ela tem que ser convida com uma ação e não como uma contemplação isso é e e e até vou um pouco além eu creio que a língua é uma coisa de interesse da da segurança nacional é afirmação da da nacionalidade eu sou assim muito categórico nessa nessa visão da língua né Não gosto de língua invers língua tem que tá no em movimento
tudo é mbel é mal quando a gente fala que a língua é viva eu tô dizendo que ela ela também incorpora conhecimentos a internet tá trazendo pro português uma soma de expressões que tem que ser absorvidas não não estou defendendo não se diga mais apagar mas admitir que deletar convi ou a gente faz isso ou a língua vai ficar sem Juventude não vai ter futuro acabar como língua morta então Essa visão eh francesa de que o cinema é assunto de interesse nacional e imagine nós né com a língua a com mais razão ainda esses cercados
de de espanhóis de gente que fala espanhol ol que olha aqui o Bandeira o Bandeira aí a sua língua certa do Povo né Pois é Toda Toda vez que eu passo aqui Nelson eu vejo essa galeria esses nomes todos que estão aqui ao nosso dando dando abrindo alas pra gente isso é muito honroso mas de outra parte é muito muito responsabilizadas a gente com uma noção é muito clara do que significa ser ser acadêmico de manter nós todos somos passageiros das glórias de Machado a gente tá and por aqui mas enquanto transita tem que ser
Zeloso aplicado não é eficaz e eficiente na na na questão da que o estatuto e a tradição da academia Oriente nessas nessa responsabilidade tá a língua a língua é dionisíaca e não apolia a língua é uma construção diária Mas é para que ela seja eh contemporânea do amanhã teve um cangaceiro de de Lampião que disse uma coisa muito inteligente ele disse o futuro está sentado no passado a língua é assim ela tá sentada no passado na G é aquele passado que vai ditar o futuro amanhã amanhã hoje era ontem então é passado nós temos que
fazer hoje tem que fazer hoje a língua de hoje para aquela amanhã ela aconteça que ela não morra aí voltamos é organismo vivo é coisa viva tem seus seus neurônios todos em ação e é evidente que com isso eu não estou vou em voltar dizer não estou pregando anarquia né não é pregando anarquia tá ali na minha frente tá o dicionário eu preciso do dicionário né o Eduardo Portela tem uma expressão muito bonita para quando ele quer encerrar um assunto assim que eu uso eu já usei tanto que ele disse que agora não é mais
dele é minha agora a gente vai calar né porque o silêncio é o mais dizer é tudo aquilo que a gente diz naquilo em que a gente cala essa é a frase do portelo que é muito bonito mas não quero terminar sem sem novamente fazer chegar o cete da academia você usar na lapela n todo acadêmico tem que usar isso obrigado trate de de p na sua lapela aí você agora sair espalhando aos quatro ventos sou acadêmico olha aqui veja aqui É uma honra sei que você considera assim ISO nós todos né suo ser acadêmico
receber isso do senhor presidente e num momento muito interessante na vida da academia né porque fazia muito tempo que nós não tínhamos os quadros completos n anos que não t agora nós temos Somos 40 e Nabuco dizia dis no discurso de instalação da academia Nós Somos 40 não somos os [Música] 40 na verdade nós saímos do berço com a língua é a língua que nos mostra como é o mundo eu tive muita sorte porque meu pai sabia o nome de todas as coisas sabia o nome de cada um dos passarinhos sabia o nome de cada
árvore que vimos em nossos passeios matinais maneira que eu aprendi com ele Desde cedo que as palavras são muito importantes tem que ser tratadas com seriedade porque elas nos definem o mundo essas palavras eram palavras as mesmas palavras que estão no Padre outras vezes eram palavras e vezes eram palavras ambas porque a língua portuguesa tem essa aventura extraordinária no Brasil e aí está um grande aventureiro dela ela tem essa essa aventura curiosa no que os é que os portugueses chegam ao país com o vocabulário com a forma de expressão e tem que adaptar este vocabulário
esta forma de expressão a uma nova realidade que não era a realidade Lusitana era a realidade do novo continente ao qual ele chegava está aí um poeta que como nenhum outro na língua portuguesa teve o sentido da visualidade é o mais visual do noos poetas usando uma língua que é plástica e que é visual porque foi uma língua de marinheiros foi uma língua de navegadores foi a língua dos daqueles que chegavam ao lugar e tinham de contar como era aquele lugar que eles nunca tinham visto antes e castr herdou muito dessa visualidade dos grandes escritores
portugueses mas é curioso eu sempre disse na minha infância coa eu sempre disse cão e não cachorro eu sempre fui econômico no uso do gerúndio sempre preferi dizer estou a pensar em ti do que estou pensando em ti ISO tudo eu aprendi na minha infância quer dizer isto é um pouco e curiosamente um dia um editor meu me disse você usa muito lusitanismo eu digo eu não uso lusitanismo eu uso expressões da minha infância expressões que eram usuais no Piauí no Maranhão e no Ceará sobretudo no Piauí e no Maranhão tinh vinculações muito fortes com
Portugal mas a a grandeza do nosso idioma está exatamente nisto é que um angolano escreve e nós entendemos perfeitamente o que ele quer nos dizer ainda quando ele se refira a realidades que não são as nossas ou procure descrever coisas objetos animais árvores que não são os nossos quer dizer um um escritor do mío ou escritor do Rio Grande se fazem perfeitamente entender mas a língua é rica em variantes Ela é Rica em padrões especiais que são regionais e esta riqueza nós não devemos perdê-la o que nos dá grandeza como idioma com como falantes do
