essa é uma história baseada na vida real da dona Vera Lúcia este relato é um testemunho poderoso de como nossas melhores intenções podem ter consequências devastadoras Vera Lúcia era uma mulher de coração grande que decidiu acolher sua filhada de 9 anos em casa querendo dar uma vida melhor a menina mal sabia ela que esse ato de bondade mudaria sua vida para sempre prepare-se para uma narrativa que vai mexer com suas emoções te deixar sem palavras e acima de tudo te fazer pensar duas vezes sobre quem você deixa entrar na sua casa e no seu coração
o que aconteceu na vida de dona Vera Lúcia é um alerta para todos nós sobre os perigos escondidos até nas ações mais bem intencionadas ah como o tempo passa Parece que foi ontem mas já se foram mais de 40 anos deixa eu puxar pela memória e contar direitinho como foi agora com meus 62 anos nas costas ainda me lembro como se fosse hoje do dia em que conheci o Paulo era 1982 eu tinha acabado de completar 20 anos nasci em família humilde viu cresci ouvindo que estudo era o único jeito de melhorar de vida escapar
da pobreza e não é que acreditei me matei de estudar fiz secretariado executivo profissão que toda moça descente queria na época não foi fácil não quantas noites passei em claro estudando depois do trabalho mas consegui me formar com muito suor e lágrimas mal tirei o diploma e já arrumei emprego numa empresa grande da capital nossa como eu me sentia importante toda arrumadinha com minha melhor roupa que comprava nos bazar da Igreja de ricos meu estilo era um terninho com saia e salto alto bem fino trabalhava sentada atrás daquela mesa de secretária foi nessa empresa que
conheci o Paulo César meu Deus do céu que homem era aquele alto com um sorriso que iluminava a sala toda e os olhos verdes como duas Esmeraldas quando ele olhava para mim parecia que o chão sumia o Paulo César era filho do dono da empresa imagina só enquanto eu vinha de uma família que mal tinha o que comer ele nadava em dinheiro desde pequeno tinha acabado de se formar em administração numa faculdade chique estava lá para aprender o negócio do pai no começo fiquei com medo Achei que ele seria metido desses Playboys que olham a
gente de cima para baixo mas me enganei o Paulo César era diferente educado Gentil tratava todo mundo com respeito fachineira ao gerente as moças que trabalhavam lá ficavam de olho nele assim como eu mas a verdade que na minha cabeça tudo não passava de um sonho acordada a primeira vez que conversamos de verdade foi numa festa de confraternização de fim de ano da empresa eu estava num canto tímida sem saber direito o que fazer de repente ele apareceu do meu lado com dois copos de refrigerante ofereceu um para mim e puxou o papo conversamos a
noite toda descobrimos que tínhamos um monte de coisas em comum gostávamos das mesmas músicas dos mesmos filmes ele ria das minhas piadas me fazia sentir especial a partir daquele dia tudo mudou o Paulo César sempre dava um jeito de passar pela minha mesa sempre com uma desculpa diferente um cafezinho aqui um documento ali e eu boba Alegre toda derretida mal sabia o que me esperava pela frente começamos um namoro escondido o Paulo César não queria que ninguém na empresa soubesse dizia que era para me proteger e olha ele tinha razão O pai dele Seu Fernando
era um homem Durão daqueles que acha que pobre Só serve para trabalhar a mãe dele Dona Cecília nem se fala vivia de nariz empinado como se tivesse cheiro ruim embaixo dele o Paulo César era diferente ele ele me levava para passear no Opala dele um carro que era um luxo só lembro até hoje do cheirinho de carro novo do banco de couro a gente saía escondido ia pro drive in pros barzinhos mais afastados do Centro era uma aventura e tanto mas não demorou muito pro seu Fernando descobrir meu Jesus que dia foi aquele pensei que
ia perder meu emprego ali mesmo o velho chegou bufando na minha mesa vermelho que nem um pimentão parecia que ia explodir de raiva mas aí minha filha aconteceu uma coisa que eu nunca vou esquecer o Paulo César aquele moço bonito entrou na frente olhou pro pai dele firme e disse bem alto pai se a Vera Lúcia sair eu saio junto menina foi como se o tempo tivesse parado todo mundo no escritório ficou boqu aberto olhando pra gente ninguém acreditava no que estava acontecendo o Paulo César tava me assumindo na frente de todos Seu Fernando ficou
branco o filho único dele o xodó da família fazendo aquilo por minha causa eu tremia que nem vara verde sem saber o que ia acontecer o Paulo César pegou na minha mão olhou nos meus olhos ali na frente de todo mundo ele mostrou que não tinha vergonha de mim que estava disposto a enfrentar o pai por nossa causa sabe naquela hora eu senti uma coisa no peito um quentinho uma alegria misturada com medo era amor minha filha um amor que estava dentro de mim foram dois anos assim entre altos e baixos O Paulo César sempre
me defendendo sempre do meu lado a gente se amava de verdade viu daquele jeito que só se vê em filme romântico ele me apresentou um mundo que eu nem sabia que existia restaurantes chiques roupas de marca tudo novo para mim quando ele me pediu em casamento quase desmaiei foi numar luz de Vel com direito a anel de ouro 18 Quiles e tudo claro que disse sim o casamento foi um acontecimento e tanto a nata da sociedade estava lá misturada com minha família simples eu me sentia uma princesa depois da cerimônia Seu Fernando me chamou de
lado pensei que vinha bronca mas ele me surpreendeu me abraçou forte e disse cuida bem do meu menino foi a primeira vez que vi ele me tratar como gente como parte da família Seu Fernando pai do Paulo César nos surpreendeu com um presente e tanto um apartamento na praia não era qualquer praia não era numa cidade vizinha da capital onde eles estavam abrindo um novo escritório da empresa A ideia era que o Paulo César assumisse essa filial nossa lua de mel foi um sonho fomos pra Grécia Imagine só eu que nunca tinha saído do país
de repente estava andando por aquelas ruínas antigas vendo um mar azul que nem Parecia de verdade passamos duas semanas lá parecendo que estava num conto de fadas quando voltamos era hora de encarar a realidade nos mudamos pro apartamento na praia um luxo só Vista pro mar móveis caros tudo do bom e do melhor eu mal acreditava que aquilo tudo era nosso o Paulo César assumiu a direção do novo escritório e eu fiquei como sua secretária executiva era estranho trabalhar para meu marido mas a gente se dava bem ele confiava em mim me deixava tomar decisões
