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Um bom dia a todos vocês, meus caros! Sejam muito bem-vindos. Peçamos a Deus a sua bênção e a sua proteção sobre nós: Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome.

Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós, dentre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.

Amém. O Senhor Todo-Poderoso nos abençoe e nos guarde e nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Muito bem, meus caros! Então, no dia de hoje, vamos seguir a sequência das meditações de Santa Teresa e vamos ao parágrafo quinto do Capítulo 24 do Caminho de Perfeição. Quem assim.

. . Ah, perdão, é o parágrafo quarto.

Quanto à primeira coisa, já sabeis que Sua Majestade ensina que a oração seja feita na solidão. Ele fazia assim sempre que orava, e não por necessidade. Isso aqui nós lemos ontem, mas eu tô voltando um pouquinho para que a gente compreenda o que ela vai dizer hoje.

Já foi dito que é insuportável falar com Deus e com o mundo ao mesmo tempo, pois não é outra coisa estar rezando e ouvindo, por outro lado, aquilo que se diz ou pensando naquilo que vem à cabeça, sem nos controlar. Deixo de lado certos períodos em que os maus humores, em especial em pessoas que têm melancolia ou a fraqueza de cabeça, por mais que se queira, nada se consegue fazer; ou em que Deus permite que haja grande turbulência em seus servos para o seu maior bem. Mesmo que não se aflija e procure aquietar-se, a pessoa não pode estar nem está atenta àquilo que diz.

Por mais que se esforce, o intelecto não se fixa em nada, parece frenético; de tal maneira está descontrolado. Quem assim está verá, devido ao sofrimento que lhe sobrevém, que não é culpado por isso, nem deve afligir-se, porque é pior, e nem se cansar em querer trazer a razão quem não a tem. Isto é, o seu próprio intelecto.

Reze como puder, ou até não o faça, e procure aliviar a sua alma como uma enferma, ocupando-se de outra obra de virtude. Esta advertência destina-se a pessoas que se dedicam a cuidar da própria perfeição e já perceberam que não devem falar a Deus e ao mundo ao mesmo tempo. De nossa parte, o que podemos fazer é procurar ficar a sós e queira Deus que isso baste, como eu digo, para que entendamos com quem estamos e a resposta que o Senhor dá aos nossos pedidos.

Pensais que Ele está calado? Mesmo que não o ouvamos, Ele nos fala ao coração quando, de coração, lhe pedimos. E é bom que cada uma de nós considere que Ele lhe ensinou pessoalmente.

Essa oração, ela aqui está falando do Pai Nosso, né, e da oração meditativa, que ainda continua a ensiná-la, pois o Mestre nunca fica tão longe do discípulo a ponto de precisar falar em altos brados. Ele fica muito perto. Uma coisa desejo que entendais: para rezardes bem o Pai Nosso, convém que não vos afasteis do Mestre que o ensinou a vós.

Direis que isso já é meditação, que não podeis nem quereis senão rezar vocalmente, porque também há pessoas impacientes e adeptas de comodidades que, como não têm o costume de recolher o pensamento, têm dificuldades de fazê-lo no princípio. E, para não se cansarem nem um pouco, dizem que não podem nem sabem mais do que rezar vocalmente. Tendes razão em afirmar que isso já é oração mental, mas eu vos digo que, na verdade, não sei como separá-la da oração vocal, se é que pretendemos rezar vocalmente com perfeição, entendendo com quem falamos.

De fato, é a nossa obrigação procurar rezar com atenção, e queira ainda Deus que, com esses recursos, o Pai Nosso acabe por ser bem rezado e não acabemos em uma coisa mais impertinente. Passei pela experiência algumas vezes e o melhor remédio que encontro é procurar fixar o pensamento naquele a quem dirijo as palavras. Por isso, tende paciência e procurai transformar em costume uma coisa tão necessária.

