Mateus caminhava pelas ruas quentes e movimentadas segurando com força seu carrinho de brinquedo vermelho suas mãos pequenas estavam sujas de poeira mas ele não se importava Aquele carrinho era seu bem mais precioso O Único presente que tinha recebido de seu pai antes dele partir para sempre mas agora ele precisava vendê-lo a doença de sua mãe piorava a cada dia Mariana já não conseguia sair da cama sua pele estava pálida os lábios secos e sua respiração ofegante o médico do posto de saúde havia sido Claro Sem tratamento ela não sobreviveria mas tratamento custava dinheiro dinheiro que
eles não tinham Mateus enxugou o suor da testa e se posicionou na praça do centro onde as pessoas passavam apressadas seu estômago roncava mas ele ignorou O importante agora era conseguir alguém que comprasse seu carrinho senhor quer comprar um carrinho perguntou a um homem de terno que passou direto sem sequer olhar para ele Mateus engoliu a frustração e tentou novamente senhora ele está novinho a mulher de salto alto e vestido elegante lançou-lhe um olhar de desprezo antes de se afastar o menino continuou tentando cada vez que era ignorado seu coração apertava um pouco mais depois
de inúmeras recusas ele se aproximou de um comerciante barrigudo que organizava frutas em uma barraca quanto perguntou o homem sem nem olhar para o brinquedo o senhor pode pagar o que quiser respondeu Mateus com esperança na voz Eu Só Quero salvar minha mãe o comerciante soltou uma risada Debochada e um carrinho velho vai salvar a sua mãe Mateus abaixou a cabeça sentindo os olhos arderem mas se recusou a chorar Foi então que sentiu um olhar sobre ele do outro lado da Praça um homem alto e elegante havia parado ele usava um terno Impecável e um
relógio dourado no pulso seu nome er Henrique ele havia passado por Mateus momentos antes sem dar atenção mas agora estava ali observando alguma coisa na voz daquele menino na forma como ele segurava o carrinho como se fosse seu último bem o havia feito parar e sem entender por Henrique Ficou ali apenas olhando Henrique permaneceu parado observando o menino ele já vira muitas crianças vendendo coisas na rua mas havia algo diferente em Mateus talvez fosse a forma como ele segurava Aquele carrinho de brinquedo com tanto cuidado como se estivesse se despedindo de algo valioso ou talvez
fosse o desespero em sua voz quando disse que queria salvar a mãe suspirando Henrique se aproximou Quanto quer por esse carrinho perguntou olhando para o brinquedo Mateus ergueu o olhar surpreso por alguém finalmente dar atenção a ele o que o senhor puder pagar Henrique arqueou a sobrancelha era uma resposta incomum ele pegou a carteira e tirou uma nota alta aqui não preciso do carrinho Mateus olhou para a nota e depois para o homem seus dedos apertaram o brinquedo contra o peito não quero esmola senhor quero vender Henrique franziu o senho intrigado com a firmeza do
garoto então estou comprando Mateus hesitou mas entregou o carrinho devagar Sentindo um aperto no peito o empresário suspirou e pegou o carrinho da mão de Mateus está bem eu compro o menino entregou o brinquedo devagar quase como se estivesse deixando uma parte de si para trás Henrique guardou o carrinho no bolso do palitó sem dar importância e por um momento achou que aquilo seria o fim do encontro Mas então olhou para o menino outra vez onde está sua mãe Mateus abaixou a cabeça em casa ela não pode sair está muito doente Henrique sentiu uma apontada
incômoda no peito ele não era um homem sentimental sua vida era focada nos negócios em reuniões e investimentos não se envolvia em problemas alheios mas algo naquele garoto o fez hesitar virou-se e começou a andar mas depois de alguns passos olhou para seu motorista e disse baixinho siga o garoto quero saber onde ele mora Mateus caminhou apressado pelas ruas segurando o dinheiro com força Ele sentia um misto de alívio e ansiedade Será que aquilo seria suficiente para ajudar sua mãe quando chegou ao prédio antigo onde morava subiu a as escadas correndo e entrou em um
