CÉREBRO: O verdadeiro criador de tudo | Miguel Nicolelis

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Prazer! Canal do Saber
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primeiramente muito obrigado pela pela apresentação e pelo convite é um prazer tá aqui de novo em São Paulo especialmente no Masp um lugar muito especial na minha vida e conversar com vocês sobre o meu tópico Favorito que é evidentemente o o cérebro humano e como ele ocupa ou deve ocupar evidentemente ocupa desde o início da da nossa espécie Mas cada vez mais vai passar a ser o centro emissor ah de novas ah visões de mundo novas visões né de do universo e praticamente o entendimento do funcionamento do cérebro ele abre portas se é que a
gente vai conseguir chegar a entender né Isso é uma pergunta também aberta mas ele abre portas eh que só recentemente nós estamos conseguindo identificar eu gosto de chamar o cero inclusive éo título do meu próximo livro O verdadeiro criador de de tudo nós NS normalmente não nos damos conta disso mas a história da civilização humana todos os aspectos fundamentais os nossos mitos as nossas religiões a nossa tentativa de explicar o universo a nossa ciência a nossa visão eh Histórica de mundo tudo isso é derivado das propriedades neurobiológicas que o sistema o processo de evolução embuti
entre as nossas orelhas e é esse universo interno que tenta explicar o que tá aqui fora por isso que eu chamo o cérebro do verdadeiro criador de tudo o que eu vou tentar mostrar a vocês é que curiosamente para chegar a essa conclusão e para chegar à conclusão que o cérebro vai ser a base de uma Indústria futura humana que vai ser muito diferente do que a gente conhece hoje para chegar nessa conclusão tive que passar 30 anos estudando o cérebro e os últimos 20 ligando o cérebro a máquinas e a maioria das pessoas podem
interpretar isso como a tentativa da e muitas interpretam ali aliás mund da fora quando eu falo que eu fiz isso porque eu era um adepto da teoria de que os cborges estão vindo que o movimento transhumanista vai dominar a nossa existência e que a singularidade do ctsw tá vindo e as máquinas vão superar os seus humanos no futuro próximo como ele diz e Eu discordo front há 20 anos a realidade é totalmente oposta eu precisei fazer esses experimentos realizar esses experimentos para descobrir a profundidade a e a o infinito de poder do cérebro humano e
da condição humana e foi a partir daí que eu descobri que as máquinas digitais os sistemas mecânicos que todos desde o século 1 nós nos enamoramos profundamente disso Jamais terão a capacidade de superar as propriedades e a Maravilha biológica do nosso cérebro então curiosamente a minha Aventura foi oposta Eu segui o caminho que né todo mundo esperava que ia se transformar na base da da demonstração do Poder dos sistemas digitais e mecânicos sobre o ser humano e a conclusão que eu cheguei foi a completamente oposta e o que eu vou mostrar a vocês é por
ao ligar máquinas aos cérebros eu descobri o que eu descobri e conclui o que eu concluí evidentemente esse aqui é o desenho clássico que eu propus 20 anos atrás junto com o meu grande amigo John Chape quando nós primeiramente publicamos a ideia e curiosamente esse slide foi rejeitado num número infinito de de jornais a época porque todo mundo achava que era um absurdo a ideia era completamente doida né Eh um brasileiro com descendente de escocês morando nos Estados Unidos propondo que nós vamos ligar cérebros a máquinas e fazer próteses neurais a partir disso era considerado
anatema no final dos anos 90 nos Estados Unidos mas a ideia é essa aqui basicamente o que você tem é um cérebro né que tem que ser funcionante evidentemente o que hoje em dia é um requisito difícil de encontrar mas né você tem alguns bilhões de neurônios em que você usa sensores para registrar a atividade elétrica a linguagem que o cérebro tá usando para criar programas motores que permitem com que eu possa estar falando com vocês aqui mexendo meus braços andando o que nós descobrimos é que uma tecnologia que nós inventamos John e eu no
final dos anos 80 que é possível implantar esses sensores e registrar atividade elétrica continuamente em tempo real remeter a a alguns modelos matemáticos que não vem ao caso hoje e extrair desse desses sinais dessa Sinfonia neural os comandos necessários para que você reproduza num artefato como um braço robótico ou um perna robótica seja o que for e que pode ser mecânico eletrônico virtual o movimento a intenção de movimento produzida por essa Sinfonia neural meio segundo antes de que qualquer movimento possa ser detetado no corpo porque é isso que o cérebro humano faz essa é a
Grande É O Grande Truque evolucional do cérebro né de qualquer animal evoluído principalmente nós antecipar o futuro nós vivemos das expectativas Que Nós criamos do Futuro às vezes asas expectativas essas Abstrações se transformam em coisas tão Poderosas que elas são mais poderosas do que a própria vida humana né a história da humanidade é uma sequência de Abstrações humanas que dominaram a mente coletiva da humanidade e se transformaram em coisas mais poderosas do que a próprio bem-estar do ser humano é basta olhar pro céu e ver quantos Deuses nós encontramos no céu e quantos desses Deuses
dominaram a vida humana por quantos milênios né mas no caso que eu tô dizendo aqui a vocês a pergunta era a seguinte do John eu nos anos 90 será possível dos das centenas de milhões de neurônios que existem no córtex motor que codificam os nossos movimentos meio segundo à frente né de qualquer movimento começar Será que se a gente registrar um número muito pequeno de neurônios de 100 a 1000 a gente consegue ler esse código motor e usar esse código motor para gerar os movimentos intencionados o a expectativa motora em objetos eh artificiais robôs eh
que podem tá perto do sujeito ou podem estar do outro lado do do planeta ou em outro planeta né a ideia genérica nesse ponto não é à toa que assustou tanta gente na época né e evidentemente esse loop se fecha no momento em que esse artefato robótico Ah pode mandar um feedback sinais de feedback pro cérebro que originou os sinais elétricos que foram usados para seu controle Esse é um loop de controle fechado e tudo isso tem que ocorrer uma vez que você registra essa atividade elétrica aqui é só para mostrar para vocês para quem
nunca nunca viu um potencial de ação gerado por neurônios Aqui vocês têm uns 200 né Essa é a sinfonia que a gente ouve a gente joga isso no amplificador né esse é o rock and roll da neurociência Você joga esse som que o meu filho de mais jovem quando entrou no meu laboratório 20 anos atrás ele tinha 6 anos mais ou menos a gente registrando pela primeira vez na história 100 neurônios simultaneamente aqui são 200 que vocês estão vendo o meu filho ouviu aquilo todo mundo né cientistas do mundo inteiro ouvindo aquilo e o meu