Aqui terminamos o Capítulo 24. Aqui, Santa Teresa deixa muito claro o conselho dela, né, para colocar-se no caminho da oração. E ela levanta aqui um ponto que é fundamental.

Que ponto é esse? Muitas pessoas abandonam a oração pela excessiva tentativa de recolher-se e de rezar de uma vez só. Ou seja, a pessoa não tem ainda um hábito firmado de oração e quer se recolher e já fazer uma oração meditativa, uma oração parada.

Isso vai trazer uma frustração, porque talvez a pessoa não consiga se recolher de primeira. Os barulhos externos, as preocupações, os pensamentos em desordem, tudo isso vai trazer uma dificuldade, pelo menos no início. Então, o que Santa Teresa recomenda é que se reze, por exemplo, as orações vocais com atenção: o Pai Nosso.

Depois, mais para a frente, ela fala da Ave Maria. Então, juntando os conselhos aqui de Santa Teresa, nós podemos começar com o terço, o terço mariano, a oração mais simples que nós temos. "Ah, eu não consigo rezar!

" Então comece com o terço. E aí, ao rezar o terço, tente fixar o pensamento nas palavras que são pronunciadas. Tente prestar atenção na pessoa com quem falamos.

Nós nos dirigimos a Deus que é nosso Pai, nos dirigimos a Nossa Senhora que é Nossa Mãe. Então, pensar nisso, fixar, exercitar-se nisso. E é claro, existirão aqueles que têm uma facilidade maior.

De se recolher, então, estes que têm uma facilidade maior de se recolher que eu faça, e já comecem. Essa oração parada, conversando a Deus, com Deus e falando a Deus tudo aquilo que está no seu coração, expondo diante de Deus todos os seus sentimentos, desejos, sofrimentos, fazendo seus pedidos, seus agradecimentos. Então, alguns conseguirão já fazer isso, outros não.

Então, que possamos todos nos colocar nesse caminho, porque a graça da oração é uma graça dada por Deus. Na medida em que nós vamos rezando, nós rezamos melhor; quanto mais rezarmos, mais rezaremos. Quanto mais nos entregamos a Deus, mais Deus se entrega a nós.

Então, pensemos nisso. Para nos ajudar a fixar o nosso pensamento, algumas coisas podem ser instrumentos eficazes no momento da nossa oração. Então, por exemplo, até a gente conseguir fixar bem esse hábito de oração, uma imagem bonita de Jesus, um crucifixo, uma imagem de Nossa Senhora, isso pode nos ajudar.

São sacramentais que podem nos ajudar a fixar a nossa atenção. Então, eu olho para a imagem, eu penso na pessoa que está ali representada, me dirijo à pessoa e vou começando a conversar. As imagens são um bom ponto de partida, mas elas não são e não podem ser o ponto de chegada da nossa oração.

A imagem é um acessório, é um meio para que a gente reze bem, mas ela não pode ser a finalidade. Então, uma imagem pode nos ajudar a recolher. Eu tenho, por exemplo, aqui, né, que eu uso para rezar um crucifixo pequeno e ele me ajuda bastante a meditar na vida de Jesus, na Paixão de Cristo, porque é um crucifixo pequenininho, antigo, né, desse tamanhinho, e ele tem Jesus ainda vivo na cruz; não é o Cristo morto.

Então, eu sempre penso, ao olhar para aquela imagem, na agonia, na dor, no sofrimento. E eu sempre penso, às vezes, nos sofrimentos, dificuldades, nas situações que eu também passo, minha família passa, as pessoas queridas passam. E aí isso me ajuda a juntar, a associar os meus sofrimentos e contratempos aos de Jesus.

O princípio da oração está onde? Numa imagem. Eu olho pra imagem, a imagem desperta essa lembrança e essa piedade.

Eu vou olhando ali pra imagem e, depois dali a pouco, a imagem já não é mais necessária, né? Eu já fecho os olhos e já vou falar com Deus, né? Então, nós temos de usar desses artifícios.

