Luciano Subirá - A HUMANIDADE DE CRISTO | FD#14

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Luciano Subirá
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Video Transcript:
Nesse vídeo eu quero falar a respeito da humanidade de Cristo. Nós temos aqui o que para muitos acaba soando como um paradoxo. Como alguém pode ser 100% Deus e ao mesmo tempo 100% homem?
Como um deus passa a ser homem sem deixar de ser Deus, vive como homem sem deixar de ser Deus é algo que muitas vezes tem sido de uma compreensão desafiadora. No entanto, não podemos negar, temos alegado isso desde o início, que a doutrina nem sempre ela consegue esclarecer plenamente a nossa razão. Pelo contrário.
Em 1ª Coríntios 2. 14, a Bíblia diz que o homem natural, psíquico, o homem entregue à psique, à sua mente não entende as coisas do espírito e são loucura, mas a doutrina, o fundamento doutrinário, é apresentado para que, em primeiro lugar, a gente creia. Então, quero tomar um texto mencionado no vídeo anterior, quando falei sobre a divindade de Cristo.
Em Filipenses 2. 5, nós lemos: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus. ” Outra tradução, como a Nova Almeida Atualizada apresenta esse texto assim: “que, mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo.
” Então o texto continua e diz assim: “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. ” Essa palavra que indica que Cristo se esvaziou, sendo subsistindo em forma de Deus, se esvazia, não está dizendo em momento algum que ele deixa de ser Deus. Algo que eu e você precisamos compreender é o que significa esse esvaziamento.
Ele assume a forma de homem. Ele vive aqui na terra 100% como homem, sem deixar de, em essência e identidade, ser Deus, porém não usando atributos exclusivos pertencentes à divindade. Então, a primeira coisa que temos que falar a respeito da humanidade de Cristo é reconhecer a divindade habitando no corpo de um homem e escolhendo, por decisão própria, viver como tal, vivendo como homem.
A essência e a identidade divina jamais foram comprometidas, mas o que eu e você precisamos entender é que atributos exclusivos da deidade, que pertencem somente a Deus foram deixados de lado. Quais são esses atributos? Podemos destacar aqui três deles: a onipresença, a onipotência e a onisciência.
Quando falamos da onipresença, a palavra “oni” significa “todo”. Então, só Deus carrega a capacidade de ser presente em todos os lugares ao mesmo tempo. “Onipresente” significa “presente em todos os lugares”.
Mas quando olhamos para aquilo que a Palavra de Deus diz a respeito de Jesus em Marcos 1, nós vemos no verso 36, eu vou ler do 36 até o 39: “Procuravam-no diligentemente Simão e os que com ele estavam”, porque o versículo anterior diz que ele, se levantando alta madrugada, foi para um lugar deserto orar. “Procuravam-no diligentemente Simão e os que com ele estavam. Tendo-o encontrado lhe disseram: Todos te buscam.
Jesus, porém, lhes disse: Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue também ali, pois para isso é que eu vim. Então foi por toda a Galileia, pregando na sinagoga deles, expelindo os demônios. ” O que nós vemos aqui é Cristo limitado a um corpo, indo em um lugar de cada vez.
Ele não estava presente em todos os lugares. Quando olhamos para a questão da onipotência, “oni” novamente, significa “todo”, “potência, poder”, só Deus tem todo o poder. Quando olhamos para Jesus, percebemos que a forma que a maneira como Jesus viveu nessa terra não foi fazendo uso da onipotência.
Em Atos 10. 38, a Bíblia diz que “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com Espírito Santo e poder”, a Bíblia diz, “o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. ” Deus ungiu, Deus era com Ele.
Não diz que Ele fez o que fez como Deus, ou porque Ele era Deus. Aliás, seria muito contraditório se Jesus tivesse feito aquilo que Ele fez como Deus, a instrução que Ele nos dá no Evangelho de João 14. 12, quando ele diz: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.
” Se o que Ele fez, Ele fez como Deus, como nós poderíamos fazer suas obras? O que dizer, obras maiores? Mas se Jesus exerceu seu ministério como um homem ungido pelo Espírito Santo, e nós teríamos acesso à mesma unção, então poderíamos fazer aquilo que Ele fez.