importantes me sentia valorizada a vida Parecia um sonho viu a gente tinha um trabalho bom uma casa linda de morrer e um ao outro nos fins de semana era uma beleza íamos pra praia fazíamos churrasco com os amigos novos que a gente fez que turma boa à noitinha sentava na varanda com o Paulo César para ver o pôr do sol ah que coisa mais linda a gente ficava ali tomando um vinhozinho conversando era uma paz sabe o Paulo César ele era um doce olha só ele me ensinou a dirigir eu morria de medo no começo
mas ele tinha uma paciência de Jó ficava ali do meu lado me encorajando e no meu aniversário menina quase caí para trás o Paulo César me surpreendeu com um presente que eu nunca imaginei que ia ganhar na vida um Chevrolet Diplomata novinho aquele carro era um luxo só derivado do Opala o modelo do carro dele mas com um acabamento tão chique tão sofisticado e o motor um V6 que era uma beleza roncava que era uma maravilha na época todo mundo queria ter um diplomata era o carro dos sonhos o top de linha da indústria nacional
e eu ali com as chaves na mão sem acreditar lembro como se fosse hoje o carro parado na frente de casa brilhando no Sol veio com um grande laçarote em cima do capô o Paulo César me entregando as chaves com aquele sorriso lindo dele eu tremia de emoção a primeira vez que dirigi aquele carro parecia que eu tava nas nuvens o banco de couro o volante macio aquele cheirinho de carro novo era como um sonho realizado naquela época eu pensava é isso cheguei lá ah como eu era feliz naquela época achava que tinha dado a
volta por cima que minha vida de pobreza tinha ficado para trás acordava todo dia agradecendo a Deus por tudo que tinha conquistado mas sabe como é a vida sempre tem seus planos um dia comecei a me sentir estranha enjoos tonturas no começo achei que era só cansaço do trabalho mas quando faltou aquela visita mensal meu coração disparou naquela época não tínhamos testes de farmácia eficazes fui ao médico ansiosa e esperançosa quando ele confirmou mal pude conter as lágrimas de alegria estava grávida Quando contei pro Paulo César ele me rodou no ar rindo feito criança vou
ser pai Vera Lúcia ele gritava naquele momento achei que minha felicidade não podia ser maior continuei trabalhando Claro não era fácil viu os enjoos me pegavam no meio das reuniões às vezes Tinha que correr pro banheiro mas eu era teimosa queria provar que podia ser mãe e profissional ao mesmo tempo e então em 1987 João chegou nosso filho um bebê rechonchudo meu Deus que momento quando o médico colocou aquele pacotinho nos meus braços eu senti um amor que nem sabia que existia o Paulo César chorava feito um bebê também todo bobo com o filho João
era a cara do pai sabe os mesmos olhos verdes que derretia corações naquela hora olhando para meu marido segurando nosso filho pensei é isso minha vida tá completa Ah minha querida lembro como se fosse hoje o Joãozinho tinha acabado de fazer 15 dias quando minha família Veio visitar meu pai Jaime e minha mãe Tânia coitados ficaram todos bobos era o primeiro Netinho eles não paravam de paparicar o bebê meus três irmãos Também vieram eles eram mais novos que eu ainda solteiros todos homens feitos ficaram fazendo graça dizendo que iam ensinar o sobrinho a jogar bola
a gente estava ali na sala tomando um cafezinho e comendo aquele bolo que só minha mãe sabia fazer as conversas iam e vinham todo mundo querendo saber das novidades Eu com o Joãozinho no colo tentava participar de tudo bom Eu tava bem cuidadosa com minha alimentação a mãe não parava de me dar conselhos minha filha ela dizia cuidado com isso cuidado com aquilo não pode comer isso que dá cólica no menino e eu ali ouvindo tudo tentando seguir cada palavra queria fazer tudo certinho pro meu bebê e não era só por causa do João não
a mãe ficava insistindo Vera Lúcia você tem que voltar para seu corpo de antes para não perder o marido imagina só ela queria que eu comprasse umas calcinhas de costura alta e até uma cinta para apertar a barriga ela ia explicando E eu pensando bom se a mãe tá falando eu faço sabe por eu resolvi seguir arrisca os conselhos dela Ah minha filha minha mãe era um fenômeno quatro filhos ela teve e magra que só vendo ninguém dizia que aquela mulher tinha tido filhos eu ficava impressionada queria ser igual a ela e não é que
no meio daquela conversa toda com todo mundo falando ao mesmo tempo comendo bolo e tomando café a mãe menciona a Sandra quando ouvi ela falar o nome da Sandra meu coração deu um pulo na hora eu fiquei bem curiosa lembra da sua primeira Sandra Vera Lúcia ela disse como é que eu ia esquecer a Sandra era minha melhor amiga quando a gente era criança brincava junto dormia uma na casa da outra mas a vida foi separando a gente sabe como é minha mãe continuou Pois é ela tá passando por umas dificuldades tá no quarto filho
já segundo casamento as coisas não tão fáceis para ela não fiquei com o coração apertado a gente cresce toma rumos diferentes mas o carinho fica Ô prima querida aquela então perguntei PR minha mãe como andava a luaninha minha afilhada querida ah como eu gostava daquela menina lembrava dela pequenininha toda serelepe correndo pela casa da Sandra O que aconteceu foi que eu resolvi estudar me dedicar aos livros passava as noites debruçadas sobre os cadernos sonhando com um futuro melhor meus pais seu Jaime e dona Tânia não me davam sossego Vera Lúcia estuda menina quem tem estudo
tem tudo na vida eles viviam repetindo isso para mim e para meus irmãos e eu obedecia Afinal achava que no fundo não queriam que eu acabasse como eles Enquanto isso a Sandra acabou se envolvendo com um rapaz da cidade era um tal de Zé Maria filho do seu César da venda a vida tinha separado a gente sabe enquanto eu tava ali com meus pais me empurrando pros estudos a Sandra Ah coitada da Sandra Ela não tinha esse incentivo a mãe dela tia Janete Deus a tenha era a irmã da minha mãe infelizmente tinha partido cedo
e o pai tio José Antônio era um homem à moda antiga não ligava para essas coisas de estudo não queria a Sandra em casa lavando passando cozinhando mulher não precisa de estudo precisa saber cuidar da casa ele dizia E assim a Sandra foi ficando sem perspectiva sem sonhos num piscar de olhos a Sandra se perdeu ficou de barriga foi um alvoroço só na família a tia Janete se fosse viva teria quase caído para trás o tio José Antônio esse sim quase desfaleceu quando soube ai minha filha valha-me Deus que desgraça ele dizia se benzendo o