menino virou falou nossa é isso que você faz da vida eu falei é isso que eu faço aí ele virou pô mas isso é que nem ouv uma rádio FM mal sintonizada enquanto fazendo pipoca no microwave e a melhor definição do som que você ouve quando você manda essas esses sinais elétricos para um loudspeaker ok é basicamente pipoca explodindo na panela mas numa velocidade num ritmo que quem ouve nunca jamais esquece porque esse é o som no nosso caso né É o som da condição humana sem nenhuma palavra ser mencionada né ah quando a gente
decodifica um sinal motor aqui no cérebro desses macacos e a gente já fez evidentemente em seres humanos o que eu tô ouvindo é algo que toca na mente de cada um de vocês no momento em que cada um de vocês imagina cada um desses movimentos que vocês vão ver é o alfabeto da condição humana então é a pipoca no microwave é uma ótima definição mas a profundidade do que esse som né Tem outra outro grau de magnitude pois bem o primeiro experimento que foi realizado nós fizemos experimentos em ratos mas evidentemente o pessoal A ciência
é muito parecida com a vida diária ninguém sabe disso mas então você faz um experimento a o cara ah mas só foi em rato Aí você faz o outro experimento Ah mas só foi em macaco Aí você faz o experimento em gente o cara fala ah mas foi pouca gente não acaba entendeu é o por isso que ser Palmeirense é uma vantagem ser cientista porque só existe espírito de porco na ciência Então você né consegue conviver com isso mas o primeiro experimento que nós fizemos É esse aqui que era um experimento considerado impossível no em
em no ano que nós realizamos 2000 foi só publicado 3S anos depois mas você tem um macaco que tá instruído a jogar um videogame eles adoram jogar videogames como a gente e eles adoram ganhar o videogame porque se eles ganham o videogame Eles tomam suco de laranja como recompensa então o macaco passa tarde inteira na frente do monitor jogando esse joguinho eh e o jogo consistia em usar um joystick e colocar o cursor do joystick que ele controla primeiramente com a mão dentro de um alvo que aparece aleatoriamente na tela vocês vão ver no minuto
se ele consegue colocar isso ele recebe o um um uma porção de sucro laranja mas enquanto ele tá fazendo isso nós pela primeira vez estamos registrando a sinfonia elétrica de 100 neurônios do Corttex motor e tentando extrair em tempo real com essa parede era uma parede literalmente eraa uma parede de computadores trabalhando em tempo real usando modelos matemáticos muito simples tentando extrair os comandos que poderiam ser usados por um braço robótico tava numa outra sala para realizar os movimentos que o animal realizava enquanto jogava o jogo porque a ideia era a seguinte se o nosso
conceito de interface máquina realmente funcionasse Nós num certo momento iríamos remover o joystick ligar a interface cérebro máquina e a partir daquele instante Esses animais iam jogar o jogo e ganhar o laranja sem mexer um um músculo eles só precisariam imaginar o movimento e esse movimento seria traduzido na linguagem necessária digital para que esse braço robótico executasse o movimento do cursor porque agora quem controla o controlava aquele cursor de computador era o braço robótico Ok essa é a lógica do experimento e evidentemente a gente não tinha esse é daqueles experimentos que vale a pena fazer
porque ninguém tem a menor ideia o que vai acontecer e se vai funcionar né porque o experimento que todo mundo sabe que vai funcionar e todo mundo sabe o resultado não é dos mais agradáveis pois bem essa aqui é a minha grande heroína Aurora jogando um jogo e como vocês podem ver ela é uma primata de verdade porque antes mesmo do alvo aparecer ela tenta acertar por chance ou seja ela tenta roubar o jogo né você vê que ela consegue acertar em 99% dos casos ela chega lá e entra dentro do alvo Mas ela tá
tão ansiosa para tomar o o suc laranja que antes mesmo do alvo aparecer ela tenta acertar mas é impossível acertar por chance porque existem 32 posições aleatórias para esse alvo aparecer Então ela nunca vai saber onde vai ser o próximo alvo algumas vezes ela acerta né mas enquanto ela tava fazendo isso e tomando 2 l de sucro laranja por por tarde nós estávamos registrando a atividade dos neurônios mandando para aquele sistema de computadores e tentando ver se o braço robótico aprendia a executar os mesmos movimentos do braço que vocês estão vendo aqui ó embaixo né
os movimentos bem delicados bem precisos para que ela pudesse ganhar o jogo e nessa noite em em 2003 nós realizamos o que nós esperamos durante muito tempo nós removemos o joystick Nós ligamos a interface sério máquina olhamos um pro outro e esperamos ver o que a Aurora ia fazer porque ninguém tinha a menor ideia como ela reagir e o que a Aurora realmente queria era tomar suco de laranja ela não tava nem aí para nós e pra nossa surpresa ela continuou jogando o jogo só que agora ela não precisa mexer o corpo dela ela só
precisa imaginar a trajetória e essa trajetória tá sendo lida em tempo real com uma subamostragem tremenda várias ordens de magnitude menos neurônios do que os 100 milhões de neurônios que ela tem no córtex motor dela e como vocês podem ver a Aurora continua a jogar e tomar o seu suco laranja prova de que existe o free lunch nos Estados Unidos é basta você ter uma interface cérebro máquina funcionando certo ocorre experimentos subsequentes mostraram que você não precisa ter o robô nem do outro lado da Aurora nós fizemos um experimento em que um robô tava em
Kyoto no Japão um robô humanoide eh que anda de forma né como nós e o o a fonte dos sinais cerebrais estava no meu laboratório emend Duran O New York Times filmou isso em tempo integral tinha um repórter endur e um repórter em em Kyoto e o nosso animal andando na esteira parou de andar na esteira Mas continuou a imaginar os passos e esse sinal foi transmitido por uma a época o a rede de conexão mais rápida que você podia ter na internet e fez o robô andar em Kyoto sob o comando da mente do
macaco em duren na Carolina do Norte ou seja esse robô todos os propósitos podia estar em Marte a distância de tempo o tempo Ah perdão a distância de espaço foi eliminada o tempo foi contra o espaço foi contraído desde que você consiga transmitir esse sinal muito rapidamente Ok bom o que foi interessante notar além do resultado em si que abriu né foi uma isso foi capa do de vários jornais do mundo inteiro e abriu uma explosão quando paper foi publicado é que além do da do experimento funcionar o que nós notamos é que esse braço