A única forma de entender isso é reconhecendo que no esvaziamento, Jesus abre mão não só do atributo da onipresença, mas também abriu mão do atributo da onipotência. Evangelho de João 20. 21 e 22, nós lemos: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco!
” Então ele afirma: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isso, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. ” “Assim como o Pai me enviou, com a mesma autoridade, com a mesma unção, com os meus recursos, eu envio vocês e libero sobre vocês o que o Pai liberou sobre mim: o poder do Espírito Santo.
Ou seja, Jesus está dizendo que os apóstolos iriam funcionar, iriam ser enviados, iriam exeercitar seu ministério exatamente da mesma forma que ele funcionou. Portanto, ele não fez isso como Deus. Ele fez isso como homem ungido pelo Espírito Santo.
E quando falamos do atributo da onisciência? O Evangelho de Lucas nos informa lá no capítulo dois e no versículo 52 o seguinte: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens. ” Como ele poderia crescer em sabedoria diante de Deus e dos homens se Ele estivesse usando a onisciência, a capacidade de todo o conhecimento?
Quem conhece tudo o que existe e ainda vai existir não tem como crescer em sabedoria. Jesus só cresceu por quê? Porque estava vivendo nessa terra como homem.
Eu não sei se você já parou para pensar nisso, mas Jesus precisou ser alfabetizado. Seus pais precisaram ensiná-lo a falar, precisaram educá-lo. O Evangelho de Marcos também nos mostra no capítulo 9.
21, um momento específico onde Jesus está diante de um Pai que está clamando por um problema do filho, e a Bíblia diz, no verso 21 de Marcos 9: “Perguntou Jesus ao Pai do menino: Há quanto tempo isso lhe sucede? ” E a Bíblia nos mostra que o homem responde: “Desde a infância, respondeu. ” Se Jesus estivesse se movendo na onisciência, por que é que ele faria perguntas a alguém como esse homem?
“Há quanto tempo isso sucede? ” Embora em algumas vezes nós vemos Jesus revelando segredos dos corações a Bíblia nos mostra que nós também podemos ter essas experiências quando falamos pelo Espírito de Deus. Paulo, por exemplo, fala isso em 1ª Coríntios 14.
25, que se entrar um incrédulo no nosso meio e nós passarmos a profetizar e forem revelados os segredos do seu coração, ele vai se prostrar com o rosto em terra, reconhecendo que Deus está de fato no meio de nós. Então, quando olhamos para essas declarações bíblicas, vemos, de fato, Jesus usando não os atributos exclusivos da divindade, mas a condição de um homem. Ou seja, em essência, ele permanece sendo Deus, a sua identidade, o espírito que assumiu aquela forma humana Quando a Bíblia diz “esvaziou” não significa perdeu.
Nós veremos aqui, na sequência, que ele abre mão temporariamente, mas ele se esvazia, ele deixa de usar a forma divina, embora continue sendo Deus e vive nessa terra como qualquer homem costuma viver. Então a forma humana, biblicamente, foi assumida pelo Cristo preexistente. É isso que significa “esvaziar-se de si mesmo”, assumir a forma humana, em condição de homem, se humilhar, humilhar-se até a morte e morte de cruz.
Dito isso, eu quero, em segundo lugar, destacar aqui a ênfase do caráter temporário desse esvaziamento. Então houve um esvaziamento? Houve.
Mas esse esvaziamento foi temporário. Isso significa o quê? Que Jesus não perdeu esses atributos dos quais Ele temporariamente abriu mão.
Ele podia pegar de volta tudo aquilo que Ele abriu mão. No evangelho de João 10. 17 e 18, Jesus afirma isso.
Ele diz o seguinte: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.
Esse mandato recebi de meu Pai. ” Basicamente Jesus está dizendo: ‘Tudo aquilo que eu posso abrir mão e entregar, eu também tenho o poder de recuperar. ” Quando olhamos também para a tentação de Jesus no deserto, Lucas 4, assim como Mateus 4 nos falam disso, a sua tentação de agir como Deus, porque a Bíblia classifica isso de tentação.
Hebreus 4. 15 diz que Jesus foi tentado em todas as coisas, e ali Satanás está provocando: “Se você é o Filho de Deus, transforma essas pedras em pães. ” O que Satanás queria era que justamente ele agisse como Deus.