quarto minúsculo e abafado Mariana estava deitada os olhos semicerrados a respiração fraca mamãe consegui dinheiro disse ele tentando sorrir Mariana abriu os olhos com esforço e forçou um sorriso Meu Menino você é tão bom ela tentou estender a mão para tocar o rosto dele mas não teve forças do lado de fora dentro de um carro estacionado Henrique observava tudo pela janela aberta ele viu A Mulher Pálida e fraca na cama e o menino segurando a mão dela com desespero por um longo momento ficou imóvel depois sem pensar muito desceu do carro e caminhou até à
porta deu duas batidas firmes Mateus abriu e arregalou os olhos ao ver o homem de terno parado ali posso entrar perguntou Henrique sério Mateus hesitou sua mãe sempre dizia para não confiar em estranhos mas aquele homem não parecia perigoso E se ele realmente quisesse ajudar o menino deu um passo para trás abrindo o espaço minha mãe está dormindo murmurou Henrique entrou no pequeno quarto e sentiu o cheiro forte de humidade e doença o ambiente era apertado com paredes descascadas e móveis velhos no colchão no chão Mariana estava pálida com a respiração pesada ele não precisou
de muito tempo para entender a gravidade da situação há quanto tempo ela está assim perguntou olhando para Mateus o menino abaixou a cabeça há semanas ela piora Todo Dia Henrique se ajoelhou ao lado da cama e tocou levemente o braço de Mariana sua pele estava quente febril ela precisa de um médico disse com firmeza Mateus segurou a mão da mãe com força a gente não tem dinheiro sua voz saiu fraca quase como um pedido de desculpa Henrique respirou fundo não sabia por se importava mas não podia simplesmente sair dali e fingir que não viu nada
vamos levá-la ao hospital Mateus arregalou os olhos mas e o dinheiro como vamos pagar Henrique cruzou os braços eu cuido disso O menino mordeu o Lábio segurando o dinheiro que havia conseguido com força mas como conseguirei te devolver um dia Enrique suspirou não se preocupe com isso é uma troca você me vendeu seu carrinho Lembra agora é minha vez de ajudar Mateus olhou para a mãe tão frágil e finalmente assentiu mesmo que seu orgulho doesse um pouco as palavras de Henrique foram duras mas verdadeiras Mateus olhou para sua mãe frágil e imóvel lágrimas brotaram em
seus olhos mas ele as engoliu e como vamos pagar eu cuido disso antes que o menino pudesse protestar Henrique já estava agindo ele se abaixou e pegou Mariana nos braços com cuidado a mulher murmurou algo mas não teve forças para resistir Mateus assustado correu atrás dele o senhor vai mesmo ajudar perguntou com Um Fio De Esperança na voz Sim respondeu Henrique sem hesitar o motorista abriu a porta do carro e Henrique acomodou Mariana no banco traseiro Mateus entrou logo depois segurando a mão da mãe o carro arrancou em direção ao hospital e Henrique sentiu algo
estranho dentro de si ele já havia ajudado muitas pessoas em sua vida mas sempre por interesse por negócios por estatus dessa vez porém era diferente ele não fazia ideia do porquê mas sentia que de alguma forma sua vida estava prestes a mudar o carro deslizou pelas ruas da cidade em alta velocidade no banco de trás Mateus segurava a mão de sua mãe com força como se seu toque pudesse mantê-la acordada Mariana murmurava palavras desconexas o rosto pálido e o suor escorrendo por sua testa Henrique Manteve o olhar fixo na estrada nunca havia se envolvido em
problemas que não fossem seus mas por algum motivo não conseguia ignorar aquela situação quando chegaram ao hospital dois enfermeiros vieram ao encontro deles com uma maca ela está muito fraca explicou Henrique ajudando a deitá-la com cuidado Mateus caminhava ao lado segurando o carrinho que Henrique havia comprado como se aquele brinquedo ainda fosse seu Porto Seguro foram levados para dentro e Henrique seguiu junto com o menino na recepção uma enfermeira pediu informações básicas vocês são parentes perguntou olhando para Henrique ele hesitou mas respondeu com firmeza sim Mateus olhou para ele surpreso mas não disse nada minutos