português é exatamente esta multiplicidade de vozes que cada um de nós tem dentro de si e que todos o conjunto de todos nós e eh constrói numa linguagem única porém plural porém diversificada Mas na minha casa se falava um pouco de cearês e de piauiês porque meu pai era do Piauí e minha mãe do Ceará mas minha mãe era da zona Serrana do Ceará de maneira que era próxima do Piauí de maneira que se falava no português e que não era o português que se falava quando se abria o portão da do Jardim se ia
pra rua [Música] Bom dia Bom dia Tudo que funciona funciona dentro de certos princípios de certas regras a mesma coisa acontece com a língua a língua funciona dentro de certos princípios de modo que é absurdo dizer que uma pessoa fala uma língua sem gramática porque falar uma língua sem gramática é falar uma língua Sem Regras o que é impossível agora a língua como todo organismo histórico ela tem variações tem variedades durante muito tempo até mais ou menos o século X e até o início do 20 se pensou que uma língua fosse uma realidade homogênea e
unitária então tudo que não estivesse de acordo com essa realidade homogênea e unitária estava errado é o é o falso conceito de erro ora Hoje os estudos os estudos linguísticos mostraram que uma língua histórica português francês espanhol é um somatório de várias realidades linguísticas são variedades temporais a língua de Camões não é a língua de Vieira que não é a língua de Herculano que não é a língua de Machado de Assis que não é a língua de Graciliano Ramos então há uma variedade no Tempo há também uma variedade no espaço o português de Portugal nem
sempre coincide com o português do Brasil embora as linhas Gerais sejam comuns a todo o domínio da lusofonia em terceiro lugar a língua varia de acordo com as classes sociais de acordo com a elite cultural a língua sofre variações não é ali a elite social É a elite cultural que é realmente a grande massa que impulsiona qualquer país ao seu futuro venturoso é essa Elite cultural e além da variedade social existe a variedade estilística por exemplo escrever uma carta comercial não é o mesmo estilo não se usa o mesmo estilo da carta eh familiar um
soneto um texto em poesia não é rigorosamente igual a um texto em prosa em poesia o poeta por exemplo precisando da Rima pode dizer de teus olhos a cor em lugar de a cor de teus olhos essa mudança que é perfeitamente possível e entendida em poesia já não tem curso na Então essas variedades mostram que uma língua na realidade é um conjunto de várias línguas de modo que a grande tarefa do professor é fazer do aluno um poliglota na sua própria língua por isso gramática não é nem opressão nem liberdade mas tudo isso porque nós
o que se chama opressão é a adequação a cada circunstância da [Música] língua eu acho que hoje em dia a gente tá vivendo um momento de uma certa Encruzilhada pela presença muito forte da mídia que tem uma tendência homogeneizante de linguagem quer dizer fazer todo mundo falar igual o sujeito ouve programa da televisão nos diferentes lugares do Brasil e aos poucos vai assimilando a linguagem que todos falam seja na novela no noticiário etc por um lado isso dá um entendimento Geral de nós todos que é bom mas por outro corre-se o risco de perder coisas
muito saborosas locais eh Na verdade eu acho que essa questão da da língua ser homogênea e não ser isso mais ou menos vem se pondo na história do Brasil ao longo do tempo eu me lembro que uma coisa que eu não sabia mas que o Darc Ribeiro que me contou e depois eu fui olhar nos livros e conferir porque o Darc às vezes contava histórias tão mirav volantes que a gente dizia Puxa mas será mesmo n nesse grau nessa intensidade mas era é que o mapa do Brasil hoje corresponde de uma maneira muito próxima ao
mapa das áreas onde se falava Avan ouatu que era a língua geral dos indígenas quer dizer as diferentes Nações os diferentes grupos indígenos tinham sua própria língua mas existia uma língua com a qual um se comunicava com o outro além da sua E essa era essa língua geral e esse mapa do Brasil de hoje e e o livro do darcis sobre os índios e a civilização tem o mapa disso a gente vê como coincide hã corresponde muito a essa ocupação territorial de um falar geral então a gente pode dizer que de certo modo o Brasil
se definiu nacionalmente Por uma questão linguística também de uma forma muito importante e isso a gente tem que levar em conta então eu acho que esse respeito a um falar geral que nos una é tão importante quanto a preservação das Diferenças regionais específicas que nos afirmam eu não ia dizer que nos separam porque elas não nos separam elas nos enriquecem nos afirmam e eu acho que isso contribuiu para desenvolver essa capacidade brasileira que a gente tem de somar de aglutinar experiências não faz mal que a gente fale diferente não faz mal que a gente tenha
atitudes culturais diferentes muitas vezes a gente bota tudo na Geleia Geral ura e vamos em frente eu acho que a gente sempre tá procurando seja na mídia seja na literatura na sala de aula na conversa com os amigos no bar a gente quer ser original quer ser individual quer usar essa linguagem de uma maneira própria falar com graça e tudo mas ao mesmo tempo a gente não pode ser original demais senão o outro não entende vira um jargão só dentro daquele grupinho que entende então precisa precisa quase de um vocabulário a gente também tem que
ampliar esse movimento pendular entre as normas a regra da gramática que pode até ser desobedecida mas que tá ali e tem que ser respeitada bastante e o improviso a ruptura a detonação das estruturas esse pêndulo para lá e para cá a gente tá sempre nele uns mais outros menos uns com mais eficiência outros com menos mas é isso que faz a língua avançar a língua não continua parada no tempo a língua T essa possibilidade de evolução a um organismo vivo que tá sempre se mexendo e isso é muito [Música] bomos presidentes maravilhoso é não sei
