A Ansiedade é POP | #01 Dirty Job

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Luiz Felipe Pondé
No primeiro episódio do Dirty Job, Luiz Felipe Pondé e Gabriela Tessitore vão bater um papo sobre co...
Video Transcript:
conversas mais inteligentes que eu tinha sei lá 10 20 anos atrás eram com profissionais de marketing publicitários eram conversas muito inteligentes porque eles até antes dos anos 2000 é porque eles eles tinham que vender um treco para uma pessoa e eles iam para cima de desse universo para entender afinal de contas o que que esse povo quer agora não eles acreditam nas bobagens que eles inventam como é que é que você adora falar um filho que não arruma o próprio quarto mas ama a humanidade é ele quer salvar o mundo mas ele não arruma o
quarto Exatamente é é assim e se for filho de banqueiro então meu amor vai fazer documentário por aí para salvar o mundo com a que os pais t e é o dar Job Pondé o tema de hoje é a ansiedade é pop não se fala em outra coisa né Pondé ela aparece em memes ela aparece em filmes ela aparece no divertidamente dois como a grande protagonista você diria que a ansiedade é o grande mal-estar do século XX Olha eu acho que a gente precisa esperar um pouco ainda para ver o o século XXI pode piorar
ainda muito né A gente só tá tá começando noiro quarto é a gente tá no começo é sério né pode piorar muito mas até agora eu acho que a ansiedade ela tá tão bombando que quando você fala ansiedade é pop ela já virou comodity exato Então ela já tá monetizada inclusive no âmbito da produção audiovisual né exato esse filme ele fez bastante barulho e os produtores fizeram lugares instagramáveis com todas as personagens já tinha tido uma primeira um primeiro filme Esse foi o segundo o divertidamente dois é e parece que o lugar que foi mais
mais fotografado foi o da ansiedade fizeram filas enormes para tirar foto com a ansiedade quer dizer as pessoas se identificam com ansiedade né Eu acho que o próximo passo vai ser tentar construir uma ideia da ansiedade positiva né a ideia de que a ansiedade é fundamental para você ter sucesso digital para você produzir é para você produzir eu acho que a a ansiedade é pop porque a ansiedade é um afeto típico do modo de produção do mundo contemporâneo e moderno você como você disse tem que produzir tem que ser eficaz tem que ser objetivo você
tem que ser uma pessoa que ao mesmo tempo em que você é capaz de lidar com o Inteligência Artificial e tá 50 anos adiante do nosso tempo você tem que ser uma pessoa preocupada com as plantinhas né então eh São tantas as frentes Mas isso é parte do DNA do processo de modernização por isso que normalmente me perguntam quando eu tô falando desse assunto por isso que não vai melhorar a ansiedade Ah quem não quer um cortisol Zinho né É não vai melhorar porque a ansiedade Brota do a ansiedade social que a gente tem hoje
que acabou virando pop ela Brota a a gente tem que controlar tudo são muitas variáveis na vida e a gente tem que ser perfeito em tudo né performar em todas as instâncias exatamente todas as áreas você tem que performar Tod e tem que ser uma ótima mulher tem que malhar tem que trabalhar tem que ter vida e trabalhar e ter sucesso tem que ter vida social e tem que ser uma ótima mãe olha só eu acho que as mulheres em especial tem apanhado muito da ansiedade é a gente tem apanhado especial é porque mulher é
marcador da modernização né então é como se a mulher antes da modernização não existiu ou aquela mulher que existiu não presta para nada então ninguém quer nenhuma relação com ela enquanto que o homem tem um contínuo sim né né Apesar de que as feministas estão querendo cancelar os homens e acar eles todos mas o homem tem o contínuo Então como a mulher é marcadora de modernização acho que a ansiedade as mulheres têm sofrido muito com ansiedade Mas eu vejo essa ansiedade da seguinte forma essa de base social né etiologia sociológica né é assim a gente
tem que controlar uma série de variáveis e como a gente não vai conseguir controlar porque a gente não controla ninguém controla Então você começa a colapsar e esse essa percepção do do colapso é um trigger é um gatilho para você entrar em ansiedade porque você não vai conseguir controlar Então você quer descobrir como controlar Então você começa a tentar achar dicas nas redes inclusive de como aprender a controlar a ansiedade Ah não E aí tem uma chuva de cursos de livros de T podcast enfim né Aí tem todo um um segmento de mercadorias para isso
mas a ansiedade de fato ela vai remeter a um assunto que é a saúde mental que é também é pop mas antes de você cravar seu diagnóstico que eu já sei qual é queria fazer um recu com você até o século XIX passando pelo século XX pra gente eh aprofundar um pouco o por nós chegamos nesse momento no contemporâneo em que a ansiedade se torna pop então o Peter gay que é um famoso biógrafo e do Freud ele já chama o século XIX para vocês terem ideia quer dizer no século XX tem o 20 final
do 19 que é quando o Freud surge com as suas teorias ele já já faz um diagnóstico de que o final do século XIX já é um século já é um momento psicológico por Excelência você imagina de lá para cá muita água rolou e a psicanálise ela foi sendo utilizada de diversas maneiras como a gente viu naquele documentário que fica a dica aqui para vocês chama o século do Ego tá no YouTube assistam é muito interessante sobre a utilização da da psicanálise e a entrada da psicanálise no mercado nas pesquisas de mercado no Marketing que