depois um médico apareceu o estado dela é grave está com insuficiência renal Severa ela precisa iniciar hemodiálise imediatamente Mateus não entendeu o que aquilo significava mas o tom do médico fez seu estômago revirar ela vai ficar bem perguntou com a voz trêmula o médico se agachou para ficar na altura do menino com o tratamento certo sim mas ela precisa de acompanhamento contínuo Henrique se adiantou façam o que for necessário eu cubro os custos o médico assentiu e saiu apressado Mateus ficou parado olhando para Henrique com os olhos arregalados o senhor está mesmo ajudando a minha
mãe Henrique enfiou as mãos nos bolsos ela precisa de ajuda e você fez tudo que podia agora deixe que eu cuide do resto o menino abaixou a cabeça sentindo um nó na garganta Obrigado murmurou apertando o carrinho contra o peito Henrique suspirou ele não sabia porque estava fazendo aquilo não era de seu feitio se envolver em situações assim mas algo naquele garoto e em sua mãe o fazia querer ajudar horas depois um enfermeiro saiu do quarto o procedimento Inicial foi um sucesso agora ela precisa descansar Mateus soltou um suspiro de alívio e olhou para Henrique
posso vê-la ela precisa dormir um pouco mas Você pode esperar aqui o menino se sentou em um dos bancos do Corredor os pés balançando no ar Henrique sentou ao seu lado cruzando os braços o silêncio se instalou entre eles até que Mateus perguntou baixinho por que o Senhor nos ajudou Henrique encarou o garoto por um instante nem ele sabia a resposta exata Mas uma coisa era certa não se arrependia de ter parado naquela praça à noite já havia caído quando Mateus finalmente pôde entrar no quarto para ver a mãe Mariana estava de ada na cama
do hospital parecendo mais fraca do que nunca mas sua respiração estava mais estável mamãe sussurrou ele se aproximando devagar Mariana abriu os olhos com dificuldade e Sorriu levemente ao ver o filho meu amor você ficou aqui esse tempo todo Mateus segurou sua mão com cuidado sim o Senor Henrique nos trouxe ao hospital e pagou tudo o médico disse que você vai ficar bem os olhos de Mariana se voltaram para Henrique que estava parado na porta observando a cena em silêncio eu não sei como agradecer disse ela sua voz fraca não precisa agradecer respondeu Henrique seco
apenas Descanse Mariana fechou os olhos por um instante cansada demais para dizer qualquer outra coisa Mateus olhou para ela e depois para Henrique o senhor pode ficar comigo até ela melhorar Henrique Se surpreendeu com a pergunta ele abriu a boca para responder mas hesitou não fazia sentido continuar ali ele já tinha feito mais do que qualquer estranho faria mas por alguma razão ao olhar para os olhos de Mateus não conseguiu dizer não sim o menino sorriu aliviado e voltou a segurar a mão da mãe já passava da meia-noite quando Mariana finalmente dormiu profundamente Mateus exausto
também acabou pegando no sono no sofá do quarto Henrique observou o garoto por um instante era estranho estar ali ele não entendia porque ainda não tinha ido embora olhou para a pequena mão de Mateus que segurava com força seu carrinho de brinquedo Enquanto Dormia aquele objeto já não lhe pertencia mais mas parecia ser sua única conexão com algo que ele não queria perder suspirando passou a mão pelo rosto e saiu do quarto precisava de ar no corredor do hospital caminhou lentamente tentando organizar os próprios pensamentos Fazia anos que ele não se importava com ninguém além
de si mesmo mas aquele Ino Aquele olhar ele não sabia explicar mas algo dentro dele estava diferente sem perceber suas mãos foram até o bolso do palitó onde o carrinho de brinquedo ainda estava guardado Ficou ali encarando o objeto por um longo tempo e pela primeira vez em muitos anos lembrou-se do filho que perdera o hospital tinha um silêncio pesado durante a madrugada Henrique ainda estava parado no corredor segurando o carrinho de brinquedo no bolso o peso do objeto parecia maior do que realmente era carregado de lembranças que ele preferia esquecer Henrique ficou parado na
porta observando o menino adormecido no sofá por um momento seu olhar se fixou na mão pequena segurando o carrinho de brinquedo um flash de memória o atingiu um carro em alta velocidade um riso infantil ecoando e depois o silêncio ele fechou os olhos afastando a lembrança passou a mão pelos cabelos e sentou-se na cadeira ao lado da cama Nunca havia passado tanto tempo em um hospital desde desde aquele dia fechou os olhos por um instante mas a voz de Mateus o fez despertar senr Henrique o menino estava se espreguiçando piscando os olhos sonolento O que