quem é isso na minha na minha opinião assim como a diversidade cultural abrange também a diversidade linguística né de modo que há hoje sensíveis diferença entre a língua portuguesa de Portugal a língua portuguesa do Brasil a língua portuguesa da Ásia da África etc né de modo que são tomando como fundo né a língua portuguesa medieval e renascentista né Nós temos várias diferenciações e no Brasil essa diferenciação é muito acentuada tanto do ponto de vista da língua culta como também do ponto de vista ortográfico e do ponto de vista da língua correnti familiar coloquial e além
dessas diferenças fundamentais você tem que levar em conta que sendo o Brasil um país Continental e um país que hoje é o grande estuário da língua portuguesa né com quase 200 milhões de falantes né Essa essa diversidade também se acentua muito do ponto de vista geográfico por exemplo profor Maceó Alagoas né que é um estado e que guardou né a eh os falares né os dizeres e os escreveres desde vamos dizer o o o renascimento até agora de modo que isso é muito diferente a A quer dizer o impacto imigratório foi muito pequeno de modo
que é muito diferente do português que se fala no Rio Grande do Sul no Paraná em São Paulo né que são estados que receberam grandes correntes imigratórias de modo que a língua se transformou de uma maneira geral e você há de notar que os escritores brasileiros do Nordeste né como o caso de um zelin do Rego né de José de Alencar Dom Graciliano Ramos do Jorge Amado mar Raquel de Queiroz né eles usam falam uma língua que ao mesmo tempo é uma língua artística uma língua de muito marcada pelo estilo pessoal mas também que é
uma língua muito comunal uma língua muito tribal eles guardam muito né esse vamos dizer Esse tesouro linguístico né e do Povo né é uma língua especialmente no caso do jelin do Rego né é uma língua que tem um sab de Gilberto Freire também é uma que tem um grande sabor né uma grande Musicalidade Mas tem uma língua um pouco até eu diria uma pouco até uma língua sexual né seminal que que difere né vamos dizer da da da língua dos escritores do centro e e do Sul o que importante é isso quer dizer eu tenho
a impressão que os os Escritores nordestinos são aqueles que mais guardam como eles foram os menos os menos contagiados por outras correntes imigratórias né o fundo é português africano e índio né eles guardam uma língua seminal que constitui uma diferença bem ostensiva a poesia é uma operação linguística né né É até uma operação prosódica de modo que cabe aos poetas né não apenas conservar né mas também renovar a língua né de modo que eh isso Aliás já foi muito focalizado por grandes poetas ensaísta como TSL baleri etc a função do poeta como um Guardião da
língua porque a poesia é o uso Supremo da linguagem né Então nesse uso supremo o poeta tanto quer dizer tem uma dimensão nitidamente pessoal estilística como H em sua no seu uso da linguagem uma dimensão Comunitária né E até nacional nós falamos gauches que é um idioma né que de alguma maneira se preservou a começar pela localização do do Rio Grande do Sul nós estamos na ponta do país né distantes por exemplo do do eixo Rio São Paulo né por outro lado o ran teve a sua história própria uma história eh que envolveu assim lutas
a afirmação de uma identidade e essa afirmação da idade se traduziu no idioma né e é por isso assim que o sotaque gaúcho as expressões gauchescas né identificam tão facilmente as pessoas que vêm lá é claro que isso não se refere a todo o Rio Grande do Sul isso é mais Evidente no caso dos rio grandenses que vê da região Sudoeste da Fronteira eles têm um sotaque mais acentuado e usam mais esses eh termos gauchescos né e e é admirável a maneira como Rogan sou preservou a sua tradição cultural né chama atenção de todos esses
estudiosos eh existe isso que nós chamamos do Centro de Tradições gaúchos os ctgs que cultivam e a música gauchesca a dança gauchesca os costumes gaúchos como o chimarrão o churrasco né Eh essa culinária própria e tudo isso contribuiu não é para manter e também o idioma eu não sei né a se esse idioma não vai ser influenciado pelo processo eh de integração nacional pelas redes de televisão pelo próprio processo da globalização né Por exemplo nós ainda usamos o como pronome da segunda pessoa o tu né mas isso nós estamos na contramão de todo o Brasil
que falo você quanto tempo nós nós ainda usaremos o tu em vez do você é uma incógnita que só o tempo responderá claro que a TV tá em todo lugar né e e a TV vai mudar o idioma brasileiro n não não devemos ter dúvida que o que mais vai unificar o idioma brasileiro que mais vai eliminar as diferenças é a [Música] TV [Música] nós estamos na sala Afonso Arinos e a meu nome né mas essa sala foi criada por causa de meu pai o segundo Afonso Arinos em homenagem a ele quando da do Centenário
dele mas eu quero falar do primeiro Afonso Arinos porque o primeiro Afonso Arinos tio dele foi um grande escritor sertanista e a língua Regional mineira antes de Guimarães Rosa o mais significativo representante foi Afonso Arinos só teve um Liv ele morreu com você diz assim o velho Afonso Arinos o velho Afonso Arinos morreu com 47 anos de modo que em vida ele só publicou pelo Sertão outros livros foram publicados depois mas eu fui muito ligado a Guimarães Rosa nós costumávamos almoçar julos quase que todo dia do Itamarati eu jovem ele já chefe da divisão de
fronteiras e ele é que me disse um dia que no segundo livro de contos dele chamado corpo de baile no corpo de baile ele colocou as orelhas Ele me disse que ia fazer isso e fez ele as orelhas a orelha em geral tem dados biográficos ou tem dados críticos sobre a obra em vez disso ele disse assim eu vou pôr como orelha do meu corpo de baile o buti perdido que é um poema em prosa do seu tio Afonso Arinos para eu quero significar a minha filiação literária àquela corrente regionalista sertanista de que Afonso foi