vai dar naquilo que você fala bastante né a ciência da mentira a ciência da mentira exatamente então Eh desde desde lá desde o século XIX a gente já tem essa psicologização da vida essa ideia de se falar mais sobre as suas emoções de que a gente não precisa ficar tão fechado de que o que que você acha que aconteceu de lá para cá essa hipertrofia de do mundo PSI a ponto de tudo hoje ser [Música] psicologização de morte já tardiamente na obra eu teria percebido que uma das dimensões ação de morte a aut humilhação brega
contínua né então hoje em dia já bem depois do começo do século XX na virada do século o fim do século Fan ccle como falam os franceses ah hoje você vê assim gente inteligente tipo que eu conheço pessoalmente e outras pessoas que eu não conheço gente inteligente escreve se expõe na imprensa e na mídia falando das suas doenças por exemplo todo mundo já teve diagnóstico de autismo se não teve uma hora vai ter quer dizer é conta essas histórias assim é é um desejo enorme de o Freud ficaria horrorizado com isso né com aquela ética
ética dele ficaria horrorizado com isso mas é essa coisa de você mostrar o que você sente mostrar que você sofre que você é vulnerável é o tema que o l descobriu em 79 né Mas eu quero voltar ao que você falava antes você quando você faz referência que a psicanálise entrou no mundo da publicidade das relações públicas por meio do sobrinho do Freud Então esse sobrinho do Freud é um personagem um ironia do destino hein o Freud achava el babado do Freud Coitado ele achava ele um babaca o Eduard bernis que ele ele era sobrinho
do Freud duas vezes porque ele era assim ó ele era filho da irmã do Freud com o irmão da mulher do Freud era é então o nome dele é como se tivesse existido Double date então o nome dele na verdade ele era Edward Freud bernais né e ou seja o Freud não tinha como escapar ele Ero duas vezes e o a família dele migrou paraos Estados Unidos cedo e tal e ele é ele na realidade de certa forma nos Estados Unidos ele vai ser mais famoso que o próprio Freud sim ele ele cria o que
ele chama de públicas sim a profissão surge daí né porque ele ele tinha que fugir do nome publicidade e ele inventa um outro nome relações públicas relações públicas para fugir da ideia da publ Estados Unidos pegou muito bem aqui não pegou tanto relações a publicidade engoliu né mas as relações públicas então ele faz campanhas porque ele era um Progressista como se fala hoje em dia né o Freud ele era um cara muito muito mais cuidadoso com essa ideia de que a felicidade seja um assunto sério é porque ele tinha a ideia de que uma certa
natureza humana era dada ao indivído e era difícil de você conseguir fazer essa felicidade se produzir eu aliás acho que nós estamos vivendo uma nova curva de miséria nesse assunto que eu quero dizer com curva de miséria assim a com as redes sociais e com a entrada de discurso supostamente filosófico psicológico ou seja consistente nas redes sociais assim serviço dessa miséria então a gente está fazendo uma curva no sentido que até ontem você só tinha gente desclassificada vendendo o lixo Agora você começa a ter gente classificada ver Pois é mandei PR você ontem à noite
isso vai ficar pior Mas voltando ao nosso querido sobrinho do Freud e ele a ideia a ideia que ele tem claramente de que ele podia isso que eu acho especialmente fofo no caso dele ele acreditava ou dizia acreditar que você podia manipular as pessoas inclusive o inconsciente das pessoas para produzir emancipação nelas sim e melhorar o mundo sim são duas visões de ser humano que estão em jogo aí né Pondé uma que olha para um um ser humano aidana né com uma natureza humana que é impossível de se escapar e a civilização vai dominar as
pulsões sexuais e agressivas e outra mais eh positiva mais otimista vamos dizer assim menos pessimista de que o ser humano Sim pode ser moldável de que ele pode melhorar de que ele pode progredir então tem tem duas concepções Opostas de ser humano é o Freud se a gente pensar por exemplo naquele teórico economista praticamente filósofo né que tá Thomas sell que tá em atividade ainda já bastante idoso quando ele fala que existem duas visões de ser humano é é bem clara essa diferença que você falou ele vai quadrar o Freud naquele universo da Visão restrita
como ele fala quer dizer o ser humano tem recursos restritos para enfrentar a vida e o mundo e tem uma outra tradição que ele vai chamar de irrestrita na qual está presente Rousseau Marx e muitos outros que é a ideia de que o ser humano tem elementos irrestritos e portanto Ele pode tudo o bernais ele tá encostado nessa posição ele tá nessa posição e ele é daí a perversão que o Freud achava ele completamente equivocado de que ele não tinha entendido nada da teoria do tioo Apesar que ele usava muito tio né como referência ló
né tinha um sobrenome freid não é né pô se jogar fora um [ __ ] tio apenas um dos gênios maiores da humanidade é isso só que a a o que ele faz então ele faz campanhas do que no Brasil a gente chamaria publicitárias em que tem uma especial que o o documentário narra porque a campanha mais famosa dele em que ele entendia que mulheres fumar cigarro era sinônimo de liberdade feminina e autonomia Sim então ele pega inclusive Patrocínio de marcas como Luck Strike e outras né e e ele faz ele faz eventos por exemplo
em galerias de arte eu acho isso funciona muito fouo porque eu tenho uma profunda dúvida com relação ao caráter da classe artística né então assim ele reúne artistas em vernissagem galerias e e pessoas famosas fotografa mulheres lindas e famosas fumando cigarro faz o que hoje a gente poderia chamar Como se chama uma manifestação né a a a a mulheres na rua fumando cigarro para mostrar que elas eram autônomas Independent é se vocês assistirem o documentário Dá para ver que ele fez uma ação como a gente chamaria uma ação de marketing que qual que era objetivo
