Seja um perdedor - A filosofia de Henry David Thoreau

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Abel Pataca
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Transcrição do Vídeo:
Seja um perdedor. Sim, você ouviu certo. Porque pensa comigo, você acorda cansado, não porque trabalhou muito ontem, mas porque tem trabalhado a vida inteira.
Trabalhado para ser alguém, para provar algo, para não decepcionar, para não ficar para trás, para vencer. Seja lá o que isso quer dizer hoje em dia, mas não importa o quanto corra. Parece que sempre tem alguém mais rápido, mais bonito, mais rico, mais feliz.
Você olha ao redor e tudo que vê são pessoas sorrindo para câmeras enquanto por dentro desmoronam em silêncio. Gente ganhando prêmios por viver vidas que odeiam. E aí, sem perceber, você começa a sentir que tá perdendo.
E o pior é que ninguém fala sobre isso. Como se o fracasso fosse uma doença contagiosa, como se admitir que você não aguenta mais fosse uma vergonha. Mas e se e se o problema for o próprio jogo?
E se vencer for só uma forma mais sofisticada de estar preso? Henry David Tore. Um nome que você talvez tenha ouvido por aí.
Talvez nem isso escolheu algo que soa como loucura. abandonou tudo, carreira, cidade, dinheiro. Foi morar sozinho no meio do mato, construiu uma cabana com as próprias mãos e decidiu viver com o mínimo.
Por dois anos, ele desistiu. Desistiu da corrida, das expectativas, do papel social e registrou tudo num livro que ninguém entendeu direito na época, Walden. A maioria dos homens leva uma vida de silencioso desespero.
Essa é a frase que abre o livro, uma frase que diz mais sobre o nosso tempo do que sobre o dele. Porque o desespero hoje é silencioso demais. Tá escondido atrás de metas, de posts, de currículos.
Tá no pai de família que sorri no almoço de domingo, mas se sente um impostor. Tá na garota de 25 anos com crise de ansiedade porque acha que já deveria ter chegado lá. Tá no jovem que estuda o dia inteiro para passar num concurso que vai matar a alma dele aos poucos.
Tá na gente. E Torô, esse perdedor, teve a ousadia de fazer a única coisa que ninguém tem coragem. Parar.
Ele não queria vencer, ele queria viver. E talvez, talvez seja a hora de considerar que perder de vez em quando é o único caminho para não se perder de si mesmo. Nesse vídeo, a gente vai desenterrar a filosofia de Torrô, mas não como uma curiosidade de livro velho.
Vamos trazer isso para hoje, pro mundo que sufoca com produtividade, que glorifica a pressa e que chama de fracassado quem quer apenas respirar. A pergunta que vai nos guiar não é como vencer, é por a gente ainda quer tanto vencer esse jogo se ninguém parece feliz jogando ele? Ninguém nasce sonhando em ter uma agenda lotada, mas aos poucos a sociedade vai ensinando que o valor de uma pessoa pode ser medido pela quantidade de reuniões que ela tem, pelo saldo na conta, pela velocidade com que responde e-mails, pelo título no LinkedIn.
E a gente acredita porque todo mundo à nossa volta também acredita. Então começamos a correr. Mas correr para onde exatamente?
A maioria das pessoas que você conhece, e você talvez esteja incluso nisso, não sabe responder essa pergunta. Elas correm porque parar parece perigoso, porque parar é ser ultrapassado, parar é fracassar. E é exatamente aqui que Henry David Torot mete o pé no freio.
No século XIX, quando o mundo começava a se industrializar e transformar tudo, inclusive as pessoas, em máquinas produtivas, ele olhou ao redor e disse: "Prefiro não participar. Ele não queria ser funcionário do mês. Ele queria entender o que fazia um dia valer a pena.
" E então escreveu: "O homem é o escravo das ferramentas que deveria controlar. Hoje a gente carrega no bolso uma ferramenta que nos escraviza 24 horas por dia. O celular, a usina de ansiedade, a fábrica de comparação constante.
O que Tor viu na Revolução Industrial? Nós estamos vivendo em estéreo com luz de LED e notificação vibratória. Ele percebeu algo simples, mas brutal.
O sucesso pode ser uma armadilha. Você já reparou como o sucesso exige obediência? Obediência a um sistema, a uma lógica.
E essa lógica nunca parte de você. É sempre algo externo que dita o valor da sua vida, uma meta, um cargo, uma imagem pública. Você não é alguém que vive, você é alguém que entrega.