foi perguntou o empresário Mateus olhou para a mãe e depois para ele o senhor vai continuar ajudando a gente Henrique cruzou os braços sua mãe ainda Precisa de tratamento não vou abandoná-la agora o rosto do menino se iluminou em um sorriso aliviado Obrigado Henrique Apenas assentiu sem saber como responder na manhã seguinte os médicos informaram que Mariana precisaria continuar o tratamento mas que estava fora de perigo imediato no entanto seria necessário um acompanhamento constante e sessões regulares de hemodiálise e onde vamos ficar perguntou Mateus preocupado Mariana suspirou Eu já tentei pedir ajuda antes Mateus mas
não temos ninguém sua avó morreu quando você era pequeno e meu irmão bem ele nunca se importou com a gente o menino abaixou a cabeça então estamos sozinhos Mariana sorriu fraco e passou a mão em seu cabelo não mais Henrique observou o menino por um instante antes de responder você pode ficar comigo Mateus arregalou os olhos de verdade sim sua mãe ainda está fraca e o hospital não é lugar para uma criança Mariana que estava acordada tentou protestar não queremos ser um peso Sr Henrique não estou perguntando se vocês querem estou dizendo que vocês precisam
disse ele firme Mariana olhou para o filho e suspirou tudo bem poucas horas depois Henrique guiava Mateus até seu carro o menino parecia ansioso olhando tudo ao redor o senhor mora muito longe perguntou sim sua casa é grande Henrique olhou para ele pelo retrovisor grande o suficiente o caminho foi silencioso mas Mateus não escondia a curiosidade quando chegaram ao condomínio fechado seus olhos brilharam ao ver os portões altos e os jardins bem cuidados ao entrar na casa ficou imóvel o lugar era enorme com móveis elegantes e janelas imensas que deixavam a luz do sol entrar
uau sussurrou Henrique apenas largou as chaves na mesa e seguiu para o escritório fique à vontade Depois eu explico as regras Mateus não respondeu só conseguiu pensar em uma coisa su vida estava mudando e ele nem sabia como reagir a isso os dias passaram rápido e Mateus começou a se acostumar com a nova rotina na casa de Henrique o menino Nunca havia estado em um lugar tão grande tudo ali parecia luxuoso demais para ele o sofá era macio o banheiro tinha água quente e a cozinha estava sempre cheia de comida mesmo assim ele não se
sentia completamente à vontade Henrique era gentil à sua maneira mas também era fechado e falava pouco às vezes Mateus sentia que estava incomodando mesmo quando o empresário dizia que não Todas As Tardes eles iam ao hospital para visitar Mariana ela já parecia mais forte mas ainda precisava continuar o tratamento certa manhã quando Mateus terminava seu café da manhã Henrique recebeu uma ligação e desligou rapidamente vamos ao hospital sua mãe vai ter alta hoje Mateus Quase derrubou o copo de suco Sério ela vai vir para cá Henrique pegou as chaves e assentiu sim pelo menos até
se recuperar completamente ao chegarem ao hospital Mariana já estava vestida e sentada na cama esperando por eles quando viu Mateus entrar correndo abriu um sorriso cansado mas verdadeiro mamãe o menino se jogou em seus braços meu amor que saudade ela Segurou o rosto do filho analisando-o está se alimentando bem está se comportando sim a casa do Sr Henrique é enorme e tem muita comida Mariana olhou para o empresário que estava parado próximo à porta os braços cruzados não sei como agradecer o senhor já fez tanto por nós Henrique desviou o olhar apenas se recupere a
médica entrou no quarto com alguns papéis Mariana seus exames mostram melhora mas o tratamento precisa continuar você terá que seguir com as sessões de hemodiálise três vezes por semana eu entendo e por favor Descanse seu corpo ainda está frágil Henrique pegou a papelada e assinou rapidamente vamos a viagem de volta foi silenciosa Mariana olhava pela janela pensativa estava grata mas também desconfortável com toda aquela ajuda nunca gostou de depender de ninguém ao chegarem à casa Mateus desceu animado mamãe você vai ver a casa é enorme Mariana saiu do carro e olhou para a mansão à