né fazer com que as mulheres fumasse e aumentar a quantidade de consumidores de cigarro basicamente era isso is Emes de cigarro financiavam exatamente E aí a sacada foi usar o cigarro como um objeto fálico de poder pras mulheres de empoderamento para usar essa palavra pras mulheres e a ação consistiu no fato de que as mulheres Colocaram uma carteira de cigarro assim na perna e de repente elas subiam a saia sacavam o cigarro e começavam a fumar e aí viralizou também para usar os nossos termos e o cigarro começou a ser consumido por mulheres expandindo e
aumentando obviamente a lucratividade das empresas o Freud mesmo tá no ato das mulheres levantarem a saia e tirarem o cigarro das coxas delas certo aí tá o Freud a questão da sexualidade a questão constante da presença do cigarro como ato fálico mas no Brasil mesmo você quando tem filmes que pass se passam nos anos 50 60 próprias figuras do Nelson Rodriguez o cigarro se transformou mesmo numa numa numa num elemento fálico de independência feminina de fato se transformou né e o que é tudo muito interessante Gabi é porque hoje a a toda a campanha de
marketing cigarro não existe é criminosa é né cigarro virou né é a gente só foi até os anos 90 né E aí eu tenho uma experiência profunda quase espiritual né de que daqui alg uns anos e algumas das campanhas de marketing que são feitas hoje vendendo comportamentos que daqui alguns anos elas sejam vistas como causadoras de doenças muito graves no mínimo mentais né eu tenho eu tenho não tenho muita fé mas eu tenho fé nisso eu espero que daqui alguns anos a ciência descubra não que eu acho que a ciência é uma deusa mas que
a ciência Descubra que muitas das coisas que se faz hoje e que se estimula as pessoas fazerem hoje mata pegando esse gancho ainda do sobrinho do Freud que é tipo o amigo do Kafka aham e Max brother é exatamente pessoas que alcançaram sucesso sendo amigo sobrinho primo parente seja lá é Seja lá o que for eh ele foi precursor então da utilização da psicanálise para o mercado para as corporações para as vendas e ao longo do século XX O que que a gente assiste a transformação da própria publicidade do marketing eh que vai dar no
Marketing como narrador que é eles em determinado momento eles percebem que o o marketing ele não vende mais só produtos que visam satisfazer a necessidade dos indivíduos eles começam a perceber como isso que a gente acabou de falar do cigarro que os produtos tem que se relacionar muito mais ao desejo não a necessidade e aí a gente tem um pon ponto de virada que é muito importante no século XX muito importante que é aí que o Adorno o Benjamin é aí que esse povo todo que fala dos meios de comunicação de massa e da subjetividade
vai se inscrever e fazer sua crítica que os meios de comunicação de massa ao eh estarem inseridos na publicidade na venda de mercadorias não só na difusão da informação eles vão passar então a ser constitutivo da identidade do sujeito então eu não vou comprar mais a porque eu preciso uma roupa porque eu preciso me vestir uma calça não é mais da Ordem da utilidade mas sim da Ordem do desejo dos meus valores e aí isso configura a minha identidade é um turning Point muito importante né é o documentário mostra muito bem isso e assim o
bernais ele tá no o o bernais seria o cara que sacou e que o capitalismo falando nessa linguagem ele não ele não podia viver só em cima do que é Então é isso Pondé a gente passa de um capitalismo que vende mercadorias por necessidade para um capitalismo que vai se expandir na medida em que ele não vende mais só aquilo que é útil para você mas vende coisas que carregam que encerram em si valores e que portanto vão te ajudar a constituir a sua identidade a su objetividade no mundo então esse salto é fundamental né
e e o grande sobrinho do Freud tá metido nesse processo que é assim ah primeiro compra-se o que é necessário só que a necessidade é limitada exatamente daí você dá o salto que o berniz é tão importante em perceber que na realidade você deve vender o que as pessoas desejam inclusive porque tá aí o marketing deita Raízes do mundo porque ele é aquela ciência prática que vai inclusive criar o desejo e o desejo é infinito o desejo é infinito e é plástico você vai dando novas formas e conteúdos ao desejo formas não e além de
tudo ele é efêmero Porque no momento em que você conquista aquilo perde a graça então quer dizer é Como já dizia o grande schopenhauer um ancestral do Freud né o a vontade ele não falava desejo a vontade ela pode te humilhar de duas formas uma forma é não deseja não deixando que você a realize a outra é deixando do que você a realize a humilhação é muito pior porque aí você cai no tédio só que é é muito interessante o segundo salto que você falou aí na tua colocação que assim do do marketing do capitalismo
começar a monetizar o desejo e isso fazer parte da identidade tem um elo no meio que você apontou que é o seguinte O Elo do valor sim o desejo ele vai começando a criar valor e os profissionais da área de comunicação marketing relações publicidade perceberam esse link Sim e eu eu Inclusive inclusive cheguei escrever uma vez um livro que das conversas mais inteligentes que eu tinha sei lá 10 20 anos atrás eram com profissionais de marketing publicitários eram conversas muito inteligentes porque eles até antes dos anos 2000 é porque eles eles tinham que vender um
treco para uma pessoa e eles iam para cima de desse Universo para entender afinal de contas o que que esse povo quer agora não eles acreditam nas bobagens que eles inventam né agora eles e e é interessante porque o primeiro sinal disso foi uma vez um Case que era uma agência já de mídias sociais de Publicidade de mí já tava fazendo a a a passagem né já de de redes sociais marketing digital em que tava discutindo eu o cara que era o chefe do planejamento estratégico e as suas duas assistentes e a gente estava discutindo