Tor dizia que o sucesso, na maioria das vezes, é apenas um pacto silencioso com a mediocridade, um acordo onde você vende sua liberdade em troca de aceitação social. Homens construíram casas tão grandes que esqueceram de morar neles. E é literal.
Quantas pessoas você conhece que compraram apartamentos financiados por 30 anos, mas que passam 12 horas por dia fora tentando pagar por eles? Isso é sucesso ou só uma forma moderna de servidão voluntária? Toro olhava para a estrutura social e via uma coisa, prisões disfarçadas de conforto.
E ele não via virtude nenhuma em participar disso. A vida urbana para ele era um teatro onde todo mundo representava papéis esperados, mas ninguém vivia com autenticidade. Não à toa, ele escolheu o isolamento.
Foi pra floresta não por escapismo, mas por protesto. protesto contra um modelo de vida que dizia o que você devia ser sem nunca perguntar quem você é. O preço de qualquer coisa é a quantidade de vida que você troca por ela.
Agora pensa quanto da sua vida você trocou por status, por um carro, por um diploma e quantas dessas trocas realmente valeram a pena. Essa é a ilusão. Nos ensinam que sucesso é liberdade, mas quase sempre é só uma forma mais sofisticada de cativeiro.
Pensa no gerente bancário que odeia o próprio trabalho, mas aguenta tudo porque já chegou longe demais para desistir. Na influencer que posta sorrisos todo dia, mas tá à base de remédio para dormir. Um estudante de medicina que se odeia, mas não tem coragem de contar pros pais que quer largar tudo.
A dor dessas pessoas não é porque fracassaram, é porque foram bem-sucedidas no caminho errado. Elas venceram, mas perderam de si. E esse é o ponto central de Torot.
É possível perder ganhando e ganhar perdendo. Ele propôs uma vida em desacordo, uma existência não negociável. Tor não queria mais performance, queria substância, não queria vencer no sistema, queria sair dele.
Não há nada de romântico nisso. É duro, solitário, exige coragem, mas é honesto e talvez seja o único jeito de não terminar a vida com aquela frase entalada na garganta. Eu devia ter vivido diferente.
Tem gente que está viva só biologicamente, acorda, cumpre tarefas, responde mensagens, marca compromissos, mas por dentro não habita mais o próprio corpo. São zumbis sociais, executores de rotinas que não escolheram. A alma foi ficando para trás, soterrada por boletos, por metas, por expectativas.
Essa é uma epidemia silenciosa, a da ausência de presença. Henry David Torot não falava em mindfulness, não usava palavras de autoajuda, mas seu grito era esse: "Aorda, esteja aqui, viva de verdade. " Fui para a floresta porque queria viver deliberadamente, queria viver profundamente e sugar todo o tutano da vida deliberadamente.
A palavra é essa? Quantas ações do seu dia são de fato deliberadas? Quantas foram pensadas por você e não empurradas pelo algoritmo, pelo relógio, pela obrigação.
Tor percebia o que a maioria das pessoas ainda não teve coragem de encarar, que viver no automático não é viver menos, é morrer aos poucos. Na filosofia dele, o tempo é uma divindade sagrada. Gastá-lo com superficialidade é profanar a própria existência.
E ele via que a sociedade caminhava para isso, para uma vida onde tudo acontece, mas nada é sentido. Hoje vemos o reflexo disso de forma ainda mais radical. Gente com 30 abas abertas no navegador, 300 mensagens não lidas no WhatsApp, gente que lê resumos de livros porque acha que viver com pressa é sinal de inteligência.
Tor escreveria hoje com um certo horror no rosto, mas não estaria surpreso. É saudável manter-se sozinho a maior parte do tempo. Ser companhia de si mesmo é um exercício de liberdade.
Estar sozinho para ele não era um castigo, era a única chance de se ouvir. Hoje o silêncio virou um incômodo, a solidão, um sintoma e a distração, uma anestesia. Quantas vezes você está fisicamente em um lugar, mas mentalmente em 10 outros?
No almoço com alguém, mas checando o celular? No banho, mas ruminando o e-mail que ainda não respondeu? Na cama, mas com a cabeça presa no futuro.
Isso não é normal. Isso é uma mutilação lenta da consciência. E aqui entra o ponto mais radical de Torot.
Quem não está presente não vive, só ocupa espaço. Ele não foi pra floresta por estética. Ele foi porque queria reconquistar a presença e só conseguiu isso ao eliminar tudo que não era essencial.