o primeiro e o grande Mineiro agora é claro que o rosa não tem comparação e ele eu acho que sinceramente que o maior romancista maior ficcionista porque ele é um grande contista também do Brasil do século XX foi Guimarães Rosa porque Machado de Assis que é o nosso patrono aqui ele foi um imenso ficcionista um imenso escritor mas do século XIX eu acho que na literatura brasileira o século XIX terminou em 1908 com a morte de Machado de Assis o grande escrit brasileiro do século XX foi João Guimarães Rosa dentro dessa academia cuja razão de
ser é cultuar a língua e a literatura nacionais ninguém teve trabalhou nisso com esforço maior com denodo maior com capacidade maior do que o meu predecessor na minha cadeira e meu fraterno amigo que foi Antonio Wise em o foi o secretário da delegação brasileira que participou de um encontro que houve aqui no Rio para fazer um encontro para tentar criar um acordo ortográfico da língua portuguesa por quê Porque a língua portuguesa é a única língua culta do Ocidente que tem dois duas maneiras diferentes de ser escrita e isso não existe em inglês não existe mas
isso em português existe então o objetivo disso era superar essa situação e esse acordo foi firmado em 1990 pelos mesmos países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa o maior responsável pela por esse esforço que resultou nesse acordo [Música] chama-se Bom dia português é uma língua muito bonita muito cantante ela é é é uma língua muito difícil também Vamos ser verdadeiros é uma língua muito difícil mas ela é muito gostosa ela é muito bonita ela diz muito do que nós somos do povo que nós somos o povo mestiço que somos né Essa mistura de
etnias tão bonita e tão democrática agora o que está acontecendo é um cuido quase que generalizado pela língua portuguesa a televisão é entretenimento mas é educação também o que que nós podemos comemorar em matéria de Educação na televisão brasileira e pior vem aí a TV digital a TV digital vai ser uma explosão porque a qualidade dela e é extraordinária o que eh significa alta definição nós vamos ter um cinema na televisão em termos de imagem e uma conquista da moderna tecnologia que é a interatividade haverá canais eh Os Atuais canais privados Eles serão mantidos com
essa qualidade mas eh a nova lei eh que passa pelo conselho de comunicação social do congresso nacional que eu tenho a honra de presidir em Brasília a nova lei vai determinar canais eh que serão destinados ao uso exclusivo sinais abertos né para para eh educação para cultura para os três poderes eh para cidadania haverá um canal 24 horas no ar de cidadania e eh então nós podemos comemorar que em matéria de hardware nós estamos muito bem vamos nos somar os países mais desenvolvidos do mundo em matéria de software nós estamos engatinhando Você pode ter a
certeza que vai faltar munição para esses canais que vê aí e porque nós não estamos produzindo como deveríamos essa parte relativa ao software utilizando inclusive os complementos indispensáveis à televisão que se refletem na leitura O livro é um elemento insubstituível de Cultura a televisão não é para acabar com o livro há uma necessária intercomplementares a partir do Gutenberg fez esse sucesso no mundo todo ele não vai acabar ele não pode acabar ele tem que ser Eh vamos dizer assim trabalhado em conjunto com essas modernas tecnologias eh a sociedade pós-industrial a era do conhecimento essas coisas
bonitas sobre as quais se fala mas que nós estamos caminhando mal porque nós estamos caminhando para fazer uma televisão avançadíssima com uma cultura de terceira categoria terceira classe por quê Porque nós estamos desprezando a importância do livro no livro A língua portuguesa a nossa língua portuguesa eh que o Fernando Pessoa dizia tão bem né minha Pátria é a língua [Música] portuguesa a academia de acordo com eh eh o primeiro artigo do seu estatuto tem por pressuposto zelar pela língua e pela literatura Nacional de maneira que uma parte disso tudo evidentemente que cabe a academia não
é o governo que vai eh eh cuidar das disposições ortográficas essa parte cabe a academia e a academia está envolvida nesse processo a muitas décadas Eu disse a você as primeiras preocupações aqui dentro dessa casa datam de 1908 e cresceram muito de 1950 para cá quer dizer já foram a Portugal vários acadêmicos para cuidar desse assunto inclusive grandes filólogos né como Celso Cunha como Antônio a eh depois foram também alguns presidentes como lisier quer dizer a academia se envolve até onde lhe cabe envolver o drama que a poesia brasileira vive hoje é o drama de
uma pluralidade de tendências você não tem mais escolas movimentos eh grupos né Cada Poeta está seguindo o seu caminho de uma maneira muito pessoal e usando um espectro de recursos retóricos formais eh de uma de uma extensão muito grande então fica muito difícil hoje dizer e qual será a poesia que se lerá nos próximos anos o que existe é isso é um pluralismo eh dentro do qual cada um desses poetas está cuidando muito zelosamente do seu próprio caminho nós no momento e não Vivemos um movimento literário e não temos escola como foi o caso do
modernismo do Romantismo da poesia prax da poesia concreta não há um ideário estético comum então fica muito difícil de você avaliar o que que esses poetas estão fazendo e se se o que eles estão fazendo vai ficar nós não temos distância histórica para fazer um julgamento correto sobre isso [Música] a literatura se alimenta da Liberdade quer dizer o oxigênio da literatura é a liberdade e essa liberdade permite que ela transgrida Então essas eu falei das variantes socioculturais mas é um outro tipo de variante que nos interessa muito de perto sobretudo diante da experiência que nós