um assunto que tinha a ver com shampoo né e as mulheres brasileiras então naquele momento eram pesquisas mostravam que as mulheres brasileiras elas que gastavam mais dinheiro com shampoo né E ali a gente foi adiantando a conversa e chegamos a a um conceito que era o seguinte o cabelo como órgão erótico joga para cá joga para lá joga para cá puxa o cabelo não sei o que inclusive as brasileiras inclusive elas são líderes mundiais de engastar dinheiro com beleza com cabelo com unha exatamente se o exatamente então E e essa coisa inclusive de que muitas
mul todas as classes tá não é só mas essa é a questão não é só rica tem todo um estratificação Inclusive a ideia de que o cabelo grande era associado a mulheres que eram jovens e fazzi muit sex não sei o qu bom as duas meninas ficaram otecido dizendo que aquele linha de raciocínio era machista sexista e eu lembro da minha reação eu falei naquela época eu era um pouco menos cuidadoso eu falei [ __ ] que bode agora você tá mais cuidadoso né é [ __ ] que bode né E por quê Porque elas
não queriam enxergar o fato o Óbvio é elas queriam fazer uma campanha para vender shampoo que fosse uma campanha na realidade é ver sem querer entender exatamente o que tá em jogo esse é o grande Pado sem fazer o Dirty Job que a gente tá fazendo aqui exatamente Pondé então voltando a essa esse casamento ou essa relação muito intrínseca entre psicanálise e marketing vamos avançar no século XX chegar na década 60 que você adora tanto é muito fofa os ripes vagabundos vamos fal ripes criaram o conceito de política com preguiça como política a gente chegou
então na na última conclusão que era o capitalismo começou então a vender valores vender identidade e isso se hipertrofia e se segmenta a partir da contracultura e na década de 60 a gente já se aproxima da cultura do narcisismo certo certo o livro é de 79 né é a a contracultura eh ela ela foi eh extremamente capturada pelo marketing né totalmente capturada pelo marketing exato É assim ela virou calça jeans ela virou camiseta né ela ela porque é é um fato que a contracultura ela era marcadamente um objeto de jovens sim porque ela era contra
que cultura é uma boa pergunta né É ela era contra tudo que era sistema estabelecido Então ela se transformou numa suposta teoria filosófica para você ser um filho cretino entendeu para você ser uma filha que na realidade não respeita ninguém quer fazer o que quer mas na hora de pagar as contas quer que os pais pague como é que é que você adora falar um filho que não arruma o próprio quarto mas ama a humanidade é ele quer salvar o mundo mas ele não arruma o quarto é exatamente é é assim e se for filho
de banqueiro então meu amor vai fazer documentário por aí para salvar o mundo com a que os pais tem Ei é o Dirty Job mas assim e eu quero voltar a essa questão do jovem porque assim a a o marketing os anos 60 a gente sabe que a a concepção de jovem é uma concepção histórica Sim é claro que sempre existiu gente dentro do nosso calendário que tinha 18 anos de idade Apesar de que historicamente ter essa consciência não é tão antiga dele com 18 anos de idade exatamente quer dizer o que que significava esses
18 anos de idade nas relações sociais sim da época em que se vivia a contracultura esse é um processo lento gradual se a gente pensa por exemplo no livro do turev É mas no 19 já aparece no turgenev no Pais e Filhos a o personagem bazarov ele já é o personagem jovem nista revolucionário Porém isso 1861 mais ou menos 100 Anos Antes da contracultura né Ah ele ainda respeita os pais né ele ainda respeita os pais Olha que miséria ele ainda respeita os pais ainda ele sabe que o pai é médico como ele mas é
o médico ignorante supersticioso mas ele ainda ele é mais esclarecido ele é mais conhece ciência passa a vida de secano Hans né E tem até um personagem que é tio do amigo amigo dele o Pavel que é o homem da geração do pai dos Pais portanto S que ele se refere ao bazarov que é o grande anista do romance O jovem ele se ele se refere a ele Como assim é o homem que não acredita no amor mas passa o dia de secando rans né como era bom o século XIX né então assim é só
não era bom porque não tinha muito remédio anestesia a hipocondríaca aqui fala já é a ambivalência maravilhosa da história da espécie humana ela melhora numa coisa pior num outra e nunca vai melhorar dessa dessa condição mas o que eu queria dizer é que a contracultura ela criou o produto jovem e ela nadou de braçada nessa nesse marketing quer dizer o inverso o marketing nadou de braçada na contracultura cooptando Eh esses valores sabendo que essas esses jovens estavam lutando por valores por um mundo diferente e rapidamente transformou-os em mercadoria em seguimento de comport estilo de vida
porque os profissionais de marketing eram muito inteligentes sim não são mais né mas el eram muito inteligentes então eles perceberam que no fundo no fundo esses jovens não tinham conteúdo nenhum entende eles só mais horora ou menos horas ele eles iam ter que encarar a vida casar ter filho pagar e fazer o que todo mundo faz que nem aquela conversa famosa entre o general deg e um dos seus assistentes não sei qual quando jovens Salv Paris em 68 né E esse assistente do deg fala para ele olha os jovens estão querendo isso pedindo isso e
tal e o degol fala não liga Eles vão envelhecer vão deixar de ser jovens mas por um certo sentido o degol tava errado e o assistente dele tava certo porque aqueles jovens que estavam em Maio de 68 de Fato envelheceram né Hoje não tem nada de jovens e tal biologicamente falando mas a ideia do jovem que brotou de de 68 que é muito parecido com o jovem da do movimento contracultural americano esse jovem virou um arquétipo perdão ao Jung que não tava pensando numa coisa dessa mas virou um arquétipo e esse arquétipo ele foi monetizado