robótico muito rapidamente foi assimilado pelo cérebro da Aurora Como se fosse o terceiro braço dela como se ela tivesse não só os dois braços biológicos mas um braço Extra Porque como vocês vem no gráfico embaixo não preciso explicar os detalhes os neurônios do cérebro da Aurora começaram a responder ao braço robótico tanto ao planejar o movimento quanto ao feedback tou ou visual que era gerado pela realização do movimento ou seja esse gráfico embaixo mostra que neurônios no córtex motor passaram a dividir a sua atenção entre os dois braços biológicos e o braço robótico a ponto
da Aurora poder realizar tarefas em que ela integrava o braço robótico aos dois biológicos ou seja ela podia jogar esse joguinho que vocês viram com o braço robótico enquanto ela coçava as costas com a mão direita ou pegava um pedaço uma uma uva com o braço esquerdo ou seja nós mostramos que o sistema era extremamente plástico a própria definição do nosso senso de ser agora falando de seres humanos a própria definição das das bordas do nosso corpo são maleáveis a ponto de um artefato robótico ou os celulares que todo mundo tão tá usando nesse instante
serem as assimilados como uma extensão de nós não é à toa que quando hoje alguém perde o celular entra em pânico porque você literalmente tá perdendo um pedaço de você onde onde quer que você esteja deixando esse barato tá mas qual um plástico Qual é o limite dessa plasticidade E aí que a coisa começa a ficar muito interessante um dos meus estudantes o Eric Thomson resolveu testar essa ideia com a seguinte pergunta Será que é possível criar um novo senso um um novo canal sensorial Será que é possível fazer um animal adulto começar a perceber
um sinal da natureza que normalmente ele não percebe usando essa capacidade de plástica de de ampliar a a as funções do do sistema nervoso então o experimento que nós fizemos publicamos já vários artigos nos últimos TRS anos é o pega-se um rato adulto e como vocês sabem todos nós mamíferos com uma uma única exceção na na Austrália tem tem um um morcego na Austrália que tem essa capacidade mas todos os nós primatas e mamíferos não conseguimos ver luz infravermelho a luz eh infravermelho nós não temos receptores na retina que permitem que a gente eh enxergue
um feixe de luz infravermelho por isso que a gente não vê quando a gente muda o canal da Televisão com aquele o clicker lá da televisão ninguém vê né ã o sinal você só vê o efeito e o o que o o Eric e eu decidimos fazer foi será que a gente conseguiria usando uma prótese neural com o princípio de interface C máquina criar ratos que consigam não enxergar a luz infravermelha mas tocar a luz que é invisível ao olho deles ou seja implantar usar um sensor de de luz infravermelho implantar e na no no
no crânio desses animais e o output elétrico desse sistema que detecta luz em qualquer lugar lugar né porque é um sensor de luz infravermelho mandar esse output paraa parte do cérebro dos Ratos que processa sensação tátil e a pergunta é a seguinte Será que eles vão poder agora tocar a luz em vez de ver a luz ok que é um fenômeno muito conhecido chamado sinestesia existem pessoas que quando quando ouvem um som vem cores Elas têm a sensação de visual né ouvem música clássica por exemplo eu conheço uma pianista muito famosa que quando ela ouve
Schubert ela vê cores uma dança de cores na na frente dela tá o a a pergunta é a mesma aqui e evidentemente eu não estaria falando sobre isso se não tivesse funcionado né então o que vocês vão ver aqui é o primeiro rato que tocou a luz ele não viu a luz mas ele foi capaz de processar esse sinal como se fosse um um toque na face dele e ele foi capaz de seguir um feixe de luz infravermelho para tomar a uma água com açúcar que eles gostam de tomar então vocês vão ver um aqui
vim no centro dessa Arena existem quatro aberturas aqui aleatoriamente um feixe de luz infravermelho vai ser projetado e o Rato para conseguir tomar água com açúcar tem que seguir esse feixe até a sua origem mas ele não vai ver o feixe ele não está vendo isso aqui é uma câmera infravermelho que nós filmamos para vocês poderem ver mas o que vocês vão notar é que o rato segue a luz porque ele tá usando a luz invisível como um estímulo tátil esse som reflete a estimulação elétrica no cérebro do do do animal não é nesse volume
alto né o alto É só para vocês ouvirem se vocês olharem com cuidado vocês vão ver que às vezes eles passam as patas na face porque eles estão recebendo um estímulo que parece um estímulo tátil no começo depois eles esquecem eles se acomodam nunca mais eles fazem isso mas um animal desses em mais ou menos TRS semanas se você você tiver um sensor de 90º eles detectam isso acima de 90% eles fazem essa tarefa acima de 90% correto se vocês puserem 360º de detecção de infravermelho em 3 dias eles chegam a mais de 90% se
agora vocês puserem o output desse sensor não no cex tátil mas no cex visual que é algo mais ou menos parecido com v luz infravermelho só que luz visível em uma hora o animal aprende a fazer essa tarefa nesse grau De proficiência Ou seja você consegue criar um novo sentido nessa velocidade a ponto dis quando você olha no cérebro desses animais no primeiro exemplo aqui é o cex stti em cima vocês estão vendo uma são do cérebro do animal se vocês olharem aqui ess são as respostas táteis desses neurônios que são as que a gente
conhece a 40 50 anos mas os mesmos neurônios que estão aqui nessa parte do cérebro que é o cex tá agora respondem a luz infravermelho Ou seja você não perde a capacidade de processar o sistema tátil eles não perderam a capacidade de usar os as vibras da face para tocar objetos eles adquiriram uma nova capacidade sensorial em cima do que já existia no aparato sensorial normal a ponto de Se você usar o córtex visual para fazer experimento você consegue dividir uma mensagem metade no que eles podem Enxergar com os olhos e metade que eles enxergam
com essa prótese e eles conseguem fundir o cérebro consegue fundir essa mensagem em tempo real leva umas duas semanas mas os animais ficam extremamente proficientes Então nesse caso vocês vão ter ali a mensagem que ele tem que achar infravermelho mais visual ali sem luz aqui é só a luz normal e aqui é a luz infravermelho e como vocês podem ver ele consegue combinar metade da mensagem que vindo pelos olhos com metade da mensagem que tá vindo pela prótese neural fundir no cérebro e achar Qual é a porta que ele tem que ir e como ela
