Aula 9 - Interrelação entre Rotas Metabólicas

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Fisio Ex - Prof. Alvaro Reischak de Oliveira
Aula sobre os mecanismos de predominância de rotas energéticas em diferentes condições de exercício
Video Transcript:
[Música] Olá nessa aula iremos discutir as interrelações entre as diferentes rotas energéticas para oferta de energia durante o exercício iremos discutir de que forma em algum momento estamos utilizando mais gorduras Em outro momento mais carboidratos ou mesmo creatin fosfato Qual é o mecanismo ou Quais são os mecanismos relacionados com essa predominância energética durante diferentes condições de exercício vamos a ela a primeira coisa é discutirmos aspectos relacionado às formas de expressão da intensidade de exercício ora intensidade pode ser Expressa de duas formas fundamentais intensidade em termos absolutos e intensidade em termos relativos ora o que é a intensidade absoluta intensidade absoluta é sempre Expressa em termos físicos o que que eu quero dizer com isso ora quando eu discuto intensidade Absoluta eu falo de aspectos como força potência resistência ou velocidade quando falamos de velocidade usamos uma unidade bastante conhecida km/h ou m/s quando falamos de potência podemos usar wat kog met por minuto quando falamos de força Newton quilos de de massa levantada quando falamos de resistência podemos discutir o tempo de tolerância a uma determinada eh carga ou seja estamos sempre discutindo um aspecto em termos absolutos por que isso porque bem três ou mais indivíduos correndo por exemplo a 10 km/h ora isso é um conceito absoluto todos estarão correndo a 10 km/h não há diferença na velocidade portanto na intensidade Expressa de forma absoluta Entre esses três ou mais indivíduos já quando discutimos intensidade em termos relativos ora isso é relativo a qu relativo ao próprio indivíduo relativo ao exercício Ao que se está realizando esses três ou mais indivíduos correndo a 10 km/h essa intensidade absoluta que discutimos anteriormente ela pode representar H efeitos completamente diferentes para esses três indivíduos pois bem quando discutimos aspectos eh relativos da intensidade quando discutimos intensidade relativa de que forma expressamos essa intensidade relativa normalmente o que usamos é o percentual do máximo é o percentual da intensidade máxima que aquele indivíduo pode realizar naquela idade a que estamos discutindo ora normalmente existe uma relação contraditória entre tempo e intensidade quanto maior for a intensidade do exercício menor será o tempo que suportaremos nesse exercício por outro lado se optarmos por permanecer mais tempo numa determinada atividade seremos obrigados a diminuir a intensidade de trabalho como vemos existe uma relação contraditória entre tempo e intensidade o que iremos discutir agora são aspectos relacionados a dois atletas bastante diferentes em termos de desempenho vamos a ela vamos fazer o seguinte exercício qual desses atletas está na maior intensidade relativa mofar ou os 100 BT mofar é tetracampeão olímpico dos 10 e 5000 M nas duas últimas olimpíadas Londres e Rio de de Janeiro Além disso é penta campeão mundial nas mesmas provas o sem Bolt não precisa apresentações é o atual recordista mundial dos 100 e 20000 m rasos tricampeão Olímpico nas três últimas Olimpíadas nas duas provas e também no 4% 100 ora qual desses atletas está ao longo de sua prova na maior intensidade relativa a resposta parece simples e é ora qual qual desses dois atletas está na maior intensidade relativa temos a tendência em pensar que seria o 100 Bolt no entanto a resposta correta é ambos estão na mesma intensidade relativa na realidade com certeza o sem bot está na maior intensidade absoluta que nesse caso representa valores acima dos 35 km/h na sua respectiva prova os 100 m rasos por por outro lado mofar está correndo a aproximadamente 21 1 km/h ao longo da sua prova os 10. 000 e os 5000 M são velocidades absolutamente incomparáveis nós estamos comparando 20 km/h contra quase 40 km/h é evidente que neste caso em termos absoluto o zbot está realmente numa velocidade mais alta porém em termos relativos ambos estão na mesma intensidade que intensidade é essa 100% ambos estavam nas suas respectivas provas correndo na maior velocidade possível tentando obter o melhor resultado possível seria possível que mofar corresse na velocidade de os 100 B nos 10. 000 M isso ia ser interessante mas não isso não é possível por outro lado se o 100 BOL corresse na velocidade de mof fará os 100 m ele não venceria ele não teria nenhuma condição de de Vitória como nós vemos então em termos relativos ambos estão na mesma intensidade 100% vou lhes propor agora o seguinte exercício você consegue correr 20 segundos a 100% a resposta é relativamente simples Sim todos nós conseguimos vou lhe propor agora um segundo exercício você consegue correr 20 minutos a 100% a resposta também é simples sim novamente vocês devem estar se perguntando como é possível correr 20 segundos ou 20 minutos a 100% o que fazemos é relativamente simples ajustamos as nossas intensidades no caso a nossa velocidade de corrida para a meta de tempo que pretendemos atingir Se temos 20 segundos 20 minutos ou mesmo 2 horas fazemos um ajuste baseado nas nossas experiências prévias de forma a sermos capazes de de cumprir esta meta se temos 20 segundos podemos despejar toda a potência possível se temos que cumprir 20 minutos de forma inteligente baixamos a intensidade claro que isso depende da nossa experiência do grau de eh treinamento de quantas vezes nós já corremos 20 minutos para que sejamos capazes de cumprir os 20 minutos e na maior distância obter a maior distância possível para esta meta se a meta é du horas nós teremos que baixar ainda mais a intensidade o fato é como os exemplo já dado o mof fará ou o zen Bolt ambos estavam correndo a 100% porém um correu 9 segundos 58 para percorrer os 100 m e o outro percorreu 10.