Essa era a tentação, Porque se em algum momento Jesus agisse como Deus e não como homem, Ele deixaria de ser o substituto perfeito para o nosso sacrifício. Agora, por que Ele seria tentado a agir como Deus se isso não estivesse ao seu alcance, Ele tivesse perdido aquilo do qual Ele abre mão temporariamente? Ele não perdeu, o esvaziamento foi temporário, não foi permanente.
Nós vemos Jesus, por exemplo, em Mateus 24. 36, fazendo uma afirmação que muitas vezes eu ouço pregadores comentarem de uma forma equivocada. Jesus diz assim: “Mas a respeito daquele dia e hora”, estava falando da sua vinda, “ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai.
” Naquele momento Jesus está falando a respeito do assunto e ele diz: “Nem o filho, nem eu que estou falando, sei a respeito daquele dia e hora”. A pergunta é: Jesus, sendo Deus onisciente antes de esvaziar-se, nunca soube desse dia? Jesus, depois de viver na terra como homem, ter morrido por nós e ressuscitado, não teria acesso a essa informação?
Ou será que Jesus está falando apenas daquele período do qual Ele abre mão temporariamente de atributos da divindade? Para mim, é claro que Jesus está falando de algo temporário quando você lê Colossenses 2. 9.
O texto diz assim, falando de Cristo e o versículo 8 termina falando do Cristo. O 9 começa: “Porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. ” Ou seja, quando diz “toda a plenitude”, qualquer coisa da qual Jesus tenha se esvaziado temporariamente lhe foi restituído após a ressurreição.
Ele continua tendo um corpo. Ele aparece com esse corpo glorificado e Ele diz aos discípulos: “um espírito não tem carne e osso, como vocês veem que eu tenho, podem me apalpar. ” Ele vai comer com eles.
No entanto, a Bíblia diz que agora, corporalmente, nele habita toda a plenitude da divindade. Interessante que a mesma Bíblia que sustenta a sua divindade, que o chama de Deus. Aliás, em 1ª Timóteo 2.
3, a Bíblia diz: “Isso é bom e aceitável, diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. ” E a Bíblia diz assim: “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem. ” Nesse momento, apesar de nele habitar corporalmente a plenitude da divindade, ele ainda é chamado de homem, porque não abriu mão do seu corpo.
Então nós olhamos para Jesus e esse é um dos grandes mistérios da piedade: manifestado na carne. Mas, apesar de temporariamente ter vivido na terra como homem, depois da ressurreição, Ele conserva um corpo. Podemos discutir o que Paulo afirma lá em 1ª Coríntios 15, que depois de todas as coisas, o Filho se sujeitará plenamente ao Pai, nunca lhe faltou sujeição, mas se esse braço, se essa manifestação de Jesus como homem é eterna ou não, são coisas a serem discutidas, mas é impossível chegar a uma conclusão.
O que a Bíblia sustenta nesse momento é que quem está assentado à direita do Pai é um homem e, ao mesmo tempo ele é Deus. Dessa vez ele não está limitado. Ele está presente em todos os lugares.
Ele conhece todas as coisas. No entanto, Ele ainda conserva esse corpo. O esvaziamento foi temporário.
A humanidade ainda permanece nele, mesmo com a plenitude da divindade. Ou seja, ainda que não tenha deixado sua essência divina, Jesus vive 100% como homem aqui na terra, mas depois de ressuscitado, carrega um corpo para o céu. Vamos falar de algumas características da humanidade de Jesus que agora, reconhecendo e sustentando mais uma vez sua divindade, a forma como Ele se esvaziou, vamos olhar para algumas declarações ou características que a Bíblia revela da humanidade de Jesus.
Duas delas, que me chamam muito a atenção, estão uma no evangelho de João 2. 24 e 25, onde lemos: “mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. ” O verso 25 diz: “E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana.
” Ele mesmo sabia na pele o que era a natureza humana. Em Hebreus 5. 15, a Bíblia diz: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.
” Quando a Bíblia diz: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa”, pelo contrário, é isso que significa antes. então nós precisamos entender que temos um sumo sacerdote que pode se compadecer. Por que ele é cheio de compaixão?