muda de posição espacial não tem nenhum truque aqui o animal realmente tem que combinar esses dois sinais em tempo real eu não preciso nem dizer para vocês que ISO aqui é o que o jord do Star Trek Generation fazia né com aquele visor que ele tinha aqui n elegia ver todo o espectro de luz e que existe né além do espectro visual ou seja para no futuro pacientes que TM cegueira congênita o que desenvolvem lesões do sistema nervoso da retina até o cérebro que faz com que eles percam a visão essas próteses por exemplo podem
vir a ser a solução para para esses pacientes bom quando nós vimos esses resultados aliás Antes desse desse experimento aqui mas muito antes no começo dos anos 2000 eu e o John publicamos digamos essa imagem na científica América dizendo que bom a gente tinha criado a interface ser máquina para entender como o cérebro funciona estudar os mecanismos neurofisiológicos tal blá blá blá mas imediatamente a gente entendeu que havia um potencial Clínico tremendo nessa ideia porque em pacientes que T lesões medulares por exemplo totais em que ficam paralisados abaixo dessa lesão porque o cérebro não consegue
mais mandar aquela Sinfonia elétrica pelos cabos da medula espinal até os músculos da Periferia a nossa ideia foi a seguinte isso foi publicado em 2002 na científica améric Vamos criar um bypass eletrônico Vamos ler a intenção motora no cérebro desses pacientes que estão paralisados e mandar os comandos motores para um novo corpo um corpo robótico que esse paciente vai usar e como vocês viram no caso da Aurora dada o grau de placid do córtex motor humano e do cérebro humano esse corpo vai ser assimilado pelo cérebro como se fosse o corpo do paciente com a
prática né com a prática do uso e Se isso for verdade se esse corpo mandar feedback pro cérebro visual e tátil a nossa proposta Nossa predição em 2002 é que esses pacientes iam conseguir voltar a andar mesmo tendo passado uma década ou mais paralisados por causa da lesão medular E foi exatamente isso que a gente começou a a perseguir ao longo desses 15 16 anos desde a publicação daquele artigo Mas antes a gente precisava ter uma prova do conceito que era possível reproduzir não só movimentos do braço mas movimentos corporais complexos como a deambulação né
De corpo inteiro Esse é um experimento que acabou de ser publicado Apesar dele ter sido do anos atrás mas ele foi realizado muitos anos antes Esse é um grande drama da ciência também você realiza Os experimentos e leva anos para você publicar porque o processo é muito longo né esse aqui é um um experimento usando uma interface cérebro máquina wireless ou seja sem cabos transmissão wireless que permite que você mande até 300 canais de informação neural para controladores que estão localizados a mais ou menos 5 m de distância do sujeito no nosso caso os controladores
estão eh estavam dentro dessa cadeira eletrônica de tal maneira a permitir que esse animal fosse o primeiro macaco a dirigir um um automóvel pelo comando cerebral Então esse é o primeiro self-driven Car by a monkey Ok o que deixou o meu grande amigo Elon mosque seriamente preocupado porque evidentemente nós fizemos o que ele ia fazer 5 anos antes usando macaquinho enquanto ele ainda tá tentando dissolver o problema dele em seres humanos né O que vocês vão ver então é o primeiro experimento em que esses macaquinhos foram postos no laboratório vocês vão ver por uma câmara
do teto e do laboratório mostrando que quando você se você puser umas uvas aqui nesse local nesse local do laboratório e você artificialmente posicionar o animal em uma dessas três posições em cada eh início de da tarefa o que o animal tem que fazer para comer essas uvas é basicamente dirigir esse automóvel até onde as Uvas estão localizadas só que veja esse córtex motor agora não tá controlando um braço ou uma perna algo que esse cérebro evoluiu para fazer durante milhões de anos ele vai ter que controlar dois motores da a cadeira de rodas eletrônica
um que vai fazer um movimento de rotação e o outro movimento de translação algo que nenhum macaco na história de todos os macacos do mundo jamais imaginou ser capaz de fazer três semanas pro cara aprender a fazer isso aqui então primeiro vocês vão ver do Topo Então a primeira posição agora vocês vem o nosso Aventureiro aqui dirigindo o carrinho do topo do né da sala e como vocês podem ver isso aqui é uma é um sistema wireless que tá transmitindo para um processador e o processador tá gerando os movimentos necessários para ele poder guiar mentalmente
essa essa cadeia de rodas proa e aqui vocês veem o nosso colega Essa é a prova do freeland porque você vê que ele não tá preocupado com absolutamente nada ele só tá imaginando como chegar lá e quando ele imagina como chega lá o sistema traduz as coordenadas da sala e vocês vão ver daqui a pouco o a a vastidão de informação que a gente conseguiu extrair do cérebro desses macacos enquanto eles realizavam essa tarefa bom essa foi a prova Cabal de que isso aqui seria possível e evidentemente eu falo disso há anos em todo mundo
e é sempre muito bom voltar ao Brasil para falar porque o Brasil nunca soube o que foi isso né Porque infelizmente aqui Santo de Ten o ditado do antigo aqui da Bela Vista Eu Nasci Aqui perto né Santo de casa não faz milagre então Eh é foi uma das coisas mais difíceis da minha vida convencer as pessoas aqui no Brasil que valia a pena ter uma demonstração científica na abertura de uma copa do mundo porque a imagem do Brasil que se tenta né perpetuar no mundo que a gente é muito bom de tocar tambor a
gente é muito bom de fazer música é muito bom de jogar bola essa eu já conheço e admiro E adoro o que eu quis a intenção né tô falando candidamente para vocês era mostrar um outro Brasil um Brasil que pode gerar conhecimento e tratamentos e terapias e e avanços científicos que podem beneficiar nesse caso 25 milhões de pessoas no mundo afora que T lesões medulares se você imaginar que isso pode ser aplicado para outras doenças do sistema nervoso central ninguém aqui sabe mas um em cada sete ser humanos do planeta Terra sofre de algum distúrbio
do sistema nervoso central Isso inclui depressão derr alzheimers parkinsons e lesões medulares então quando nós descobrimos que isso era possível e quando havia clima no Brasil para se propor projetos audaciosos a minha ideia foi a seguinte vamos mostrar pro mundo um Brasil que ninguém conhece um Brasil que é capaz de trazer para cá 150 pessoas do mundo inteiro trabalhando de graça os né os cientistas que vieram de graça os alunos todos foram pagos mas a gente todos nós trabalhamos de graça de 25 países que abriram suas patentes trouxeram todo o seu conhecimento acumulado nas áreas