Na sua filosofia, o excesso era ruído e o ruído mata a alma. Nossa vida é desperdiçada em detalhes. Simplifiquem.
Simplifiquem. Num mundo onde todo mundo corre, parar é heresia. E por isso tanta gente evita qualquer tentativa de desaceleração, porque desacelerar força você a sentir e sentir quando você está anestesiado há anos dói.
Tor sabia disso. Por isso ele escreveu com a brutalidade de quem já tinha sangrado. Não é fácil sentar sozinho com os próprios pensamentos, mas é o único jeito de descobrir se você ainda pensa por si.
O que um homem pensa de si mesmo? Eis o que determina seu destino. A maioria das pessoas hoje não sabe mais o que pensa.
Elas só repetem opiniões que pegaram emprestadas, desejos que nem são delas, medos herdados. É como se a humanidade tivesse virado um grande coral de vozes iguais, cantando uma música que ninguém entende, mas todos seguem porque tem medo do silêncio. Você conhece alguém assim que parece estar sempre um pouco distante?
Olha no olho, mas não vê. Sorri, mas não sente. Concorda com tudo, mas no fundo não tá ali.
É gente que desapareceu de si. Pessoas que operam no modo manutenção mínima da alma. Às vezes essa pessoa é você e esse é o ponto mais urgente do pensamento de Torô.
A vida não vai esperar você voltar. Cada minuto de ausência é um pedaço de existência que foi embora sem você notar. Estar presente, então, não é um capricho espiritual, é sobrevivência.
é você reconectar com o real, com o seu corpo, com o seu entorno, com a única coisa que você tem de verdade, o agora. Torô nos lembra que não estar presente é uma forma lenta de suicídio social, um exílio autoimposto da única vida que nos foi dada. Ninguém gosta de ser marginal.
A palavra carrega sujeira, rejeição, desconforto. Na linguagem da sociedade, marginal é quem foi excluído, mas há uma diferença crucial entre ser excluído e escolher sair. Henry David Tor escolheu.
Ele olhou para o contrato social que nos empurram desde o berço. Trabalhe, consuma, aceite, repita. e rasgou em silêncio.
Foi chamado de esquisito, arrogante, preguiçoso, solitário, mas era só um homem exercendo aquilo que quase ninguém tem coragem de exigir, a própria soberania. Se um homem não anda no mesmo passo que seus companheiros, talvez seja porque houve outro tambor. Essa frase, longe de ser poética, é uma declaração de independência interior.
Tor sabia que a maioria das pessoas não vive. Obedece. Obedece ao que é esperado.
Obedece ao turno. Obedece a tradição. Obedece as regras escritas por gente que lucra com a sua obediência.
Ele viu isso com clareza quando foi preso por se recusar a pagar impostos para um governo que apoiava a escravidão. A prisão para ele foi mais honesta que a liberdade corrompida. Sob que prende injustamente, o lugar do homem justo é também a prisão.
Isso não é hipérbole, é filosofia na prática. Tor não falava de liberdade como metáfora, falava da liberdade como um campo de batalha. E nesse campo, o marginal é o único que pode levantar a cabeça sem medo de si mesmo.
Ser livre de verdade tem um custo social altíssimo. Não vai ter reconhecimento, não vai ter aplausos, não vai ter validação externa, porque o sistema premia os dóceis, não os autênticos. O marginal denuncia o que todos fingem não ver e, por isso é expulso ou se afasta.
Tor se afastou. O homem mais rico é aquele cujas alegrias são mais baratas. Enquanto a cidade se debatendo com metas e dívidas, ele colhia batatas, escrevia a mão, observava a passagem das estações, não porque era ingênuo, mas porque entendia que a simplicidade é um ato político.
Num onde tudo é negócio, viver sem negociar sua alma é uma afronta. Pense nos artistas que morreram pobres e ridicularizados. Van Gog, rejeitado em vida, Cafka, que nem queria publicar seus livros.
Emily Dickinson, esquecida pela própria época. Todos perdedores nos olhos do mundo, todos marginais no sentido mais puro e todos, ironicamente mais vivos agora do que os vencedores de seu tempo. Agora pense nas figuras que saíram do sistema por escolha.
Os andarilhos que preferiram a rua à hipocrisia doméstica. As pessoas que largaram altos cargos para cuidar de ONGs, escolas, abrigos. Gente que abriu mão de tudo que a sociedade chama de sucesso porque preferiu a dignidade a performance.