A Bíblia diz: “Porque ele foi tentado em todas as coisas”, por isso que ele se compadece das nossas fraquezas. Ele foi tentado em todas as coisas à nossa semelhança, porém sem pecado, porque os venceu. Mas só viveu isso tudo porque conhecia a estrutura humana.
Já vimos que Jesus cresceu em tudo, em sabedoria, em graça, conhecimento, favor diante de Deus e dos homens. Isso está lá em Lucas 2. 52, já citei esse texto, mas em Mateus 4.
2, a Bíblia diz que Jesus teve fome. No evangelho de João no capítulo 19, nós vemos no versículo 28 que Jesus teve sede. No evangelho de João, no capítulo 4, no verso 6, nós vemos que Jesus, cansado na viagem, ele pára em Samaria, lá em Sicar, junto ao poço de Jacó, estava cansado.
Ele tinha um corpo como o meu e o seu, necessidade de descanso. Aliás, a Bíblia fala de Jesus dormindo no barco no meio de uma tempestade. Muitas vezes as pessoas falam disso quase como se fosse só uma figura de confiança.
“Ah, não me preocupo”, mas é mais do que isso. O que nós vemos ali era cansaço. Um cansaço tão grande que mesmo um barco balançando, molhando o seu corpo entra no estado de profundo sono.
Eu tenho experimentado muitas vezes esse nível de exaustão, que é onde você encosta, você dorme. Muitas vezes pelo próprio ritmo do ministério, muitas horas ministrando, várias noites sem dormir direito. E de repente, esse corpo, essa nossa estrutura humana cobra a conta.
No evangelho de João 11. 35, a Bíblia nos mostra, Jesus chorou. Não é o único texto.
O evangelho de Mateus diz que Jesus chora sobre Jerusalém. Hebreus nos mostra o que aconteceu no Getsêmani, dizendo que Ele e apresentou com forte, clamor e lágrimas, súplicas ao que o podia livrar da morte. Então Jesus chorou algumas vezes.
Todos esses são indícios da humanidade de Jesus. Mas uma outra coisa que nós podemos colocar no pacote, se em primeiro lugar, eu destaquei a divindade no corpo de um homem; se em segundo, continuando o assunto do esvaziamento, destacamos que ele era temporário; em terceiro lugar, demos aqui características da humanidade; em quarto lugar, eu quero destacar, sentimentos de Jesus Cristo, como homem, teve sentimentos. E vamos olhar o que a Palavra de Deus fala a respeito desses sentimentos.
Em Lucas 10. 21, nós lemos: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste essas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.
Interessante que esse texto também enfatiza a Trindade. Jesus exulta no Espírito Santo e agradece ao Pai. Mas nós vemos exultação.
O que é exultação? É a capacidade de regozijar-se extremamente, de estar cheio de alegria. Então nós vemos aqui Jesus resumindo, muito alegre.
Além do sentimento de alegria, há outros momentos que nós veremos sentimentos como de comoção. O evangelho de Marcos 6. 34, nos mostra o seguinte: “Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor.
E passou a ensinar-lhes muitas coisas. ” Essa capacidade de se compadecer, de demonstrar compaixão, estava presente em Jesus e esse é apenas um texto. Há momentos onde a Bíblia fala de Jesus curando os enfermos, movido de compaixão.
Mas nós vemos Jesus tendo não apenas o sentimento de alegria e de compaixão, mas vemos Ele também manifestando sentimento de tristeza. No evangelho de Lucas 19. 41, nós lemos: “Quando ia chegando”, chegando a Jerusalém, “vendo a cidade, chorou e dizia: Ah!
Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas está agora oculto aos teus olhos. ” E a Bíblia fala de Jesus chorando nessa chegada em Jerusalém.
Ainda podemos destacar sentimentos de indignação. O evangelho de Marcos nos aponta no capítulo 11, nos versículos 15 e 16: “E foram para Jerusalém”, está falando Jesus agora: “Entrando ele no templo, passou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. Não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio pelo templo”; verso 17: “também os ensinava e dizia: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações?
Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores. Quando olho também para um texto como esse, percebo a Escritura destacando essa indignação, essa reação de Jesus àquilo que era errado. No evangelho de João, no capítulo 2, nós lemos a partir do verso 14 sobre essa entrada no templo, a Bíblia diz assim: “E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombos, e também os cambistas assentados; tendo feito um azorrague de cordas”, traduza-se “chicote”, “expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui essas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócios.