de robótica Ciência da Computação reabilitação neurociência engenharia mecânica ah engenharia eletrônica filosofia nós tínhamos um filósofo eh matemática e confluir todo esse conhecimento humano na verdadeira academia na definição grega da academia onde não existem fronteiras não existem departamentos não existem divisões do conhecimento o conhecimento é mesclado para beneficiar a humanidade em várias dimensões nesse caso uma dimensão muito tangível fazer alguém andar de novo e por isso que o projeto chama-se andar de novo pois bem qual era a ideia a ideia era aplicar tudo que vocês viram até agora né Tem muito muito mais coisa que
não deu tempo de falar selecionar no caso oito pacientes com lesão medular crônica aqui no Brasil pacientes que estão completamente paralisados abaixo do nível da lesão H alguns mais do que uma década são pacientes crônicos que a gente chama e tentar usar tudo que vocês viram para retreinar o cérebro desses pacientes a imaginar o que é andar porque quando você sofre uma lesão medular no instante que você sofre essa lesão o seu cérebro começa a esquecer o que é andar e o seu cérebro começa a esquecer o que existe abaixo da lesão é como se
o seu corpo regredi e a a descrição mais comovente mais difícil que eu já vi na minha vida foi de um paciente quadriplégico americano que me diz que na hora que que ele mergulhou e bateu no fundo do raso de uma piscina e sofreu uma lesão medular quando ele emergiu ele só tinha a cabeça o corpo tinha sumido e a sensação de ser sumiu ele só existia daqui para cima OK então nós começamos emergindo esses pacientes no sistema de realidade virtual que é basicamente o que vocês viram com os macacos para reintroduzir no cérebro a
noção de ter pernas e de andar e fomos movendo eles momento a momento eh por eh sistemas que existiam já até eles poderem praticar esse andar sob o controle da mente através de uma interface cérebro máquina num exoesqueleto criado por nós desenvolvido em em basicamente um ano paraa demonstração na abertura da Copa esse aqui é o nosso querido Brasil Santos do um Nós já estamos no Brasil Santos dão 3 mas Este foi o heróico desenvolvimento as pessoas no Brasil não tem a menor ideia o que desenvolver um robô ainda mais um robô que tem que
andar autonomamente sob o controle do sistema nervoso que não existia essa equipe trabalhou por basicamente 12 meses ininterruptamente não teve carnaval não teve Natal não teve nada para construir um protótipo que não é o produto final né infelizmente as pessoas reclamaram da roupa reclamaram da forma do robô reclamaram do escambal de bico sem saber o que é que é necessário para fazer um barato desses do nada né mas esse é o ponto secundário ponto fundamental é que esse esse artefato tinha várias inovações uma delas que é essencial que não tinha sido pensada até esse momento
na área de interface S máquina é a possibilidade de oferecer feedback táo em tempo real enquanto a pessoa tá andando para isso meu grande amigo Gordon Sheng inventou essas placas esse circuitos integrados vocês veem aqui que você aplica por exemplo na sola do pé do exo e que tem sensores de pressão proximidade e temperatura embutidos nessa placa então quando o pé vai chegando no chão e vai tocando o chão uma onda de feedback começa a ser gerada que é entregue na única parte do corpo desses pacientes que a gente poderia garantir que tinha sensibilidade tátil
que é o antebraço eh deles nos dois lados Então à medida que o paciente vai aprendendo a andar nós usamos a pele como transdutor para retreinar o cérebro sobre a sensação de ter pernas novamente e o mais absurdo disso é que sem saber sem esperar evidentemente Nós criamos um método de induzir a sensação de membro fantasma porque todos os nossos pacientes começaram a dizer que eles estavam sentindo as pernas estavam sentindo o joelho estavam sentindo o pé mas a maioria desses pacientes eram pacientes com lesão toráxica ou Alta ou baixa ou seja eles não tinham
sensibilidade nenhuma abaixo desse nível todavia o estímulo que era entregue ao braço enquanto eles andavam foi interpretado pelo cérebro como se fosse um estímulo sendo gerado dos membros inferiores ok que foi algo a absolutamente impressionante aqui vocês vem uma das nossas pacientes treinando o próprio cérebro nesse sistema virtual usando as mãos para encontrar o o grupo de parâmetros paraa sensação que ela Experimenta nos braços com essa tela ser o que ela imagina ser andar na grama Ou andar na praia ou andar no asfalto da Vina Paulista ou seja nós conseguimos retreinar cada um desses pacientes
o cérebro de cada um desses pacientes a ponto de oito deles sete deles perdão de oito conseguirem discriminar com quase 90% de acurácia onde eles estavam andando mesmo se os olhos tivessem vendados Ok ou seja eles nós através do fenômeno de plasticidade usando o feedback tático que vocês veem aqui ela usando tudo isso posto junto permitiu que os nossos pacientes cada um deles e para nós cada um desses dias foi o dia mais importante da nossa carreira né para todos os pesquisadores envolvidos O que vocês vão ver aqui é o primeiro dia em que esse
paciente depois de 6 anos ficou de pé e usou o cérebro para controlar esse exo e sentiu o andar no seu braço então ele tá fazendo os comandos mentais essa é uma técnica não invasiva é como se fosse um daquelas coisas eh que a gente usa para nadar aquelas capinhas para nadar que tem sensores para ler o sinais elétricos do cérebro ele tá olhando num espelho enorme para reforçar visualmente o andar e ele tá sentindo o chão vocês veem aqui a luzinha acendendo lá no pé com os braços mas o cérebro dele tá interpretando que
são as pernas dele que estão tocando o chão não exo porque o exo já foi incorporado pelo cérebro dele como sendo o novo corpo dele eu mostro esse vídeo pelo mundo a fora evidentemente ninguém entende o que ele falou vocês devem ter ouvido né você só precisa olhar na face dele para entender o que isso significa né nós tivemos pacientes que estavam H 14 anos sem levantar há 14 anos sem andar e todos eles em basicamente se meses de novembro de 2013 a junho de 2014 ficaram proficientes para não só fazer o Que Vocês acabaram
de ver mas para Como chutar uma bola teve a copa do mundo agora né na Rússia a Rússia tentou fazer o que nós fizemos não conseguiram eles tinam um projeto para fazer algo como nós fizemos Rússia os maiores matemáticos maiores físicos do planeta não deu certo o Putin não conseguiu pagar o suficiente ou conseguir o povo para fazer mas foi feito foi feito aqui foi feito no estádio errado é verdade mas foi feito aqui né como a FIFA não me permite mostrar a imagem do vídeo do chute porque queri me cobrar copyright né Por para