Zé Maria para não ficar falado na cidade resolveu assumir a criança ele se amigar rapidinho não teve casamento na igreja nem nada mas foram morar juntos como se fossem marido e mulher acabaram se ajeitando na casa do tio José Antônio era uma casa de alvenaria bem simplesinha mas era o que tinham no momento o tio com aquele jeito ranzinza dele acabou aceitando já que tá feito que fique ele resmungava a luaninha foi crescendo ali naquele ambiente corria pelo terreiro brincava com as galinhas subia nas Goiabeiras do quintal de vez em quando eu mandava uns presentinhos
para ela uma boneca umas fitinhas pro cabelo eu tinha esperança que mesmo com todas as dificuldades ela ia criar bem a menina a vida delas não era fácil não o Zé Maria trabalhava na roça ganhava uma mixaria mal dava paraas despesas mas iam levando como podiam minha mãe fez uma cara triste e disse xi minha filha parece que a coisa não tá boa não a Luana não se dá bem com o padrasto tá sofrendo muito Coitadinha fiquei arrasada Como assim uma criança não merece um padrasto estúpido meu coração apertou não entendia falei PR minha mãe
mas o pai da Luana parecia que amava tanto a Sandra o que será que aconteceu porque ela separou dele mãe minha mãe Balançou a cabeça desanimada ele traiu ela filha foi embora com outra mulher deixou a Sandra sozinha com as crianças fiquei sem palavras como um homem podia fazer isso abandonar a família assim e a Luana tão pequena tendo que lidar com tudo isso um padrasto ruim naquela hora senti uma coisa estranha no peito uma mistura de raiva tristeza e sei lá uma vontade de fazer alguma coisa não podia deixar minha afilhada nessa situação ela
merecia melhor fiquei pensando pensando e se Será que eu e o Paulo César podíamos ajudar a gente tinha uma vida boa um apartamento grande quem sabe a Luana não podia vir morar com a gente por um tempo Olhei pro berço do João meu filhinho recém-nascido Pensei que talvez a Luana até pudesse me ajudar com ele seria bom para todo mundo ai se eu soubesse se eu pudesse voltar no tempo mas a gente nunca sabe o que o destino guarda pra gente né naquela hora só queria ajudar mal sabia que aquela decisão ia mudar tudo tudo
mesmo depois que minha mãe falou da Luana fiquei com aquilo martelando na cabeça naquela noite eu e Paulo César conversamos eu achava que era uma boa ideia trazer a menina para morar com a gente dizia que podíamos fazer a diferença na vida dela mas aí veio a parte que me deixou pensativa o Paulo César sugeriu colocar o João na escolinha disse que assim depois que ele crescesse um pouco a gente teria liberdade para continuar nossas viagens e passeios se a Luana tiver em casa ele explicou vamos ter que levar ela para todos os lados não
dá para deixar uma menina sozinha né fiquei ali olhando pro berço do João pensando nossa vida já tinha mudado tanto desde que ele nasceu Parte de Mim queria aquela liberdade de volta mas outra parte pensava e a Luana como vai ser para ela vindo morar com a gente Imaginei a menina sozinha em casa enquanto a gente saía para passear não parecia certo Paulo César eu disse nossa vida já é diferente por causa do João não acho que trazer a Luana vai mudar tanto assim ele ficou quieto um tempo depois concordou você tem razão Vera a
gente dá um jeito o importante é ajudar a menina naquela hora Achei que estava fazendo a coisa certa que Deus tinha colocado a Luana no nosso caminho por algum motivo decidimos trazer a Luana para morar com a gente eu toda boba já imaginava como ia ser a menina ajudando com o João a gente como uma família feliz agora quero saber a sua opinião você traria sua afiliada para morar com sua família se fosse uma mulher rica ou apenas ajudaria financeiramente deixe sua opinião nos comentários vou adorar saber você pensa e retribuirei com um coraçãozinho sua
opinião é muito importante para mim deixa eu te contar uma coisa os pais do Paulo César aqueles pomposos Também vieram visitar o neto que felicidade era aquela eles babava Cecília todos cheios de si fazendo planos mirabolantes pro Joãozinho vamos levar ele para Disney dizia Seu Fernando todo orgulhoso ah e para eu Europa também emendava Dona Cecília com aquele ar de Madame nosso Netinho vai conhecer o mundo todo eles falavam como se já tivesse tudo acertado eu e o Paulo César ficamos impressionados com tanto entusiasmo eles falavam de viagens internacionais como se fosse ir ali na
esquina comprar pão confesso que naquele momento eu tava simpatizado com eles Afinal que mãe não gosta de ver seu filho paparicado era bom ver o Joãozinho recebendo tanto amor mesmo que fosse daquele jeito exagerado deles depois daquele período de resguardo eu e o Paulo César decidimos buscar a Luana na casa da Sandra foi por insistência minha viu eu tava com medo da convivência dela com o padrasto e acabei convencendo o Paulo César quando chegamos lá meu coração apertou era tudo tão simples tão precário a casa era mal rebocada por dentro o os móveis velhos e
remendados mal se aguentavam em pé a Sandra Coitada ficou sem graça de nos receber naquela pobreza mas a gente disfarçou para não deixar ela mais constrangida Olhei pro Paulo César e vi que ele também estava impressionado ali naquela hora tive certeza que tínhamos feito a coisa certa em querer trazer a Luana para morar com a gente a Sandra primeiramente ficou feliz da vida ao nos ver nos abraçamos forte como se os anos não tivessem passado a pequena Luana tinha acabado de fazer n anos olhei para ela e vi uma menininha magrinha de olhos grandes e
Curiosos mais bonita como sempre sabe que ela não me reconheceu tinha um portarretrato nosso ali na sala de quando ela tinha 3 anos mostrei para ela olha Luana Essa sou eu te segurando no colo o tio José Antônio chegou animado em nos ver tratou todos bem ofereceu cafezinho preto pra gente até que ele sabia fazer um bom café conversa vai conversa vem falamos o motivo da nossa visita Inesperada a Sandra Coitada era uma boa mãe dava para ver o amor nos olhos dela mas a vida não tava fácil não ela entendeu que naquele momento o
melhor para a Luana seria vir morar comigo então conversamos e fizemos uma proposta íamos ajudar a Sandra enviando um dinheirinho todo mês para ela em troca a luaninha viria morar comigo e trabalhar como babá Além disso parte desse dinheiro seria guardada em uma poupança para o futuro dela eu ofereci o melhor estudo para ela Sandra ficou tão contente com a ideia de proporcionar para a filha uma vida melhor ela falou com tanto orgulho da Luana fez a maior propaganda da menina A Luana é muito prendada a Sandra disse toda orgulhosa sabe fazer todas as tarefas