sua frente se sentiu ainda menor dentro da casa ela observou os móveis elegantes os lustres brilhantes a escada de isso tudo é impressionante Henrique apenas assentiu Escolha um dos quartos de hóspedes ela olhou para ele incerta tem certeza de que não estamos abusando da sua bondade Henrique suspirou não pense nisso agora apenas Descanse Mariana sorriu levemente e seguiu Mateus para explorar a casa Henrique ficou parado na sala observando-os algo dentro dele dizia que sua vida nunca mais seria a mesma os dias foram passando e Mariana começou a se recuperar aos poucos Henrique havia contratado uma
enfermeira para acompanhar seu tratamento e garantir que ela seguisse todas as recomendações médicas Mateus por outro lado parecia mais feliz do que nunca pela primeira vez tinha um lugar seguro para dormir comida na mesa e até roupas novas que Henrique mandou comprar ele se sentia protegido mas Henrique Henrique começou a se sentir inquieto ele via Mariana e Mateus se acostumando a casa ocupando espaços que antes eram vazios trazendo uma energia que ele não sabia se queria ou não por muitos anos Ele viveu sozinho achava que era assim que deveria ser Afinal perder sua família o
ensinou a não se apegar a mais ninguém agora porém começava a temer Outra perda e se quando Mariana estivesse completamente recuperada ela decidisse ir embora essa ideia o atormentava certa noite Henrique estava em seu escritório fingindo trabalhar mas seus pensamentos estavam longe foi quando ouviu uma batida leve na porta posso entrar era Mateus O que foi perguntou Henrique sem tirar os olhos da tela do computador nada só queria conversar Henrique olhou para o menino que entrou e sentou na poltrona de frente para sua mesa ele segurava seu carrinho de brinquedo nas mãos girando as rodinhas
distraidamente o senhor não gosta de ter a gente aqui né a pergunta pegou Henrique de surpresa o que te faz pensar isso Mateus deu de ombros sei lá às vezes o senhor fica estranho meio distante parece que quer que a gente vá embora Henrique suspirou Eu só não estou acostumado Mateus ficou em silêncio por um momento e depois sorriu se ajuda eu também não estou Henrique riu pelo nariz balançando a cabeça como está sua mãe melhor ela já consegue caminhar sozinha hoje de manhã fez café para mim isso é bom Mateus ficou mexendo no carrinho
por alguns segundos Antes de Dizer eu gosto daqui Henrique não soube como responder o menino continuou mas minha mãe falou que quando ela melhorar vamos procurar um lugar para morar Henrique sentiu uma pontada no peito mas fingiu não se importar isso faz sentido Mateus olhou para ele por um instante e então Soltou o senhor ia sentir falta da gente Henrique congelou ele queria responder que não que tudo voltaria ao normal que sua vida seguiria como antes mas no fundo ele sabia que seria mentira é melhor não falarmos sobre isso agora respondeu tentando esconder a verdade
Mateus não insistiu apenas assentiu levantou-se e saiu do escritório deixando Henrique sozinho com seus pensamentos e com um medo que ele não sabia como enfrentar Henrique passou a noite em claro o que Mateus dissera ecoava em sua mente o senhor ia sentir falta da gente ele queria acreditar que não que tudo Volt estaria ao normal quando Mariana e Mateus fossem embora mas sabia que estava mentindo para si mesmo no fundo tinha medo medo de se apegar medo de perder de novo na manhã seguinte desceu para tomar café e encontrou Mariana na cozinha arrumando a mesa
enquanto Mateus terminava um copo de leite Bom dia Senor Henrique disse o menino com um sorriso Henrique apenas assentiu e sentou-se à mesa Mariana serviu-lhe uma xícara de café Não precisava se incomodar murmurou ele não é incômodo é o mínimo que posso fazer depois de tudo que tem feito por nós Henrique não respondeu tomou um gole do café e ficou em silêncio Mateus sempre curioso Quebrou o clima senr Henrique o senhor tem família a pergunta o Pegou de surpresa Não nunca teve Henrique pousou a xícara com calma já tive o menino esperou por mais detalhes