estamos vivendo com esse filme que são as chamadas variantes regionais né ao lado a língua portuguesa como acontece com várias línguas ela admite uma série de variantes regionais que não interferem na sua unidade nem na nela mesma como um sistema organizado quase sempre essas essas diferenças se caracterizam na maneira de dizer na fonética nãoé nos aspectos do que a gente chama normalmente sotaque né e indeterminados usos do vocabulário essas mudanças variações elas não interferem absolutamente na língua Como um sistema organizado Essas são as chamadas variantes geográficas ou regionais que podem ter caráter Continental podem ter
caráter Nacional em termos continentais a nossa fala portuguesa do Brasil se aproxima demais da fala Portuguesa de Angola por exemplo né Por razões históricas por motivos históricos e por motivos históricos se afasta um pouco mais em termos de pronúncia da fala de Portugal o nosso filme e eu fico muito feliz de poder usar esse pronome possessivo que nos une na elaboração dele eh ele pretende ser Inicialmente um primeiro retrato da língua né da manifestação da língua justamente caracterizadora em princípio do registro formal porque foi escolhido a o lugar por excelência do culto da Língua Portuguesa
e da literatura nacional que é a casa de Machado de Assis um primeiro passo que poderá possibilitar posteriormente a comparação com as outras variantes sócioculturais e regionais da língua colhidas exatamente em outros falantes que poderão dar exemplo dessa multiplicidade em termos de fonética em termos de vocabulário em termos de adequação às múltiplas situações da nossa fala em termos de manifestações da nossa Cultura em termos de manifestações da nossa literatura uma vez que as três dimensões estão ligadas então repare que coisa fantástica num filme você ter um painel da da da diversidade que não prejudica a
unidade da língua e essa unidade da língua que contribui necessariamente para a unidade do [Música] [Aplausos] [Música] país Ô Nelson como vai tudo bem esperando pois não Nelson nós estamos aqui na sala dos presidentes da Academia Brasileira letras é uma galeria aí de todos os presidentes até Ivan Junqueira o a figura de Marcos Vinícius Vil ainda não entrou porque ele está em exercício da presidência você sabe NS o primeiro artigo dos estatutos da Academia Brasileira de Letras impõe a defesa da língua e da literatura nacionais isto vem sendo feito desde a fundação até hoje 110
anos os os componentes os integrantes da academia foram Defensores cultores da língua e não só aqueles escritores de narrativa de ficção de poesia ou de ensaio mas de outras áreas do conhecimento humano que também escreveram muito bem isso significa a defesa do idioma que é algo que eu acho até que importante paraa segurança nacional a defesa do idioma nós falamos do iapoc chui a o mesmo português aqui no Brasil e isso é que nos dá essa identidade essa formação esse contexto de um país unido eh na verdade aqui na academia nós tivemos acadêmicos de diversos
pontos do país e hoje mesmo na na nossas sessões plenárias nós ouvimos diversos falares no falar nordestino falar gao falar Mineiro falar carioca dizem que eu falo um paulist eu não percebo que eu falo Paulista Você também é paulista isto Nós consideramos uma riqueza uma riqueza porque na medida em que esses falares se agregam por exemplo no nosso vocabulário ele ele cresce o vocabulário hoje são 100.000 eh palavras étimos que estão à nossa disposição e nós fizemos aqui na academia um vocabulário ortográfico da língua portuguesa listando esses 400.000 eh étimos e você vê que riqueza
incrível eh nós temos a nossa disposição eu acho que no no falar normal no cotidiano V não emega mais de 500 palavras quando vamos escrever então procuramos melhorar a nossa a nossa eh o nosso vocabulário eh e muitos escritores eh como por exemplo Rosa né guemar rosa que inventam um falar baseado naquilo que Ele ouviu no interior de Minas Gerais ou então um escritor que fala bem a nossa a nossa linguagem hoje do do do Rio de Janeiro o oo da Bahia como João osaldo Ribeiro né Então tudo isso representa o qu um acervo importantíssimo
que a academia procura preservar não só nas suas comunicações como também nas suas conferências nos seus seminários nos seus concertos até onde música brasileira predomina também nas atividades das nossas duas bibliotecas nas atividades que temos no centro de memória como acabamos de ver e na internet no nosso portal que hoje está aberto para o mundo então tudo isso significa o qu significa Nelson que estamos cumprindo o legado que nos foi deixado pelos pais fundadores Isto é a defesa da língua portuguesa falada no Brasil a língua do povo [Música] brasileiro [Música] ao longo do do tempo
como místa como escritor eu continuei sendo um grande fã da língua portuguesa né a leitura dos clássicos sempre foi uma coisa prazerosa para mim não apenas uma atividade pedante mas uma atividade agradável então o português para mim sempre foi uma referência eu devo dizer que eh talvez e a norma culta Talvez o português culto o português escrito seja o português já que eu ten me dedicado mais pela própria natureza das minhas funções quer dizer eu não acho que o português Popular o português que se fala correntemente é uma língua extremamente saborosa sempre tive né Sempre
tive prazer inclusive em em aprender termos regionais dialetais não se pode dizer mas enfim o português em toda a sua Variedade Mas de fato o português que eu conheço que eu manejo que eu domino tenho a impressão é o português e eu tenho a impressão a chamada Norma culta Eu acho que isso levanta um problema que eu gostaria de de discutir com você sobre a questão da da dicotomia entre a norma culta e a norma eh Popular né um pouco o Manuel Bandeira eu tenho sempre prar isso com os outros entrevistados né o poema do