e o os profissionais de marketing perceberam que aquela revolta dos jovens em termos individuais e de conteúdo era um voo de galinha mas a ideia do J como produto e como target Essa era maravilhosa você passa de um momento em que o jovem achava quea criar a sua própria identidade de maneira super livre para um momento em que o o o marketing o mundo falam não você não vai criar você vai comprar uma identidade e um estilo de vida fica tranquilo nós vamos criar um só para você e você vai achar que você é uma
pessoa especial única única exato Apesar que a loja vende a mesma coisa para várias pessoas e daí Pondé surge uma das maiores mentiras do contemporâneo que é a ideia de que você pode ser o que Você Quiser de que a sua identidade É um eterno work in Progress de que você é uma obra de arte aberta esperando achar a sua melhor versão é isso sem dúvida uma grande mentira e Isso é uma das grandes causas do crescimento da ansiedade sim porque quando você acha que você tá sempre aqué do que você pode ser não tem
muita saída a não ser você ficar ansioso faz mais só que como tudo que tem a ver com o mercado né é assim o o o o a verdade é que existe uma verdade profunda na demanda de você fazer uma versão melhor de si mesmo existe uma demanda que é verdadeira pro Funda eu diria Estrutural ontológica para além de psicológica na condição humana que é o seguinte é que eh é difícil ser si mesmo é difícil aguentar suas ambivalências aguentar suas contradições os fracassos as insuficiências é muito difícil então isso dentro do cenário do mundo
em que aliás é o que o Freud de alguma forma imputava aos americanos a América né que era essa condição infantil da Felicidade né num cenário em que o grande produto que é vendido é felicidade então a ah a um monte de gente cai de boca em cima da ideia de que pode se Reinventar e olha e isso tem piorado com a sociedade envelhecendo as pessoas vivendo mais e as promessas marqueteira de que você pode se Reinventar a qualquer momento da vida B inclusive depois da aposentadoria isso que daí sim você vai poder ser livre
para fazer sei lá e virar fazer artesanato é ou fazer uma grande descoberta científica quando inclusive em termos de Brasil é uma vergonha porque socialmente falando a imensa maioria das pessoas aposentadas não tem nada mal come mas eu queria fazer um parêntese nisso e e dizer o seguinte que eu acho que é que é muito importante que é assim eu acredito que existem pessoas que através de um processo muitas vezes doloroso que é atravessado por questões que você nem escolheu sim a tal da contingência a tal da contingência que de fato conseguem se transformar em
alguma medida certo que a gente pode até chamar deção né mas é com muita dor no process contingência muitas vezes você sendo levado para onde você não quer a partir de perdas ao longo da vida certo que de fato algumas pessoas conseguem dar esse salto digamos mas a esmagadora maioria não consegue e tem um paralelo com a espiritualidade aí muito interessante que é o seguinte quando você olha as grandes tradições espirituais seja do ocidente ou do oriente tanto faz aqui no caso Ah para você conseguir então atingir o que muita gente chama de iluminação né
Você atingiu um estado elevado esclarecimento você precisa ir pro deserto enfrentar a solidão encarar os demônios né e nesses casos hoje em dia de reinvenção não você faz um workshop você muda seu estilo de roupa contrata uma consultora de imagem Muda todo o seu guarda-roupa compra uma identidade nova e vai só vai e o mundo é muito miserável é um guarda-roupa né que você veste um tipo de identidade a cada fase da sua vida e você vai trocando e tá fácil trocar né eu lembro nos anos 80 eu lembro inclusive onde eu estava lendo um
um A Ilustrada da folha né um artigo de de UMS de Um Jornalista que na época era muito famoso escrevendo ilustrada não vou citar o nome em que não porque o artigo fale mal dele não é isso sim mas é o o ele o artigo constatava isso é 85 86 naquela época que tudo era Neon Neon 1980 né restaurante tinha nenhum balada tinha nenhum tinha gente que tinha nenhum até em casa né e ele dizia que nos anos 80 um um uma das viradas da pós-modernidade a década dos anos 80 era que personalidades não existiriam
mais tudo que existiria era estilo exato ele afirmava isso no artigo personalidade é pesada coerência cansa é muito denso até porque a coerência é difícil né porque você tá atravessado para usar outra palavra da só os neuróticos atingirão a coerência Mas voltando nisso né nessa ideia que a gente falava de ser a melhor versão de si mesma você a ideia falaciosa que surge de que você pode ser o que você quiser ela já é primeiramente no mais Óbvio ela já é mentira do ponto de vista social sim você só pode ser o que você quiser
se você tem grana começa por experimentar Começa por aí daqui a pouco né você chamada de comunista tal mas é É verdade você não vai sair experimentando profissões e diferentes coisas se você não tem tempo e dinheiro para isso claro e depois fazer um sabático é fazer um sabático exatamente E aí a segunda coisa assim que muito embora se venda Essa ilusão de que você é um sujeito único especial eles vão até customizar sua roupa para que ninguém mais tenha igual a você a ideia de fundo é que é uma a autorrealização única singular ela