Quando a gente fala da vida de oração, nós temos também de ter uma certa humildade para fazer uma autoanálise. Pode ser que a gente se ache muito avançado, muito adiantado no caminho da oração, e a gente não começou bem, não começou fazendo o básico. E aí a gente vai empilhando, vai sobrepondo algumas opiniões, algumas experiências e, às vezes, não fazemos as coisas direito do começo.

Então, a minha sugestão, né, ao seguir essas meditações de Santa Teresa, é que, mesmo aqueles que já têm a oração fixada, firmada, né, durante muitos anos, que façam esse caminho de Santa Teresa desde o início, começando por fazer uma oração vocal bem feita, depois prestando atenção àquilo que dizemos na oração vocal, depois nos colocando na presença de Deus e pedindo muito a Ele a graça de rezar bem. Ah, mas eu já rezo. Vou pedir de novo; vou começar?

Que se o meu caminho até agora já foi bom para que ele se fixe e melhore ainda mais. E, se tinha alguma aresta a ser aparada no meu caminho de oração, que isso seja feito. Que Nossa Senhora, nossa Mãe, nos abençoe e nos ajude.

Neste dia, colocamos aqui, de um modo especial, a intenção da recuperação do Tiba Camargos, sua esposa, seus filhos, que ainda seguem bastante, né, apreensivos e com razão diante da situação. Mas, ontem mesmo, né, a Dea, pelas suas redes sociais, atualizou a situação do Tiba: a febre baixou, então parece que o quadro está evoluindo, está melhorando para que ele possa fazer a segunda cirurgia que será necessária. Entreguemos a vida do Tiba nas mãos de Deus; entreguemos também a sua esposa e seus filhos, para que Deus olhe para ele, cuide e esteja no comando ali de todas as situações.

Se for da Sua vontade, que Ele restitua a saúde do Tiba. Eu, particularmente, creio, né, que Deus o abençoará, o curará; ele sairá dessa situação. Mas rezemos unidos, a nossa oração pode fazer muita coisa diante de Deus.

Que Nossa Senhora, nossa Mãe, nos ajude. A Vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém.

Antes de encerrar, eu vi aqui uma perguntinha da Henriete, né: "Professor, qual a diferença de oração mental, meditação e contemplação? " A oração mental é este falar com Deus; falar com Deus é você se colocar diante de Deus e conversar com Ele, né, dizendo tudo que você precisa, tudo que você quer, pedir, querer agradecer. Oração mental é você se recolher e falar com Deus.

A meditação é quando você pega alguns pontos e pensa sobre eles. Você pega o evangelho do dia, lê, relê, tenta extrair alguma coisa para a sua vida ali naquele dia. Pode ser o evangelho do dia, pode ser a vida de um santo, pode ser um livro espiritual.

O que a gente faz aqui com Santa Teresa já é uma meditação; a gente lê e extrai algumas lições para a nossa vida. Isso é meditação, é uma forma de oração. Tem gente que acha que isso aqui é uma live, é uma coisa.

. . Não é.

É uma meditação; nós estamos extraindo um ensinamento espiritual prático para a nossa vida. Então, isso é meditação. E a contemplação é a forma mais elevada de oração; é quando nada mais é necessário, a não ser Deus.

É quando nós atingimos um nível. . .

Tal na oração, que nós não precisamos dizer muita coisa; a gente se coloca para rezar, e a gente mais olha para Deus, e Deus olha para nós. É só que a contemplação é uma graça que Deus dá; nem todo mundo vai atingir a contemplação, e tudo bem, né? A própria Santa Teresa vai dizer que nem todo mundo vai chegar na contemplação, mas fazer a oração vocal e a oração mental isso é essencial.

Tá bom? Que Deus nos abençoe no dia de hoje e nos guarde. Hoje, seme fiquem com Deus e até a meditação de amanhã, se Deus quiser.