monal Bandeira a língua errada do povo não a língua certa a língua certa não aí você já encontra essa ideia desde o manifesto antropófago né e de 1928 então o jor de Andrade fala da contribuição Milionária de todos os erros então o erro de português faz parte do português correto correto não do ponto de vista gramatical mas correto enquanto língua do Povo mas eu queria só voltar essa questão do cânon que me parece importante eu não acho que pelo fato da gente reconhecer a importância a riqueza e a diversidade das falas e dos falares brasileiros
que a gente Deva considerar a norma culta uma coisa desimportante ao contrário me parece que só com domínio completo do né do do português canônico é que se pode inclusive criar pela transgressão então quando quando modernistas de 24 de 28 né do dois manifestos Pau Brasil manifesto antropol reclamavam contra o Alexandrino do L Bil eles sabiam comam Alexandrino sabiam que o Alexandrino se faz com 12 sílabas que havia uma coisa chamada cesura etc então só a partir do domínio do cân é que eles partiram pra transgressão de mar rosa não teria podido Reinventar o idioma
português como ele fez se ele não conhecesse profundamente o português canônico então eu tenho a impressão que inclusive para facilitar a transgressão para permitir a rebeldia atividade dentro da língua é preciso conhecer as tendências imanentes da própria língua portanto para escrever um português não canônico é preciso conhecer bem o português canônico eu acho que isso tem a ver eu tô insistindo muito porque existe um certo populismo eh pedagógico que me parece perigoso que acha por exemplo que não se deve na escola eh corrigir as crianças que usem incorretamente o plural porque seria humilhante do ponto
de vista da criança eu acho que humilhante são os fracassos que o que o jovem que não domina o o código culto pode experimentar quando ele for pedir o primeiro emprego Então se é preciso já seria uma coisa extremamente elitista O que é elitista seria submeter a um gueto linguístico um representante das classes populares que já vive num Gueto socioeconômico então submet a um segundo Gueto obrigá-lo impedi-lo de sair do código linguístico que ele aprendeu na escola para ir a um código linguístico mais elaborado mais fácil que lhe permitiria pensar mais claramente se comunicar se
exprimir mais claramente e obter uma obter posições mais vantajosas no mercado de trabalho Isso sim seria uma posição elitista não é a função da escola ensinar uma fala que não seja a fala ligada ao código culto isso não significa desprezar o português que ele fala na escola que ele fala em sua família não existe nada de humilhante nisso não é mas a função da escola não é essa a função da escola é precisamente ensinar o código culto outros tipos de português outras falas ele pode praticá-las em sua comunidade e em sua família Então eu só
tô salientando isso que me parece é uma maneira inclusive de chamar atenção mais uma vez pra importância fundamental da língua portuguesa só a língua portuguesa cocida em toda a sua complexidade em toda a sua sutileza em toda a sua enorme riqueza semântica só o domínio tão completo como possível dessa língua é que vai abrir uma janela para o mundo pros jovens estudantes é que vai permitir realmente a pessoa poder se comunicar e agir inclusive como cidadão você não pode agir como cidadão sem compreender completamente e sem poder O que é dito pelos candidatos a cargos
eletivos por exemplo e sem que as suas próprias demandas e re indicações sejam expressas com clareza portanto condição de formação de personalidade de Formação Cultural e condição de cidadania vivo o [Música] [Música] português foi a alegria mais pura da minha vida quando eu entrei na Academia Brasileira de L eu sempre digo que acho muito mais acadêmico do que realmente ter sido Presidente da República mas há uma história que se porque eu contei na minha posse que é muito repetida e que até hoje o presidente repetiu que quando eu fui eleito eu fiz uma carta para
meu avô que era um homem simples do interior velho Assuero e dizendo que tinha sido eleito por academia e ele começou a soltar foguete lá na Cidade de Pedreiras onde ele morava e aqueles foguetes todos muito feliz na porta e a dona tudinha que era vizinha dele chegou e disse mas o que que houve disse ah meu neto José entrou PR academia e ela perguntou e o que é academia dis eu não sei eu sei que é coisa grande então foi essa Foi com esse sentimento que eu entrei PR academia hoje eu tenho como decano
da casa um certa nostalgia porque nenhum daqueles que me elegeu já pertence à Vida todos eles já estão na eternidade e quase todos inscritos eh na história da literatura brasileira de maneira que todos nós escrevemos em quê escrevemos na em língua portuguesa foi essa língua que nos possibilitou nós eternizarmos através das palavras sentimentos eternizarmos momentos histórias criarmos e achar que através da palavra de a gente podia eternizar e essa a vida e essa língua é uma língua extraordinária eu tenho uma grande admiração pela língua portuguesa porque não fico só no Bilac última Flor do laço
em culto e bela não eu acho que a língua portuguesa é um [Música] milagre apesar de ter nascido no Rio de Janeiro tudo bem Eu passei os anos paradisíacos de um a 5 6 anos de idade no Espírito Santo o Espírito Santo é aquele estado cercado de Rio de Janeiro de Minas de Bahia e por isso muitos não localizam na minha fala um sotaque carioca por essa formação Inicial né de de falante e ouvinte porque evidentemente a gente fala aquilo que ouve inicialmente né em Minas Gerais então não tem esse che final S muito chiado