cada segundo de imagem ninguém sabe dos detalhes eu vou publicar outro livro sobre os detalhes que vai ser mais delicioso qualquer livro de ciência que eu já escrevi porque é o livro de fofoca né então todo mundo vai adorar era para ter 3 minutos depois caiu para dois caiu para um caiu para 30 segundos na noite anterior nos telefon tudo pronto vocês têm 21 segundos só que o nosso querido Juliano que foi quem fez isso que era um T4 tava fazendo a demonstração em 29 na véspera e eu cheguei pro Juliano no final da noite
falei Juliano nós vamos ter que fazer o melhor que você jamais fez porque nós temos 21 segundos esse aqui é um momento 10 minutos antes de subir no no estádio na rampa do Itaquerão eu devo dizer que eu fui o único ser humano a entrar de verde por uma semana seguida no Itaquerão eu tenho a mereço a medalha de honra ao mérito do governo brasileiro só por ter conseguido sobreviver de verde todo dia né mas enfim o Juliano que é T4 que é isto aqui a paralisia dele é aqui ele mal mal tinha sensação nos
braços mas ele era paralisado durante 9 anos daqui para baixo Ok esse aqui são 10 minutos antes de entrar no estádio 65.000 pessoas o Jânio falou para mim eu preciso fazer mais uma vez eu preciso ter certeza que vai funcionar então nós fizemos uma demonstração corrida você não podia carregar celulares mas eventualmente Você tá no Brasil a FIFA só tem suíço nemum suíço vai conseguir impedir que um cientista brasileiro esconde o telefone celular em lugar que nenhum suíço sabe encontrar né e tinha um celular ninguém sabe de quem é até o dia de hoje né
é um mistério mas o que vocês vão ver é a representação do que a gente queria ter mostrado não deixaram mas a gente fez e o mundo reconheceu que foi feito pois bem as luzes que vocês vão ver a nossa forma como não permitiram que a gente usasse o microfone para descrever o o o chute apesar de gente ter escrito um texto para todos os Radialistas do mundo inteiro que foi lido fora do Brasil aqui não mas fora foi lido na Itália na Rússia no Japão na China A ideia era a seguinte no momento que
o Juliano põe os braços no exo ele liga o EXO existe um sensor que permite que ele ligue então vocês vão ver as luzes pulsando esses LDS azuis pulsando na hora que ele gera o comando de me ver as pernas para chutar a bola vocês vão ver dois fluxos de luz verde amarela vindo do cérebro pro pé para ilustrar visualmente o conceito de uma interface cérebro máquina essa era a intenção se você não pode fazer verbal a melhor coisa que sobra é visual E é isso que vocês vão ver aqui o que foi exatamente o
que aconteceu no campo primeiro Juliano liga o exo agora ele tá imaginando o chute o sistema entendeu o que ele quer fazer ele acerta o corpo a bola é posta e ele chuta e a coisa mais sensacional eu nunca vou esquecer isso para quem tava atrás do Juliano como eu e os pacientes outros os outros sete e 24 outras pessoas representando o mundo inteiro nós estamos a M Juliano é que quando ele fez isso e chutou ele não sabia que nós tínhamos ligado um sensor no bico do pé que permitia ele sentir o impacto da
bola quando nós corremos para comemorar porque ele comemorou como se fosse um Gol evidentemente gritando chorando e tal o que ele gritava não era eu fiz eu consegui o que ele gritava era eu senti a bola agora imagina o que é para um ser humano que tá H 9 anos sem ficar de pé que cresceu nesse país que jogou bola no quintal na rua no campinho de barro da cidade dele no interior poder est de pé numa audiência de 1.2 bilhões de pessoas em 6 meses e de uma cadeira de rodas para sentir a bola
quer dizer você precisa ter um pouco de humanidade para conseguir decifrar o que isso significa para ele e o que significou pras pessoas que viram isso mundo a significou tudo significou que a ciência presta para alguma coisa que tudo que a gente faz e que ninguém entende eventualmente chega em algum lugar a gente pode não saber quando a gente começa onde vai ser que a gente vai chegar bom isso não foi o fim da história O mais incrível é que isso não foi o fim da história quando nós voltamos para laboratório um mês depois quando
terminou a Copa nós tínhamos que fazer o exame neurológico todos os pacientes porque é mandatório é algo obrigatório só que esses caras tinham feito exam neurológicos durante 10 anos e tudo era sempre a mesma coisa paralisia nesse nível nada baixo nenhuma sensação tátil nenhum movimento nenhuma sensação visceral well Como eu disse para vocês o Juliano é T4 quando nós trouxemos ele pro laboratório e fizemos análise táti dele um mês depois de repente ele era T1 T1 sete segmentos abaixo ele tinha sensibilidade sete segmentos abaixo da lesão original ninguém conseguiu acreditar nisso eu não acreditei um
monte de gente da equipe não acreditou então nós ficamos quieto Esperamos um ano e fomos refazendo as medidas em todos os pacientes que vocês veem aqui a a curva em azul é a progressão da melhora tátil dos pacientes ao longo de 28 meses a média média 10 segmentos para baixo o Juliano teve um período recentemente em que ele começou a sentir os dedos do pé ele era T4 ele passou a ser L alguma coisa OK bom me disseram na faculdade de medicina aqui perto na Dr hernaldo que se você vê uma melhora sensorial você tem
que imediatamente olhar pra melhora motora e fom nós medir o sistema motor que ninguém jamais acreditou que um paciente crônico pudesse ter qualquer tipo de melhora motora isso aqui que vocês vem lá naquele cantinho é o original esse essa linha reta aqui significa que esse músculo não tá tendo contração nenhuma que é o que se espera agora olha o que aconteceu 7 meses 12 meses depois ISO são contrações musculares voluntárias a gente pedia pro paciente contraia esse músculo ou mexa essa perna e o cara lá e contrair algo que ninguém tinha visto em pacientes crônicos
dessa magnitude o que isso significou deixa eu mostrar para vocês uma paciente que eu chamei de a nossa bailarina 14 anos paralisada lesão T11 de repente a gente pede para ela andar ela faz isso para nós na nossa frente 13 meses de Treinamento eu pedi para ela fazer de novo ela parece tá fazendo um pliê né da da Bailarina mas era só a perna direita nós ficamos queet esperando mais um ano ela continuou treinando durante mais um ano esse é o resultado depois de 24 meses ou 22 meses de Treinamento mesma paciente só que agora
cheia de cabos pra gente registrar isso quantitativamente 22 meses de Treinamento pede-se pro paciente se mexer ela primeiro mexe o que a gente já sabia a perna direita de repente ela mexe a perna esquerda a gente retrai o paciente pra produção original bom na próxima hora ela continua andando no ar como vocês estão vendo aqui 14 anos lesão T11 nunca saiu da cadeir de rodas nunca teve nenhuma melhora 13 meses de treinamento ela começou a ter uma recuperação e não foi só a parte sensorial e motora a parte visceral também esses pacientes começaram a ter
