Celso Favaretto no Itaú Cultural: É isso Arte?

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Flavio Desgranges
Celso Favaretto, professor de Filosofia. Trechos da palestra gravada no ITAÚ CULTURAL em julho de 19...
Video Transcript:
[Música] [Música] - [Música] [Aplausos] [Música] muita obra moderna é um belo [Música] horror de modo de arte e uma imagem da arte uma imagem de artista muito fixada na pela tradição romântica que identifica obra com obra prima obra prima o que tá no museu vai mais aém obra prima é aquela caracterizada por uma categoria muito específica que se chama beleza e na ideia de beleza estão incluídas outras categorias onde a beleza a harmonia a perfeição a acabamento a unicidade quando a gente adentra esse campo moderno e contemporâneo da arte é um grandeo né grande de
na verade doog que você quiserem certo um grande campo de jogo H que você dentro esse grande camp da arte você v perceber esseo abriga experimentações as mais variadas as mais diversas [Música] [Música] para nós isso aí hoje é absolutamente simples é pr pintura nem criança acha isso estranho mas olha a arte é histórica histórica e social o gosto não é eterno o gosto é histórico para a época para os padrões Acadêmicos da época que pintura era a pintura do Vitor meirelis o o homem picando fumo Ou aquelas aquelas pinturas sobre a independência do Brasil
as pinturas de paisagem aquilo que sei aquelas coisas magnificamente bem pintadas que aliás vocês podem ver na pinacoteca do estado Pinacoteca tem uma coleção belíssima de arte acadêmica brasileira do século XIX onde tudo era pintado com perfeição absoluta né a paisagem as cenas históricas ou mitológicas ou os retratos nada contra aquilo nada contra a pintura da tradição apenas que um certo momento se Estendeu o campo da arte da pintura da escultura e das Artes em geral para outras dimensões até então não explorada é só isto nada contra a pintura da Tradição ao contrário ela é
belíssima certo exatamente ela é belíssima Essa nem Bela é é outra coisa que nós temos que ver aqui a gente tá acostumado né na pintura da tradição que uma feira seria pintada em perspectiva os frutos as arvores apareceriam meio retra né e de repente vocês TM tudo no plano é uma pint puramente plana né Né isso coloca o problema para as pessoas que não entram no domínio das transformações do século XX como é que a pintura que é uma arte da profundidade de criar climas grandes climas de repente não tem clima nenhum uma pintura descritiva
quer dizer tudo em em em proporções e distribuições em tanto quanto absurdas em termos da nossa percepção natural né ou seja esse quadro Tá exigindo de nós o quê um outro modo de ver ele não tá representando alguma coisa ele já chama atenção que nós devemos ser produtivos no olhar quer dizer nós temos que olhar para esses quadros e já perguntar muito mas o que que é isso como é que isso tá feito como é que é possível que esse cara querer fazer isto sabe e no fundo quer no fundo esses quadros apesar de quadros
para nós hoje totalmente tradicionais eles coloca um pouco a questão que estranho mas então Isto é pintura Então isto também é arte então pintura também é isto então ISO também é arte essa dúvida essa pergunta é a grande Pergunta moderna e que balança na cabeça da gente até hoje Afinal o que é arte ela pode ser muitas coisas né aqui um quadro abstrato Maria Leontina chama-se simplesmente pintura o máximo que isso nos remete a um lençol pendurado digamos num varal uma toalha alguma coisa mas isso não importa isso não importa o que importa que é
um quadro que trabalha com relações de formas e cores não há nada que dizer disso estão percebendo até agora até os exemplos anteriores podia se dizer alguma coisa né podia se construir uma fábula Uma história aqui noada se diz aqui é uma relação interna de cor e forma não há mais nada o que dizer a pintura é objeto é uma pintura objeto já essa é a pintura [Música] abstrata isso aí não é um quadro isso aí é o seguinte é uma serigrafia quer dizer uma espécie de gravura né feita em pode ser feita em pano
ou feita em papel né colada sobre madeira é um chassis de madeira com vidro na frente esse vidro é feito com apliques como nos bifê antigos lam bif antigos é o vidro trabalhado certo e também peças de metal tem aí dentro é um objeto mais ou menos em meados de 60 a ideia de objeto teve a força modificar todo o conjunto de transformações que vinam ocorrendo no domínio das Artes desde o começo do século e de abrir perspectivas para aquilo que ocorreria depois uma coisa é eu falar o objeto da arte é a suponhamos tradicionalmente
a beleza veja bem o objeto da arte é a produção da Beleza isso é uma coisa outra coisa é dizer que uma obra de arte é objeto muda completamente a significação o que está querendo aqui dizer é que nas transformações que vão se operando nas artes no século XX há um certo momento que coincide mais ou menos com a década de 60 em que as obras de arte abandonam essa designação de obra e passam a ser chamadas indistintamente objet por uma palavra passa a ser tão significativa porque a palavra obra é que não consegue mais
dar conta das transformações ocorridas nas artes é isso é uma caixa de baratas de verdade mesmo é uma caixa de acrílico com espelho e baratas mortas pregada você pode fazer objetos de arte com as coisas mais nobres com as coisas mais doces e mais e também com as coisas mais nojentas e mais repugnantes esse é o mais famoso objeto da arte brasileira chama-se porco empalhado Nelson Lerner 67 muita obra moderna é um belo horror o máximo que a podia dizer entendeu que é Ou seja a categoria do feio passa a ser tão importante quanto a
categoria do Belo entende não há ou seja essas duas categorias não TM mais valor absoluto cada vez mais a arte desse período vai vai fazer com que o artista seja não tanto o mago criador Mas vai ser o inteligente propositor de situações um propositor ele vai propor situações que vão chamar a interferência dos ex espectadores agora participantes ou participadores e ambos juntos é que vão configurar o que se chama obra uma experienciação da arte em sua diversidade pode levar a uma mutação na sensibilidade que faz com que a gente Surpreenda significados surpreendentes onde normalmente só
se vê repetição toda a arte no fundo é simbólica toda a arte no fundo da mais antiga mais moderna ela gera simbolismos de vida entendeu E esses simbolismos que nós desenvolvemos através da arte nos nos permitem ir ao cotidiano viver as nossas próprias experiências de maneiras diversificadas a arte ensina a ver ensina a sentir eu diria que o que de mais notável ocorreu nessas transformações é a mudança primeiro lugar do próprio conceito de arte em segundo lugar da figura do artista E com isso da imagem de criação artística e terceiro do modo de a arte
se apresentar socialmente culturalmente a arte é essa essa experiência da delicadeza das nuances a percepção das nuances na arte o sentimento das nuances na arte é uma espécie de Treinamento não consciente para a percepção de outras coisas na [Aplausos] [Música] vida [Música] k n
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