da casa é bem asseada cuida dos três irmãozinhos menores como gente grande sabe cuidar de bebê que é uma beleza se estão chorando só de olhar para ela eles param na hora eu e o Paulo César estávamos impressionados uma menina de 9 anos já sabendo fazer tudo isso por um lado Fiquei feliz em saber que ela ia poder ajudar bastante lá em casa por outro sei lá me deu uma tristeza criança não devia ter tanta responsabilidade assim mas na hora só pensei que estava fazendo a coisa certa ia dar uma vida melhor PR Luana ajudar
a Sandra E ainda ter uma ajudante em casa pro João parecia que todo mundo ia sair ganhando a Luana juntou suas coisinhas numa bolsa pequena não tinha muita coisa não umas roupinhas um ursinho de pelúcia todo remendado quando chegou a hora de ir embora ela abraçou a mãe o avô e os irmãos pequenos forte forte e chorou bastante no caminho para casa a Luana ficou quietinha no banco de trás do carro de vez em quando eu olhava pelo retrovisor e via ela olhando pela janela os olhos grandes cheios de curiosidade e medo chegando naquele apartamento
vi os olhos da Luana Se arregalar de espanto imagina só uma menina que nunca tinha saído daquela cidadezinha do interior de repente se vendo num prédio tão alto morávamos no sexto andar mas o edifício tinha 22 andares no total um colosso de concreto e vidro como diziam na época a pequena ficou boca e aberta com o elevador pudera para quem Só conhecia a escada aquela caixa de metal que subia sozinha era quase mágica lembro como se fosse hoje ela agarrou minha saia com força quando o elevador começou a se mover Coitadinha ficou e tremia que
nem vara verde mas foi quando entramos no apartamento que o verdadeiro espetáculo aconteceu assim que ela pôs os olhos na vista do mar pela janela da sala as lágrimas vieram não eram Lágrimas de tristeza não era Pura Emoção mesmo aquele Azul infinito as ondas quebrando na areia era de tirar o fôlego até pra gente que já estava acostumado nessa hora meu coração de mãe falou mais alto abracei a a menina e disse Luana meu bem se você quiser eu te levo para conhecer o mar de pertinho Olha nem o Joãozinho conhece ainda que tal vocês
dois irem juntos pela primeira vez os olhinhos dela brilharam ela só conseguiu balançar a cabeça concordando Estava emocionada demais para falar o quarto da Luana não era nenhum Palácio viu mas tinha tudo que uma mocinha precisava uma caminha confortável um armário bonito até um banheirinho só para ela luxo puro pros padrões que ela estava acostumada naquela mesma tarde resolvi levar os dois pra praia o Paulo César coitado teve que voltar pro batente trabalho não espera então lá fomos nós eu a Luana e o Joãozinho no carrinho sabe minha filha Naquela tarde eu senti uma coisa
estranha uma conexão com a Luana que não dava para explicar olhando para ela via uma menina linda cabelos castanhos Claros quase loiros no sol e uns olhos verdes não eram aquele Verde profundo do Paulo César não era um tom mais suave como folha nova na primavera a praia foi uma festa só a Luana corria na areia ria com as ondas nos pés o Joãozinho pequenininho só dormia foi uma tarde e tanto mas como Nem tudo são flores o vento a ficar forte daquele jeito que corta a pele fiquei preocupada com o Joãozinho tão pequeno ainda
decidi que era hora de voltar naquela noite Exausta da correria do dia preparei uma macarronada com queijo rápida para a família a Luana gostou da minha comida ela comeu bem deitada na cama o sono teimava em não vir ao meu lado Paulo César ressonava suavemente vencido pelo cansaço do trabalho o som das ondas do mar entrava pela janela entreaberta um ritmo constante que embalava meus pensamentos inquietos nos dias que se seguiram matriculei Luana na escola particular próxima ao apartamento a menina com seus olhos verdes arregalados encarava tudo com uma mistura de Fascínio e apreensão o
uniforme novo os livros brilhantes os colegas de classe bem vestidos cada detalhe era um mundo novo para ela eu levava ela de carro e buscava todos os dias em casa Luana mostrava-se incrivelmente prestativa ao menor sinal de choro do João ela corria para o berço ansiosa para ajudar seu rosto se iluminava ao ver o bebê mas eu cautelosa não permitia que ela o pegasse João era ainda muito frágil molinho demais para mãos inexperientes uma diarista vinha uma vez por semana deixando pouco trabalho doméstico para Luana ainda assim a menina insistia em ajudar ela passava o
espanador pelos móveis com cuidado o rosto franzido em concentração varria o chão com uma vassoura quase do seu tamanho lavava a louça determinada a ser útil observando Luana nessas tarefas um nó se formava em minha garganta uma criança de sua idade deveria estar brincando de boneca correndo no parque não se preocupando com a fazer domésticos mas para ela essas pequenas tarefas pareciam um conforto uma maneira de se sentir parte da família o tempo foi passando e a pequena com 10 anos virou mocinha foi mais cedo do que eu esperava viu eu ensinei com todo o
cuidado ela a usar modes O problema é que a coitada passou a maior vergonha na escola veio para ela ali mesmo na sala de aula manchando todo seu uniforme e alguns alunos zombaram dela E sem contar que ela tinha todos os meses cólicas menstruais fortíssimas ah ver aquela menina sofrendo daquele jeito era de partir o coração eu ficava quebrando a cabeça para ajudar ela fazia chá de erva cidreira que minha afada avó dizia que era bom botava uma bolsa de água quente na barriga dela a Luana Coitada ficava Branca feito papel tremendo que nem vara
verde eu passava as noites em claro cuidando dela o Paulo César ficava todo atrapalhado com essas coisas de mulher queria ajudar mas não sabia como Ah meu Joãozinho Que coisinha mais linda dando os primeiros passinhos aquelas perninhas gorducha meio desengonçadas mas tão cheias de vida os olhinhos verdes herdados do pai brilhavam de curiosidade ele vivia mexendo em tudo descobrindo o mundo ao redor cada móvel cada canto da casa parecia uma grande aventura para ele era um vai e vem danado Mas eu adorava ver aquilo Aquela fase é uma graça a gente só quer apertar e