controle parcial da bexiga alguns atingiram controle completo da bexiga controle do intestino Sensações intra uterinas as mulheres começaram a reportar os períodos novamente uma delas ficou grávida porque ela conseguiu sentir o bebê e deu a luz uma uma garota né um bebê 9 meses depois de parto normal porque ela não poderia fazer parto normal com a osteoporose Total mas ela sentiu a gravidez inteira recuperou a sensação visceral interna Ok qual é o essa história não acabou né a gente pensa que ela termina mas a gente continua Seguindo os pacientes são quase já passou de 4
anos na realidade e esse é o que onde a gente se encontra nesse estágio alguns desses pacientes melhoraram tanto que nós conseguimos usar técnicas que não teriam efeito nesses pacientes para fazer com que eles agora consigam ter uma um uma caminhada mais autônoma Sem o exos sem nada por eles mesmos se você der suporte de peso veja só nós estamos usando uma estimulação superficial dos músculos que não teria um efeito importante e três dos nossos pacientes estão começando a poder andar autonomamente com o andador que você usa mecânico que custa uma ninharia Ok mas levou
30 anos para chegar aqui eu saí do Brasil em 88 com essa ideia nós estamos em 2018 são exatamente 30 anos se você não apostar em coisas como essa a longo prazo sem cobrar nada até que consiga chegar lá nunca chega lá se você não tiver um pensamento a longo prazo nunca coisas como essa vão acontecer Qual é o resultado Clínico final para ser publicado a qualquer instante dos nossos oito pacientes sete eram considerados paraplégicos completos Ásia a é a classificação americana é o termo que você usa nada de sensação nenhum movimento para baixo hoje
nós temos cinco estamos próximos até um sexto classificado como Ásia C O que é paraplegia parcial esse gráfico nunca foi visto na na área de lesão medular crônica você tem recuperação aguda no primeiro ano existe uma porcentagem mas depois do primeiro an essa recuperação cai para nada ok Esses são pacientes mais de uma década a maioria deles então nós temos cinco pacientes que evoluíram a ponto de conseguirem ter autonomia algum grau de autonomia podem ser de casa podem dirigir carro podem trabalhar não tem mais a o desespero de não saber prever quando tem que ir
no banheiro né eles podem controlar a ida ao banheiro por exemplo B isso aconteceu a gente não sabe evidentemente os detalhes mas o que a gente sabe é que a plasticidade cerebral foi Vital porque alguns pacientes a gente conseguiu documentar que apesar da lesão ter uma década ou mais sobrou alguma coisinha da medula espinal uma fração 5% talvez 7 8 e talvez só de ter essa conexão sobrado alguma coisa com o treinamento que foi feito com as interfaces séo máquinas a gente conseguiu restabelecer a algum grau de funcionalidade no sistema que conecta o cérebro com
o corpo bom is foi só um exemplo Ah e evidentemente só para vocês saberem porque é muito difícil comunicar isso né No Brasil porque ninguém dá na menor importância mas esse trabalho o vídeo que vocês viram que é uma coletânia de todos esses vídeos nós produzimos um vídeo quando saiu na numa das revistas da Nature ficou no site da Nature que é o site de maior prestígio científico do mundo durante uma semana ah a estimada população alvo estimada que viu isso no s Nature 93 milhões de pessoas o nosso nos vídeo foi visto por 28
milhões de pessoas o vídeo que vocês acabaram de ver e evidentemente foi Manchete nos maiores jornais do mundo inclusive eu nunca nunca imaginei que neurociência seria capa do Financial times mas até isso aconteceu Ok primeira página do Financial times que usou o termo que eu usava nas minhas palestras a indústria do cérebro está vindo que é a indústria do cérebro é a indústria de tudo não falei para vocês que o cérebro era o criador o verdadeiro criador de tudo pois bem ela tá vindo Ela tá vindo em para acabar a palestra vou contar rapidamente para
vocês em dimensões que a gente nem consegue ainda as nossas mãos concretamente só mostrando dois exemplos para vocês por exemplo quando eu publiquei esse trabalho em 2015 os caras ficaram malucos porque eu sugeri o que eu falo na introdução trabalho seguinte quem disse que uma interface Sé máquina tem que ser controlada por um cérebro só isso foi a definição que nós demos em em 99 Essa é a brainnet bem-vindos a brainnet onde dois cérebros que não sabem nem que estão colaborando um com o outro são capazes de realizar uma tarefa motora à distância simplesmente combinando
a atividade cerebral conjunta e realizando essa tarefa são dois macaquinhos que tem que me ver um braço virtual o jogo que vocês já conhecem só que um macaco controla o eixo X e o outro macaco controla o eixo o y na tarefa mais simples eh e e eles não sabem que eles estão colaborando Eles não têm a menor ideia que eles estão em salas diferentes porque a única coisa que eles vêm é o braço virtual na tela e se a mão entra né a mão entra naquela no alvo eles ganham a recompensa de de suco
só que o que tá acontecendo é que a atividade dos dois tá sendo sincronizada numa resolução de 10 msos e sem a sincronização o braço não se mexe esse braço só Mexe se os dois macacos sincronizar e para todos os propósitos funcionarem como um único cérebro bom não vocês não precisam saber absolutamente nada de neurociência para saber que quando você faz dois você faz 100 milhões né então aqui o que vocês vão ver a primeira dança de uma Brain net constituída por três cérebros colaborando em tempo real três macaquinhos para que essa esse bolinha preta
seja posta dentro daquele círculo Cada Macaco tá controlando duas dimensões de um jogo tridimensional um controla x e y outro y e z e o outro Z e x para você ver essa bolinha entrando lá dentro é porque os três cérebros se sincronizam da maneira que eu descrevi para vocês ok e funciona e Eles tomam suco sem nem saber que eles estão colaborando com dois outros macacos tá aqui é um exemplo onde os macacos podem ver um ao outro e por a razão pela qual eu puse esse como último experimento é porque isso que acontece
desde que grupos de animais na minha teoria grupos de animais começaram a colaborar enquanto grupos sociais quando dois ou mais seres humanos colaboram através de linguagem escrita imagens visuais não interessa essa colaboração só ocorre pelo fenômeno que vocês vão ver agora nós temos dois macacos aqui esse aqui é o é o é o que tá dirigindo aquele carro que eu contei para vocês e esse aqui é O Observador e por isso é uma tarefa social porque se esse cara dirigir o carro com sucesso até aqui e pegar as Uvas esse cara ganha suco de laranja