e quando falamos em diferenças eh regionais normalmente essas diferenças pegam dois planos da língua o mais Evidente é o fonético que vai criar os sotaques específicos né da fala baiana da fala Gaúcha e da fala carioca a fala Paulista e um outro aspecto que é pitoresco mas eu acho menos estrutural que é o do vocabulário nós falamos alguma palavra em mixirica Tangerina abóbora jerimum né Eh então aí é um elemento mais episódico a meu ver né é a maneira diferente de nomear um objeto porque esse não chama tanto a atenção quanto uma diferença de fonética
uma diferença de sotar e eu faria uma diferença aqui uma distinção melhor dizendo entre diferenças que são regionais e costumam ser aceitas apesar de uma tentativa de padronização da fala carioca através da força da televisão que está paiz um pouco essas opções regionais né mas eh Há uma outra diferenciação que aí as implicações são mais graves que são as diferenciações sociais em que determinada classe uma classe de Elite por exemplo domina o vocabulário a sintasse de uma forma e os que não são favorecidos socialmente tentam falar essa língua e acabam falando um simulacro dela então
é uma variante que não é geográfica mas é social e coexiste no mesmo espaço geográfico numa cidade como o Rio de Janeiro Você tem uma maneira de falar de Zona Sul de copacaban e Panema você vai ter um dialeto uma sintasse uma fonética por exemplo da favela né com seu jargão específico e com a sua maneira mais sincopada de articular as frases e muitas vezes esse essas diferenças ocorrem de estratificação social não em bairros diferentes mas em cômodos diferentes da mesma casa né o sotaque se nós remeter a antiga imagem e sempre atual de de
Gilberto Freire né A Casa Grande aala ocupando espaços quase que indivisíveis na superfície de um apartamento ou eh de um uma casa ou de uma mansão eh acredito que todas essas normas linguísticas TM a sua fundamentação mas evidentemente como mecanismo de ascensão social é preciso o domínio da Norma padrão antigamente se dizia a norma né porque podendo circular essas normas paralelas né Essas normas de de classes outras categorias sociais os seus falantes terão uma imensa dificuldade de inserção no mercado profissional se carregarem essas marcas porque nesse aspecto isso não é considerado marca e sim é
considerado estigma O que é bastante diferente você como descreve você utiliza o baianês ou ser PS bom eu creio escrever basicamente em português embora eu escreva eu eu seja escritor na maior parte parte considerável do meu trabalho eu sou escritor abrado assim ou seja meio chegado ao Barroco O que é natural para um baiano porque o Barroco é uma presença muito grande em nossa história e até em nossa paisagem Urbana em Nossa Arte e assim por diante S gente gente dizer tudo foi escrito em SG peixe mas não em serg peis atual e o SG
peis já de certa forma obsoleto me lembro para eu dizer alguma coisa sobre essa palavra obsoleto que eu gosto de dizer de vez em quando já de certa forma obsoleto SG de peix que eu uso no Sargento de Túlio porque é SJ de peix da década de 40 SJ de peix da década de 50 ou seja Já se mudou muito o vocabulário e haverá sergipanos que talvez lei o serguro digo não é assim que se fala em Sergipe mas eu queria me referir e parentetico a essa palavra obsoleto que é uma das coisas curiosas eu
sou Baiano e moro do Rio eu digo assim isso está obsoleta alguém sempre comenta você veja o baiano hein obsoleto ele fala como ele abre a vogal eu fico irritadíssimo eu digo eu pensei que o correto não era secreto porque obsoleto não é correto você porque ele pert a mesma família que discreto correto eu é com e aberto porque a palavra é obsoleto assim como é discreto correto enfim pois pois é pois pois Mas você essa pergunta você esperava que eu dissesse mais alguma sobre essa pergunta você esperava que eu dissesse mais alguma coisa você
queria saber não você já contou realmente o o teu o teu livro do sargento é um filme muito bom utilizou um S peix que está obsoleto é obsoleto Exatamente é Mas você continua preocupado com a com o s p Ban não não não não não eu sei eu tenho eu tenho eu tenho certas preocupações estereótipos o banis tem muitos mistérios para quem não está habituado a ele Como por exemplo a palavra retado que também costumava ser eh considerado uma palavra pesada na minha infância não se dizia na presença de senhoras mas a palavra retado que
é sempre transcrita aqui no Rio por exemplo como arretado quando na Bahia não se diz arretado a não ser talvez algum outro área outra do Sertão é a palavra retado tem tem uma extrema riqueza conotativa uma palavra muito plurívoco e e o verbo retar o verbo PR luminal se retar eh eh eh porque o verbo transitivo retar é o único que ainda em certas regiões é é considerado eh eh tabuísmo não se diz na presença de senhoras digamos assim o verbo retar como transitivo Porque retar como transitivo significa excitar sexualmente então você não pode dizer
da presensa de uma senhora ele aí estava com a menina e começou a retar a menina entendeu eh eh isso ele não isso não pode isso isso é tabuísmo e tá caindo em desuso mas a palavra retado que não é arretado é retado e a e o verbo se retar é uma coisa tão rica de conotações no baianes que só o sujeito convivendo com o uso da palavra retado e se retar eh por exemplo eh eu você Nelson Pereira dos Santos eh resolve est fazendo a filmagem que ele acorda todo dia dia às 9 9:30
e todo mundo dis assim pô você é tarde para acordar aí um dia você acorda às 6:30 e começa vamos bora sair sair para filmar não sei que aí o homem se retou hoje a manheceu retado hoje o então é uma palavra de admiração ele é um retado é um sujeito retado P ou então se Rapaz o homem se retou chegou aqui retado da vida e tal qu dizer uma palavra muito muito muito rica como você considera o papel da Academia Brasileira de Letras em relação à língua portuguesa do Brasil a Academia Brasileira de Letras