proteger a Luana tão ajuizada paraa idade que tinha me chamava lá atenção com seu cuidado sempre de olho no João tia Vera Lúcia ela disse um dia com aquela voz séria daqui a pouco o Joãozinho vai subir em tudo melhor colocar proteção nas janelas para ele não cair lá embaixo foi como uma martelada no peito senti boba por não ter pensado nisso antes eu que sempre fui tão cuidadosa com tudo mas a Luana era esperta demais sabia das coisas na mesma semana tratei de arrumar aquelas grades paraas janelas as idas à praia viraram uma rotina
Sagrada pra gente era o nosso jeito de fugir do mundo duas ou três vezes na semana lá íamos nós pisando naquela areia fofa sentindo o ventinho do mar o João adorava ficava todo bobo com a água soltava gritinhos cada vez que uma onda vinha e molhava os pezinhos dele e a Luana ah a Luana parecia que florescia debaixo daquele sol a pele dela ficava Douradinha os cabelos mais claros e os olhos então pareciam ainda mais verdes aquela menina estava se transformando diante dos meus olhos uma noite enquanto eu terminava de ajeitar a cozinha ouvi um
chur abafado vindo do quarto da Luana era aquele choro baixinho como se ela quisesse esconder de todo mundo não querendo incomodar meu peito apertou na hora larguei o pano de prato e fui até lá quando abri a porta vi A pobre da menina toda encolhidinha na cama os olhos inchados de tanto chorar perguntei o que tinha acontecido e ela com aquela vozinha triste disse que estava morrendo de saudade da mãe e de todos lá da casa dela Ah meu coração ficou pesado sabia que por mais que a gente cuidasse bem dela o amor de mãe
é uma coisa que ninguém substitui me sentei na beirada da cama e passei a mão nos cabelos dela tentando acalmar falei com carinho que no próximo fim de semana a gente podia ir visitar a Sandra achei que isso ia ajudar vi um brilho de esperança nos olhos dela mas o choro ainda estava ali preso na garganta Eu sabia que não era fácil para ela longe da mãe dos irmãos e do avô mas eu tava fazendo o que podia prometi que íamos ver a mãe dela logo e ela tentou sorrir mesmo com o coração apertado no
fim de semana fizemos o que Prometemos colocamos a Luana no carro e fomos pra casa da Sandra quando chegamos lá a menina nem conseguiu esperar correu até a mãe e se jogou nos braços dela as duas se abraçaram tão forte chorar como se o mundo tivesse parado naquele momento foi bonito de ver viu meu peito se encheu de emoção uma mistura de alívio e ciúmes era o amor delas sabe aquele laço de mãe e filha que nem a distância quebra a Sandra Coitada me recebeu com um sorriso e um abraço apertado disse que a vida
tinha melhorado bastante desde que a gente começou a mandar um dinheirinho todo mês os irmãos da Luana estavam bem cuidados comendo direitinho eram uns fofos correndo pela casa cheios de energia Fiquei feliz de ver que pelo menos as coisas estavam mais fáceis para Sandra Ela me contou que tava conseguindo manter a casa em ordem que já não passavam mais aquelas dificuldades de antes o marido Renato estava trabalhando firme ver aquilo me deixou mais tranquila saber que de algum jeito eu tava ajudando essa família mesmo de longe aliviou meu coração mas ao mesmo tempo eu sabia
que a saudade que a Luana sentia da mãe não ia embora tão fácil aquele abraço dela na Sandra me dizia tudo a menina precisava daquele amor de perto e a gente tinha que encontrar um jeito de equilibrar isso tudo ah a Luana sempre foi uma menina muito querida tinha suas amigas mais próximas viviam juntas para lá e para cá elas iam na casa da gente faziam uma bagunça boa aquelas risadas delas enchiam a casa sabe era bonito de ver de vez em quando as meninas até posavam lá em casa dormiam todas juntas no quarto da
Luana e a noite era só risada e conversa Baixinha até altas horas eu me sentia feliz vendo a Luana rodeada de amigas tão à vontade parecia uma fase tranquila ela estava crescendo bem na escola não podia ser melhor a Luana sempre tirava notas ótimas era estudiosa os professores viviam elogiando eu tinha muito orgulho dela e o Paulo César também ele falava para todo mundo como a menina ia bem na escola como era aplicada ela tava indo pro caminho certo sabe eu via nela um futuro bonito cheio de oportunidades eu tinha voltado a trabalhar no escritório
o Paulo César tinha conseguido me encaixar lá de novo era cansativo não vou mentir o O João estava na escolinha particular um menino esperto cheio de energia deixá-lo lá me partia o coração mas eu sabia que era pro bem dele a gente se virava como podia a rotina era pesada mas as coisas seguiam de manhã cedo deixava o Joãozinho na escola ia pro trabalho mas a verdade é que apesar de tudo a Luana era amada por todos nós eu amava aquela menina como se fosse minha filha Paulo César também Parecia ter muito carinho por ela
e o Joãozinho Ah ele não desgrudava da Luana os dois eram unha e carne Eu sabia que aquela casa tinha muito amor Ah menina a gente que é mãe ou cuida de criança sempre percebe as mudanças eu fui notando a Luana crescer o corpo dela mudando aos 13 anos já não era mais aquela menininha magricela que vivia correndo pela casa o tempo foi moldando a menina o quadril dela foi ficando mais largo o rosto mais definido um jeitinho de moça tomando conta eu claro olhei tudo isso com carinho mas também com uma certa preocupação mas
nunca nunca que eu esperava o que aconteceu numa tarde vi a Luana meio enjoada calada diferente parecia que tinha algo errado perguntei o que era e ela meio sem jeito me disse que as contas dela estava atrasada já faz um mês tia Vera Lúcia ela falou com aquele olhar de quem não sabia o que estava acontecendo Ah menina meu coração deu um pulo Aquilo me deixou preocupada demais não tem jeito de não pensar besteira se é que você me entende perguntei logo mas Luana minha filha tem alguma coisa que você precisa me contar você está
grávida é isso Ela ficou em silêncio baixou a cabeça e eu descobri stia aquele nó no peito quem cria uma menina nunca quer passar por isso ainda mais nessa idade perguntei meio em choque mas de quem é esse filho Luana quem é o pai e ela com aquela cara de culpa disse que era de um amigo da escola mas se recusavam a dizer o nome do rapaz Como assim um amigo da escola eu perguntei confusa mas a Luana só repetia que não podia contar quem era aquilo me deixou sem chão fiquei sem sem saber o