Então, nesse momento, nós vemos Jesus indignado com aquilo e demonstrando isso. A classificação do versículo 17, que aparece na sequência, diz: “Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito: O zelo da tua casa me consumirá. ” Isso é indignação, foi também chamada, foi denominada de zelo.
Bom, uma última coisa a ser discutida. Nós sabemos que Jesus, subsistindo como Deus, esvaziou-se a si mesmo, assumiu a forma humana. Quando Jesus assume a forma humana, vale destacar, Romanos 8.
3 diz que Deus enviou o seu Filho em semelhança de carne pecaminosa. Essa palavra “semelhança” ela precisa ser destacada aqui. Então, quando Romanos 8.
3 diz: “Porquanto o que for impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso o fez Deus, enviando seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus na carne, o pecado”. A Bíblia nos mostra que Jesus não veio com carne pecaminosa, o que nós temos. É por isso que na obra final da redenção, com a volta de Cristo, mortos ressuscitarão, os vivos serão transformados, Paulo diz lá em Filipenses 3.
20 e 21: “Nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos um Salvador, o qual de transformar o corpo da nossa humilhação. ” É por isso que Romanos 8. 23 diz que nós estamos aguardando a redenção do corpo.
Nós precisamos de redenção por uma carne pecaminosa, com natureza pecaminosa. Jesus vem em semelhança, ou seja, a carne dele era igual. Ele era sujeito aos mesmos sentimentos.
Ele tinha fome, Ele tinha sede, Ele tinha cansaço. Ele também podia ser tentado, mas ele não vem com natureza pecaminosa. Quando falamos da humanidade de Jesus, precisamos entender Jesus chegando a esse mundo parecido com Adão, o primeiro cabeça de raça criado por Deus, santo e sem pecado, porque a Bíblia diz que Deus o criou conforme à sua imagem e Deus é santo e sem pecado.
Adão veio a comprometer as coisas depois ao pecar, mas foi criado como homem, podendo pecar. Podendo não no sentido de autorização, mas de capacidade. No entanto, esse não era o plano e o propósito.
Justamente porque o primeiro Adão falhou, a Bíblia chama Jesus de “o último Adão”, porque ele vem para fazer aquilo que o primeiro nunca fez. Então nós precisamos entender que Jesus entra como homem, mas semelhante ao primeiro, não a nós que carregamos a natureza pecaminosa. Semelhante ao primeiro, Jesus também foi tentado, mas diferente dele, venceu todas as coisas.
Mas uma pergunta que gera muita discussão no meio teológico é: Jesus tinha impecabilidade? A natureza de Jesus não era corrompida. Então o que se presume é que, assim como Adão, mesmo antes da corrupção, o pecado era uma questão de escolha.
Outro dia alguém falou: “Mas Deus correria esse risco? ” Eu falei: “Eu não acredito que ele correu o risco. ” Em primeiro lugar, nós temos um Deus onisciente e presciente, conhece tudo de antemão.
Segundo lugar, nós temos Deus assumindo a forma humana e se dispondo: “É possível andar em obediência e eu quero demonstrar isso. Mas, se ele não pudesse de fato pecar, a tentação poderia ter sido chamada de tentação? Ela, se não tivesse sido real, não seria classificada como tentação.
Então, esse assunto, embora muitas vezes não pareça prático para alguns que dizem: “Ah, não temos que nos preocupar e discutir”, eu, particularmente, acredito que a Escritura está nos mostrando que Jesus era, sim, sujeito aos mesmos sentimentos, no entanto, ele tem um posicionamento de obediência e de escolha, de não ceder ao pecado que precisa ser inspiração para mim e para você. Observar Jesus sendo tentado, quando a Bíblia diz que Deus não pode ser tentado, na condição de Deus, nós entendemos que isso só pôde acontecer com Jesus na condição de homem. Assim como somente na condição de homem Ele não sabia o dia da sua vinda, mas antes de se esvaziar conhecia isso e depois da plenitude da divindade habitar nele corporalmente, ele volta a saber disso, nós precisamos entender que a tentação só era possível enquanto ele carregava esse corpo humano antes da glorificação.