Pelo sucesso do companheiro dele então ele tá absolutamente atento a cada movimento que esse cara né Essa aqui é é a senhora do interior que fica na janela vendo o povo passar na calçada e esse aqui é o cara que passa na na calçada com a namorada né E ela Fica atenta a cada passo pelo menos lá em Tatuí era assim né pois bem veja o que acontece primeiro do ponto de vista comportamental ponto de vista comportamental Nosso Herói olha para nós não dá menor bola ele tá controlando o carro mentalmente tá ele olha esse
aqui é o alfa manchia para pro pros então cada vez que esse cara chega perto desse esse cara aqui se pela né E aí ele vai lá e ele quer realmente comer a uva no que ele chega e come a uva esse cara Toma o suco de laranja como recompensa ou seja eles são uma unidade social eles são um grupo social nós estamos registrando os dois cérebros simultâneamente veja o que aconteceu esse aqui é o embaixo é o é o cara que tá dirigindo o motorista e em cima é observador e os pontos amarelos são
atividades elétricas de neurônios nos dois cérebros alinhados no tempo o que vocês estão vendo aqui é uma sincronia perfeita dos dois cérebros Esta é a Brain net que ocorre a cada instante no nosso mundo na nossa sociedade Humana o que vocês estão nesse instante fazendo é sincronizar o seu cérebro na mesma frequência da voz que sai da minha laringe 3 a 8 hz de tal sorte que vocês consigam entender o que eu tô dizendo todos os cérebros nessa sala estão sincronizados na mesma frequência se eu fizesse um registro de todos vocês simultaneamente nós viríamos algo
assim ou seja o processo evolutivo criou uma Cola neural e é por isso que nós somos a espécie social por Excelência porque nós conseguimos sincronizar o cérebro de bilhões de pessoas simultaneamente hoje com esse baratinho que vocês estão usando na mão ou seja nós temos uma brainnet Global Qual é a utilidade disso vocês devem estar pensando pô o cara perdeu todas as as as pérolas da cabeça né onde ele tá indo well com essa Brain net que vocês acabaram de ver eu consigo prever onde a cadeira de rodas está no tempo qual é a velocidade
dela e quão perto um animal tá do outro e qual é o ranking social do animal que tá dirigindo ou sentado observando Porque se é o animal que tá dirigindo em direção ao observador essa brinet vai a loucura em termos de sincronização se é o oposto é o delta Monk dirigindo em direção ao Alpha Monkey a brinet não fica tão sincronizada como deveria Ou seja eu consigo dizer só por olhar o padrão da atividade Qual é o ranking social do indivíduo que tá se aproximando o que que nós estamos fazendo nesse momento aqui em São
Paulo no nosso laboratório aqui é usar Brain net para fins terapêuticos então agora quando o nosso paciente chega com uma lesão medular ele ainda não fez nenhum treinamento ao invés Dee fazer o treinamento sozinho que demora 3 meses para ele aprender nós estamos com combinando a atividade elétrica do cérebro dele com a atividade de um técnico ou um fisioterapeuta e usando a Brain at para facilitar o período de Treinamento porque como eu disse para vocês no começo o cérebro do paciente não tem nenhuma informação sobre as pernas e sobre locomoção ele pra aprender mas o
cérebro de alguém que anda tem toda essa informação disponível então usando 90% da atividade do cérebro desse ser que pode andar e esse paciente que não consegue andar Nós estamos vendo que o treinamento é mais rápido é mais efetivo e o paciente se sente melhor agora esse cara não precisa estar aqui do lado do paciente esse fisioterapeuta podia est no aliens park aqui na Pompeia disseminando a sua atividade elétrica para todo o planeta esse seria o Sonho alv Verde né Você tem um cara né de verde e branco pensando e e distribuindo o seu a
sua atividade elétrica para milhares de pacientes que precisam ser treinados simult amente e não tem acesso a um hospital não tem acesso a uma clínica de alto nível eles só precisam ter acesso à internet e tem um visor né de realidade virtual pois bem o que isso quer dizer qual é a conclusão de tudo isso para vocês que vão conseguir ver as próximas décadas se desenrolarem abertamente o verdadeiro criador de tudo vai invadir o mundo inteiro as pessoas associam a neurociência com a indústria de healthcare de saúde Evidente Essa é né é parte do corpo
humano Esse é só a ponta do iceberg Ok ah existe gente trabalhando em algoritmos de criptografia a partir da atividade elétrica do cérebro de indivíduos Ou seja você vai abrir o seu iPhone ao invés de pô o seu dedinho Fingerprint você vai ter um um um padrão elétrico cerebral criptografado que identifica quem você é e aí você pode abrir o o seu iPhone na sua conta bancária ou seja o que for você vai ter gente colaborando para ah dirigir carros self-driven Car o motorista pode não necessariamente tá dirigindo aquele carro pode ter um Pool de
pessoas que est dirigindo aquele carro controlando um grupo de carros porque essa pessoa não tem condição de dirigir o carro por qualquer desabilidade que ela tenha e assim vai esse é só o começo da aventura e curiosamente essa aventura essa indústria do séri por incrível que possa aparecer para terminar começou aqui começou num lugar chamado Macaíba Periferia do Rio Grande do Norte onde durante 15 anos com eu não vou nem contar a história porque a história tá publicada já Vocês podem ler no livro nós construímos a primeira o primeiro Campus do cérebro dedicado totalmente ao
verdadeiro criador de tudo porque nesse Campus Nós criamos um projeto Educacional começa na barriga da mãe dos nossos futuros alunos 25.000 atendimentos de pré-natal de alto risco na periferia de Natal são feitas na nossa clínica da da mulher e da criança essas crianças são acompanhadas eram né Até recentemente n em três escolas que Nós criamos durante 10 anos 11.000 crianças passaram Pelas nossas escolas de educação científica porque a nossa ideia era criar um programa educacional que vai literalmente da barriga da mãe até o final do pós-doutorado isso não existe no lugar nenhum do mundo nem
na Finlândia eu tô indo paraa Finlândia daqui um mês e meio para conversar com o governo finlandês sobre essa ideia Ok e Aqui nós temos no fundo o Instituto de Pesquisa de neuroengenharia que é a capital latino-americana da interface Air máquina no no continente 25 Km da cidade natal no meio lugar nenhum Quem sabe disso muito pouca gente por quê Porque a indústria do cérebro ela já existe ela foi criada aqui mas nós não damos muita bola para ela a mensagem final melhor acordar porque vai mudar tudo muito obrigado
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