São esses os marginais de Torot. Gente que não falhou, apenas não quis vencer jogando um jogo sujo. Tor não pregava o isolamento por desprezo às pessoas.
Ele amava a humanidade. Só não tolerava a mentira social. A liberdade para ele era um imperativo moral.
Ou você vive de acordo com sua consciência, ou você vive como máquina de repetição. Não há meio termo. E aqui entra um ponto crucial.
Ser marginal no sentido de Torot é manter a integridade num mundo que pede sua alma em troca de um crachá. A floresta, a solidão, a prisão, tudo isso foi cenário. O palco real era a consciência.
E a pergunta que ele fazia e que ainda vale hoje é simples, brutal, inescapável. Você é livre ou só parece? Tem gente que perde a saúde tentando comprar uma casa, depois perde a paz tentando mobiliar essa casa e por fim perde o tempo tentando manter tudo isso limpo, funcionando e em dia.
E quando percebe, a casa virou um cativeiro. O excesso hoje não é luxo, é distração. E viver no excesso é uma forma disfarçada de escravidão.
Torot entendeu isso antes de virar tendência no Instagram. Ele não adotou o minimalismo. Ele simplesmente rejeitou o desnecessário, porque enxergava que cada objeto a mais era um pedaço de liberdade a menos.
A riqueza é a habilidade de viver com pouco. A frase parece contraditória no mundo de hoje, onde o acúmulo virou símbolo de vitória. Mas a lógica de Torot é cristalina.
Quem precisa de muito está sempre em dívida. Dívida emocional. física, financeira.
Nós crescemos ouvindo que conforto é o objetivo final. Conquistar estabilidade, ter segurança, garantir o futuro. Mas o conforto pode ser perigoso porque emborrece, nos acomoda, nos entorpece.
Quando tudo está muito confortável, a alma começa a enferrujar. Tor escolheu viver em uma cabana minúscula, com um prato, uma colher e a luz do sol. e escreveu como se tivesse o universo à disposição.
Ele não via o mundo como um supermercado. Ele via o mundo como uma experiência a ser sentida e não acumulada. Muitos homens ficam ocupados ganhando a vida ao ponto de se esquecerem de viver.
E o mais perverso disso é que quanto mais você tem, mais preso você está, porque o que você possui começa a possuir você. O que muita gente chama de gosto pessoal é só ansiedade disfarçada. A compra por impulso, a casa cheia de coisas que não fazem sentido, o guarda-roupa com 15 jaquetas e nenhum frio real para justificar.
Tor entendia isso. Ele via o consumo como um desvio de rota, uma tentativa de preencher um vazio que não se resolve com um novo objeto, mas com presença e sentido. Não é o que você olha que importa, é o que você vê.
Essa frase não tem nada de figurativa. É sobre percepção, clareza, desintoxicação. A simplicidade é o único jeito de ver com nitidez.
No excesso, tudo vira ruído e aí, sem perceber, você começa a se perder nas próprias coisas. Você vira o zelador da sua própria prisão. Você já deve ter ouvido a história do milionário que largou tudo para viver numa van, ou do executivo que trocou o terno por chinelo e abriu uma pequena livraria.
Muita gente acha isso loucura, mas o que essas pessoas encontraram foi algo que dinheiro nenhum compra, leveza. Não aquela falsa de fotos editadas, mas a leveza de não dever nada a ninguém, nem ao próprio ego. Essa leveza só vem com desapego.
E desapego, no fundo, não é perda, é seleção. É dizer: "Isso aqui é supérflo. Isso aqui não me serve mais.
Isso aqui é excesso que pesa. " Torro, ao construir sua vida com o mínimo, estava fazendo uma curadoria da própria existência. Ele dizia: "Simplifiquem, simplifiquem.
Em vez de três refeições por dia, coma apenas uma, se necessário. Em vez de 100 pratos, cinco serão suficientes. " Não é uma ódia à pobreza, é uma crítica ao desperdício de energia vital com aquilo que não nutre.
A modernidade vende a ideia de que felicidade está diretamente ligada ao volume. Mais seguidores, mais metros quadrados. mais experiências, mais conquistas, mas na prática isso só cria gente exausta, porque quanto mais você acumula, mais precisa manter.
E quanto mais precisa manter, menos tempo sobra para sentir. No fim, a beleza do simples está em uma coisa só: liberdade. Liberdade de não depender, liberdade de não competir.