que fazer uma menina de 13 anos grávida e sem contar de quem como é que a gente resolve uma coisa dessas então sem ter outra saída fui falar com o Paulo César Eu achei que o Paulo César ia ficar preocupado Claro quem não ficaria mas quando contei para ele Ah o susto que ele tomou nunca vi o Paulo César daquele jeito ele ficou pálido parecendo que tinha levado uma pancada os olhos dele arregalaram a respiração ficou pesada aquele susto me deixou até mais nervosa ele sempre foi firme sabe nunca se abalava fácil mas dessa vez
era diferente de repente o Paulo César ficou furioso uma raiva que eu não esperava andando pela sala batendo a mão na mesa Luana grávida isso é inadmissível eu que já estava assustada fiquei ainda mais preocupada ele disse que ia conversar com ela e foi até o quarto bufando de raiva só que aí aconteceu uma parte que me deixou intrigada ele entrou no quarto da Luana começou a brigar com ela dizendo que ela tinha sido irresponsável que não poderia ter se deixado levar dessa forma mas o que me pegou foi que ele não exigiu saber quem
era o pai ele não insistiu não fez questão de saber o nome do tal amigo da escola e isso me incomodou demais fui dormir com aquela pulga atrás da orelha algo não estava certo agora o que aconteceu depois você não vai acreditar ah meu Deus aquilo foi o pior dia da minha vida eu ainda estava tentando digerir a notícia da gravidez de Luana e naquela semana Combinei com ela que a gente ia pro hospital começar o pré-natal dela meu coração estava apertado só de pensar em como contar isso para Sandra a mãe dela como é
que eu iria explicar que deixei a filha de 13 anos dela engravidar Eu sabia que Sandra me culparia me julgaria e eu de certa forma já me sentia culpada aquela tarde saí mais cedo do trabalho queria organizar uns documentos pegar as coisas da Luana e ver como resolvería tudo cheguei em casa pensando na correria do dia a dia mas assim que entrei no apartamento algo estranho me bateu escutei umas risadas abafadas umas conversas um clima de animação mas logo veio um silêncio esquisito o som vinha do meu quarto meu coração disparou de um jeito que
nem sei explicar era um aperto uma angústia fui andando devagar pé por pé tentando entender o que estava passando a cada passo que eu dava a sensação de que algo estava fora do lugar aumentava o silêncio era tão pesado que me sufocava quando cheguei perto da porta percebi que o barulho vinha do banheiro ali parada senti um frio na espinha que nunca tinha sentido antes meu corpo já sabia o que meus olhos ainda não tinham visto abri a porta devagar com o coração na boca e o que eu vi meu Deus foi a cena mais
perturbadora que eu já tinha visto em toda a minha vida lá estavam eles Paulo César e Luana fazendo o que você já pode imaginar não havia como negar o que meus olhos estavam vendo eu paralisei o choque foi tão grande que eu perdi o chão aquele homem que eu confiei à minha vida o pai do meu filho estava ali com a menina que eu tinha como uma filha e o pior menina o pior foi ver que não era nada solicitado a Luana parecia estar envolvida parecia gostar daquilo era consentido e isso foi como um golpe
final ali eu entendi estava acontecendo um caso gravíssimo de traição bem debaixo do meu teto os dois levaram um susto tão grande quando me viram na porta a Luana arregalou os olhos e o Paulo César apavorado empurrou ela de leve gaguejando desculpa Vera Lúcia Desculpa aquilo foi como uma faca no meu peito e a Luana a menina que tinha tanto amor aquela que eu via como filha soltou um me perdo a tia com uma cara de arrependida mas que não me convenceu ali naquele momento eu não sabia mais o que pensar Quem eram aquelas pessoas
Diante de Mim eui costas cheia de nojo e raiva e falei sem olhar para trás terminem o que vocês estão fazend saí do banheiro com o coração em pedaços fui direto guarda-roupas sem saber como me as per tremiam cabeça rodava mal conseguia respirar Mas eu sabia que não podia ficar mais um minuto naquela casa minha vida inteira desmoronou de uma vez só comecei a arrumar minhas malas desesperada jogava as roupas dentro das malas sem nem pensar direito as mãos tremiam tudo o que eu queria era sumir pegar o João na escolinha e ir para bem
longe minha cabeça não conseguia processar o que tinha acabado de acontecer Paulo César e Luana o homem que eu amava a menina que eu cuidei como fui tão cega a dor era insuportável mas eu não podia chorar não ali não na frente deles precisava sair antes que meu mundo caísse de vez enquanto eu arrumava tudo o Paulo César veio atrás de mim enrolado numa toalha com a cara mais deslavada do mundo Vera Lúcia por favor não toma nenhuma decisão de cabeça quente ele disse como se aquilo fosse me acalmar como se aquilo fosse apagar o
que eu tinha acabado de ver ele estava tentando falar com calma mas eu sentia o desespero na voz dele queria me fazer Pensar como se eu pudesse perdoar aquilo como se eu pudesse esquecer mas eu simplesmente não acreditava no que estava acontecendo a cada palavra dele parecia que minha cabeça explodia mais eu olhava para ele e não via mais o homem que amei o pai do João o meu marido só via um traidor um mon mon como ele pode fazer isso comigo com a Luana como ele pode destruir nossa vida assim na minha frente sem
vergonha sem remorso Eu terminei de fechar as malas as mãos ainda tremendo a cabeça a mil e naquele momento eu sabia que não podia mais ficar ali De repente me veio à cabeça que a Luana tava grávida do Paulo César eu sempre fui meio lenta para pensar deve ter sido por isso que nunca desconfiei de nada antes tava tudo ali na minha frente e eu não via antes de sair passando pelo corredor e o quarto da Luana estava aberto eu resolvi entrar ela já tava vestida chorando que nem criança pequena minha vontade era de dar
uns tapas na cara daquela cretina mas me segurei respirei fundo e perguntei Desde quando ela tava se deitando com meu marido soluçando ela disse tia faz pouco tempo Aquilo me subiu o sangue gritei com ela tia não me chame assim eu te acolhi E é isso que eu recebo em troca nem reconhecia mais minha própria voz de tanta raiva a Luana caiu de joelhos como se tivesse levado um tiro Eu amo o Paulo César ela disse a gente ia te contar aquelas palavras eram como facadas no meu peito cada sílaba doía mais que a outra
foi aí que o safado do Paulo César apareceu disse que iam me contar sim Mas nenhum dos dois tinha coragem falou que se apaixonou pela Luana e nem percebeu quando viu já tinha se aproximado dela e foi recíproco fiquei ali parada ouvindo aquelas Desculpas esfarrapadas meu mundo estava desabando e eles falando de amor de Paião Que tipo de sentimento era esse que destruía uma família inteira o Paulo César com aquela cara de cachorro arrependido tentou se explicar mais disse que não planejaram nada disso que aconteceu como se isso justificasse alguma coisa como se isso apagasse