é uma contradição porque a própria ideia de autoexpressão ela é finita ela não é infinita eu tenho como que eu vou me expressar se não é por meio das mercadorias que são segmentadas e oferecidas pelo mercado você tem alcance de compra e que eu tenho alcance de compra então quer dizer elas atingem o limite a autoexpressão ela é limitada E logo você mapeia diferentes tipos de comportamento então o que você tem nessa passagem para pós-modernidade como você dizia que ali década de 60 70 80 essa contracultura sendo cooptada sendo absorvida pelo mercado e aquilo que
era um ato jovem de rebeldia infantil como você diz se transformando num segmento de mercado delimitado como tantos outros eu adoro a palavra rebia eu tenho amor especial pela palav dia recentemente eu vi alguém que eu também também não vou citar o nome e que dizia o seguinte a leitura é um ato de rebeldia Eu adorei essa frase por quê Porque depois da indústria da moda falar a palavra rebeldia ou você não tem repertório nenhum ou é pura ma fé porque quem capitania a rebeldia já no na segunda metade do 20 e no 21 a
indústria da moda são eles é eles é que criam a rebeldia então alguém ainda dizer que o ato de leitura é um ato de rebeldia é uma percepção absolutamente equivocada da época que a gente vive só porque as pessoas estão vendo mais imagens e vídeos não significa que a leitura ela pode ser residual mas rebeldia não né E olha Gabi eu tenho lá minhas suspeitas que quando você se lá você fica discutindo fazendo Clube do livro e coisas assim que durante a pandemia Inclusive era visto como alguma coisa que estimularia a leitura Eu tenho minha
suspeita de que os produtos audiovisuais que discutem livros na realidade diminuem a leitura a pessoa deixa de ler para ver a aula sobre livro Claro claro isso você vê na na graduação quando você manda os alunos leem livros eles perguntam no meu caso Pondé não tem um vídeo que fala desse livro não nemum professor no YouTube ninguém gravou uma aula no YouTube ensinando o que é que esse livro fala então eu tenho eu tenho cá minhas dúvidas de que e esse tipo de produto de fato estimule a leitura mas a a ideia de rebeldia né
Eh associada à leitura eu acho que é uma frase que trai a incapacidade de compreensão ou simplesmente o ma caratismo de Business né porque leitura mesmo hoje ah a não ser aquelas pessoas que que você vê é uma das coisas que eu acho mais legal é assim gente que ah gosta de postar que ela tá lendo um livro sentada no Café em Paris porque uma ruazinha evidentemente em saint-germain de PR praticamente ninguém faz isso ninguém faz isso é que nem ideia do Jornal Agora da folha que a gente falava Ah então é Então essa coisa
de voltar a ler o jornal escrito que isso já isso já apareceu no Estadão também né isso é uma coisa que foi que era um hábito do século XIX lê o jornal no Café em Paris mas não porque a pessoa saía com o jornal de casa mas porque o café tinha assinatura porque era muito caro pro sujeito ter uma assinatura de jornal então ele sentava lá e Lia então ele sentava lá e Lia a edição que era paga pelo café é isso acontecia há algum tempo atrás em universidades sim bibliotecas tinham assinaturas de revistas de
jornais as pessoas iam lá para consumir a informa ela consumia agora é muito interessante porque na hora que aumentou o acesso a tal da sensibilidade diminuiu enormemente esse hábito e eu não acho que é que diminuiu é que eu acho que hábito de leitura é uma experiência evolucionária que não pegou na espécie hoje ela é monástica né leitura é não leitura pegou na espécie para você resolver problemas do ponto de vista digamos assim funcional da Leitura mas a leitura não pegou na espécie como uma atividade fim ela ela só pegou como atividade meio Sim certo
então a atividade fim da Leitura que é você fica sentado então a imagem que eu imagino que seja super instagramável qualquer outra coisa semelhante que é você fotografar você lendo um livro no Café em Paris Cult né É claro que é Cult mas praticamente ninguém faz efetivamente porque não tem nem saco de ficar sentado durante uma hora e muito menos concentrado no livro então eu tenho uma enorme suspeita que grandes grande parte dos males que se fala das redes sociais da política da baixaria e tal é porque quando ampliou a acessibilidade de conteúdo a gente
obrigado a perceber que a enorme maioria das pessoas não tem nenhum interesse em conteúdo que preste Mas a gente não pode dizer isso não pode não pode dizer isso porque cada um pode ser o que quiser e aí pode se ofender pessoas se ofendem e é mal para pro veículo da mídia e você vai ser cancelado é mal e aí você pode ser demitido entendeu então eu não vejo nenhuma saída para isso eu acho que o século XX vai ser uma monótona repetição desse tipo de miséria agora graças a Deus ou seja lá o que
você quiser às vezes existem surpresas Milagres Acontecem e às vezes vem carregado por catástrofes bom da a gente falou até agora muito sobre o lado subjetivo da ansiedade a gente falou um pouquinho no começo queria retomar esse tema que é a questão do seu lado objetivo que é o ansiedade vem porque o capitalismo de hoje nos pede para produzir produzir produzir e com as redes e com a internet a gente não desliga nunca né até slogan eh não desligar Não desligar nunca é um valor deslig nun loga de um veículo é vira um valor não
desligar nunca as pessoas trabalham 24 por se se você o WhatsApp o tempo inteiro rede social o tempo inteiro isso também leva a uma ansiedade tremenda não não tem como não levar não tem né não não tem e por exemplo Burnout Né tava na moda agora desce um pouco de moda mas cai um pouquinho também de mas não tenho dúvida que existem pessoas que chegam ao estágio de exaustão estafa não tenho dúvida mas assim é claro que a Staff enquanto tal ela não vale ela tem que ser Burnout É tem que ter o nome da