tem um compromisso com a língua portuguesa com a língua que nós falamos se a posição me parece que a posição da academia é é a mais diplomaticamente aceitá e h mais desejáv do de embora eu acho utópica que é a permanente eh Harmonia entre os falares eh eh da língua portuguesa então academia eu acho que teria também um papel a desempenhar assim como a academia de ciências portuguesas um papel a desempenhar na preservação dessa língua comum para não deixar que o divórcio entre o português e Portugal e o brasileir PS do Brasil acabe sendo infinitivo
porque o abismo entre as duas línguas está ficando cada vez maior Na minha opinião eu me lembro especialmente do Sermão da cza eu vou tentar reproduzir um pedaço aqui de memória você avaliar dizendo o Padre Vieira pregou esse sermão na quarta-feira de cinzas não é e por isso que se chama Sermão da cinza duas coisas prega hoje a igreja a todos os mortais ambas grandes ambas tristes ambas certas ambas temerosas ambas de difícil entendimento olha começa esse temerosos aí se você traduzir para qualquer língua sai uma palavra menos forte bom mas vou continuar ambas grandes
ambas tristes ambas certas ambas temerosas ambas de difícil entendimento uma é presente a outra é futura mas a futura nossos olhos já podem vê-la e a presente não alcança o nosso entendimento e que duas coisas misteriosas são essas sois pó e em pó vos aveis de converter o pó futuro o pó em que nos havemos de converter não precisa fé nem entendimento para o alcançar basta a vista em qualquer Sepultura aberta ou fechada podereis ter a prova do que vos digo que dizem aquelas letras que cobrem aquelas pedras as letras dizem pó as pedras cobrem
pó e tudo que aliá é o nada que havemos de ser tudo pó mas se o pó futuro o pó em que nos havemos de converter não precisa fé nem entendimento para o alcançar o pó presente o pó que somos nem a nossa Vista o vê nem o nosso entendimento o alcança o homem é uma substância vivente sensitiva racional o pó vive não o p sente não pois como é pó o vivente o sensitivo o racional nenhuma coisa nos poderia estar melhor do que não ter resposta nem solução a esta dúvida mas a resposta e
a solução dela serão a matéria do meu discurso para que eu Acerte a desenvolver tão dificultosa verdade e todos nós possamos aproveitar deste tão importante desengano pensamos aquela senhora que foi a única exceção deste pó nos alcance a sua costumeira graça Você tá vendo que como a língua portuguesa é bonita e forte e expressivo então eu tive essa experiência quando eu li o Sermão da aciso eu disse para mim mesmo você pode escrever peça ruim mas não é por culpa da língua portuguesa não é por culpa sua porque porque o português serve Inclusive tem a
Musicalidade do português serve inclusive para o teatro não é porque isso é isso é teatro puro não [Música] é oh Ricardo nós não podemos nós escritores cultos nós não podemos usar plenamente a língua sem eh ir buscar os recursos populares porque a literatura se sustenta muito na oralidade eu penso que eh cada ser humano quando regressa a sua casa além de levar um pedaço de pão um pedaço de queijo né troféus da do cotidiano né paraa sua casa Ele tem que levar também uma intriga Uma pequena história uma pequena urdidura narrativa e ao mesmo tempo
quando ele chega em casa herói heróica levando uma história ele vai encontrar em casa pessoas que também lhe devolvem com uma história portanto Isso prova que nós escritores nos nutrimos deste material espúrio ah Avassalador porque a língua é uma maravilha porque ela não seleciona ela não tem uma estética prévia portanto ela não é escrava dos ditames da arte a língua ela é uma é uma expansão é uma explosão é ela ela não tem compromisso com com a glória com a fama com as instituições com a cademia Brasileira de Letras ela é aquilo que todos nós
cobramos da Humanidade para sermos parte dessa humanidade portanto Ela é vagabunda ela é errante né ela ela é incorreta ela diz o o que quer e nós escritores vamos lá para consolidar as frases não inventadas por nós mas as frases prévias da língua e que nos chegam e que nós escrevemos de modo que eu pessoalmente como escritora sempre tem uma dívida extraordinária com os ruídos populares da língua com essa e com a maneira de contar do Povo com a oralidade né só que nós temos estátuas Machado de Assis tem uma estátua entrada do nosso academia
e o povo não tem mas Machado sabia muito bem que a sua literatura emerge destas Fontes naturais Indomáveis maravilhosamente inconsequentes é um material que aguarda ser e aprendido pelos grandes escritores de um país meu idioma vem o dom de transformar faz do Palácio do Samba uma casa portuguesa é uma casa portuguesa Com certeza vem no vira da Mangueira vem sambar meu idioma tem o dom de transformar vai do palácio S uma casa portuguesa é uma casa portuguesa com quem sou eu quem sou eu tenho a mais bela maneira de expressar sou queira uma poesia singular
eu fui fui ao Lácio e meus versos fando a última flor que espalhou por vários continentes uma nancial de amor caravel partirão onde não encontrarão o Brasil fazendo a maior riqueza a nossaa porza se misturou comina brasileiro mais tarde o canto do meou assim a língua se modificou out doos versos de Camões as folhas secas caídas de mangueira é chame eterna dom da criação que fala ao cusar do coração todos veros de C as folhas caídas de fogueira é chame eterna tom da criação que fala alado coração cantando cantando Eu vou fo a f ouvi
a minha P minha língua e da obra prima de faço Imortal salve cora-se compositores salve também o se escritor