a traição a mentira olhei paraa Luana aquela menina que eu criei como filha e pro Paulo César o homem que eu amei por tantos anos não reconhecia mais nenhum dos dois eram estranhos para mim agora naquele momento senti o peso de todos esses anos mas agora se eu te falar o que aconteceu você nem acreditaria tamanho absurdo eu fui saindo com a mala em direção à porta disposta a ir na escolinha pegar o joãozinho Mas aí o Paulo César aquele sem vergonha correu pra porta e me impediu de sair ele disse com aquela cara de
pau não você não vai embora eu vou embora e levo a Luana comigo você fica aqui com o nosso filho Até você se acalmar Você acredita numa coisa dessas fiquei boc e aberta sem acreditar no que estava ouvindo o Paulo César querendo levar a Luana como se ela fosse um prêmio ou coisa assim e eu que fiquei naquela hora senti uma raiva que nunca tinha sentido antes olhei bem nos olhos dele e disse com uma voz que nem parecia a minha então eu vou buscar o João e quando eu voltar não quero ninguém aqui ninguém
ouviu bem o Paulo César Ficou ali parado me olhando como se não me reconhecesse mais a égua da Luana tava num canto Chorando Baixinho mas naquela hora não conseguia sentir pena de nenhum dos dois saí batendo a porta Acho que todos os vizinhos ouviram a baixaria minha cabeça tava a mil por hora como é que minha vida tinha virado de cabeça para baixo assim num piscar de olhos no caminho pra escolinha as lágrimas finalmente vieram chorei que nem criança dirigindo feito uma doida só pensava no meu na vida que a gente ia ter dali pra
frente cheguei na escolinha toda descabelada os olhos inchados a tia da sala me olhou assustada mas eu nem liguei só queria pegar meu filho e sumir dali sumir daquela cidade daquela vida que não era mais minha O problema é que quando eu tava no carro já com o João me senti sem rumo tava com medo de voltar para casa então resolvi ir pra casa da minha mãe eu precisava de alguém desabafar chegaria tarde a casa dela era realmente muito longe dali da praia tive muito tempo para pensar no caminho comecei a lembrar das vezes que
a gente ia pra praia aí me veio na cabeça que o Paulo César por baixo daqueles óculos de sol observava a Luana de biquíni mas eu nunca pensei que era com esse tipo de olhar sabe parecia que ele era um pai sei lá já não sabia mais o que pensar me vieram várias lembranças quando ele levava ela de carro pra escola os dois diversas vezes iam sozinhos quando eu saía e eles ficavam em casa então sim eles tiveram suas oportunidades criadas por mim talvez mas eu realmente não imaginei a Luana tinha um corpinho bonito a
pele os cabelos e o sorriso lindos Sim ela se tornou uma bela garota e certamente o Paulo César se apaixonou Será que ele assumiu a barriga dela e aquele teatro que ele fez quando descobriu que ela estava grávida sinceramente era pergunta demais para minha cabeça que já estava explodindo de dor quanto mais eu pensava mais confusa ficava como é que eu não vi nada disso antes como é que eu fui tão cega olhava pro Joãozinho dormindo no banco de trás e meu coração apertava como é que eu ia explicar tudo isso para ele um dia
como é que a gente ia seguir a vida depois de uma coisa dessas quando finalmente Cheguei na casa da minha mãe já era tarde da noite bati na porta com o coração na mão o João no colo sem saber como ia contar tudo aquilo para ela minha mãe abriu a porta e só de olhar para minha cara já sabia que tinha acontecido alguma coisa grave ela me abraçou forte sem dizer nada e naquele momento eu desabei chorei como nunca tinha chorado antes Olha o pai e meus irmãos ouviram tudo boca e abertos nem acreditavam no
que estava acontecendo para eles a Luana ainda era uma criança sabe a gente ficou ali quebrando a cabeça para saber como contar pra Sandra minha prima mãe da Luana que situação e lá tava eu tendo que me virar sozinha com o Joãozinho agora eu era uma mãe solteira minha mãe coitada arrumou um cantinho pra gente dormir parecia que eu tinha voltado no tempo dormindo na casa dos meus pais de novo no outro dia fomos eu mãe e pai na casa da Sandra quando ela viu a gente sem a Luana ficou branca que nem cera no
começo tadinha achou que tinha acontecido uma desgraça imagina o susto depois que falei que a Luana tava bem a Sandra sossegou um pouco o tio José antnio também estava ali ouvindo tudo com aquela cara fechada Delei contando aconteceu devagar escolhendo as palavras mas não teve jeito os dois ficaram passados não acreditavam no que a menina tinha aprontado o tio José Antônio com aquele jeito bruto dele não se aguentou bateu na mesa com força e soltou que pouca vergonha é essa ela se perdeu na vida igual você Sandra a voz dele saiu rouca cheia de raiva
e decepção a Sandra Coitada abaixou a cabeça dava para ver que aquelas palavras fundo o tio continuou resmungando falando de como as mulheres da família não tinham juízo eu fiquei ali sem saber direito o que dizer vendo aquela cena triste se desenrolar a tensão era tanta que dava para cortar com faca o tio José Antônio andava de um lado pro outro bufando feito touro bravo a Sandra quietinha num canto parecia que queria sumir E para piorar ela ia ser avó Sandra Ficou ali sem saber o que dizer era muita coisa pra cabeça dela a menina
que ela confiou pra gente cuidar grávida do meu marido Sandra começou a chorar dizendo que a culpa era dela que não devia ter deixado a Luana ir morar com a gente eu tentei acalmar mas nem sabia direito o que dizer tava todo mundo perdido naquela confusão bom o que sei é que não tive coragem de voltar pro apartamento decidi ficar uns dias na casa dos meus pais meu coração estava partido e os dois eram meu porto seguro não conseguia nem pensar em entrar naquele apartamento de novo contratei um advogado desses que resolve as coisas de
separação ele entrou em contato com o Paulo César aquele safado e o que descobri me deixou de queixo caído Vocês nem imaginam o Paulo César aquele sem vergonha me pediu o divórcio mas não é só isso não ele queria casar com a Luana disse que ia assumir o filho dela e tudo Fiquei passada e tem mais como eu não voltei pro apartamento os dois estavam vivendo lá como amantes na minha casa na minha cama Ah minha filha que ódio que eu senti parecia que ia explodir o tempo foi passando e acabei assinando o divórcio que