mas Henrique não disse mais nada Mariana percebendo o desconforto cortou o assunto Mateus vá se trocar hoje temos que ir ao hospital o menino assentiu e saiu correndo escada acima Henrique ficou em silêncio mexendo na colher sem propósito ele não quis ser indiscreto disse Mariana gentilmente Henrique suspirou eu sei ela esperou um instante antes de perguntar o que aconteceu Henrique hesitou por anos evitou falar sobre aquilo mas por algum motivo sentiu vontade de contar eu era casado tinha um filho filho um menino da idade do Mateus Mariana percebeu a tensão em seu rosto o que
aconteceu Henrique apertou a xícara entre os dedos um acidente de carro eu estava dirigindo minha esposa e meu filho estavam comigo eu sobrevivi eles não Mariana sentiu um aperto no peito Henrique eu sinto muito ele forçou um sorriso sem humor Já faz anos aprendi a viver com isso mas ainda dói Henrique não respondeu apenas olhou para sua xícara de café como se houvesse algo ali que pudesse lhe trazer respostas Mariana colocou a mão sobre a dele ninguém pode mudar o passado mas o senhor ainda tem uma vida inteira pela frente Henrique soltou um suspiro pesado
não sei se quero me apegar de novo já perdi uma família não quero passar por isso outra vez Mariana o olhou nos olhos Talvez o senhor já tenha se apegado só tem medo de admitir Henrique desviou o olhar mas sabia que ela tinha razão e isso o assustava mais do que qualquer coisa nos dias que se seguiram Henrique tentou agir como se nada tivesse mudado mas a conversa com Mariana ficou martelando em sua mente ele se pegava observando Mateus brincando na sala rindo enquanto deslizava um carrinho pela mesa era impossível não se lembrar de seu
próprio filho o jeito como o menino franzia a testa quando se concentrava como falava animado sobre coisas simples e Mariana ela havia trazido uma presença diferente para aquela casa ele estava acostumado ao silêncio à solidão mas agora havia cheiro de café fresco pela manhã vozes preenchendo os cômodos alguém perguntando se ele queria jantar que logo tudo isso acabaria certa noite ele entrou no escritório e encontrou Mariana sentada no sofá com um olhar pensativo está tudo bem perguntou ele ela forçou um sorriso sim Na verdade eu queria conversar com o senhor Henrique cruzou os braços e
esperou eu já estou bem melhor acho que já passou da hora de encontrarmos um lugar para ficarmos ele sentiu um aperto no peito não há necessidade de pressa O senhor já fez demais por nós Henrique não queremos ser um fardo ele franziu o senho vocês não são um fardo mesmo assim precisamos seguir nossa vida eu quero voltar a trabalhar dar um lar para o Mateus Henrique ficou em silêncio sabia que era o certo Mariana estava recuperada podia recomeçar sua vida ele deveria ficar aliviado mas não estava naquela noite Henrique não conseguiu dormir levantou-se e Desceu
as escadas parando na sala ali sobre a mesa estava o carrinho de brinquedo de Mateus pegou-o com cuidado sentindo o peso daquela decisão Em Suas Mãos ele podia deixá-los ir voltar para sua vida solitária para seus negócios e sua casa vazia ou podia dar um passo que nunca imaginou dar de novo e então pela primeira vez em anos ele soube exatamente o que queria fazer na manhã seguinte Henrique Desceu as escadas com um nó na garganta ele sabia que aquele dia chegaria Mariana e Mateus estavam prontos para partir a mala pequena ao lado da porta
Parecia um soco no estômago não porque ocupava espaço Mas porque simbolizava a despedida Mateus estava sentado no sofá brincando distraidamente com o carrinho seu semblante não era o mesmo de sempre ele tentava sorrir mas seus olhos entregavam a tristeza Mariana ajustava a alça da bolsa no ombro evitando olhar para Henrique diretamente eu queria agradecer novamente Senor Henrique disse ela tentando manter a voz firme o senhor salvou minha vida cuidou do Mateus nos deu um lar quando mais precisávamos nunca vou esquecer isso Henrique assentiu mas não conseguiu responder de imediato Mateus se levantou e caminhou até