moda tem que ser em inglês de preferência é que nem relacionamento com banco no quando você fala relacionamento com banco não vale você tem que falar Banking certo então toda essa transformação da linguagem aponta justamente para esse enorme para essa enorme moneti de todos os estilos de vida então assim ah o Burnout por exemplo a pessoa tem um Burnout Eu acho essa eu acho o capitalismo fascinante né Eu acho ele fascinante inclusive porque ninguém nunca conseguiu nenhuma forma de resolvê-lo né E nem de tirar ele do jogo não e as todas as tentativas foram degeneraram
fracassaram e aquele resto das tentativas à esquerda de resolver o capitalismo e isso é uma das coisas que eu acho mais lindas elas viraram em si o nicho do capitalismo mer o segmento de mercadoria porque o capitalismo vive Cadê sua camiseta falando mal de si mesmo né bom mas a a o fato é que assim ah eu digo que o capitalismo acho o capitalismo não por exemplo o o livro do Sociedade do cansaço como ele chama Yung schulhan é um fenômeno de vendas quer dizer o capitalismo exercendo isso que você falou vendendo e alimentando uma
crítica a ele mesmo então hoje em dia essa segmentação é tamanha que você tem espaço até um segmento para a crítica do próprio capitalismo é é é bonito de ver o que o que eu eu acho excepcionalmente interessante infantil que alguém quer criar um estilo de vida para não ficar cansado no mundo contemporâneo Outro dia eu vi uma matéria que era assim o o alguma coisa do tipo assim o valor do nada na saúde mental ou seja fazer nada né O que defina fazer nada né primeiro de como então é se a gente fosse levar
as alturas filosóficas ia parar nisso mas e na realidade fazer nada vai produzir um enorme enorme Tédio Que aliás é um dos personagens do divertidamente O Eni ele é mais chique ele é em francês é ele exatamente ele fica Blazer no celular assim deitado deitado no Divan é único cujo nome é em francês né É porque ele é é chique chque chique o tédio é chique ele não se empolga coisa porque se empolgar se entusiasmar é coisa de gente muito de pobre e brega é isso que é essa é a imagem né você você se
empolgar você ficar muito porque inclusive traduz os uma certa atitude Blazer uma certa atitude aristocrata né é entediado pelo enorme poder um aristocrata verdadeiro não simit um aristocrata verdadeiro do passado ele poderia dizer você não sabe o peso que é ter 1000 anos ah difícil do que existir durante 1 anos e isso é um peso terrível mas a o mercado voltando à questão do do Burnout o mercado ele consegue Ele pega a exaustão que é um caso real né Um Sintoma eu tô falando exaustão usando a palavra em português para ter uma percepção uma sensação
de que o tô conseguindo tocar a realidade melhor sim estafa exaustão por isso que eu tô falando exaustão e não Burnout tô pondo uma coisa a outra né mas o Burnout ele ele ele conseguiu se transformar num numa matéria prima para você tornar as pessoas mais eficientes Então teve Burnout produziu material para mostrar que você pode transformar o Burnout numa reserva de recursos para ser mais ativo vai ganhar mais dinheiro né então é um azilo de loucos é um asilo de louco mas também é aquilo e aí agora voltando para você fazer o seu diagnóstico
né Qual o papel da Saúde Mental na sociedade capitalista avançada do Século XXI a saúde mental ela é uma das maiores fronteiras do Capital no século XX exato ela é uma indústria poderosa gigantesca gigantesca faturando em crescimento e assim você tem vários players Né desde os próprios Profissionais de Saúde Mental atuam na área né Coach tem gradientes entre aqueles que são de fato sérios e aqueles que de fato não são sérios é claro como em toda a área tem esse tipo de Gradiente E você tem para não falar todo o desenvolvimento do da da terapeuta
terapia medicamentosa né que é muito forte todos os remédios adentrando cada vez mais as novas gerações de uma maneira muito pesada crianças começa a consumir cada vez mais cedo né então assim e eh assim como antes você contava historinha pra criança que hoje você tem que tomar cuidado para não acusarem você de contar uma historinha er L mal é meio vai saber né me pedófilo agora eu acho que daqui a pouco você vai ter esse tipo de medicação em caixinhas infantis colorida com bichinhos entendeu para você dar de uma forma que não seja agressiva seja
uma forma que acolhe acolhimento acolhimento a palavra do momento e aí o que que acontece você vê isso na relação entre escolas e clínicas Profissionais de Saúde sim e e e quando a gente fala de que a saúde mental é é uma fronteira do do Capital no século XX enorme fronteira que já tá aí funcionando veja como agora a saúde mental já entrou nas escolas nas universidades das as Universidades faz tempo até né os millennials já estão na fronteira disso a geração z já tá na escola quase no pré-primário ou nas próximas agora nas empresas
Sim já entrou no mundo corporativo mundo corporativo a gente viu nas olimpíadas essa foi uma das últimas invenções das mais recentes Olimpíadas de Paris que Aliás foi um espetáculo do século XX espetáculo foi assim né o epítome de tudo que a gente vi eu acho que a grande frase da olimpíada devia ser assim ah eu sou o século XX os franceses os franceses gostam de falar jessu Charlie Quando aconteceu aquele massacre da charl BD 2015 então jessui levant certo eu sou o século XX certo eu sou aquele século que na realidade a as Olimpíadas mostrou
para todo mundo ver todas as novas modas e entre elas a que apareceu um pouco mais pra frente a saúde mental e a da abertura também toda a questão com a Santa Ceia enfim as Olimpíadas poderiam ser um objeto de estudo da pós-modernidade da contemporanidade né do seus todos seus sintomas ali brotando sim Total eu agora eu eu tava falando da da Saúde Mental Porque como você lembrou ela entrou no debate sobre os atletas entrou numa questão que é o seguinte que é eu sou atleta Tenho que treinar para ser o melhor para derrotar o