000 M na maior velocidade possível nós poderíamos fazer a mesma coisa eu não estou comparando o nosso desempenho com atletas de nível Olímpico de nível Mundial como esses mas a lógica que é exatamente a mesma nós ajustamos a intensidade de acordo com a demanda e Dessa forma podemos sim correr 10 segundos 10 minutos 1 hora ou 2 horas a 100% seguindo a partir desse momento já temos conhecimento do que significa intensidade relativa intensidade absoluta e podemos então começar a discutir a participação relativa de diferentes fontes energéticas em diferentes exercícios ora esses trabalhos na realidade eles iniciam lá na década de 40 com os trabalhos do professor ebon os trabalhos de ustron salting backstrom e tantos outros da escola Nórdica do metabolismo ora esse gráfico descrito inicialmente na década de 40 foi reanalisado reavaliado e de certa forma corrigido por trabalhos ao longo de toda a história uma revisão muito interessante de 2001 do professor Paul gassing da Austrália hã reedita esse gráfico e é isso que nós nós estamos a discutir pois bem o que vemos aqui vemos a participação relativa do sistema TPC da glicólise e do sistema aeróbio em diferentes tempos de exercício um detalhe para que eu possa analisar adequadamente esse gráfico um eu tenho que analisar esse gráfico sempre pensando nos diferentes tempos de exercício sendo realizados a 100% ou seja se eu pensar em 50 segundos ou 200 segundos eu devo pensar em 50 segundos realizar 100% ou 200 segundos realizados também a 100% é evidente que a intensidade absoluta de cada um desses tempos será diferente para que eu consiga permanecer em exercício por 200 segundos eu preciso baixar a intensidade absoluta de forma a manter de forma a atingir esse tempo de exercício or assumindo isso se eu for fazer um exercício por exemplo de 5 ou 10 segundos eu estarei utilizando o qu subo predominantemente at PCP tem uma participação importante do sistema glicolítico e uma participação irrisória do sistema aeróbio alguém poderia perguntar bom mas e se eu resolver fazer um exercício de mais longa duração se eu resolver fazer um exercício por exemplo de 40 ou 50 segundos é absolutamente razoável que eu tenha que baixar a intensidade nesse caso baixando a intensidade Absoluta eu tenho o quê vamos nós perto de 50 segundos predominância do sistema glicolítico uma contribuição interessante do sistema aeróbio e uma contribuição também interessante da creatin fosfato aqui ora mas a predominância é glicólise E se eu resolver andar no gráfico e ir para por exemplo 180 segundos 3 minutos de exercício a predominância é aeróbia a uma contribuição aqui interessante do sistema glicolítico e uma contribuição baixa do sistema da creatina fosfato um erro comum na análise desse gráfico é andar nele não se Analisa esse gráfico dessa forma o que devemos fazer é simplesmente analisar ou escolher o tempo que de interesse e projetá-lo para cima Então eu tenho a 50 segundos uma predominância de glicólise uma contribuição importante do sistema aeróbio uma contribuição razoável da ordem de digamos 20% do sistema TPC e assim por diante então fazendo uma análise de algumas provas típicas os 100 m predominantemente a t PCP por essa análise Ah mas e se eu resolver falar dos 400 m rasos na nossa olimpíada do Rio de Janeiro nós tivemos a quebra do recorde mundial dos 400 rasos chegando a 43 segundos então nós estaríamos mais ou menos nesse nesse ponto aqui 43 segundos predominantemente glicólise com uma contribuição do sistema aeróbio e uma contribuição também do sistema atpc mas Vejam a ordem dessa eh classificação se eu vou para uma prova como por exemplo os 1500 M aonde eu tenho cerca de ã 3 minutos e meio de duração nós estamos falando de quê S cerca de 200 segundos alguma coisa assim então predominância aeróbia mas vejam aqui a participação glicolítica cerca de uns 25% do total ou alguma coisa muito próximo disso Isso não é desprezível isso é algo que tem que ser eh privilegiado na programação de treinamento e claro alguma coisa de dpcp essa sim praticamente despresível falando aqui na faixa de 5% Então esse tipo de