Liberdade de dizer: "Não preciso disso". sem que isso pareça uma derrota. Tor viveu com pouco porque queria viver com tudo que importava e tudo que importava cabia numa mochila e dentro dele.
Hoje ser verdadeiro é quase uma afronta. Se você disser o que pensa, corre o risco de ser cancelado. Se seguir seu próprio ritmo, vão te chamar de preguiçoso.
Se abandonar a corrida, vão achar que você perdeu. Vivemos num mundo que aceita quase tudo, menos a autenticidade. Porque a autenticidade é imprevisível e o sistema não sabe lidar com gente que não se dobra.
Toro foi esse tipo de gente. Ele entendeu que viver uma vida honesta com a própria consciência era por si só um ato político. O que um homem pensa de si mesmo?
Eis o que determina seu destino. Essa frase é perigosa porque ela tira o poder da sociedade e devolve a você. Mas o que acontece quando uma pessoa se recusa a viver de acordo com a expectativa alheia?
Ela vira ameaça ou piada ou mártir. Todos nós somos treinados desde cedo a sermos medianamente funcionais. Nada muito estranho, nada muito intenso, nada muito livre, porque o sistema precisa de previsibilidade, precisa de robôs emocionais, pessoas que aceitam o que não gostam, que suportam o que não acreditam, que vendem o tempo por um salário que mal cobre o custo de continuar vivo.
Ser normal virou um ideal, mas Thor via o normal como um tipo de doença. Qual é o valor de uma casa se você não tem um planeta habitável onde colocá-la? Essa não é uma metáfora ecológica apenas, é um tapa na cara.
De que adianta-lhe aparência de sucesso se por dentro você é só mais um cadáver produtivo? A vida real exige coragem. Coragem de estar errado, coragem de ser rejeitado, coragem de ser ridículo e, principalmente, coragem de não ser ninguém, no sentido em que o mundo entende alguém.
Ser autêntico para Tor não era ser diferente, era ser íntegro. é recusar a mentira social, mesmo que isso custe reputação, segurança ou estabilidade. Foi por isso que ele se recusou a pagar impostos para um governo que bancava a escravidão.
Foi por isso que ele viveu fora das estruturas de produção. Foi por isso que ele escreveu: "Sobno injusto, o lugar do homem justo é a prisão". Essa frase não é uma provocação gratuita, é uma definição clara.
Quando o mundo se estrutura sobre mentira, a única forma de justiça é o confronto direto com o sistema, nem que isso signifique estar à margem ou até preso. Agora, pergunta sincera. Quantas pessoas você conhece que não vendem sua integridade em troca de um lugar confortável?
Poucas, muito poucas. Sócrates foi condenado à morte por fazer perguntas demais. Jesus foi crucificado por desobedecer leis injustas.
Gand foi assassinado por viver como pensava. Vanog foi ignorado por pintar como sentia. Tor foi ridicularizado por viver com dignidade.
São todos perdedores no sistema deles, mas são os nomes que a história não conseguiu enterrar. O mundo sempre tenta apagar quem não repete, porque o repetidor alimenta o status quo, mas o original desmonta a farça. Se você começa a viver de verdade, comer quando tem fome, descansar quando está cansado, falar o que pensa, vestir o que gosta, amar sem rótulos, você vai ser mal visto.
Porque viver de verdade incomoda, porque mostra que é possível. E quando uma pessoa mostra que é possível, ela denuncia todas as outras que aceitaram o inaceitável. A filosofia de Torrô, no fim das contas, não é uma filosofia sobre natureza, é sobre natureza humana, sobre o direito de ser o que se é, sem performance, sem aplausos, sem personagens.
Não é suficiente estar ocupado. As formigas também estão. A questão é: com o que estamos ocupados?
Essa pergunta se levada a sério desmonta o capitalismo emocional que nos empurra a viver para provar valor o tempo inteiro. O verdadeiro perdedor, aquele que sai do jogo, é a figura mais perigosa pro sistema, porque ele não pode ser comprado, não pode ser controlado, não precisa de validação. Torot não era santo, mas era livre.
E hoje isso é revolucionário. Se você viver como acredita, vão te chamar de louco, de radical, de ingênuo. Mas talvez esse seja o único sinal de que você está no caminho certo.
Porque como Tor diria, não nasci para ser forçado. Respirarei onde quiser. Você já faz muito só por estar aqui de verdade.
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