ele o senhor vai sentir saudade da gente Henrique respirou M sentindo o peso da pergunta vou o menino sorriu mas era um sorriso triste foi naquele instante que Henrique percebeu que não podia deixá-los ir ele nunca havia dito isso em voz alta mas Mariana e Mateus haviam se tornado parte de sua vida fiquem Mariana arregalou os olhos o quê Henrique deu um passo à frente fiquem aqui essa casa nunca foi um lar de verdade até vocês chegarem o silêncio tomou conta do ambiente Mateus olhou para Mariana com esperança no olhar ela hesitou Henrique eu não
sei se isso é certo o senhor já fez muito por nós eu não estou oferecendo por obrigação Mariana estou oferecendo porque eu quero Mariana respirou fundo por quê Henrique hesitou por um instante mas depois disse sem mais fugir da Verdade porque eu amo vocês Mariana ficou em choque Mateus sorriu de orelha a orelha então podemos ficar o menino perguntou animado Henrique sorriu se sua mãe quiser Mariana ainda sentia medo depois de tudo que passou permitir Se confiar de novo não era fácil mas quando olhou para Mateus viu a felicidade nos olhos do filho e então
olhou para Henrique o homem frio e reservado que um dia a resgatou sem motivo agora estava ali se abrindo se permitindo sentir de novo ela sorriu nós ficamos Mateus gritou de alegria e correu para abraçar Henrique que retribuiu o gesto sem hesitar Mariana os observou por um instante e depois deu um passo à frente envolvendo Henrique no abraço também ele fechou os olhos dessa vez não tinha mais medo os dias que seguiram foram diferentes de tudo que Henrique já havia vivido nos últimos anos pela primeira vez em muito tempo ele não voltava para casa apenas
para encontrar o silêncio agora risadas infantis ecoavam pelos corredores vozes preenchiam os espaços vazios e a casa antes fria e sem em Vida finalmente Parecia um lar Mateus rapidamente se sentiu à vontade corria pelos cômodos explorava cada canto da casa e falava sem parar sobre tudo o que via Henrique antes acostumado ao silêncio descobriu que gostava daquela energia Mariana também parecia mais tranquila seu tratamento continuava mas agora sem a preocupação constante sobre onde dormir ou como pagar as despesas ela parecia mais leve certa manhã enquanto Henrique lia o jornal na mesa do café da manhã
Mateus sentou-se ao seu lado e colocou seu carrinho de brinquedos sobre a mesa sabe senr Henrique acho que esse carrinho trouxe sorte para a gente Henrique ergueu uma sobrancelha sorte sim se eu não tivesse tentado vender ele nunca teria conhecido o senhor Henrique olhou para o brinquedo e Sorriu de canto talvez você tenha razão Mariana que observava a conversa sorriu e se aproximou Acho que não foi só o carrinho Acho que foi o destino Henrique desviou o olhar como se não soubesse o que dizer ele nunca acreditou em destino mas algo dentro dele dizia que
Mariana poderia estar certa as semanas passaram e Henrique percebeu que sua rotina havia mudado completamente antes suas manhãs começavam com reuniões e telefonemas urgentes agora começavam com Mateus chamando-o para tomar café juntos antes suas noites eram solitárias e silenciosas agora eram preenchidas com conversas sobre o dia histórias contadas antes de dormir e até pequenas discussões sobre quem lavaria a louça e Henrique percebeu que gostava disso uma noite enquanto Mateus dormia Henrique e Mariana ficaram sentados na varanda olhando o céu você ainda tem certeza de que quer que fiquemos perguntou Mariana com um tom suave Henrique
virou o rosto para ela nunca tive tanta certeza de algo na minha vida ela sorriu Henrique hesitou por um instante e depois sem pensar muito segurou sua mão Mariana não recuou ficaram em silêncio por um tempo apenas sentindo a brisa da noite eu achei que nunca mais teria uma família confessou Henrique Mariana apertou sua mão de leve mas agora tem Henrique olhou para ela e pela primeira vez percebeu que não estava mais sozinho ele sorriu e naquela noite teve a certeza de que o passado não precisava mais definir seu futuro os dias se transformaram em
semanas e logo parecia que Mariana e Mateus sempre haviam feito parte daquela casa o ambiente frio e Solitário deu lugar a um lar de verdade com conversas à mesa risadas nos corredores e até discussões sobre quem comia o último pedaço de bolo Henrique que antes se via como um homem fechado agora se pegava apreciando os pequenos momentos ver Mateus brincando no quintal ouvir Mariana cantarolar enquanto cozinhava sentir o cheiro de café fresco todas as manhãs mas algo ainda faltava ele sabia disso toda vez que via Mateus olhando para ele com expectativa toda vez que Mariana