interpretação esse tipo de análise nos permite jogar com diferentes modalidades esportivas pois bem o Paul gassing avançou nesse sentido e criou uma outra eh forma de análise nesse caso Nesse artigo né da de 2001 ele mostra que atividades de até 10 segundos de duração apresentam uma contribuição de 94% da Via nairóbi fundamentalmente at PCP e glicólise se eu resolver fazer um exercício de 45 segundos de duração eu já começo a falar de 63% de anaeróbio vejam que houve um aumento muito significativo de contribuição aerob por que isso ocorre simples porque para que eu consiga correr ou percorrer ou realizar um exercício de 45 segundos de duração eu sou obrigado a baixar a intensidade absoluta baixando a intensidade Absoluta eu permito o metabolismo aeróbio mais eficiente e aí eu saio de 6% para 37% bem mas se eu resolver fazer um exercício de 3 minutos de duração não há forma eu sou obrigado novamente a baixar a intensidade de exercício e eu saio então desses 37% de aeróbio e vou então para 72 de aeróbio e diminua anaeróbio de 73 para 27 ou seja praticamente uma inversão aqui do sistema ou ou seja eu passo a ter uma predominância de sistema aeróbio onde é que eu tenho ã o o o meio-termo em exercícios de cerca de 7 75 segundos de duração 1 minuto e 15 eu tenho praticamente 50% de aeróbio 50% de anaeróbio claro que nesse caso eu estou falando sempre lembrem-se de 75 segundos realizados na intensidade máxima intensidade máxima para 75 segundos é evidente que a intensidade máxima para 75 segundos ela é mais baixa que a intensidade máxima por exemplo para 10 segundos e ela é mais alta que a intensidade máxima por exemplo para 240 segundos é por isso que o metabolismo como vocês podem ver muda aqui porque eu tenho uma diferente intensidade pois bem esse tipo de eh resultado acabou sendo eh estudado ao longo dos tempos e um trabalho relativamente recente de News homing leit ã Analisa outros aspectos por exemplo aqui é uma forma diferente de análise mas então vocês podem ver que nos 100 m eu tenho 50% do da fonte energética oriunda de fosfocreatina e 50% de glicólise anaeróbia formando o lactato e praticamente zero de sistema aeróbio quando eu vou para um 400 m rasos Isso muda eu diminuo a necessidade de fosfocreatina aumento a Dil lactato e aumento também a formação de CO2 e portanto aumento a origem da glicólise aeróbia né aumento a atividade glicolítica aeróbia né mas por que isso acontece simples porque a intensidade de 400 M ela é mais baixa do que a de 100 e se eu baixar ainda mais a intensidade for por exemplo para 1500 ou para 5000 o que nós temos praticamente eu não tenho mais fós creatina agindo eu tenho 60% da Via lática e 40% da Via aeróbia e assim eu vou aumentando Se eu for para uma maratona vejam que eu praticamente não tenho mais contribuição lática eu tenho uma contribuição glicolítica e uma contribuição e política importante Aqui de acordo com News rinit da ordem de 20% uma outra maratona vejam que 60% é de ácido graxo do tecido adiposo se eu vou para uma corrida de 24 horas é claro que isso é bem pouco frequente mas isso aumenta Ainda mais quando nós vamos para provas acíclicas essa análise complica e complica por quê justamente porque nós alteramos muito a intensidade ao longo da prova no futebol por ex exemplo é bastante conhecido que um jogador de futebol percorre ao longo da partida cerca de 10. 000 M alguns um pouco menos a outros um pouco mais mas cerca de 10. 000 M A questão é desses 10.
000 m eh nós temos cerca de 10 aqui eh sendo eh oriundos de fosfocreatina 40 de glicólise anaeróbia e 20% de glicólise é aeróbia e 30% de gordura do do tecido de Poso fechando então aqui oos 100% ora eh Alguém poderia dizer que eh eu deveria treinar então mais a questão da anaerobiose lática aqui tá na realidade não porque o que faz um atleta ou uma equipe vencer no futebol é essa parte aqui da fosfocreatina o restante de certa forma é para sustentar a primeira e principalmente favorecer os processos de recuperação entre diferentes tiros um jogador de futebol ele percorre sim 10.
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