adversário para vencer para ganhar medalha mas eu não posso me sentir mal com isso eu entrei para ganhar e para destruir o outro mas eu preciso ser B S existe uma ambivalência forte existe uma etiologia social da ansiedade da dissociação psíquica n nesse e o marketing eu às vezes penso nos profissionais de marketing assim eh sabe o conto Alienista do Machado sei então que no final ele põe todo mundo no no de de loucos de alienados e no final ele chega à conclusão que ele mesmo se coloca sim Então acho que isso que vai acontecer
com os profissionais de marketing eles vão enlouquecer Todo mundo inclusive os próprios colegas da área e no final só vai sobrar ele e ele mesmo vai se colar se colocar no as olha para um lado olha pro outro fala bom é porque acho que eu também tenho um pezinho ali foi tanta e é tanta mentira tanta narrativa falsa né então quando o o na Olimpíada na Olimpíada agora de Paris você transformou Aquilo num espetáculo Total deixaria Gu de bord assim né um espetáculo total mais do que maio de 68 aquele espetáculo total em que todo
mundo tava ali contemplando o século XXI né assim eh é muito claro esse avanço não só no mundo corporativo como a gente falava que as empresas estão preocupadas com a saúde mental porque a saúde mental facilmente pode virar passivo trabalhista sim aqui no ambiente das leis trabalhistas brasileiras também exato tem toda a questão do assédio moral e tudo isso então tá tudo meio misturado né Tá tudo certo tá tudo misturado ali vira tudo e aí chega num contencioso ex e é interessante Porque além desse profissional grande profissional de marketing associado a toda toda essa ansiedade
pop existe um outro que ele não é muito glamoroso mas que também tá nesse meio que é o advogado o advogado né é o o contencioso crescente o advogado é aquele que as instituições contrata para manter os outros advogados longe certo e eh manter o risco longe né distante de você então assim a a me parece que esse cenário Eu não eu não tô dizendo que ele leva a destruição o mundo não eu não acho eu não acho que o não sou pessimista Apocalipse eu não sou apocalíptico não acho mais ou menos mas a gente
volta no próximo episódio a gente vai falar de Apocalípticos integrados é então e eu acho que esse processo ele ele vai eu tô mais naele naquele no cíclico eu tô eu tô mais naquela corrente que não acha que o mundo vai acabar com explosão vai acabar com gemido entendeu não é uma melancolia é um gemido gemido gemido no sentido assim de que mimi PR cá é o tempo todo e você vai pro produzir no mercado sobre isso e no meio disso tudo e e que eu acho uma das grandes a galera vai pirando é eu
acho uma das grandes catástrofes na nossa época é o fato que a acessibilidade Deu nisso se tivessem perguntado pro Santo Agostinho ele teria avisado cuidado com esse negócio de redes sociais você vai dar merda para terminar eu queria uma ponderação final você não imagina quantas vezes já ouvi essa piada ah mas ela é boa bo ponderação final estar ansioso hoje é cool no sentido de tá de acordo com o guys com o Espírito do tempo Olha eu acho que a ansiedade ela tá talvez H um passo de ser cool mas ela vai virar cool e
e quando você faz um desenho animado sobre ela exato em que ela é protagonista e todo mundo só quer tirar foto com ela e se reconhece com ela já tá lá é já eu acho e eu acho que é super significativo que um desenho animado faça isso da Pixar que tenha tido toda essa repercussão porque a ação deles Foi gigante assim entraram em vários cinemas ao mesmo tempo todo mundo viu só se falava nisso diversos artigos e é memes e é um desenho animado mesmo que tem uma temática um pouco mais sofisticada digamos assim sim
a própria distribuição de personagens representando emoções ela chegando no momento mais Junior High em que ela já não é mais uma criancinha então ela vai lidar com os dilemas da adolesc com inveja né com o próprio Nui com bullying é com bullying não sei o que e a ansiedade e eu acho que é muito significativo que a indústria cultural tenha produzido isso ah numa peça que é para crianças ou adolescentes para adultos também PR massa mas para crianças né a qu dizer já ensinar que tudo bem você ser ansioso que a ansiedade ela é mai
legal que ela fez do filme examente exatamente a a a única coisa que você tem que tomar cuidado com a ansiedade é para que você não fique mal vestido por causa dela é como se como se a ansiedade fosse meio que nem colesterol né tem o bom e o ruim exatamente Então vê se você acha boa é a anciedade positiva que a gente tava no começo isso eu acho que já rolou é então eh se você falar para Burnout já tá cul totalmente não já saiu quase já saiu de moda é já não já saiu
de moda já saiu mas assim você falar que você teve um bornout ainda pega bem porque Inclusive fala que você tem alguma profundidade profundidade exato exato e a ansiedade você não alienado você sente sabe a pressão do mundo ansiedade precisa encontrar o seu momento de vergonha é não ela tem de vergonha de se expor de uma forma que faça com que você parece que não sabe se comportar à mesa não sabe vestir a roupa direito como você diz eh quer sempre chegar primeiro na mesa quer sempre comer primeiro com todo mundo isso é feio deselegante
a ansiedade precisa aprender a ir ao Iguatemi de pijama é a entidade ansiedade nessa hora ela vai é ela vira uma entidade do filme né que é uma entidade ela tem que aprender aí goem de pijama exatamente enquanto se ela ainda se vestir com roupa e salto de S loran e escarpan para ir a Guatemi ela ainda não conseguiu atingir o pódio muito bom pé obrigada adorei noso primeiro episódio prazer deos muita risada
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