o observava Com ternura mas também com um pouco de dúvida eles ainda não sabiam o que ele realmente queria numa tarde de domingo Henrique levou Mateus para um parque o menino correu até o balanço e Henrique o empurrou ouvindo as risadas infantis que enchiam seu coração de um calor des depois de um tempo Mateus parou e olhou para ele sério o senhor vai querer ficar com a gente para sempre a pergunta fez Henrique congelar por um instante Mateus continuou porque eu queria que o senhor fosse meu pai Henrique sentiu o coração disparar ele se ajoelhou
para ficar na altura do menino e se eu te dissesse que eu também quero isso Mateus abriu um sorriso imenso de verdade de verdade o menino se jogou nos braços dele e Henrique o segurou com força naquele momento soube que não havia mais dúvidas ele queria ser a família que aquele menino precisava naquela noite ao voltar para casa encontrou Mariana na cozinha ela sorriu ao vê-los entrar mas percebeu a expressão de Henrique O que foi ele se aproximou devagar Quero perguntar uma coisa Mariana ergueu as sobrancelhas curiosa Henrique respirou fundo quero que fiquem comigo de
verdade quero que a gente seja uma família o silêncio se instalou por alguns segundos os olhos de Mariana brilharam Você tem certeza Henrique segurou suas mãos mais do que nunca Mariana sorriu com lágrimas nos olhos então acho que a resposta é sim Henrique puxou-a para um abraço e quando se afastaram Mateus surgiu correndo e os envolveu em um abraço apertado agora somos uma família de verdade Henrique riu e Bagunçou o cabelo do menino sempre fomos Mateus sempre fomos e naquela noite ele entendeu que às vezes a melhor família não é aquela em que se nasce
Mas aquela que se escolhe o tempo passou e pouco a pouco a nova família encontrou seu próprio ritmo o que antes era uma casa fria e silenciosa agora Era um lar cheio de vida Henrique nunca imaginou que sua rotina mudaria tanto agora suas manhãs começavam com Mateus correndo pela cozinha tentando fugir de Mariana para não pentear o cabelo o café da manhã era Sempre acompanhado de conversas e E no fim do dia em vez de voltar para uma casa vazia ele voltava para um lar onde era esperado Mariana se recuperava bem com o tratamento certo
e sem a preocupação constante sobre onde iriam morar sua saúde melhorava a cada dia ela havia voltado a trabalhar mas sempre que possível fazia questão de cozinhar o jantar e Mateus O menino florescia antes Acostumado à insegurança e ao medo do futuro agora era uma criança feliz despreocupada cheia de energia uma noite enquanto Mateus dormia Henrique e Mariana estavam sentados na varanda observando as estrelas você ainda pensa no passado perguntou Mariana Henrique ficou em silêncio por um momento antes de responder sim mas agora quando penso nele não sinto mais dor ela segurou sua mão acho
que de certa forma você ganhou uma segunda chance Henrique olhou para ela e Sorriu sim eu não vou desperdiçá-la Mariana sorriu de volta e se inclinou para beijá-lo naquela noite Henrique percebeu algo importante sua vida havia sido marcada pela perda Mas não precisava continuar assim ele não apenas comprou um carrinho de brinquedo naquela praça meses atrás ele comprou uma nova chance de ser feliz e pela primeira vez em anos ele estava pronto para aproveitá-la a vida nos ensina que família não é só Laços de Sangue mas aqueles que escolhemos amar aí história de Henrique Mariana
e Mateus prova que o destino pode surpreender até os corações mais fechados se essa jornada de reencontro amor e segundas chances tocou seu coração deixe seu comentário E compartilhe com alguém que precisa acreditar em novos começos não se esqueça de curtir o vídeo para que mais pessoas possam conhecer essa emocionante história se você gostou e quer acompanhar mais histórias como essa inscreva-se no canal e ative as notificações queremos saber de onde você está nos assistindo De que país você acompanha essa história de transformação e amor comente abaixo