remédio né fizemos a separação dos bens eu até tinha um dinheirinho graças a Deus mas tava ali mãe começando do zero sabe o que é mais triste ver tudo que você construiu na vida ir por água abaixo assim tantos anos de casamento tanto amor jogado fora e por quê Por causa de uma menina no começo eu só conseguia sentir raiva dela mas depois de um tempo comecei a pensar melhor a verdade é que o safado era ele o Paulo César era ele que devia ter se comportado direito não é mesmo ele que era o adulto
na história o casado fiquei pensando se não fosse com a Luana ele teria ficado com outra era falta de vergonha na cara mesmo homem quando quer aprontar arruma desculpa para tudo a Luana Coitada era só uma menina ele que se aproveitou dela da inocência dela não tô dizendo que ela não tem culpa mas ele era o responsável às vezes eu ficava imaginando como teria sido se eu tivesse percebido antes Se eu tivesse chegado em casa mais cedo algum dia ou se alguém tivesse me contado mas não adianta ficar pensando no que podia ter sido o
que passou passou agora era a hora de olhar pra frente de cuidar do meu Joãozinho o que aconteceu depois foi que eu comprei uma casinha pra gente ali na cidade da minha mãe num bairro pertinho era pequena mas era nossa um cantinho só nosso arranjei um trabalho num escritório ali perto no começo foi difícil Tudo Novo eu sozinha com o João mas aos poucos fui me acostumando pegando o jeito da coisa Ah para minha surpresa meus ex-sogros me chamaram um dia ofereceram uma casa boa deles na cidade disseram que iam colocar no nome do João
fiquei meio desconfiada no começo mas Acabei aceitando pensei é pro futuro do meu filho mas Deixei bem claro que não íamos morar lá era só pro João quando ficasse de maior os avós Seu Fernando e dona Cecília sempre vinham ver o João era uma festa só traziam presentes paparam o menino não tinha quem aguentasse tanto Mimo mas eu fiz um trato com eles nunca me contarem nada sobre o Paulo César não queria saber da vida dele nem que ele soubesse da minha era melhor assim página virada mas caí entre nós eu tinha sim curiosidade mas
nunca revelei a eles mas aí numa dessas visitas Seu Fernando e dona Cecília me surpreenderam os dois com aquele jeito pomposo deles me chamaram para conversar a sós pensei lá vem bomba Mas que nada eles me disseram Olho no Olho que o que o filho fez foi muito errado Imagine só seu Fernando com aquela voz grossa dele falou minha filha o Paulo César nos decepcionou o que ele fez não tem perdão e Dona Cecília segurando minha mão completou querida você tem todo o nosso apoio O João é nosso neto e você será sempre da família
fiquei boca e aberta viu aqueles dois que eu achava tão cheios de si tão distantes me dando apoio confesso que fiquei emocionada eles até se ofereceram para ajudar mais com o João naquela hora vi que tinha julgado eles mal por trás daquela pos toda tinham um coração bom saí daquela conversa com o coração mais leve saber que tinha o apoio deles que não me culpavam foi um alívio e pro João ter os avós por perto era uma bênção Eles podiam dar o que eu sozinha não conseguia foi bom ver que mesmo depois de tudo ainda
tinha gente boa do nosso lado sabe o que é engraçado o João acabava vendo mais os avós do que o próprio pai o Paulo César sumiu no mundo dava as caras mas os avós esses eram presentes vinham nos fins de semana levavam o João para passear às vezes eu ficava com o coração apertado pensando seava certo mas vi a alegria do meu filho e deixava para lá com o tempo fui me conformando comha situação a vida continua quando joãoa com 11 anos olha só o que aconteceu acabei me envolvendo com o professor da escola dele
o Artur era um homem viúvo tinha dois filhos pequenos a Alice e o André eu e o Artur fomos se aproximando e aconteceu de novo comigo me apaixonei quem diria depois de tudo que passei acabamos indo morar juntos Semar fomos pra casa dele que era maior e coloi a minha para alugar as crianas dele eram uns amores muito educadas se deram bem demais com o João era bonito de ver eles brincando juntos rindo parecia que a vida estava dando uma nova chance pra gente e aí para completar a felicidade tivemos nossa princesinha a Natália Ah
que alegria foi aquela o João todo bobo com a irmãzinha e meus enad também era uma família e tanto o Artur era um homem tão diferente do Paulo César tratava o João como se fosse filho dele e eu amava os filhos dele como se fossem meus a gente formou uma família claro que tinha seus desafios viu criar quatro crianças não é brincadeira mas a gente se ajudava se apoiava hoje em dia ja idosa estava passeando com minha netinha Nádia no shopping nem acredita o que aconteceu avistei o Paulo César e a Luana acho que eles
nem me reconheceram estavam com uma criança peralta só tinham olhos pro pequeno deve ser um netinho deles quem sabe a Luana tava bonita que nem Madame e ele também conservado nem parecia que tinha 16 anos a mais que ela foi por causa dos olhos verdes deles que os reconheci e também por aquela pinta que a Luana tinha no braço esquerdo algumas coisas a gente não esquece imagina só o caso deles foi sério mesmo ficaram juntos por todos esses anos quem diria confesso que não me senti muito confortável em vê-lo não fiquei meio perturbada começou a
passar um monte de coisa pela minha cabeça fiquei ali parada olhando eles de longe Lembrei de tudo que passei de como sofri mas sabe de uma coisa também lembrei de como superei de como reconstruí minha vida minha netinha puxou minha mão querendo ir pra praça de alimentação olhei para ela tão inocente tão cheia de vida pensei no João nos meus outros filhos nos netos Decidi não falar com eles para quê O passado já passou tenho minha vida minha família eles TM a deles cada um seguiu o seu caminho espero que essa minha história tenha servido
para te abrir os olhos de algum jeito a vida é uma escola minha filha cada dia a gente aprende uma lição nova agradeço você ter ficado aqui comigo ouvindo esse desabafo de uma velha não é fá essis sabe mas às vezes faz bem botar para fora Olha se você gostou dessa história tem mais viu o pessoal do canal recebe um monte de histórias reais dos avós dos inscritos Cada uma mais interessante que a outra vale a pena dar uma olhada até a próxima se Deus quiser fiquem com ele que ele é maior que todos os
nossos problemas um abraço bem apertado dessa vovó aqui s