No entanto, apesar de ter sido tentado, venceu todas as coisas. É a capacidade de saber o que é ser tentado, que faz com que ele se identifique conosco como compaixão. Mas é a sua capacidade de vencer que o coloca como nosso Sumo Sacerdote, assentado no trono da graça, para nos oferecer socorro, ajuda em tempo oportuno.
Por quê? Porque Ele se identifica. Quando a Bíblia fala da obediência que Cristo manifestou a Bíblia destaca uma obediência enquanto homem.
Se ele simplesmente estivesse obedecendo enquanto Deus, nós nem poderíamos talvez chamar isso de uma obediência, de nenhum esforço. Nós precisamos entender, a Bíblia diz Filipenses 2. 8: “A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz.
” Quando que ele se humilhou e se tornou obediente? Depois de se esvaziar, assumir a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens. A lógica bíblica é muito clara.
Aliás, eu acho interessante que Hebreus, lá no capítulo 5, nos traz a seguinte informação a partir do verso 7 até o 9: “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu, e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem”. O que a Escritura está dizendo é que Jesus, nos dias da sua carne, isso não é só uma referência cronológica a quando ele esteve aqui no mundo, mas está falando da sua humanidade: “ofereceu com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte. ” Isso é uma releitura do Getsêmani.
O que é que a Bíblia está nos dizendo? Quando Jesus diz: “Pai, se possível, passa de mim esse cálice”, está falando da morte, do sofrimento da morte. Ele basicamente está dizendo: “Se tiver um plano B, se tiver como mudar isso.
” Agora, Ele ora dizendo: “Seja feita, não a minha, mas a sua vontade. ” Porque haveria um conflito de vontade se ele não estivesse vivendo aqui na Terra 100% como homem? Ele escolhe sujeitar-se.
O texto diz que ele aprendeu a obediência. A primeira vez que eu reparei nesse texto me deixou em crise, porque eu falei: “Como aprendeu? Ele sempre foi obediente!
Ele nunca pecou. ” Mas um dia eu compreendi que a Bíblia está falando que ele aprendeu não os primeiros níveis da obediência, mas os últimos níveis. Tanto que o texto de Filipenses que lemos diz: “obediente até a morte e morte de cruz”.
Esse “até” está falando do último nível da obediência. A Bíblia diz no verso nove que ele foi aperfeiçoado e dessa forma se tornou autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem. Quando conseguimos enxergar esse desenho, percebemos claramente que Jesus viveu como homem, como homem, foi tentado, enfrentou dilemas, a tentação não era apenas sobre pecar, fazer alguma coisa que não era errado.
Ele foi tentado a não fazer aquilo que ele veio fazer. Foi assustador para ele, como homem, o momento de ter que encarar a morte, o sacrifício de enfrentar tudo aquilo que ele esperava a ponto de honestamente dizer ao Pai: “Se for possível, passa de mim o cálice. Mas eu não quero ser rebelde como o primeiro Adão.
Eu não quero escolher andar no meu próprio caminho. Eu escolho me sujeitar, eu escolho obedecer. ” E dessa forma, ele escolhe o último nível da obediência.
Todas essas menções de escolhas, de aprender a obediência, de ser aperfeiçoado, só faz sentido se você entende que, mesmo sendo 100% Deus em essência, identidade, ele vive nessa terra 100% como homem. O interessante é que depois da sua ressurreição, com o corpo glorificado, na nossa cabeça, quando imaginamos, que poderia simplesmente dispensar a humanidade, Ele a carrega consigo, porque isso faz com que Ele se coloque entre Deus e os homens como mediador, como aquele que se posiciona olhando para Deus, dizendo: “Eu como Deus, entendo tudo do nosso lado, Eu como homem, não apenas entendo o lado deles, mas permito que ele se reconectem com o Senhor por meio do meu sacrifício. ” Apesar de não conseguirmos entender a plenitude da redenção, nós sabemos que o fato de Jesus se manifestar em carne é um dos grandes mistérios da redenção e Deus seja louvado por isso.
Bendito seja nosso Senhor Jesus Cristo, 100% Deus, 100% homem. Eu espero que esse entendimento da Palavra continue ajudando você a ter convicções a respeito de uma doutrina que não nos é revelada na Escritura à toa. É justamente para fundamentar a nossa fé e para guiar a nossa consciência de vida cristã.
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